Ahmadinejad defende saída de militares do Afeganistão e provoca protesto da delegação dos Estados Unidos

Ao defender nesta segunda (26) a retirada imediata de todas as tropas norte-americanas e estrangeiras do Afeganistão, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, provocou um protesto silencioso da delegação dos Estados Unidos durante a conferência que discute a segurança e a reconstrução da região.

As discussões ocorrem Dushanbe, capital do Tajiquistão.

– A Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e os Estados Unidos devem mudar de política. Queremos que as tropas estrangeiras deixem o Afeganistão o mais rápido possível. A causa de todos os males no Afeganistão é a presença das forças da Otan no solo afegão, sobretudo, as [tropas] dos Estados Unidos.

A delegação norte-americana é comandada pelo subsecretário de Estado, Robert Blake. O presidente afegão, Hamid Karzai, também estava no local, no momento em que Ahmadinejad defendeu a retirada das tropas estrangeiras. Os norte-americanos retornaram à sala depois que o presidente iraniano concluiu o discurso.

Desde 2001, há no Afeganistão tropas estrangeiras. A ocupação foi definida pela Otan devido aos ataques de 11 de setembro (de 2001). A previsão é que as tropas deixem a região até o final de 2014 embora os alemães (que também integram as tropas) não confirmem essa data.

“Nós queremos que a comunidade internacional nos ajude a estabelecer a serenidade e a estabilidade”, disse o presidente afegão.

Reuniões nas quais delegações norte-americanas e iranianas estejam presentes são raras. Os Estados Unidos e o Irã romperam as relações diplomáticas em 1979, quando houve a Revolução Islâmica iraniana. As tensões entre os dois país são elevadas devido às controvérsias envolvendo o programa nuclear iraniano.

Os norte-americanos lideram uma campanha internacional que levanta suspeitas sobre a produção secreta de armas atômicas no Irã. A suspeita é negada pelas autoridades iranianas. Segundo os iranianos, o programa tem fins pacíficos.

 Fonte: Agência Brasil via R7

27 Comentários

  1. Esse Ahmadjinejad só fala besterol mesmo! Se os alemães não poem data de saída, isso mostra que a ISAF vai ficar por muito mais tempo e além

  2. Adriano, em qual momento do discurso do ahmadinejad ele mentiu? ou falou besteira?
    eu e a maioria dos leitores deste forum pelo menos concordamos com o que ele falou… voce nao né..

  3. É…nem no Afeganistão estou e já estou cansado dessa guerra e tanta hipocrisia dos ianques e seus comparsas. Já estão lá todo esse tempo arrumando desgraça e até promovendo plantação de drogas. Lembrando que esses hipócritas promovem guerras contra o narcotráfico quando eles mesmos claramente apoiam essa indústria, para satisfazer a ganância de banqueiros ianques para onde o dinheiro das drogas vão. Com certeza, realmente o Presidente iraniano tem razão e o Gustavo G matou a pau!

  4. Os imperialistas tinham mesmo que se retirar, afinal, não poderiam correr o risco de serem acusados, em público, de terem promovido o aumento do plantio de papoulas com a sua presença no Afeganistão, bem como com o concernente aumento do tráfico de heroína…

    Sabe como é? Guerra contra as drogas, né…

    😀

  5. “A causa de todos os males no Afeganistão é a presença das forças da Otan no solo afegão, sobretudo, as [tropas] dos Estados Unidos.”

    É a pura verdade, após a invasão a miséria e o consumo de ópio explodiram…

    Agora, embora eu seja totalmente contra a invasão militar do Afeganistão e a opressão do seu povo pela OTAN/EUA, baseada em hustificativas mentirosas…Não posso deixar de ter horror, de repudiar totalmente a ditadura religiosa que o Islâ fundamentalista promove, não só no Afeganistão , más também na aliada do EUA, Arábia Saudita…

    A conversão de um muçulmano a outra religião é considerada apostasia, sendo punível com a morte em algumas interpretações da lei islâmica no país.

    Cidadãos do sexo masculino com idade acima de 18 e do sexo feminino acima de 16 anos, de mente sã, que se converteram a outra religião que não o islã, têm até três dias para se retratar de sua conversão, ou serão sujeitos a morte por apedrejamento, à privação de todos os bens e posses e à anulação de seu casamento. O mesmo acontece quando o individuo é acusado do crime de blasfêmia.

  6. Aliás é justamente por causa desta caracteristica do Islã radical, que promove sua expansão sobre outras culturas, que Rússia e China nunca apoiaram a resistencia afegã com armas, logistica e informação, simplesmente não é do interesse deles!

    Apoio que aliás,os norte-americanos na invasão russa do Afeganistão deram! Não tiveram escrúpulos e se aliaram e apoiaram de todas as formas possiveis os fundamentalistas do Talibã contra a URSS, coisa que chinese e russos não fizeram agora contra EUA e OTAN…

    Más no caso das indesejadas (por russos e chineses) bases exclusivas e permanentes que o EUA pretende implantar no Afeganistão, nada garante que esta ausencia de apoio de chineses e russos à resistencia afegã seja mantida…e aí coisa vai feder para o lado yankee/europeu, muito mais do que agora…

  7. O pior que depois que a OTAN chegou na Líbia eles trouxeram além da “Democracia” drogas e pornografia. O Egito com todo esse caos está virando rota de contrabando de haxixe e extasy para a Líbia.

  8. A Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e os Estados Unidos devem mudar de política. Queremos que as tropas estrangeiras deixem o Afeganistão o mais rápido possível. A causa de todos os males no Afeganistão é a presença das forças da Otan no solo afegão, sobretudo, as [tropas] dos Estados Unidos.

    O presidente do Irã, Ahmadinejad,defendendo a saída de militares do Afeganistão e provocando protesto da delegação dos Estados Unidos,os invasores do Afeganistão

    ESTÁ CERTÍSSIMO!….PARABÉNS PELA SUA ELOQUÊNCIA SR.AHMADINEJAD.

    A mídia ocidental sempre deturpou com meias verdades,as palavras dele,assim fica mais fácil para ludibriar os incautos.

  9. HMS TIRELESS disse: 27/03/2012 às 08:53 “Latidos de um cão fascista, que infelizmente é apoiado por uma meia dúzia de foristas acerebrados.”… é a mais pura e cristalina verdade… doela a quem doela…

  10. Eu concordo com Ahmadinejad, mas ele antes de apontar o dedo para o americanos ou seja lá quem for, deveria retirar também o seu apoio e suas tropas Hysbolah do líbano e da Síria, isto antes de acusar os demais de imperialistas, já que o que quer é o mesmo.
    sds
    E.M.Pinto

  11. É interessante observar a pretensão daqueles que se propõem a fazer criticas a avaliação alheia. Mais ainda, quando se percebe a total falta sintonia com a classificação de fascista, baseada mais na antipatia plantada por agentes a serviço do colonismo internacional, que na racionalidade da analise da expressão. Antipatia que pode estar baseada na cultura religiosa diversa da prevalente no chamado ocidente. Por que pode-se classificar o governante do Irã de diversas coisas, agora fascimo é uma classificação, no minimo, baseado no desconhecimento do termo. Classificar o Ahmadinejad como facista e compará-lo a Mussolini, simbolo do fascimo, ao Generalissimo Franco, outro fascista classico, ou mesmo ao Gen. Pinochet, o grande fascista da America do Sul. E isso é o mesmo que dar indicação da propria ignorância com o desconhecimento dos motivos que o levam a essa antipatia, que se traduz em algo irracional.

  12. “…A Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] e os Estados Unidos devem mudar de política. Queremos que as tropas estrangeiras deixem o Afeganistão o mais rápido possível. A causa de todos os males no Afeganistão é a presença das forças da Otan no solo afegão, sobretudo, as [tropas] dos Estados Unidos. …”=== Não se preocupe os telebans vai expulsar a todos do Afeganistão, só + 2 anos e olhe lá…Sds.

  13. tem um monte de mulcumano nesse site …

    A defesa brasileira deveria prestar atençao nessas redes sociais.
    o memso taliba que atacou eua e europa pode um dia atacar são paulo.
    para eles nós somos infieis tanto o quanto os estadunidenes..
    ignorancia total

  14. É risivel, constatar que meu diagnostico se confirma. Tem gente que acredita que o fato do sujeito ter religião diversa da sua qualifica como inimigo. Ignorância já confirmada até por lideres religiosos das religiões mais praticadas no ocidente, e na propria realidade que encontra fanáticos em todas elas. Alias esse negócio de fanatismo é intriseco a mentes doentes. Mas aproveitando o gancho de um outro navegante, temos que abri os olhos, por que parece que a doença do preconceito se alastra formando fanáticos que a titulo de proteção sobre o que desconhecem podem destruir preventivamente.

  15. Não seja tolo Julio… a questão é: ou são eles ou nós a irem ao cadafalso… para eles TODOS nós somos infieis… a não ser que vc se torne um islamita… caso aconteça, passastes ao lado de lá da guerra… ou vc pensa que eles são complacentes como os cristãos?… muito menos com ateus… menos ainda com judeus… é guerra de dominação… acreditar na convivencia pacifica com os mesmos qndo dominam é que é risivel…

  16. Nao seja preconceituoso Blue Eyes, para ficar apenas por ai. Até agora não vi nenhum islamita iniciar qualquer qualquer ataque a quaquer país, sem que tenham sido atacados primeiro. Até a terrivel Al Caeda foi organizada pelo ocidente, mais especificamente pela CIA dos Yankes, que provavelmente tu admiras. Julgar outros tolo, quando se demonstra tão pouco conhecimento e se despeja tantas tolices. Meu caro, um tempo atrás, acho que voce não tinha nascido, um general brasileiro disse que se os americanos inventassem de querer tomar a amazonia ele iria revidar fazendo da vida deles um inferno. Nesse assunto não se trata de religião, se trata de hombridade, qualquer Homem que veja sua familia, sua cultura, sua patria, destruida, desrespeita e não fizer nada se torna o pior dos covardes, um verme. Aqui, talvez devido ao intenso aculturamente com base na visão Yanke muitos já tenham até uma segunda identidade, um green card preparado e não ache nada demais isso, já se considerem culturalmente Yanke. Mas eu, talvez dentra da visão dos expertos do Brazil, ainda prefiro ser brasileiro até no **nick. e continuar percebendo a realidade e não aceitar que minha massa encefalica seja transformada em massinha de modelar.

  17. Julio, esse embate religioso/cultural já acontece MILHARES de anos… não começou com os americanos… estude a historia do islã e depois comente… vc sim, é preconceituoso contra uma nação amiga, porque ser antiamericano no Brasil é aval de inteligencia cultural… mas isso, para seu espanto, so acontece aqui e no mundo islamico… merecia um estudo mais aprofundado… eles tem suas razõs, mas nós temos?… de onde vem essa sua simpatia pelo islã?… tu és de descendencia arabe/persa?… se for, esta desculpado… “e continuar percebendo a realidade e não aceitar que minha massa encefalica seja transformada em massinha de modelar.”… será que já não foi?… tendo recebido a vida inteira a lavagem cerebral da midia vendida nacional não resultaria diferente… saudações…

  18. Para mim o Irã é um país em que seus cidadãos defendem seus interesses nacionais. Já tiveram um ditador patrocinado pelos States, que não permitia dissidências, que foi cruel com muitos de seus cidadãos. Assim como ainda hoje esse país, mais amado por alguns brasileiros que ao proprio Brasi ainda patrocinam governos ditatoriais desde que seja conveniente. Não vejo esse país apoiar primaveras entre seus aliados que sobrepujam os D.H. Quiça fazer um primavera Iraniana naquele periodo. O Regime dos Aiatolas surgiu menos por sintonia da sociedade iraniana com radicais e fundamentalistas e mais pela necessidade de se criar uma alternativa ao poder tiranico dominante naquele periodo. O Iranianos sempre foram considerados, dentre os povos do oriente médio, os mais identificados com os costumes do ocidente. Preconceito contra os EUA, nenhum, critico deles sim, por que no mundo eles querem ser arautos de todas as verdades mas agem na contramão dessas verdades. Aos amantes dos yankes digo os Iranianos nunca tiveram papel desestabilizador em meu país, nunca ajudaram a subverter governo constituidos de meu país, para atender seus intereses. Quem estimulou e estimula golpes constitucionais e relativiza os atos terroristas quando estes trabalham para seu lado? Aqueles que me conhecem sabem que não sou preconceituo, eu so tenho senso critico por que não vim ao mundo a passeio. E com todo respeito aos que defendem a causa alheia, meu cerebro não é composto de massa de modelar.

  19. Julio, estou postando parte de uma petição feita ao MP pelo movimento Escola Sem Partido… talvez vc se identifique com milhões de jovens que sofreram esse constante aliciamento ideologico…
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    OS FATOS

    1.Nos últimos 30 anos, um número cada vez maior de professores e autores de livros didáticos, adeptos de uma corrente pedagógica que defende a instrumentalização do ensino para fins político-ideológicos, vem-se utilizando de suas aulas e de suas obras para doutrinar ideologicamente os estudantes, com vistas na formação e propagação de uma mentalidade social favorável aos partidos e organizações de esquerda.

    2.A prática acha-se hoje difundida por todo o território nacional, tanto nas escolas públicas, como nas particulares, da pré-escola à universidade, intensificando-se a partir das últimas séries do ensino fundamental, à medida que os estudantes se aproximam da maioridade eleitoral.

    3.Dizem esses professores e autores que se trata de despertar nos estudantes o que chamam de “consciência crítica”. Na prática, todavia, a “visão crítica” por eles oferecida aos alunos já vem pronta, resumindo-se a uma crítica marxista vulgar da sociedade capitalista e dos valores da civilização judaico-cristã, destinada a produzir nos estudantes – jovens imaturos e inexperientes – uma afinidade, nem sempre consciente, com o discurso ideológico das correntes e partidos de esquerda.

    4.A visão marxista domina, hoje, todo o sistema de ensino. As faculdades de educação, sociologia, história e geografia estão impregnadas de uma ideologia igualitária radical que detesta o capitalismo e demoniza tudo o que, direta ou indiretamente, a ele se vincula: os EUA, o estado de Israel, a Igreja Católica, a colonização européia, a burguesia, os empresários, a propriedade privada, o agro-business, os militares, os meios de comunicação, as multinacionais, a globalização, a Coca-Cola, o McDonalds, etc.

    5.Graças aos preconceitos ideológicos e à visão tendenciosa desses professores e autores, está cada dia mais difícil encontrar um jovem brasileiro, na faixa dos 15 aos 25 anos, que não alimente uma aversão irracional em relação ao regime capitalista e uma atração ainda mais irracional em relação à utopia socialista; e que não esteja pronto a entregar os destinos da nação a políticos que pensam (ou fingem que pensam) como ele.

    6.Segundo o Prof. Luis Lopes Diniz Filho, da Universidade Federal do Paraná, “a doutrinação ideológica legou ao Brasil uma geração de jovens cujas visões de mundo eram prisioneiras de valores antidemocráticos e de utopias radicais fracassadas ou irrealizáveis. E foi dessa geração que saíram aqueles que, como eu, atuam hoje como professores na área de Ciências Humanas e Sociais” .

    7.A extensão e a gravidade do problema podem ser avaliadas a partir das reportagens, artigos e depoimentos constantes da relação anexa.

    AS ORIGENS DO PROBLEMA

    8.Os fatos comprovados pelas reportagens, artigos e depoimentos anexados a esta representação demonstram uma realidade conhecida por experiência direta da imensa maioria dos estudantes e ex-estudantes que passaram pelo ensino fundamental, médio ou superior nos últimos 20 ou 30 anos. É impossível ler esses textos sem que nos venha à lembrança a imagem de vários professores que tivemos e de livros didáticos pelos quais estudamos, especialmente nas disciplinas de História e Geografia.

    9.Pode-se, pois, afirmar que se trata de fatos notórios, admitidos até mesmo pelos promotores da doutrinação ideológica em sala de aula, que se justificam com o argumento de que a “educação é um ato político” e de que não existe neutralidade ou objetividade científica.

    10.Essas e outras justificativas podem ser encontradas nas obras dos ideólogos e educadores que forjaram a mentalidade hoje dominante nos meios acadêmicos, especialmente na área das ciências sociais. É inegável, com efeito, a relação entre o problema da doutrinação ideológica e os mecanismos e instituições responsáveis pela formação dos professores.

    11.Na reportagem de capa da revista ÉPOCA, mencionada no item 17 da relação anexa, encontramos a seguinte referência a esse importante aspecto do problema:

    A visão maniqueísta da História pode ser encontrada já no curso de Pedagogia. Para mostrar isso, Bráulio Porto de Matos, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, compara os manuais de didática mais usados pelos professores na década de 60 com o livro mais popular de hoje. O manual de Amaral Fontoura, usado até os anos 70, era principalmente técnico: fazia críticas ao processo de ensino. A obra mais atual, de Carlos Libâneo, no entanto, já em suas primeiras páginas fala sobre a perversidade do capitalismo: “As relações sociais do capitalismo são, assim, fortemente marcadas pela divisão da sociedade em classes, onde capitalistas e trabalhadores ocupam lugares opostos e antagônicos no processo de produção. A classe proprietária dos meios de produção retira seus lucros da exploração do trabalho da classe trabalhadora”. De certa forma, a esquerdização dos professores no Brasil foi um reflexo do período de ditadura militar no país, nos anos 70. “Os professores empreenderam uma grande luta de retorno à democracia”, diz Célio Cunha, assessor de educação da Unesco no Brasil. “Estamos em uma fase de transição. Naturalmente estes livros refletem a realidade recente do país”, diz. Para ele é importante manter o direito de livre escolha do professor. “É a continuidade desse processo que nos colocará, daqui a alguns anos, em um ponto de equilíbrio.” Mas a transição talvez esteja demorando demais em um país que abandonou a ditadura há 20 anos. E ela não justifica o maniqueísmo assumido pelos livros.”

    12.Segundo o professor Bráulio Tarcísio Porto de Matos, citado na reportagem, é possível identificar três tendências básicas nas quatro últimas décadas, relativamente aos cursos de pedagogia :

    1) ANOS 60 – A primeira metade da década de 60 constitui uma espécie de ante-sala da doutrinação ideológica nos cursos de pedagogia. Diga-se ante-sala porque o movimento de doutrinação ideológica da educação nesse período foi gestado fora das faculdades de educação, e fortemente assimilado pelos cursos de pedagogia na década seguinte. O principal protagonista desse movimento foi, sem dúvida alguma, Paulo Freire. Patrocinado pelo governador Miguel Arraes, Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização que se propunha alfabetizar adultos em quarenta dias. O segredo do método estaria em assegurar a participação ativa do educando no processo de alfabetização por meio de um diálogo crítico sobre as condições de vida desses educandos e a busca de “palavras geradoras” necessárias para expressar esse sofrimento (“latifúndio”, “patrão”, “enxada”, etc…). A alfabetização, nesse caso, equivaleria a uma “tomada de consciência” sobre a exploração do homem pelo homem, dos “oprimidos” pelos “opressores”, do “povo” pelas “elites”. Dada a simplicidade desse maniqueísmo sociológico, a pedagogia de Paulo Freire foi rapidamente assimilada por variadas forças políticas de esquerda (governos populistas, esquerda católica, seitas marxistas, etc.), primeiramente fora das faculdades de educação, depois, dentro delas.
    2) ANOS 70 – Observamos a existência de uma tensão entre duas teses concorrentes, uma “entusiasta” e outra “crítica” da educação escolar. A primeira tese foi elaborada por economistas de orientação liberal e denominada “Teoria do Capital Humano” (Schultz, Friedman, etc.). Ela afirma que educação não é consumo, mas investimento, e fator fundamental de desenvolvimento econômico (em verdade, ela explica por que certos países conseguiram se desenvolver fortemente, como o Japão, mesmo não dispondo de fatores até então considerados indispensáveis para o desenvolvimento, como disponibilidade de mão-de-obra, recursos naturais e capital físico). O economista Cláudio de Moura Castro, por exemplo, foi um dos primeiros pesquisadores brasileiros a divulgar essas descobertas em nosso país. Pode-se dizer que os governos foram paulatinamente adotando com maior ou menor determinação essa tese. Paralela ou interativamente à difusão da pedagogia “libertadora” de Paulo Freire, desenvolveu-se no âmbito das próprias faculdades de educação do país a tese “crítica” da educação formal. Ela foi elaborada por sociólogos de orientação marxista e tem sido denominada “Teoria da reprodução” (Gramsci, Althusser, Bourdieu, etc.). Ela afirma que a função da escola é treinar mão de obra para os capitalistas e legitimar esse sistema no plano dos valores (reproduzir a ideologia dominante). No âmbito dos cursos de pedagogia, a tensão entre essas teses concorrentes não era simétrica. Via de regra, os pedagogos tomaram conhecimento da teoria do capital humano através da crítica de esquerda a essa teoria. Uma possível explicação para isso é que os professores dos cursos de pedagogia não tinham um treino mínimo em estatística para ler diretamente os teóricos do capital humano. Em todo caso, o fato é que a nos anos 70 a doutrinação de esquerda é parcial.
    3) ANOS 80 – Observa-se que o esquerdismo, mais ou menos mitigado, torna-se hegemônico nos cursos de pedagogia. O avanço da pós-graduação na área contribuiu para isso. A Universidade de Campinas (UNICAMP), particularmente devido ao trabalho desenvolvido por Dermeval Saviani, por exemplo, tornou-se um pólo irradiador do marxismo na educação. Uma observação interessante a fazer aqui é que o regime militar não censurou ideologicamente os cursos de ciências humanas no Brasil. O marxismo foi ensinado nos cursos de sociologia, história, pedagogia sem restrições. No caso da Universidade de Brasília, por exemplo, um dos raros livros marxistas inexistente na Biblioteca Central da universidade era o manual de guerrilha de Che Guevara. No mais, o acesso à literatura marxista era livre e os professores usaram e abusaram dessa liberdade. Foi nesse período, e no âmbito da pós-graduação, que surgiram algumas análises “críticas” do livro didático, destinadas a provar que tais livros estão eivados de “ideologia burguesa”. O exemplo mais consagrado dessa tendência foi “As belas mentiras”, de Maria de Lourdes Chagas Deiró Nosela (São Paulo, Cortez, 1979). Um exame mais imparcial dessa produção, contudo, mostra que um dos defeitos dessas críticas à ideologia do livro didático reside no caráter ad hoc das passagens escolhidas para provar a tese dos autores (confira-se Freitag, Bárbara et alli. “O livro didático em questão”, São Paulo, Cortez, 1997).
    4) ANOS 90 – No âmbito dos cursos de pedagogia, o esquerdismo se tornou aquilo de que ele acusa ideologicamente a direita, isto é, “pensamento único”. Decerto ainda encontramos autores de esquerda dizendo coisas do tipo “Os regimes políticos de direita nunca toleraram o ensino de filosofia e das ciências sociais” (Moacir Gadotti) sem serem fustigados pela lógica (afinal, essa tese da intolerância totalitária dos regimes de direita é enunciada à luz do dia nas universidades patrocinadas por esse suposto regime totalitário). De novo, aqui, contradições não atingem a esquerda, que forjou uma lógica dialética para consumo doméstico. Aparentemente, contudo, quando circulamos pelos corredores das faculdades de educação do país tem-se a impressão de que essa tese do pensamento único não tem pé nem cabeça. O “respeito à diversidade” é notável nos corredores. Há cartazes divulgando cursos e debates para todos os gostos: combate ao racismo, multiculturalismo, ecologia, iniciação ao xamamismo, bioética, movimentos sociais, etc… (procurando bem, talvez se possa encontrar até alguma coisa referente a didática e metodologias de ensino). Nada parecido, portanto, com algum tipo de “dualismo de poder” leninista-gramsciano. Ocorre que esse “olhar” é desatento. Duas coisas unem efetivamente a essa militância ideológica multifacetada: o relativismo epistemológico-axiológico e a pregação dogmática do igualitarismo”.

    13.“Já em meados dos anos 1980” – escreve o Prof. Luis Lopes Diniz Filho – “estava criada uma corrente de transmissão de idéias que se fecha em si mesma e que continua a funcionar nos dias atuais. Os egressos do ensino médio chegam à universidade com sua visão de mundo já formada dentro dos parâmetros do pensamento crítico, os quais são reafirmados e complementados pela graduação, na qual há limites bem estreitos para a pluralidade de pensamento. Uma vez devolvidos ao ensino fundamental e médio para trabalhar como professores das mais diversas disciplinas, o circuito se fecha e a corrente continua fluindo. Uma corrente muito difícil de quebrar. Portanto, o processo de doutrinação ideológica esquerdista que vem sendo denunciado no Brasil há alguns anos teve início no sistema de ensino há mais de duas décadas” .

    A NATUREZA ÉTICO-JURÍDICA DO PROBLEMA

    14.A justificativa-padrão utilizada pelos promotores da doutrinação ideológica nas escolas é a de que “não existe neutralidade”, já que “todo mundo tem um lado”. Para os professores e autores militantes, isto resolve o problema, pois, se não existe neutralidade, cada um que cuide de “puxar a sardinha” – isto é, o aluno indefeso – para a sua própria “brasa ideológica”.

    15.A dose de má-fé embutida nesse raciocínio é extraordinária. O fato de o conhecimento ser vulnerável à distorção ideológica – o que é uma realidade inegável sobretudo no campo das ciências sociais – deveria servir de alerta para que os educadores adotassem as precauções metodológicas necessárias para reduzir a margem de contaminação. Em vez disso, a militância o utiliza, cinicamente, como salvo-conduto para a doutrinação.

    16.Esses educadores aprenderam com seus mestres que assim deve ser, pois a dúvida que possa pairar sobre a moralidade dos meios utilizados se dissipa totalmente diante da “sublimidade” do fim perseguido, e esse fim não é outro senão a “construção de uma sociedade mais justa”. Nas palavras do professor José William Vesentini, um dos mais destacados representantes dessa corrente pedagógica, o ensino da Geografia “crítica” – e o mesmo vale para a História “crítica”, a Literatura “crítica”, a Educação Física “crítica”, etc. – “busca principalmente atuar no mundo, engajar-se nas lutas sociais, produzir enfim uma realidade mais justa” .

    17.Ora, a afirmação de que o ensino de uma simples disciplina escolar busca “engajar-se nas lutas sociais” e “produzir uma realidade mais justa” não faz nenhum sentido. Para ser compreendida, a frase do professor Vesentini precisa ser interpretada. Na verdade, o que pretendem os “despertadores de consciência crítica” é produzir no estudante a vontade de engajar-se nas lutas sociais e de atuar politicamente em favor daquilo que lhe é apresentado como sendo uma realidade mais justa.

    18.O objetivo, portanto, é, declaradamente, “fazer a cabeça” do estudante para que ele tenha determinado comportamento político. Nisso consiste a doutrinação político-ideológica nas escolas.

    19.Ou seja: esses professores e autores estão usando o magistério e a autoridade que lhes é conferida pela função que desempenham para promover o aliciamento político-ideológico e partidário de jovens inexperientes e imaturos. E o que é mais grave: sem o conhecimento e o consentimento deles ou de seus pais.

    20.Trata-se, a toda evidência, de um desrespeito à liberdade e à dignidade dos alunos. Não há como deixar de identificar na prática da doutrinação político-ideológica em sala de aula e nos livros didáticos uma forma da exploração a que alude o artigo 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente, ao dispor:

    Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

    21.Com efeito, numa de suas acepções, o substantivo “exploração” significa precisamente “abuso da boa-fé ou da situação especial de alguém” (Houaiss). Ora, a boa-fé de uma criança ou de um adolescente, no que se refere a questões políticas e ideológicas, pode ser presumida em razão da sua imaturidade, falta de conhecimento e inexperiência. É inquestionável, por outro lado, que o estudante, em sala de aula, se encontra numa situação especialíssima, pois, além de ser obrigado a escutar e aprender o conteúdo transmitido por seu professor, ele deve ser capaz de reproduzir esse conteúdo se quiser obter boas notas e ser aprovado. Intelectualmente, portanto, o aluno está submetido, literalmente, à autoridade do seu professor. E o que faz o professor militante? Abusa dessa boa-fé e dessa situação especialíssima para cooptar ideologicamente seus alunos, isto é, para produzir neles a vontade de engajar-se nas lutas sociais e de atuar politicamente em favor daquilo que lhes é apresentado como sendo uma realidade mais justa.

    22.Se “a criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento”, como estabelece o art. 15 da Lei 8.069/90, não se pode reconhecer a nenhum professor ou autor de livro didático o direito de atuar profissionalmente com o objetivo de “fazer a cabeça” de seus alunos ou leitores. O educador, sobretudo quando se dirige a indivíduos “em processo de desenvolvimento”, como diz a lei, tem obrigação moral e legal de fazer um esforço permanente e sincero para não permitir que suas inclinações, preferências, simpatias e antipatias o afastem do ideal de objetividade científica.

    23.Grande parte de nossos atuais educadores, todavia, não se sente moral ou juridicamente obrigada a fazer tal esforço. De tanto escutar e repetir que “a educação é um ato político”, sequer reconhece a ideologização como um mal a ser evitado. “Não existe neutralidade”, dizem eles; “todo mundo tem um lado”. Ao abandonarem a noção de objetividade científica, perderam também a de honestidade intelectual.

    24.A conduta desses profissionais repercute gravemente sobre a relação de consumo existente entre o estudante, na condição de consumidor de serviços educacionais, e o professor, na de preposto do fornecedor desses serviços. Visto que a maior parte do serviço contratado em benefício do aluno é prestado pessoalmente pelo professor, o conflito de interesses se manifesta claramente quando este se aproveita da ocasião oferecida pelo contrato para “fazer a cabeça” dos estudantes.

    25.O prejuízo material e moral que essa prática acarreta para o consumidor – um tipo especial de consumidor, pois estamos falando de jovens imaturos, inexperientes e submetidos à autoridade do próprio fornecedor – não pode ser subestimado. Basta pensar, por um lado, no tempo de aula desperdiçado com o noticiário político, o “blá-blá-blá” ideológico e a propaganda partidária, principalmente em períodos eleitorais – o que compromete o próprio objeto do serviço contratado –; e, por outro, na influência de longo-prazo exercida pelos professores militantes sobre a visão de mundo desses jovens. Bem sabem os doutrinadores que a reavaliação das idéias e convicções adquiridas durante a adolescência exige um investimento intelectual e emocional pesado demais para a maior parte das pessoas, de modo que a adesão a determinado credo ideológico, quando prestada durante essa fase crítica da vida, tende a prolongar-se por vários anos, até ser desmascarada pela realidade – num processo, muitas vezes, lento e doloroso – ou, simplesmente, apagada pelo esquecimento. Sem dúvida nenhuma, boa parte do sofrimento moral experimentado na passagem da adolescência para a vida adulta poderia ser poupado se não tivéssemos de nos desembaraçar dos preconceitos ideológicos que nos são transmitidos por nossos mestres ativistas. Ao fim e ao cabo, lamentamos: quanto tempo perdido! Quanta energia desperdiçada!

    26.Vê-se, portanto, que o problema da doutrinação político-ideológica nas escolas não se esgota – como querem os educadores comprometidos com essa concepção pedagógica – no campo da pedagogia ou da ciência do conhecimento. As implicações jurídicas são patentes e gravíssimas.

    LIBERDADE DE ENSINAR E DE APRENDER

    27.O artigo 206 da Constituição Federal estabelece que o ensino será ministrado com base no princípio da liberdade de ensinar e de aprender (inc. II).

    28.A doutrinação político-ideológica em sala de aula e nos livros didáticos constitui claro abuso da liberdade de ensinar; abuso que implica o cerceamento da correspondente liberdade de aprender, já que, numa de suas vertentes, essa liberdade compreende o direito do estudante de não ser doutrinado pelo professor – isto é, o direito de conhecer a realidade em todos os seus matizes e em toda a sua complexidade.

    29.Privados dessa visão abrangente da realidade, os estudantes se transformam em massa de manobra dos líderes cujo discurso aprenderam a admirar. Desse modo, o cerceamento da liberdade de aprender por meio da doutrinação ideológica tem como conseqüência o cerceamento da liberdade política do estudante.

    30.Não há dúvida, portanto, de que os professores e autores de livros didáticos estão obrigados a respeitar esse direito fundamental dos estudantes, por força de expressa disposição constitucional. É o que decorre, ademais, do art. 53, II, do Estatuto da Criança e do Adolescente:

    Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

    II – direito de ser respeitado por seus educadores;

    31.Pouco importa que a absoluta neutralidade ou a perfeita objetividade científicas sejam inatingíveis: sempre será possível para o professor ou autor fazer um esforço para alcançá-las, e a mera possibilidade de se fazer tal esforço é suficiente para torná-lo ética e juridicamente obrigatório.

    32.Partindo dessa compreensão do problema, o site http://www.escolasempartido.org, já mencionado, elaborou a seguinte relação de deveres do professor:

    1. O professor não abusará da inexperiência, da falta de conhecimento ou da imaturidade dos alunos, com o objetivo de cooptá-los para esta ou aquela corrente político-ideológica, nem adotará livros didáticos que tenham esse objetivo.
    2. O professor não favorecerá nem prejudicará os alunos em razão de suas convicções políticas, ideológicas, religiosas, ou da falta delas.
    3. O professor não fará propaganda político-partidária em sala de aula nem incitará seus alunos a participar de manifestações, atos públicos e passeatas.
    4. Ao tratar de questões políticas, sócio-culturais e econômicas, o professor apresentará aos alunos, de forma justa – isto é, com a mesma profundidade e seriedade –, as principais versões, teorias, opiniões e perspectivas concorrentes a respeito.
    5. O professor não criará em sala de aula uma atmosfera de intimidação, ostensiva ou sutil, capaz de desencorajar a manifestação de pontos de vista discordantes dos seus, nem permitirá que tal atmosfera seja criada pela ação de alunos sectários ou de outros professores.

    33.A observância desses deveres não só resolveria o grave problema da instrumentalização do conhecimento para fins político-ideológicos, como promoveria uma dramática elevação no nível de qualidade do ensino em nosso país. Infelizmente, porém, uma parte considerável dos atuais professores e autores de livros didáticos está convencida de que sua tarefa não é ajudar os estudantes a conhecer a realidade, mas ensinar-lhes a votar nos candidatos certos.

    COMO COMBATER A DOUTRINAÇÃO NAS ESCOLAS

    34.Sem uma profunda modificação da mentalidade hoje dominante nas universidades brasileiras – onde são formados os professores militantes –, o problema da doutrinação político-ideológica em sala de aula e nos livros didáticos não será solucionado.

    35.A sociedade brasileira, todavia, não está condenada a assistir passivamente a abusos como os exemplificados na relação anexa. Ao contrário, tem o dever legal de impedir que professores e autores militantes continuem a assediar ideologicamente crianças e adolescentes em processo de formação.

    36.Mas o que pode ser feito, afinal? Como coibir os abusos e assegurar o respeito à liberdade de aprender dos estudantes, sem pôr em risco a também indispensável liberdade de ensinar?

    37.Tendo em vista a circunstância de os abusos ocorrerem no recinto fechado das salas de aula – o que torna praticamente impossível a fiscalização por parte da direção das escolas e dos pais dos alunos –, ninguém melhor do que os próprios estudantes para lhes opor resistência.

    38.Mas há um problema: o estudante – por inexperiência, ingenuidade e falta de conhecimento – raramente se dá conta de que está sendo vítima de doutrinação ideológica; e, quando chega a perceber, não reage, ou por acreditar que isso é “normal”, ou por medo de sofrer retaliações.

    39.Por isso, a primeira coisa a fazer é educar e informar os estudantes quanto aos direitos compreendidos na liberdade de aprender. Afinal, não se exerce um direito que se ignora. E, conhecendo seu direito, muitos alunos se sentirão encorajados a defendê-lo. Não é por outra razão que o art. 4º, IV, do Código de Defesa do Consumidor estabelece, verbis:

    Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
    IV – educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;

    40.Ora, esse objetivo pode ser facilmente alcançado mediante a afixação de cartazes contendo a relação de deveres referida no item 32, em locais onde possam ser lidos por estudantes e professores.

    41.Na medida em que esses deveres sejam explicitados, os abusos da liberdade de ensinar certamente diminuirão. Ao serem lembrados publicamente dos limites éticos e jurídicos dessa liberdade, os professores tenderão a observá-los de forma espontânea. E, quando isto não acontecer, os alunos se sentirão legitimados e encorajados pelo cartaz a exercer os direitos compreendidos em sua liberdade de aprender.

    42.Tornar obrigatória a afixação desses cartazes é uma forma concreta de assegurar às crianças e aos adolescentes o “direito de ser respeitado por seus educadores”, a que se refere o inciso II do art. 53 do ECA.

    43.“Informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de comunicação” é, de resto, dever imposto ao Estado pelo Código de Defesa do Consumidor (art. 106). A afixação de cartazes contendo a relação de deveres do professor (não necessariamente aquela relação) tem precisamente essa finalidade: informar e conscientizar os estudantes brasileiros dos direitos compreendidos em sua liberdade de aprender, a fim de capacitá-los e de motivá-los a exercer a defesa desses direitos.

    CONCLUSÃO

    44.Não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo nas escolas brasileiras. Não podemos achar que tudo isto é normal. Não podemos ficar parados enquanto nossos jovens são manipulados ideologicamente por professores militantes. Não podemos negar a essas crianças e adolescentes os meios de que eles necessitam para defender a sua própria liberdade de aprender.

    45.Diante dos fatos e argumentos expostos, o(s) representante(s) requer(em) a Vossas Excelências a instauração de inquérito civil e, se necessário, o posterior ajuizamento de ação civil pública, objetivando a condenação das escolas públicas (por intermédio da Secretaria de Educação) e privadas desta cidade, que atuam no ensino fundamental e médio, e dos cursos pré-vestibulares a afixar, em local visível no interior de cada sala de aula, cartazes com a relação de deveres referida no item 32, ou equivalente.
    Termos em que pede(m) deferimento.
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    Ao menos pense nisso… sempre estamos passivos de estar errados… saudações…

  20. Me desculpe, Blue eyes, na resistência, mas sou de uma faixa etária que já saiu dessa fase. Não tenciono demonstrar qualquer arrogância com voce, mas acho que vivemos dentro de um sistema que por si só trabalha para aliciar, para lavar cerebros. Meu senso critico questiona isso, vindo de qualquer lados, de todas a frentes. Mas se voce pensa que trazer a opinião de outrem, ou mesmo a avaliação de um grupo, te faz livre para pensar, acredito que demonstras estar se iludindo. Todos os conceitos que voce vende percebe-se que comprou de alguem, talvez passado a você por gerações. Sei que muitos de nós ainda não se deram conta que estiveram sendo aliciados desde a tenra infancia, sequer pararam para pensar, repetem chavões, replicam preconceitos isso tudo por puro prazer, que os fazem culturalmente frágeis. Procuro pensar por mim, ainda assim claro que sou passivel de influências, afinal vivemos num mundo onde a Deusa midia procura fazer as nossas cabeças. Confesso, luto contra isso. E luto da seguinte forma, avaliando o passado, refletindo sobre ele, sobre o que nos prometeram e o que nos foi dado, e ai amigo, se me permite este estreitamento, os dirigentes do passado, e até recente e seus apoiadores, devem muito aos cidadadania brasileira, sob muitas formas, golpe constitucional, legado de miséria para a maioria num sistema de castas disfarçado, preconceito racial e social, dentre outros. E, enquanto me for permitido colocar este ponto de vista em espaços democraticos como esse o farei, mesmo que isso desperte em alguns, muitos, a obrigação de se verem refletidos nos espelhos de suas personalidades, baseados culturalmente em profunda hipocrisia.

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