Obsessão com câmbio esconde desafio à industria brasileira, diz 'FT'

 

A retórica do governo brasileiro sobre a chamada “guerra cambial” e as recentes medidas para tentar conter a valorização do real escondem a necessidade de se repensar a indústria nacional, segundo afirma artigo publicado nesta quarta-feira pelo diário econômico britânico Financial Times.

O artigo, assinado pelo correspondente do jornal em São Paulo, Joe Leahy, afirma que as dificuldades enfrentadas pela indústria nacional com um real forte não significam necessariamente o fim do crescimento econômico, mas o aparecimento de “um novo paradigma no Brasil – de crescimento sem indústria”.

“Para além da retórica da presidente Dilma Rousseff e de seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, estão as tendências estruturais de longo prazo que exigirão do Brasil fazer mais do que manipular a taxa de câmbio para garantir a sobrevivência da indústria no longo prazo”, afirma o jornal.

O artigo observa que a demanda chinesa por commodities e a expectativa do aumento das exportações de petróleo com a produção do pré-sal devem manter a pressão pela valorização do real, exigindo que a indústria brasileira melhore sua competitividade para poder sobreviver.

Transição dolorosa

“O Brasil não é o primeiro país a enfrentar esses desafios. Outros países ricos em commodities, como a Austrália, tiveram que abandonar indústrias não competitivas e se mover para economias mais baseadas em serviços”, afirma o FT.

O artigo observa, porém, que uma transição desse tipo será dolorosa. “Como um país em desenvolvimento e a sexta maior economia do mundo, o Brasil precisa de indústrias competitivas para dar trabalho para milhões de trabalhadores com pouca ou nenhuma qualificação”, diz.

Para o jornal, a dificuldade política de uma decisão nesse sentido leva o governo a optar pelo protecionismo, principalmente no setor automotivo, no qual vem aumentando as tarifas para importações.

“Mas apesar de essa transformação ser difícil, é o que o Brasil terá que fazer. O país terá que enfrentar seus velhos demônios – um setor público inchado e pouco produtivo, baixos investimentos e poupança e sistemas de educação fracos”, afirma o artigo.

“A retórica em Brasília não deveria ser tanto sobre a guerra cambial, mas sobre as guerras de produtividade. Somente por meio de uma melhor eficiência que o Brasil poderá realizar seu sonho de ser uma potência industrial”, conclui o jornal.

Fonte: BBC  Brasil

14 Comentários

  1. Ao conversar com Peter um ingles erradicado na Australia, o mesmo se mostrou surpreso pela nossa resistencia a desindustrialização do Brasil pois por lá já não mais se discute esse tema o pais dos cangurus se renderam – sua economia esta sustentada por venda de matéria prima como ferro e produtos agricolas como carne e serviços (turismo…)
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    É o que sugeri o FT para o Brasil.
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    O que a matéria não toca é na questão da industria de alta tecnologia.
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    Lembrando que mesmo não sendo a primeira vista a agricultura um setor
    estratégico, tanto a Europa e Estados Unidos e Japão em nenhum momento deixou se subsidia-lá e mantiveram-se auto suficientes e vendendo excedentes ao mundo competindo com paises pobres que tinham com esse sua única alternativa.
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    É bom lembrar do México que nesses anos todos foi incapaz de investir em tecnologia na propecção de petroleo em aguas profundas, incapaz de criar uma industria voltada a produção de equipamentos de prospecção,
    e agora se ve na dependencia do EUA e Brasil para reacender sua produção de petroleo em decadencia.
    Saudações

  2. Rússia visa segundo caça de quinta geração

    Publicado em 14/03/2012 por Fernando Valduga em Militar

    Atualmente o único caça de quinta geração da Rússia é o PAK FA T-50 em desenvolvimento pela Sukhoi OKB.

    A imprensa e especialistas militares russos estão acaloradamente discutindo um segundo projeto de caças de quinta geração que podem ser integrados a Força Aérea da Rússia. Um forte argumento a favor deste projeto de backup é a competição, apesar de tal duplicação de esforço nem sempre ser uma coisa boa.

    A proposta de desenvolver um segundo projeto do caça de quinta geração foi feita pelo Vice-Primeiro-Ministro russo, Dmitry Rogozin, que foi recentemente colocado à frente da indústria de defesa da Rússia. Ele expressou primeiramente a idéia de desenvolver um segundo caça de quinta geração em fevereiro de 2012. Desde então, o próprio ministério não disse ter apoiado ou descartado a ideia. Alguns especialistas acreditam que o projeto poderia ser atribuído ao escritório de design Mikoyan, o único outro departamento na Rússia capaz de enfrentar essa tarefa, em paralelo com a Sukhoi, que já está desenvolvendo a aeronave T-50 PAK FA.

    Segundo o Rogozin, a concorrência fala claramente em favor desta iniciativa. Dirigindo-se ao Conselho da Federação, a câmara superior do Parlamento russo, o vice-primeiro-ministro salientou que a força aérea russa deve ter não um, mas dois tipos de caças táticos. A aeronave PAK FA está sendo preparada para entrar em serviço até 2016.

    Historicamente, a força aérea russa sempre teve pelo menos dois tipos de caças táticos na sua frota que, basicamente, foram fabricados para serem suplementares ao invés de competidores. O dueto existente MiG-29/Su-27 serve como um bom exemplo. O Su-27 tem um alcance maior de combate e está equipado com equipamentos mais modernos, enquanto que o MiG-29 é mais leve, menos dispendioso para manter e está melhor adaptado para ser implantado em combate.

    A crônica falta de financiamento, que os militares russos enfrentaram em 1990, obrigou que fossem colocados todos seus ovos numa cesta, e fosse escolhido apenas um avião de caça como a sua “futura aeronave tática”. A escolha recaiu sobre o Su-27, favorecido por um maior espectro de capacidades de combate e melhor desempenho de vôo em relação ao caça MiG-29. Este status quo está aqui para ficar, já que o testado jato T-50 pertence aos chamados “caças pesados”.

    O nicho potencial para um segundo caça de quinta geração foi assim determinado. Tem que ser uma aeronave mais leve, mais barata e mais simples, em comparação com o jato mais ‘avançado’ T-50. “Um avião leve só faria sentido se as suas características forem levadas para mais próximas do jato de caça mais pesado T-50. Primeiro de tudo, nós estamos falando sobre os motores”, disse o comentarista militar russo Konstantin Bogdanov. “Se eles desenvolveram uma aeronave que fosse alimentado por um motor 117, “um único ou um segundo estágio do motor T-50, esse jato seria de interesse tanto para a força aérea russa como para o mercado externo. No entanto, no mercado externo, ele teria que competir com o F-35, que ocupa os melhores nichos no momento em que o nossa caça leve entrar no mercado.”

    Segundo Bogdanov, um avião leve de ponta pode atrair a atenção dos militares. “Desde que a Força Aérea russa não mostrou a intenção de adquirir jatos MiG-35, eles poderiam estar potencialmente interessados ??em substituir a frota de MiG-29 com novos caças.”

    Ainda assim, Andrei Fomin, Editor-Chefe da revista de aviação “Vzlyot” (“Decolagem”), duvida do potencial de tais aeronaves. “Tanto quanto posso julgar, o Estado russo aprovou o Programa de Armamento e não prevê um segundo projeto de caça de quinta geração, além do T-50. O fato do Ministério da Defesa ter que desembolsar para a conclusão e o lançamento dos caças T-50, bem como a produção em massa de toda uma série de outros tipos de hardware, supera as chances de ter um segundo projeto. Esta aeronave pode, talvez, ser cumprida no âmbito da cooperação internacional, se a Rússia puder atrair um ou mais investidores estrangeiros.”

    Em poucas palavras, um projeto de caça leve apenas vale a pena se ele for levado tão perto quanto possível do T-50. Nesse caso, o novo caça será atribuído ao escritório de projetos da Sukhoi, que vai deixar novamente a Mikoyan na espera. Ainda assim, há uma clara demanda por esse tipo de aeronave e foi trazida para discussão. Só o tempo dirá o que pode acontecer com ele.

  3. É que a mentalidade de qualquer brasileiro trabalhando em indústria e suas administrações vive no tempo de massivas produções com grandiosas vendas e negócios com margens de lucros baixíssimas.
    Em meu trabalho é assim, uma acessoria que da maior enfase a produção de seus funcionários, ao invés de mirar nos ganhos reais que faríamos.
    O melhor molde indústrial que já vi até hoje é o da Red Bull, a produção deles não é tão grande como a da Coca Cola mas o seu lucro é muuiito maior.
    Dilma e Mantega estão até me espantando desse geito em não perceber a real realção entre produção industrial e ganhos reais.

  4. Quanta asneira junta em um único “post”, até parece que o Brasil ainda acredita em papai noel.
    Em minha Pátria utópica, um jornalista imbecil destes, deveria ser enforcado em praça pública, motivo: Alta traição e sabotagem.

  5. Não vamos passar por transformação nenhuma, nossa industria vai bombar muito em breve e vamos surpreender esses platadores de idéias falsas, vai contar historia pra boi dormir lá na Australia escravinha da Inglaterra

  6. Além da guerra cambial, existem problemas internos que impedem o crescimento da indústria no Brasil que é o chamado Custo-Brasil:

    1) Custo do Capital (taxas internas de juros que inviabilizam empréstimos de longo prazo, e os de curto prazo podem matar a empresa só com o pagamento dos juros)
    2) Burocracia (dezenas de impostos e taxas e outros controles que dificultam a vida das empresas, fazendo qualquer coisa um processo lento e doloroso)
    3) Estrutura (Rodovias, portos, estradas) que tornam o frete por aqui muito mais caro do que em outros países.

    E além do Custo-Brasil, existe o “Custo-China” que é praticamente impossível de se competir e vem matando as empresas brasileiras por essa concorrência se não desleal, injusta, onde nesse país, muitos dos “Custo-Brasil” não existe lá.

    []’s

  7. O MAL DAS TETAS

    Fico imaginando aqui o Financial TimeFT dando as suas estupendas sugestões à combalida coroa britânica (Grã-Betânia), essa sim necessita mais do que nunca os palpiteiros de carteirinhas de plantão. _Rsrsrs…..

    Más o editorial fora bem preciso na suas críticas políticas, afinal é o Financial TIMES_FT. Heheheh……

    O Brasil tem que mudar Drasticamente a sua política desenvolvimentista e investir na EDUCAÇÃO e C&T.

    O problema como sempre é a corporação partidária, a politicagem, basta observar o que mais preocupam os partidos que apóiam e criticam o governo…. cargos e ministério,ou seja,quem tem mais acesso “as tetas da porca federal”.

  8. Artigo muito ambiguo… mistura os fatos para vender o peixe. O Brasil é GRANDE e desfazer de industrias é burrice. Agora a questão da educação é sim algo que precisa avançar.

  9. Infelizmente para gente que pensa como Herber Bispo, os money bags, gente com muito dinheiro, que procuram paisaes para investirem, a curto ou longo prazo, procuram o Financial Times e o Economist para se informarem. Inglaterra se desindustrializou a muito tempo, o processo ocorreu quando Margareth Thatcher era a primeiro ministro. Razao? Mao de obra cara, muito impostos para manter o pais limpo, rios pescaveis, classe media e operaria com alto padrao de vida. Tudo isso fez as industrias inglesas muito cara em comparacao com produtos similares produzido na epoca no Japao. Corea do Sul, etc. A classe capitalista inglesa ouviram os conselhos do Financial Times muito bem. Transferiram seu capital para India e China. Nos meus tempos de colegio, lia-se que paises subdesenvolvidos eram aqueles que nao possuia uma base industrial desenvolvida, dependia da monocultura e exportacao de minerais. Agora parece-me que esses paises que no passado eram considerado subdesenvolvidos, terceiro mundo, periferia etc, sao considerado potencia economica. Estou ficando velho, e estou achando dificil entender essas coisas.

  10. Se o FT critica nossa política cambial é porque ela está certa! É evidente que não interessa, para os americanos e europeus, um BRASIL industrializado. Basta também lembrarmos que na década de 80 o Brasil seguiu as orientações do FMI e nós só nos endividamos mais. Graças a política econômica, adotada pelo ex-presidente LULA, de aumentar a distribuição de renda, medida que, robusteceu o mercado interno, e, junto com as exportações para a China , África e países árabes, passamos de devedores a credores do FMI.

  11. O Brasil devia derrubar toda a Amazônia para aumentar o efeito estufa, consequentemente descongelar nossas polos norte e sul, o que aumentaria o nível de nossos oceanos e assim acabar com aquela ilhota ridícula chamada Inglaterra, queria ver a industria inglesa flutuar junto com a monarquia.rsrsrsrrsr

  12. Sucupira disse:
    15/03/2012 às 00:06

    Não vamos passar por transformação nenhuma, nossa industria vai bombar muito em breve e vamos surpreender esses platadores de idéias falsas, vai contar historia pra boi dormir lá na Australia escravinha da Inglaterra. ====================Torço p q n (des)indutrialização seja uma falácia, até pq, se estourar a guerra contra o Irã , td irá p o espaço, eu digo td mesmo..sds.

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