Dilma irá aos EUA atrás de know-how e inovação, não de dinheiro

Por Pablo Uchoa

Sinal dos avanços e desafios do Brasil, a presidente Dilma Rousseff desembarcará nos Estados Unidos, na próxima semana, buscando “não dinheiro, e sim know-how e inovação”, nas palavras do presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Mauro Borges Lemos.

Em um seminário na capital americana, Washington, Borges Lemos transmitiu a mensagem de que o Brasil tem recursos para investir no seu próprio desenvolvimento – mas precisa de parceiros internacionais, como os EUA, para fazer maior progresso nas áreas de educação, pesquisa e desenvolvimento, cruciais para o crescimento sustentável.

“Nosso problema não é de financiamento e sim de tecnologia”, disse o executivo, apontando que o país pode contar com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para impulsionar projetos industriais.

De uma nação endividada que era há apenas algumas décadas, o Brasil conquistou o sexto lugar entre as maiores economias do mundo.

Entretanto, o país investe apenas cerca de 1% do seu PIB em pesquisa e desenvolvimento, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É cerca da metade do que investem os países desenvolvidos.

Segundo Borges Lemos, o Brasil hoje tem cerca de 1,5 mil empresas “de classe mundial”, que podem ser um canal importante de aporte de know-how. Mas só a qualificação da mão-de-obra nacional permitirá um aumento da produtividade de forma sustentada.

Ênfase no conhecimento

Por isso, a questão dos intercâmbios – de pessoas e de ideias – será central na visita que a presidente Dilma Rousseff fará aos EUA nos próximos dias 9 e 10 de abril.

Mesmo com um calendário apertado, a presidente fez questão de manter sua visita à cidade de Boston, sede do MIT (Massachusetts Institute of Technology) e da Universidade de Harvard, ambas instituições de ensino mundialmente reconhecidas.

Dilma promoverá o programa Ciência Sem Fronteiras, que tem como meta conceder 75 mil bolsas de estudos até 2015, a grande maioria para alunos e pesquisadores brasileiros estudarem no exterior.

Serão destinados R$ 3,2 bilhões para o programa e o governo quer que a iniciativa privada conceda outras 26 mil bolsas de estudo, elevando o total para 101 mil.

Brasil e EUA já vêm realizando conjuntamente desde o governo anterior, sob Luiz Inácio Lula da Silva, uma série de oficinas voltadas para acelerar a troca de conhecimento e tecnologia entre empresas e universidades dos dois países, os chamados Laboratórios de Aprendizado em Inovação Brasil-EUA.

Treze já foram realizados, o último deles em novembro do ano passado, em Porto Alegre.

Gargalos

Borges Lemos falou durante um seminário promovido pelo Brazil Institute e o US-Brazil Business Council para discutir o Plano Brasil Maior, de incentivo à indústria nacional.

De 1995 para 2011, a participação da indústria na economia brasileira caiu de 16,25% para 12,44% do PIB, segundo os dados da ABDI, e o objetivo do Plano Brasil Maior é “oferecer um alívio para a indústria”, segundo Borges Lemos.

Anunciado em agosto do ano passado, o Plano Brasil Maior inclui medidas para desonerar o investimento e as exportações, incentivar as pequenas empresas, elevar o financiamento para a inovação e incentivar o consumo do produto made in Brazil, entre outros aspectos.

Entretanto, Borges Lemos reconheceu que o Brasil ainda tem muitos desafios estruturais para resolver a fim de melhorar a produtividade da indústria nacional e crescer de forma sustentada.

Entre estes desafios estão o peso das aposentadorias sobre os gastos do Estado, os altos custos trabalhistas, a carga tributária, hoje em mais de 35% do PIB, e as taxas de juros, que caíram de 26,5% em 2003 para 9,75% agora, mas ainda continuam entre as mais altas do mundo.

Fonte: BBCBrasil

7 Comentários

  1. Nossa presidente Dilma não está para brincadeira, ela demonstra que entende e sabe da urgência do Brasil investir e se capacitar em DEFESA, justo agora que podemos até tomar a posição de 5° economia do globo, e isso acarreta aumento de piratas, imigrantes ilegais, guerra cibernética, etc contra nossa soberania seja em qual patamar ocorrer. Basta agora os apressadinhos entenderem que não se constrói uma força sólida do dia para noite, precisamos construir a base e isso está sendo feito, na pior da hipótese será o próximo governante desencaminhar o plano. Temos que tomar cuidado também com as LOUCURAS que nosso ilustrissimo GUIDO MANTEGA tem perpetrado em nome de seu EGO.

  2. vamos ver o q rola por la …negociemos como iguais pra um bom acordo economico e quem sabe militar ( deve ser oferecido o mesmo pacote pra MB em termos de navios e outras coisas ….e ctz seria favoravel a uns AEGIS por aki…… FX-2 ja e um outro nivel de importancia )… se os EUA .. n enterem esse recado ..paciencia .. ate pq ”a fila anda” e bem rapido

  3. Dúvido, q os ianks vão dar assim de mão beijada,alguma coisa, vão cobrar e mt caro, pela “metade” desta tecnológia em defesa, e se vier…esses caras ñ são confiáveis, a história recente mostra isso.Cuidados c eles.São uns traíras.Sds.

  4. ELES ESCOLHEM O PRATO E NÓS O TEMPERO

    O Brasil tem que fazer com que as suas necessidades seja contemplada nas parcerias que faz e não baixar a guarda com a prováveis armadilhas que possa vir de certas parcerias.

    Exemplo no caso dos EUA,uma é fazer com que o Brasil beba o elixir dos sionistas,o fel.

    Os inimigos deles não são os nossos,o Brasil fez a opção de praticar a boa vizinhança e a política de não intervenção em assuntos alheios,e é com este princípio que o governo brasileiro deverá fazer as suas parcerias e acordo.

    É injusto nós deixarmos as boas coisas de lado só porque os incapacitado não conseguem viver em paz com os seus vizinhos e com o mundo.

  5. Acho excelente intenção brasileira, resta saber se a recepção Yanke será igual. De qualquer forma acho que o Brasil deve espalhar pelo mundo seus aprendizes, não se concentrar em apenas um centro.
    E parece que será assim, somando conhecimento poderemos nos capacitar melhor retirando o melhor de todos os centros culturais.

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