Opto envia câmera nacional do satélite Cbers 3 à China

Considerado por especialistas independentes como um marco da engenharia nacional, a Opto Eletrônica enviou na última sexta, 30/03, à China, uma moderna e complexa câmera imageadora que irá equipar o satélite sino-brasileiro Cbers 3.

Trata-se da primeira câmera no gênero inteiramente desenvolvida e produzida no País. O equipamento, feito na matriz da Opto em São Carlos, coloca o Brasil entre os 10 países do mundo a dominar a tecnologia de imageamento aeroespacial. De nome MUX (de multiespectral), a câmera é destinada ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais. O satélite Cbers 3 tem lançamento programado para novembro deste ano e será levado à órbita por meio do foguete chinês “Longa Marcha”.A MUX pesa mais de 120 kg e é capaz de fazer imagens com 20 metros de resolução do solo, a mais de 750 km de altitude. Desconsiderando a curvatura da Terra e as nuvens (para exemplificar), seria como se, de São Carlos/SP, fosse possível enxergar um ônibus em Brasília/DF. A faixa de largura imageada, extensão do território visto em uma linha na imagem, é de 120 km de largura.

Independência tecnológica

A fabricação da MUX pela Opto atende à diretriz do Programa Espacial Brasileiro de fomentar a capacitação e o desenvolvimento de tecnologia de ponta pela indústria nacional. O trabalho da companhia também contribui para a independência tecnológica em áreas altamente sensíveis do ponto de vista estratégico.

Construída para auxiliar de forma decisiva no monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais (trabalhando em quatro bandas espectrais de luz), as imagens produzidas pela câmera têm capacidade de mostrar, com precisão, queimadas, desmatamentos, alteração de cursos d”água, ocupação urbana desordenada, entre outras funções. As imagens poderão ser utilizadas em todo o mundo, gratuitamente, por meio do site do INPE.

Projeto

O projeto da câmera teve início em 2004, quando a Opto venceu a licitação internacional para o desenvolvimento e fabricação da câmera. O projeto sofreu diversos aperfeiçoamentos, principalmente em razão do não compartilhamento de tecnologias e venda de componentes “sensíveis” por outros países. Contudo, a companhia de São Carlos conseguiu, de forma inédita, desenvolver soluções próprias e inovadoras, dominando todo o ciclo de construção do equipamento.

Para se ter idéia, somente o projeto preliminar da câmera foi composto por mais de 450 documentos, totalizando mais de 16 mil páginas.

Nesse período, foram construídas versões sucessivas de protótipos, denominadas modelos de engenharia, de qualificação e de voo (modelo final) da câmera MUX. O modelo de qualificação, por exemplo, foi exaustivamente testado (como em provas extremas de choque e vibração). O objetivo da bateria de testes e ensaios foi assegurar que o projeto (e consequentemente o equipamento) suporta as cargas de lançamento e as condições de temperatura, radiação e vácuo no espaço, além de verificar se ele atende aos requisitos de envelhecimento e compatibilidade eletromagnética com os outros sistemas do satélite, mantendo sempre o melhor desempenho funcional.

Cerimônia

Os funcionários da companhia participaram de um evento simbólico do embarque da câmera, considerada pelos diretores da empresa – e especialistas do setor – como um marco para a indústria nacional. “Hoje é um dia histórico para todos nós, não só da Opto, mas para todos aqueles que se importam com a independência tecnológica da nação”, afirma Mario Stefani, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Opto.

Fonte: AEB

17 Comentários

  1. Fantástico e tudo que precisamos, a criação de oportunidades e investimento para o brasileiro por em prática seu lado gênio…avante Brasil e que o governo melhore o sistema de marcas e patentes, pois aquilo é uma burrocracia contra o PROGRESSO.

  2. “Para se ter idéia, somente o projeto preliminar da câmera foi composto por mais de 450 documentos, totalizando mais de 16 mil páginas.” o Brasil é lindo, somente 16 MIL PAGINAS de, convenhamos, Burocracia. pq? oras, pq nao havia produto ainda, entao tinha q ter burocracia, claro!

    tirando isso, parabens opto, parabens aeb e inpe. uma pena sermos o parceiro menor-micro-pequenissimo ao lado do gigante dragao q está acordando.

  3. Há boatos ,que a Opto teria condição de desenvolver e fabricar uma câmera com 1×1 metro de resolução ( mesma resolução utilizada nos satélites espiões americanos .).
    Se for verdade , essa empresa deve manter seu capital acionário em mão Brasileiras , diferente do que está acontecendo com empresas de suma importância para defesa nacional.
    Gostaria de saber , se a opto mais CTEX já terminaram os OVN,s ( OLHAR VDN X-1)?
    Se há alguma imagem desse produto nacional ?
    No mais , parabéns a empresa , espero que de agora em diante , ela comesse a dominar ainda mais o espectro IR.

  4. Foxtrot

    Há boatos ,que a Opto teria condição de desenvolver e fabricar uma câmera com 1×1 metro de resolução ( mesma resolução utilizada nos satélites espiões americanos .

    ___________

    Esse 1×1 metro tem que se mandado ao orbita com nosso foguete independente , pq se não corre o risco de os CHINA copiarem , clonarem , chuparem nosso conheçimento 😀

  5. eEUcomISSO [Tassio Bruno] eu acho que quando falaram em 16 mil paginas não era de “burocracia” hahaha eram sim os dados tecnicos de analise da camera etc….

  6. “… Trata-se da primeira câmera no gênero inteiramente desenvolvida e produzida no País. O equipamento, feito na matriz da Opto em São Carlos, coloca o Brasil entre os 10 países do mundo a dominar a tecnologia de imageamento aeroespacial. De nome MUX (de multiespectral), a câmera é destinada ao monitoramento ambiental e gerenciamento de recursos naturais. O satélite Cbers 3 tem lançamento programado para novembro deste ano e será levado à órbita por meio do foguete chinês “Longa Marcha”.A MUX pesa mais de 120 kg e é capaz de fazer imagens com 20 metros de resolução do solo, a mais de 750 km de altitude. Desconsiderando a curvatura da Terra e as nuvens (para exemplificar), seria como se, de São Carlos/SP, fosse possível enxergar um ônibus em Brasília/DF. A faixa de largura imageada, extensão do território visto em uma linha na imagem, é de 120 km de largura. …”======== Capacidade nós temos, falta grana e compromisso e alavancar n FAs e seu sistema de segurança…p ontem.

  7. Parabéns a Opto e todos envolvidos, este e o meu Brasil que eu quero ver rumo a independência Brasil Brasil Brasilllllllllllllllllllllllllllll.

  8. Parabéns a Opto espero que nossos políticos vejam isso e que parem de blá blá blá no senado federal e ponham em pratica todos os recursos necessários para que esta nação se desenvolva tecnologicamente e se torne independente e parceira estratégica de nossos aliados os BRICS e América latina chega de Europeus e estadunidenses, vale ressaltar que os europeus estão novamente invadindo o Brasil por causa de uma crise criada por uma instituição velha financeira de nome Goldman Sachs

  9. Excelente pergunta Foxtrot. Ultimamente eu tenho notado uma falta de notícias sobre o andamento dos principais projetos tecnológicos das Forças Armadas e do Brasil também.

    Por exemplo: não se fala mais na bomba guiada brasileira (SMKB Acauan), no VANT Falcão da Avibrás, na turbina TR3500, os óculos de visão Noturna nacioonais (OVN), o radar SABER M200, e por aí vai…

    Não ficamos mais sabendo das novidades e inovações da indústria brasileira como anos atrás. Isso vai deixando civis e militares distantes um do outro.

  10. como eu smpre disse, capacidade…temos, o que nos falta e prioridade, parabens cientistas brazucas, don quixotes da soberania nacional.

  11. xtreme disse: 04/04/2012 às 11:18


    Meus parabens aos engenheiros da Opto.
    ==
    ==
    x2
    Parabéns a todos os idealizadores da opto. Pois, é o que vemos quando uma empresa “pequena” tem um salto gigantesco. São pessoas por trás da empresa idealizando algo muito maior e melhor.

  12. Só mesmo criando um “Dia da Defesa” é que se poderia chamar a atenção do povo para nossas forças armadas; prq se depender de televisão…

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