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França: Suspeito foi morto por franco-atirador com tiro na cabeça

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Franco-argelino Mohamed Merah, suspeito de ataques contra militares e escola judaica, é morto por polícia após 32 horas de cerco.

O promotor antiterrorismo da França, Francois Molins, disse nesta quinta-feira que o suspeito por três ataques mortais na área de Toulouse, sudoeste francês, foi morto com um disparo na cabeça feito por um franco-atirador quando tentava fugir ao pular da janela de seu apartamento. (Veja cronologia dos ataques e do cerco a suspeito na França)

O franco-argelino Mohamed Merah foi morto depois de um tiroteio de cinco minutos. “Fizemos tudo o que pudemos para prendê-lo com vida”, disse Mollins, que também confirmou a informação de que ele gravou os três ataques. A autópsia no corpo será feita nesta tarde em Bordeaux.

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A morte foi o desfecho de um cerco policial e de uma negociação de 32 horas para capturar vivo Merah, 23 anos, suspeito de ataques contra militares e uma escola judaica e que alegou ter laços com a rede terrorista Al-Qaeda. Sete pessoas foram mortas na área de Toulouse em nove dias – três militares, um rabino e três crianças de uma escola judaica. De acordo com autoridades, Merah viajou para o Afeganistão e Paquistão para treinamento.

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Previamente, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse em um discurso televisionado que tudo havia sido feito para levar Merah à justiça, mas tomou-se a decisão de que mais vidas não poderiam ser postas em risco. “Tudo foi feito para levar o assassino à justiça, mas era inconcebível arriscar vidas… já houve muitas mortes”, afirmou após um encontro com seus ministros de Defesa, Justiça e de Relações Exteriores.

De acordo com o promotor, o atirador saiu de seu banheiro quando a polícia entrou no apartamento na manhã desta quinta-feira, disparando cerca de 30 vezes com uma Colt 45 e pulando a janela. Merah continou disparando até “ser atingido por um disparo da Raid (polícia de elite), que o matou com um tiro na cabeça”, contou.

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Ele também acrescentou que o suspeito, que usava uma colete à prova de bala sob uma túnica, tinha coquetéis molotov e um estoque de munição disponíveis e houve um forte confronto antes de sua morte. Cinco membros do esquadrão de polícia francês ficaram feridos, afirmou, acrescentando que a polícia foi orientada a apenas disparar em autodefesa. De acordo com o jornal Le Monde, durante o cerco Merah disse aos negociadores que usou dinheiro de roubos para comprar as armas.

O promotor Molins confirmou que o suspeito filmou todos os três ataques e alegou ter colocado as gravações na internet. A polícia assistiu aos vídeos. No primeiro assassinato de um paraquedista, em 11 de março, escuta-se Merah dizendo “Você matou meus irmãos; vou te matar“. Quando assassinou dois outros paraquedistas quatro dias mais tarde na cidade vizinha de Montauban, ouve-se ele gritar na gravação: “Allahu Akbar”, ou “Deus é grande!” em árabe.

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O Grupo de Inteligência SITE, que monitora mensagens de internet, informou nesta quinta-feira que um grupo jihadista menos conhecido reivindicou a responsabilidade pelos ataques na França. SITE disse que o Jund al-Khilafah (Soldados do Califado, em livre tradução), um grupo que também anunciou ser autor de ataques prévios no Afeganistão e Casaquistão, divulgou uma declaração afirmando que o “Yusuf da França” (referindo-se a Merah) liderou um ataque na segunda, dia dos disparos contra a escola judaica. Não há confirmação independente da alegação.

Ouça em vídeo barulhos de disparo durante invasão policial: 

O presidente Sarkozy disse que a investigação continua para verificar se o suspeito na série de ataques tinha algum cúmplice. De acordo com o promotor, Abdelkader, irmão de Merah preso na quarta-feira e que já havia sido relacionado a redes islâmicas iraquianas, ainda está sob custódia e sendo questionado sobre o caso. A mãe de Merah também está presa depois que seu computador tornou-se uma pista crucial para rastrear o suspeito. Molins também contou que a polícia conseguiu identificar o endereço de Merah na segunda-feira à noite e rastreou suas chamadas telefônicas.

Medidas antiterror

Em seu discurso na televisão, Sarkozy anunciou que franceses que visitam sites na internet que apoiam o terrorismo serão punidos por lei. “Aqueles que regularmente visitam ‘websites que apoiam o terrorismo ou conclamam o ódio ou a violência serão punidos perante a lei”, disse. O líder francês também prometeu reprimir aqueles que vão ao exterior com “os propósitos de doutrinação na ideologia terrorista”.

O presidente apelou para que os franceses não confundam terrorismo e islamismo. Os muçulmanos franceses “não têm nenhuma relação com a motivação maluca de um terrorista”, disse referindo-se aos 5 milhões de muçulmanos do país, a maior comunidade na Europa ocidental.

Foto: AP

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De acordo com a polícia, durante as horas de negociação na quarta-feira, Merah admitiu sentir orgulho dos sete assassinatos. Acredita-se que eles sejam os primeiros com inspiração radical islâmica na França desde os ataques do 11 de Setembro nos EUA.

*Com AP e BBC

Fonte: Último Segundo

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