Assad diz que potências devem parar de apoiar rebeldes

Por Dominic Evans

O presidente sírio, Bashar al Assad, disse nesta quinta-feira que a Síria não poupará esforços para garantir o sucesso da missão de paz do enviado internacional Kofi Annan, mas advertiu que ela não funcionará sem o fim do financiamento estrangeiro e do armamento dos rebeldes que se opõem a ele.

Assad está sob forte pressão internacional para que chame suas tropas de volta às bases, após um ano de revolta popular contra o seu governo. O confronto entre os soldados e rebeldes deixou mais 22 mortos na quinta-feira, seis deles soldados.

A agência de notícias estatal Sana noticiou que Assad enviou uma carta aos líderes dos Brics, grupo de potências emergentes que inclui o Brasil e a Rússia -aliada da Síria-, na qual diz que “os países que apoiam os grupos armados com dinheiro e armas precisam ser convencidos a parar com isso imediatamente”.

Ao mesmo tempo, a Grã-Bretanha anunciou que está dobrando a assistência não militar aos opositores de Assad e ampliando seu escopo a equipamentos, o que possivelmente incluirá telefones seguros para ajudar os ativistas a se comunicarem entre si com mais facilidade sem temer grampos e ataques.

A assistência, no valor de 800 mil dólares, “inclui um acordo em princípio para apoio prático não letal dentro da Síria”, disse o ministro das Relações Exteriores britânico, William Hague.

Os líderes árabes reunidos em uma cúpula em Bagdá endossaram o plano de paz apresentado por Annan, o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe à Síria, e pediram que ele seja implementado “imediatamente e por completo”.

O plano de seis pontos pede o cessar-fogo, a retirada dos armamentos pesados e das tropas dos centros urbanos, assistência humanitária, libertação de prisioneiros e livre acesso para jornalistas. Os líderes da Liga Árabe derrubaram sem alarde uma exigência anterior para que Assad renunciasse à presidência. O plano de Annan, endossado pelo Conselho de Segurança da ONU, não exige isso, diferentemente de um plano anterior que foi vetado pela Rússia e pela China.

“A solução para a crise ainda está nas mãos dos sírios como governo e oposição”, disse o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, na reunião de cúpula na capital iraquiana, a primeira realizada ali em 20 anos.

Antes, a Liga havia assumido uma postura mais próxima à posição linha dura do Catar e da Arábia Saudita, pedindo que Assad transferisse os poderes a um vice para permitir um governo de união e eleições antecipadas.

Mas a mudança na posição árabe ocorreu depois dos vetos da Rússia e da China no Conselho de Segurança da ONU e do fracasso da missão de observação da Liga Árabe em parar com a violência.

Os grupos de oposição sírios continuam a exigir a saída de Assad e não concordaram em negociar a paz com o governo.

“Em troca do comprometimento formal com o sucesso da missão de Annan, é necessário obter comprometimentos das outras partes para cessar os atos terroristas cometidos pelos grupos armados e retirar as armas desses grupos e pedir que eles parem com seus atos terroristas”, disse a carta de Assad.

Fonte: ReutersBrasil

Líderes árabes reúnem-se em Bagdá; 3 foguetes explodem

PATRICK MARKEY E SUADAD AL-SALHY

Três foguetes explodiram em Bagdá nesta quinta-feira, apesar de ter sido montada uma grande operação de segurança para receber a primeira cúpula de países da Liga Árabe em duas décadas.

Depois de anos de guerra, o governo iraquiano, liderado pelo primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki, esperava que a cúpula destacasse a sua crescente estabilidade e seu papel renovado na região, onde as nações sunitas do Golfo têm se mostrado cautelosas com os laços estreitos de Bagdá com o Irã.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, juntou-se aos líderes árabes na cúpula em um antigo palácio de Saddam Hussein, e pediu que o presidente sírio, Bashar al-Assad, implemente um plano de paz apoiado pela ONU para acabar com um ano de violência na Síria.

O único líder de alto escalão do Golfo Árabe nas negociações era o emir do Kuweit, mas sua presença era um sinal de progresso nas relações muitas vezes tensas do Iraque com os vizinhos sunitas.

A cúpula foi adiada duas vezes por causa de confrontos entre os governos de Bagdá e do Golfo durante a repressão a manifestantes xiitas pela liderança sunita do Bahrein, com a ajuda das monarquias sunitas da Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

A Arábia Saudita enviou seu delegado da Liga Árabe, enquanto o Catar disse que tinha enviado uma delegação de baixo escalão para Bagdá como uma mensagem para a liderança do Iraque sobre suas relações com a minoria sunita iraquiana.

“O Catar não boicotou a cúpula da Liga Árabe em Bagdá, mas tentou sinalizar uma mensagem aos seus irmãos iraquianos”, disse o primeiro-ministro do Catar, o xeique Hamad bin Jassim Bin al-Thani, à TV Al Jazeera.

Os líderes presentes eram do Sudão, Somália, Comores, Djibouti, Líbano, Palestina, Tunísia, Kuweit e Líbia.

A cúpula ocorre enquanto o governo do Iraque de poder compartilhado, com blocos sunitas, xiitas e curdos, luta para sair de uma crise após a retirada das últimas tropas norte-americanas em dezembro, nove anos após a invasão de 2003.

Embora a violência no Iraque tenha diminuído desde os dias da carnificina sectária, de 2006 a 2007, afiliados da Al Qaeda e outros insurgentes islâmicos sunitas ainda são uma ameaça.

A Al-Qaeda iraquiana reivindicou a responsabilidade por uma série de explosões de bombas em Bagdá e outras cidades na semana passada, que mataram 52 pessoas, em uma lembrança de sua capacidade de realizar ataques coordenados.

Milhares de soldados extras foram posicionados em Bagdá para a cúpula e um labirinto de barreiras e bloqueios de estradas transformou a capital iraquiana em uma fortaleza. O aeroporto foi fechado e o governo decretou feriado de cinco dias para ajudar a aliviar o congestionamento.

A crise da Síria estava no topo da agenda da cúpula, com o secretário da ONU se reunindo com líderes para discutir o plano de paz apoiado pela ONU de seis pontos para acabar com o tumulto no país vizinho do Iraque.

Fonte: Estadão

12 Comentários

  1. Ele tá certo.

    A Própria ONU fomenta a ação dos rebeldes a apontar o dedo só ao Assad, pois se o Assad ceder ele dança na mão da OTAN.

    O Medvedev já viu esse filme ao ceder antes em relação ao DAM, pois ele cedia e o escudo chegava mais perto e o número de misseis aumentavam. Se a Russia relaxar eles perdem Tartus e Latika para a OTAN. É por essa razão que os Quds do Irã mais a inteligencia iraniana e Spetnaz mais a FSB estão ajudando ao Assad e os SAS e os soldados regulares Franceses junto com mercenários e especilistas do EUA contra.

  2. É mesmo.. Medvedev foi frouxo pra caramba, a Líbia não era pra ter caído.. os russos fizeram vista grossa.
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    Se a Libia estivesse de pé e mas mãos da Kadaffi quem cairia era a Europa, pois se seus planos dessem certo ele seria a pá de cal na UE.

  3. Engraçado ver o esforço dos “democráticos” países da liga árabe para derrubar Assad e “ajudar” o povo sirio. Como seria a reação desses lideres caso levante semelhante ocorresse em seus países? Renunciariam pacificamente em prol da democracia? Patético….

  4. Imaginem se essas tais potências resolvem armar nosso índios com fuzis e armas de grosso calibre acorda Brasil Acorda sanado federal.

  5. Engraçado ver o esforço dos “democráticos” países da liga árabe para derrubar Assad e “ajudar” o povo sirio. Como seria a reação desses lideres caso levante semelhante ocorresse em seus países? Renunciariam pacificamente em prol da democracia? Patético….
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    Esse levante já ocorre, só não descambou para a guerra civil ainda. A polícia nesses países já os combate com força.

  6. Pai assassino
    Filho assassino

    A populaçao nao deve desistir !!!
    uma hora ele cai ..muitos ministros ja o abandonaram

  7. Quem lê as matérias do Rede Castor Photo, assinadas pelo Pepe Escobar, bem como por outros analistas, e reproduzidas aqui no Plano Brasil, sabe que o regime sírio, não cairá.

  8. é verdade eu acho que o oriente medio é só um laboratorio para fazer isso na america latina pois na bolivia já se achou armas em veiculos oficiais da embaixada americana ,a dilma tem que trazer algumas noticias boas e rapidas para aumentar a soberania do pais pois eles irao armar uns cinco indios os outros serao soldados mercenarios que fingirao ser indios ,se esse politicos deixarem fazer isso com nosso pais nos teremos que chutar o trazeiro deles de todos desde os municipais estaduais ou federais sendo direita ou esquerda sao farinha do mesmo saco.

  9. Junior, se Kadafi desce certo, seria a ponta do iceberg contra os conglomerados financeiros que controlam países! Aí seria por demais os “donos do mundo” suportarem!.. nem dezenas de fotos abraçado com presidente da frança.. itália.. espanha.. seriam suficientes.
    Pois foi graças à sua atitude não sei se corajosa ou louca.. de desvircunlar-se naquela conjuntura ao petro-dolar… que terminou… cercado por drones, atiradores de elite e loucos com ak’s.
    Foi um pecado enorme. A população tinha direito a tudo. E só havia censura quanto ao exterior devido à o 4º poder que é a comunicação global. Mas… como expus, foi mexer… na veia do todo!.. $$ dançou.

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