Parlamento egípcio sobe o tom de voz contra Israel

Sugestão: Cloves Pessoa

A Assembleia do Povo (câmara baixa) do Parlamento egípcio pediu nesta segunda-feira que o governo de seu país “revise todas suas relações e convênios” com Israel, classificado como o “inimigo número um” do Egito e do mundo árabe.

Numa sessão celebrada hoje [12], os parlamentares aprovaram uma dura resolução elaborada pela comissão de Assuntos Árabes que também determina a expulsão do embaixador israelense no Cairo e a retirada da delegação egípcia em Israel.

Apesar da moção parlamentar, a Junta Militar que está no poder no país mantém a autoridade sobre a política externa e assegurou por várias vezes que não irá reexaminar os tratados internacionais.
O documento, que nunca se refere a Israel por seu nome mas sim como “entidade sionista”, contém oito pontos que indicam uma forte mudança de rumo na posição do Egito em relação ao conflito no Oriente Médio. O Parlamento do país é composto por uma ampla maioria de partidos islâmicos.
“O Egito da revolução nunca será amigo, sócio e aliado da entidade sionista, que consideramos como o inimigo número um do Egito”, afirma o texto.
A resolução parlamentar exige que o executivo “revise todas suas relações e convênios com este inimigo, que representa uma ameaça verdadeira para a segurança e os interesses nacionais egípcios”, e pede também o país deixe de exportar gás para Israel.
Os deputados também exigem que o Egito modifique sua política nuclear enquanto Israel não aceitar assinar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
O Parlamento egípcio, constituído em janeiro nas primeiras eleições democráticas após a renúncia do presidente Hosni Mubarak, reivindica que os Estados Unidos e a comunidade internacional atuem diante do perigo nuclear israelense da mesma maneira como fizeram com o “suposto perigo nuclear iraniano”.
O texto também ataca os EUA: “a entidade sionista é a outra face e a extensão natural e histórica dos Estados Unidos como projeto, valores e princípios históricos”.
O motivo apontado pelos deputados para aprovar a resolução são os recentes bombardeios do exército israelense sobre Gaza, que já causaram a morte de 23 pessoas e deixaram mais de 70 feridos.
“Estes crimes brutais procedem em primeiro lugar da natureza hostil da entidade colonialista, que retirou um povo de sua terra para estabelecer seu estado racista”, afirmam os deputados.
Os parlamentares condenam “a política anterior do Egito, que se baseava apenas na condenação das políticas hostis israelenses”, e afirmam que chegou o momento de passar das palavras para os fatos.

Fonte: VEJA

32 Comentários

  1. Eis a primeira prestação do plano primavera árabe!

    Se o Assad cair e a Irmandade assumir a paz de Israel acaba assim como a da liga árabe.

  2. Os radicais islâmicos, que usurparam a revolução daqueles que marcaram presença na praça Tahir, estão cavando a sua sepultura. Estão radicalizando cada vez mais, dando as justificativas para um futuro golpe de estado por parte dos militares

  3. O texto torna desnudo apenas, o que se passa na alma árabe. E não se pode dizer, que não haja verdade nelas.

    Quem conhece a história, sabe.

  4. De todos que votaram, é óbvio que a maioria só esperava uma ação dessa para externar seu ódio, a minoria é que está cansada de ver os crimes de da “entidade sionista”, porém, o Egito será o terror da dita entidade nos próximos tempos, o fiel da balança, um país o qual as forças hipócritas dos EUA e Europa não pode agir contra, afinal, estão rumando para a democracia.
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    Mas veja bem a situação confortável da entidade:
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    Único rato meio a gatos
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    Crescente ojeriza no seio popular (árabes), deixou de ser só política
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    Parceiros que historicamente o defende enfraquecendo-se
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    Desaprovação pública internacional aumentado
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    Não possui grande população nem recursos naturais (até água tem de roubar)
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    Extremamente dependente da ajuda de seus protetores
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    O Egito como fiel da balança aproveita a oportunidade para uns trazerem luz a verdade e outros expressarem seu disfarçado ódio, Irã adora e aguarda o momento certo (enquanto aumento seu círculo), Síria segue o Irã, Turquia não vai ficar por menos e perder a chance de fazer política para o mundo árabe, lembrando Ahmadinejad, as páginas do tempo vão folheando-se muito rápido para o sionismo e seus impressos sumindo.

  5. Eu só estou vendo aos poucos ISRAEL sendo deixado de fora com as relações entre alguns países da liga árabe, a Arábia Saudita doada pelos ingleses a familia Saudd querem sempre ficar neutros nisso, pois precisam do aval dos EUA pra tudo, se o resto se voltar contra Israel o bicho vai pegar e o povo vai sofrer… Eles se acham demais nem parece que vivem no oriente médio, tão se achando americanos da mesma forma que os Argentinos se acham europeus morando na América do Sul !

  6. o cerco a israel esta se fechando, se a irmandae muçumana dominar tambem a siria, uma guerra total no oriente medio e so questão de tempo

  7. Os “experts”de geopolítica que aqui já opinaram, com suas “avaliações” tendenciosas antiisrael e pró-regime fascista iraniano, já imaginando uma suposta “Santa aliança dos povos árabes e persa contra a entidade sionista”, de tanto ficarem consumindo informação filtrada pelo PIA – Partido da Imprensa Ame$trada e pelos JEGs – Jornalistas da Esgotosfera Governista, terminam por comenter erros grosseiros. Embora o Parlamento Egípcio esteja infestado de islamitas infectos, não creio que estes consigam levar adiante seus planos tendo em vista que o modelo egípcio caminha para se tornar igual ao turco ou seja, as forças armadas servirão como guardiãs do Estado Laico impedindo que o Egito rume na direção de ser uma teocracia medieval e fascista como a iraniana.

  8. UM TEXTO PARA COMPLEMENTAR.

    Trechos do original

    *********************************

    AS REVOLUÇÕES ÁRABES,UM ANO DEPOIS

    A despolitização tem sido fundamental para a ascensão do islamismo político.

    Esta despolitização não é, evidentemente, específica do Egito nasserista.

    Ela tem sido a prática dominante em todas as experiências nacionais populares do primeiro despertar do Sul, e até mesmo nos socialismos históricos, uma vez terminda a a primeira fase de fervor revolucionário.

    O denominador comum tem sido a supressão da prática democrática, que não reduzo a eleições multipartidárias.

    (*)POR:Samir Amin,é diretor do Fórum do Terceiro Mundo.

    ___________

    (*)_ Que se pode então imaginar se este Islã político assume o poder no Egito ou em outro lugar?

    (**)_”(…)Invadem-nos os discursos tranquilizantes , de uma ingenuidade incrível, sincera ou falsa. Alguns dizem:

    _ “Era inevitável, as nossas sociedades estão impregnadas pelo Islã, tentamos ignorá-lo e ele impôs-se.”

    Como se o sucesso do Islã político não se devesse à despolitização e à degradação social que se quer ignorar. “Isto não é tão perigoso, o sucesso é efêmero e o fracasso do poder exercido pelo Islã político levará a que a opinião pública se afaste dele.”

    Como se a Irmandade Muçulmana aderisse ao princípio do respeito dos princípios democráticos! Como em Washington parecem acreditar as “opiniões” feitos pelos meios de comunicação dominantes, e a corte de “intelectuais” árabes, por oportunismo ou falta de lucidez.(…)
    ___________________________

    (*)Fonte:cartamaior

    http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19745

  9. A única saída para os Judeus… é aceitar um estado Palestino livre e independente… 99% dos seus problemas acabariam… Fato !!! sds.

  10. Sempre achei que o único naquela região com chances reais de marchar sobre Tel Aviv seria o Egito. Vou falar na boa, não duvido que haja uma guerra total naquela região, ainda mais com o Assad doido pra tirar o foco da comunidade internacional em sua revolta.

    E não dá pra subestimar o Egito, a força aérea deles tem vários kills contra Israel e massacraram os mirages Líbios num certo conflito. Já planejaram operações à nível da operação Badr, que é estudada até hoje nas academias militares.

    E o pior, a ditadura fantoche pró-EUA já saiu, esse egito pós primavera árabe é outro.

  11. E pra complementar, os caras tem mais de 200 F-16 e mais de 1000 Abrams somado a um mesmo número de M-60 modernizados, fora outros tanques. Nada mal né.

  12. Na minha Opinião isso é trágico se Israel for atacada por todos os lados pelos árabes e eles os israelenses se virem próximo de um novo holocausto eles com certeza vão deixar aquela região inabitável por ums 500 anos ou seja vão lançar BOMBA NUCLEAR em cima de todo mundo ali !!

    Eu acho que eles pensão assim (pra um leproso uma ferida a mais ou a menos não vai fazer diferença nenhuma)

    Mais os especialistas são vocês sou fã do MENINO MALUQUINHO esse sim fala pra elite e pro povão VAMOS VER O QUE ELE NOS DIS A RESPEITO.

    Falaaa Mestre !!

  13. Camarada Falken

    Um país que lutou virtualmente sozinho durante metade do século passado contra praticamente todos os vizinhos e ainda hoje permanece de pé, está muito longe de ser cordeiro…

  14. Camaradas, em tempo:

    É extremamente improvavel que o Egito se levante contra Israel. Os egipcios, mais do que ninguém, sabem a força que Israel possui. O máximo que pode ocorrer é um resfriamento das relações, se muito.

    Até por que, uma guerra na região rapidamente levaria a uma escalada de pressões internacionais para frea-la e, no pior caso, a uma intervenção por parte do ocidente que paralisaria todos os beligerantes.

    Por tanto, é mais fácil prevalecer a sensatez…

  15. A matéria reflete muito bem o sentimento árabe e do resto do mundo contra o estado sionista terrorista, a questão de uma nova união dos arabes contra Israel é somente de tempo, quando estiverem armados e capazes de enfrentar uma coalizão EUA/Israel eles o farão. Diferente da guerra dos seis dias em que Israel atacou primeiro, ganhando o fator surpresa e chegando a destruir toda a força aérea do egito em terra, essa nova guerra não terá elemento surpresa, hoje aquele espaço aéreo é o mais vigiado do mundo. Irã , siria, egito, turquia e outros sabem quando qualquer caça decola de israel, talvez a dissuasão nuclear israelense seja hoje o unico impedimento, e daí o desespero judeu com o programa nuclear iraniano, pois significará o extermínio judeu se eles desencadearem um ataque nuclear contra um país arabe.

  16. Todos que têm o mínimo conhecimento de história sabe que Israel tomou território de quase todos os países vizinhos (Egito, Jordânia, etc.), vide Guerra dos 6 Dias e etc.)… É o tal da ação e reação: um dia as coisas têm volta…
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    E quanto aos que dizem que aqui é cheio de radical pró-árabes, e fácil ver pelos comentários acima que os radicais pró-israel também são bem numerosos…

  17. Para quem dizia que os EUA e Israel estavam por trás da “Primavera Árabe” aí está a resposta. O movimento é popular, pode ter alguma interferência de uma ou outra entidade, mas o grande poder atrás desse imenso movimento é o povo.

    Não querendo me gabar, mas minhas análises estavam corretas, com a queda dos governantes covardes “e ou” fantoche, os países árabes democráticos vão expressar suas verdadeiras opiniões sobre Israel e os EUA. Não acredito em guerra, apenas no congelamento das relações.

    Ao meu ver Israel e os EUA merecem esse tratamento. E chamar os países árabes de “fanáticos religiosos” é verdade e até justo de se lembrado, mas isso não justifica os crimes cometidos por Israel e seu parceiro EUA. Essa dupla esteve no controle de ditadores sanguinários que “escravizaram” os países árabes enquanto assistiam seu próprio povo se esmagado pelo seus mestres.
    De uma forma ou de outra agora a conta vai vim e Israel vai pagar pelos seus crimes, e essa “forma” pode não ser exatamente uma guerra e sim seu total isolamento o que pode prejudicar de forma fatal sua economia.
    Esse processo deve e vai demorar, mas com o passar dos anos Israel ficará cada dia mais isolado disso não me resta muita dúvida…
    sds

  18. No final todos sabem que com a guerra ninguém sai ganhando, principalmente aqueles que já perderam outras. Judeus e árabes vivem naquela região a milhares de anos, já lutaram várias guerras e já deveriam saber disso.

  19. Resposta a RR: caro colega, não estás levando em consideração o fato de europa e EUA estarem em crise das grandes. Se continuar neste pé, americanos e europeus estarão tão saturados de problema que uma guerra total no oriente seria o menor de seus males. Apostariam que,d e uma vez por todas, o sonho arabe-muculmano de matar os judeus e exterminá-los daquela região finalmente se cumpra e tanto eurpeus quanto arabes finalmente se vejam livres deste eterno problema.

  20. Como se observa com precisão, a notícia foi suficiente para deixar em polvorosa as tietes anti-israel, sejam elas da extrema direita, sejam elas da extrema esquerda o que prova que entre estes extremos não existe diferença alguma. São irmãos siameses, faces de uma mesma moeda. Mais engraçado ainda é ver estes dublês de analistas de geopolítica querendo prever o dia e a hora que a coalizão divina de países árabes, os persas mais os turcos irão destruir Israel. Risível…

  21. La mitad de los israelíes no quiere atacar a Irán
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    Publicado: 15 mar 2012 | 01:04 MSK
    Última actualización: 15 mar 2012 | 02:37 MSK
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    Según un reciente sondeo, la mitad de los encuestados israelíes cree que Israel no debe atacar los reactores nucleares de Irán.
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    La investigación, realizada por el Instituto Dahaf Survey para el canal de televisión The Knesset Channel, reveló que el 50% no quiere un ataque israelí contra Irán, incluso si fracasan los intentos de resolver el problema con métodos diplomáticos.
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    El 43% de los encuestados, a su vez, apoya un golpe militar contra Teherán en el caso de que fracase la vía diplomática. Dicha investigación demostró que el 78% de los israelíes considera que un ataque militar atrasaría unos años la creación de armas nucleares en Irán, y solo el 16% cree que un duro golpe contra Teherán resolvería el problema por completo.
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    Cabe precisar que la mayoría de los estadounidenses también se opone a una agresión militar de su país contra Irán. Según reveló el sondeo de la organización World Public Opinion, realizado junto con el Instituto de Maryland, el 69% de los estadounidenses cree que EE. UU. debe limitarse a una presión diplomática contra los iraníes…

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    Liga Árabe vuelve a condenar al régimen israelí
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    El secretario general de la Liga Árabe, Nabil al-Arabi, volvió a condenar el miércoles el bloqueo y las recientes incursiones violentas realizadas por el régimen israelí contra la Franja de Gaza, como consecuencia de las cuales al menos 43 palestinos han muerto y 100 han resultado heridos.
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    “Mi opinión es clara y lo repetiré siempre: el bloqueo a Gaza es ilegítimo e ilegal, por lo que debe ser levantado inmediatamente”, señaló ante la prensa en la sede del organismo árabe en Egipto.
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    Igualmente, expresó su preocupación por el hecho de que el régimen de Tel Aviv vuelva a atacar a la población de esta zona asediada.
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    El último ataque perpetrado por el ejército israelí contra Gaza provocó una ola de condenas internacionales contra el régimen de Tel Aviv.
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    No se trata del peor ataque israelí contra esta zona, con 1,7 millones de habitantes; en la incursión israelí que duró 22 días contra dicha región a finales de 2008 y a principios de 2009, murieron más de 1.400 palestinos, entre ellos mujeres y niños.
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    El régimen de Tel Aviv mantiene asediada la Franja de Gaza desde el año 2007, es decir, cuando el Movimiento de Resistencia Islámica Palestina (HAMAS) se alzó con la victoria en las elecciones y formó su gobierno en la franja.
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    aha/aa/msf

  22. No meu ponto de vista, a criação do estado de Israel, enquanto entidade judaica, como estado religioso judaico, foi o estopim para todo tipo de retrocesso religioso medieval, ao mesmo tempo obstruindo o surgimento de repúblicas laicas com seu exemplo e estimulando o surgimento das chamadas repúblicas islâmicas na região.
    Fundamentalismo atrai fundamentialismo…

    Fora isto, ocuparam um território habitado ancestralmente por palestinos e depois cristãos, bem como alguns judeus remanescente, onde todos viviam em relativa harmonia.

    E para completar, baseados no mesmo tipo de fundamentalismo religioso, creem ser os donos legitimos daquele pedaço de terra, onde há 2000 mil anos, uma outro povo que praticava o judaismo viveu. Pelo simples fato de serem da mesma religião daquele povo judeu antigo, embora de fato etnicamente, hoje já sejam outro povo.
    Se existirem descendentes destes judeus antigos, estes são os palestinos, a população nativa palestina, legitima descendente dos judeus primitivos, que com o tempo simplesmente foram absorvidos pelo Islã.

    Más já está feito. e atualmente a existencia do estado de Israel é um fato, que deve continuar a existir, porérm para isto, deve aprender primeiro a “COEXISTIR”!
    Porque sem aprender a arte da coexistencia, o estado de Israel não perdurará…

    Jerusalem:

    “Salem (Shalem literalmente “completo” ou “em harmonia”), isto aparece no livro de Gênesis. O prefixo Yeru (derivado de Yireh, o nome que Abraão deu ao Monte do Templo) produzindo Yeru-Shalem, significando a “cidade de Shalem,” ou “fundada por Shalem.” Shalem significa “completo” ou “sem defeito, em harmonia…” (wikipédia)

    Ao contrário do que acreditam os ignorantes fanáticos, sejam judeus,cristãos ou muçulmanos, onde cada uma crê que jerusalem deve ser “pura” com somente judeus, ou cristãos , ou muçulmanos! É justamente o contrário! Jerusalen só alcançara o estado de “Completa” , “Plena” ou “Pura”, quando estas três religiões lá conviverem em harmonia.
    Díficil einh?…se tornará um dia, Jerusalén completa?

  23. Más os “santos” , seja entre judeus, islamitas ou cristãos, sempre foram muito poucos.
    Poder e dominação são projetos muito mais comuns e caros aos que influenciam os rumos das 3 grandes religiões originárias do oriente médio.

    E os Islãmicos fundamentalistas também “só pensa naquilo”, dominar o mundo…
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    quarta-feira, 14 de março de 2012
    “Hizb-ut-Tahrir” (Partido da Liberdade): outra face do Islã

    12/3/2012, Emmanuel Karagiannis (entrevista a Yekaterina Kudashkina, Voice of Russia)
    “Hizb-ut-Tahrir: the new face of Islam”

    Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

    Emmanuel Karagiannis é professor do Departamento de Estudos Eslavos, dos Bálcãs e Orientais da Universidade de Macedônia, Tessalônica, Grécia [1].

    Hizb-ut-Tahrir: the new face of Islam

    Yekaterina Kudashkina

    12.03.2012, 14:58

    Source: Voice of Russia.

    Emmanuel Karagiannis
    Voice of Russia: Tendo em mente que os desdobramentos da Primavera Árabe de algum modo trouxeram os árabes para o centro da paisagem política, se se considera a Primavera Árabe é uma coisa; mas se se consideram outras organizações islâmicas que operam na Ásia Central, as coisas mudam. Uma das organizações que operam nessas regiões é o Hizb-ut-Tahrir – que é ator muito importante, mas praticamente desconhecido do grande público. Que tipo de organização é? Pode-se dizer que é uma rede internacional?

    Karagiannis: O movimento Hizb-ut-Tahrir, “Partido da Liberdade”, é movimento transnacional que atualmente tem encontrado muito apoio entre jovens muçulmanos na Ásia Central, na Europa Oriental, no Oriente Médio, na Austrália e até nos EUA. Em minha opinião é um desafio difícil tanto para governos ocidentais como para governos muçulmanos, porque o Partido prega a unificação de todos os países muçulmanos num único Califato, mas, simultaneamente, tem rejeitado, até agora, a luta armada como instrumento político de mudança. E não se sabe muito sobre a organização, que é muito fechada. Pode-se no máximo especular sobre o tamanho do movimento. A única coisa que sei com certeza é que é movimento fortemente transnacional.

    Voice of Russia: Mas quais são seus métodos? O senhor disse que não prega a violência como método. Como trabalham para expandir-se e fixar-se?

    Karagiannis: O programa que o Hizb-ut-Tahrir já mostrou prevê três fases de ação, modelado pelos três estágios da experiência do Profeta Maomé, quando tentou estabelecer o estado islâmico. O primeiro estágio implica recrutar membros; o grupo tem feito isso de vários modos; por exemplo, distribuem panfletos em mesquitas e bazares, ou tentam recrutar pessoas em universidades. O primeiro estágio, portanto, é de recrutamento. O segundo estágio, basicamente, é convocar a sociedade a abraçar o Islã, em outras palavras, islamizar a sociedade; é o que está fazendo atualmente, em certo sentido: está tentando divulgar suas crenças, sua ideologia. E o terceiro estágio, que implica tomar o poder e fazer o Islã conhecido fora das áreas de grandes populações já muçulmanas.

    Esse terceiro estágio ainda soa vago aos especialistas, quero dizer, sabe-se pouco, porque eles falam pouco sobre isso. Parece que talvez pensem em algum tipo de tomada revolucionária, com várias ações civis – manifestações, comícios. Esse parece ser o cenário no qual o Hizb-ut-Tahrir conta com tomar o poder político e estabelecer um estado islâmico.

    Voice of Russia: Que tipo de Islã pregam?

    Karagiannis: Hizb-ut-Tahrir apresenta-se como grupo islâmico não sectário, embora sejam, de fé, marcadamente sunitas; quase todos os líderes têm origem palestina. Não rejeitam, evidentemente, os xiitas, como membros, mas é bem claro que o grupo tem orientação sunita. Não recrutam muçulmanos de confissões religiosas minoritárias, como ahmadia ou druzos ou alawitas; recrutaram alguns xiitas do Irã, mas não têm conseguido atrair muitos não sunitas. Eu diria que é grupo de clara orientação sunita.

    Voice of Russia: E sobre a atividade social do grupo? São envolvidos em programas sociais, oferecem assistência social às populações locais?

    Karagiannis: Hizb-ut-Tahrir é diferente do Hamás e do Hezbollah; não tem programas sociais muito avançados. Mas há sinais de que, no plano local, membros do partido têm oferecido o zakat em algumas mesquitas que se supõe que controlem; o zakat é dever dos muçulmanos, pagar o zakat, às 6as-feiras.

    Quero dizer que, sim, parece haver indicações de que podem estar trabalhando para dar assistência aos pobres e aos mais velhos, em alguns locais. Mas, em teoria, não dizem que trabalham para ajudar desse modo o progresso social. O que buscam, basicamente, é islamizar a sociedade e divulgar suas crenças e sua ideologia. Não há dúvidas de que sua ideologia visa a restaurar o Califato – é o que querem fazer: unir todos os muçulmanos e restaurar o Califato.

    Portanto, não estão trabalhando como a Fraternidade Muçulmana trabalha no Egito, ou o Hezbollah no Líbano, ou o Hamás em Gaza. Não patrocinam creches ou escolas infantis, não limpam as ruas, como faz o Hamás em Gaza. Apresentam-se, de fato, mais, como movimento intelectual.

    Voice of Russia: E de onde recebem dinheiro?

    Karagiannis: O que se sabe sobre isso é sempre especulação. Parece que vivem de doações dos membros e de seguidores ricos do Golfo Persa. Há rumores também de que mantêm seus próprios negócios. Quando estive na Ásia Central, ouvi rumores de que o Hizb-ut-Tahrir teria empreendimentos próprios, negócios próprios, de modo que poderiam, basicamente, se autossustentar.

    Voice of Russia: O senhor considera razoável a previsão de que esse grupo, que já parece bem estabelecido em alguns países da Ásia Central, poderia ser usado como combustível para deflagrar alguma espécie de insurgência islâmica na Ásia Central? E o que se diz – que teriam já estabelecido laços com os Talibã?

    Karagiannis: Essa é questão ainda controversa entre os especialistas. Pessoalmente, como especialista, parece-me que o Hizb-ut-Tahrir não possa ser usado sem se aliaria a movimentos de jihad, para fazer guerra ao ocidente, porque é movimento de ideias, movimento intelectual. Pelos padrões ocidentais, é organização extremista, como são os partidos comunistas em muitos países ocidentais.

    Mas, sim, o Hizb-ut-Tahrir divulga uma ideologia que, em certa medida, pode contribuir na direção em que trabalha o Movimento Islâmico do Uzbequistão, ou, mesmo, organizações ligadas à Al-Qaeda. Eles podem ajudar a disseminar ideias assemelhadas, digamos, de modo mais fácil. Não é absolutamente organização terrorista; é partido extremista. Já criticaram os Talibã e o Movimento Islâmico do Uzbequistão por não estudarem a doutrina, por não buscarem o avanço intelectual. Por sua vez, ambos, os Talibã e o Movimento Islâmico do Uzbequistão, também criticaram o Hizb-ut-Tahrir, por não passarem de um grupo de estudiosos, de intelectuais.

    Mas evidentemente há algumas similaridades, mesmo com grupos jihadistas. Todos eles querem restaurar o Califato, com diferenças apenas de método. Do ponto de vista do Hizb-ut-Tahrir, a via certa é a que o Profeta Maomé seguiu, e foi via pacífica para a tomada do poder. Para os Talibã e o Movimento Islâmico do Uzbequistão e outras organizaçõesjihadistas, a via certa é declarar guerra contra católicos e outros crentes. Mas outra vez estamos no terreno da especulação. Pelo que se sabe, o Hizb-ut-Tahrir não tem qualquer vínculo com os Talibã nem com o Movimento Islâmico do Uzbequistão.

    Voice of Russia: E há quanto tempo existe?

    Karagiannis: Foi criado em 1953.

    Voice of Russia: É antigo!

    Karagiannis: Sim. Surgiram em Jerusalém Leste e não mudaram o discurso ao longo dos últimos 60 anos. Orgulham-se disso, quero dizer: consideram-se o único grupo islâmico que há no mundo. Para eles, essa credibilidade no plano intelectual é muito importante, razão pela qual sempre relutaram a aliar-se a grupos jihadistas ou a ajudar, de qualquer modo, organizações jihadistas. Além do quê, se o tivessem feito, teriam criado riscos extraordinários para eles mesmos, pelo menos para os ramos do partido que operam em países ocidentais. Afinal, sabem como são as coisas no ocidente e sabem que se ultrapassarem a linha vermelha, se declararem guerra, se de algum modo se associarem a grupos jihadistas, terão de enfrentar as agências de segurança ocidentais.

    De fato, têm sido muito cautelosos nesse sentido. Por isso falei, no início, que é organização extremista, como os partidos comunistas em vários países, mas claramente não é organização terrorista.

    Voice of Russia: O senhor disse, noutra ocasião, que a sede do Partido funciona em Londres. É isso?

    Karagiannis: Há muitos indícios de que o centro logístico do Partido esteja instalado em Londres, e a liderança internacional está localizada, provavelmente, ou na Jordânia ou no Líbano. Sabe-se pouco sobre a liderança internacional. Mas, sim, o centro logístico parece estar instalado em Londres.

    Voice of Russia: O senhor já teve contato com eles?

    Karagiannis: Sim, encontrei-me com alguns membros do Hizb-ut-Tahrir na Ásia Central, alguns também no Líbano, e também tive encontros com alguns membros na Grã-Bretanha. Pude discutir com alguns deles algumas questões de método. Como sempre, pouco se obtém nesse tipo de conversa, porque são muito cuidadosos nos contatos com gente externa ao grupo. Mas não há dúvidas de que o grupo produz grande quantidade de literatura – muitos livros, muitos panfletos –, embora seja difícil acompanhar seus movimentos.

    Voice of Russia: Quanto ao crescimento global do Hizb-ut-Tahrir, são ativos na Rússia?

    Karagiannis:Hizb-ut-Tahrir tem obtido alguma popularidade em territórios da Federação Russa de população muçulmana, como, por exemplo, o Tartaristão, mas não são conhecidos no Norte do Cáucaso. Isso, porque ali competem com outros grupos muçulmanos já tradicionalmente estabelecidos. O Hizb-ut-Tahrir está ativo, pode-se dizer, e só no Tartaristão, talvez por efeito do modo como os tártaros entendem o Islã. O islamismo tártaro é muito moderado, pode-se dizer, distendido. E a penetração do Hizb-ut-Tahrir foi mais fácil ali, que no Norte do Cáucaso, onde os salafitas ganharam terreno. É difícil para o Hizb-ut-Tahrir disputar influência com salafitas.

    Voice of Russia: Não sei se estou certa, mas o Islã salafita não é o mesmo Islã que houve inicialmente no Norte do Cáucaso?

    Karagiannis: Você está absolutamente certa. O Islã salafita é estranho ao Norte do Cáucaso. A maioria dos muçulmanos no Norte do Cáucaso segue o Islã hanafita. O Islã hanafita penetrou no Norte do Cáucaso logo depois da primeira guerra da Chechenia, de 1994 a 1996. Depois daqueles trágicos eventos, a organização salafita ganhou espaço e estabeleceu-se no Norte do Cáucaso, sobretudo no Daguestão e na Chechenia, menos em Kabardino Balkariya e em outras repúblicas muçulmanas autônomas do Norte do Cáucaso.

    Voice of Russia: Quer dizer então que o Hizb-ut-Tahrir não avançou muito no Norte do Cáucaso, como avançou no Tartaristão, onde é evidente que se estabeleceu como se sabe. Por isso as autoridades russas, que baniram o grupo, prenderam vários crentes do Hizb-ut-Tahrir no Tartaristão. Pela lógica, o Hizb-ut-Tahrir dificilmente conseguiria ganhar espaço em países como a Albânia, por exemplo.

    Karagiannis: Sim. O Hizb-ut-Tahrir em crescido na Ásia Central, na Indonésia, em alguns países do Oriente Médio, como a Jordânia, mas não tem conseguido entrar nas áreas mais populosas dos Bálcãs, como Kosovo, Bósnia. Isso, porque os membros muçulmanos locais do Hizb-ut-Tahrir parecem “árabes demais”, talvez se possa dizer assim, se você me entende – os líderes de origem palestina, quase todos os mais velhos, são ou árabes ou sul-asiáticos. Para os muçulmanos dos Bálcãs, acho que o Hizb-ut-Tahrir parece “partido estrangeiro”, “árabes demais”, naquele cenário. Isso não implica dizer que, em algum momento, o Hizb-ut-Tahrir não ganhe popularidade na Bósnia ou no Kosovo. De fato, eles têm sido muito bem sucedidos de várias formas, em vários espaços. Em anos recentes, conseguiram fixar-se em regiões de grandes populações muçulmanas também na China, como em Xinjiang…

    Voice of Russia: Na comunidade uigure.

    Karagiannis: Exatamente. Claro que não é fácil competir com os grupos uigures nacionalistas. E, sim, as autoridades chinesas estão acompanhando de perto a situação. Mas a julgar pela página que o Hizb-ut-Tahrir mantém na internet, e pelo espaço que dedicam à China, e considerando outras informações que há sobre Xinjiang e a população muçulmana que vive ali – sim, se pode facilmente conclui ir que o Hizb-ut-Tahrir conseguiu estabelecer-se na China.

    Voice of Russia: E também na Escandinávia?

    Karagiannis: O ramo escandinavo é muito ativo, produzem muita literatura. O líder do Hizb-ut-Tahrir na Dinamarca foi preso há poucos anos, por ter feito ameaças a judeus dinamarqueses. Pelo menos, é o que se divulgou. Não tenho informações sobre o Hizb-ut-Tahrir na Noruega, Finlândia ou Suécia. Tudo leva a crer que a Dinamarca seja sua principal base no Norte.

  24. Uma Coisa eu digo nao sendo tão religioso mas td isso e sitado na biblia porem todos sabem que israel é a terra prometida porem deus jamais vai deixar q exercito nenhuma ou homem algum abale israel disso vcs pode ter certeza

  25. Estou gostando da cena, será q vai se repetir a guerra do 6 dias…tem judeu acreditando nisso, e prometendo ñ devolver o sinai , se essa derrota ocorrer outra x…estou pagando pra ver. Palestinos, Hesbolah, Irã…Turcos..A coisa tá de pior à mal p os judeus.Pq? Se são um povo tão pacificos. (Vejam ” the Breakin the Silence” )os Palestinos q o digam..Trágico.Sds.

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