Força Aérea Russa ganha novo bombardeiro

Por Víktor Litóvkin

O ministro da Defesa russo, Anatóli Serdiukóv, e o diretor-geral da companhia de aeronáutica Sukhói, Igor Ozar, assinaram, no final de fevereiro passado, um contrato de construção para a Força Aérea Russa (FAR) de 92 bombardeiros Su-34. O contrato é avaliado em 100 bilhões de rublos (cerca de R$ 5,2 bilhões) e se destaca pelo elevado grau de sofisticação tecnológica.

“As primeiras entregas começarão em 2015. Contando com as 32 aeronaves recebidas anteriormente, até 2020 nossa frota de Su-34 somará 124 aeronaves, devendo em seguida aumentar para 140”, disse o comandante-chefe da FAR, general Aleksandr Zélin. No centro de atualização e aperfeiçoamento profissional de pilotos de Lípetsk já se encontram dez Su-34. Até o final deste ano, deverão chegar outros dez. O desenvolvimento da aeronave é de responsabilidade do centro Chkalov de desenvolvimento em tecnologias aeronáuticas de Novossibírsk.

O Su-34 é uma aeronave extraordinária, podendo ser utilizada como bombardeiro para atacar alvos terrestres e marítimos e como avião de caça para conquistar a superioridade aérea e realizar missões de reconhecimento. Leva a bordo uma ampla gama de armas: os mísseis “ar-ar” e“ar-superfície”, radar multifuncional de longo alcance e equipamento de luta radioeletrônica. Pode ser reabastecido em voo e levar tanques de combustível extra para aumentar seu alcance, assim como usar munições guiadas. Para o general, o equipamento de bordo permite à aeronave atacar vários alvos ao mesmo tempo e voar grandes distâncias como bombardeiro estratégico. Além disso, pretende-se armar a aeronave com novos mísseis, inclusive aqueles de longo alcance, para aumentar seu potencial de combate.

Acredita-se que a versão de exportação do Su-34 custe, no mínimo, R$ 88 milhões. Na verdade, não é bem assim. O Su-34 não será vendido, enquanto não forem cumpridos todos os contratos concluídos pelos construtores do avião com a FAR.

O autor desse artigo conhece o bombardeiro Su-34 há vinte anos. Inicialmente, se chamava Su-30MK. Mais tarde, passou a se chamar Su-32MF e agora se chama Su-34. Meu primeiro contato com a aeronave ocorreu em 1993, às vésperas do Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço de Le Bourget. Fui convidado para a apresentação da aeronave à imprensa na empresa Sukhoi por Mikhail Símonov, criador do avião Su-27 e de todas as suas modificações posteriores, atualmente falecido.

 “Nosso novo avião é uma versão desenvolvida da família Su-27 e do avião Su-47 e pode executar tudo o que o Su-24 faz. Executa as mesmas missões do Su-27, mas é muito mais forte, tem um alcance e autonomia maiores e é 2,5 vezes mais eficaz no combate. O Su-30MK (nome da aeronave na época) é tão forte e perigoso quanto o caça-bombardeiro Su-17 na zona da frente e na zona costeira, levando, porém, uma carga útil de 8 toneladas”, disse na apresentação Símonov.

Se compararmos o Su-30MK com seus congêneres norte-americanos, veremos que, segundo especialistas, o Su pode fazer sozinho aquilo que fazem separadamente o bombardeiro E-111, o caça F-15, o caça-bombardeiro F-15E e o avião de assalto A-10. Mas talvez a principal característica da nova aeronave seja a de que ela pode permanecer em voo até 16 horas. A única limitação é a capacidade física de seus pilotos. Mesmo um passageiro de uma aeronave confortável dificilmente aguenta um voo de várias horas. O piloto de um avião supersônico, porém, deve ainda dirigir, manobrar e combater o inimigo bem armado e preparado, além de não se esquecer de se reabastecer em voo.

O Su-30MK tem grandes tanques de combustível embutidos. Os construtores se recusaram a instalar tanques externos para não piorar a aerodinâmica da aeronave. Em um voo direto, sem escala de 14 mil quilômetros de distância, o bombardeiro teve quatro reabastecimentos em voo. O F-18, por exemplo, precisa de 11 reabastecimentos para percorrer a mesma distância.

Além de excelentes qualidades aerodinâmicas, caraterística marcante dos aviões da empresa Sukhoi, o Su-30MK leva as armas mais modernas, podendo atingir quaisquer alvos aéreos, terrestres e marítimos a distâncias muito grandes e inatingíveis até mesmo para o caça-interceptor Su-27.

Por exemplo, quando o míssil teleguiado X-59M disparado sai do campo de visão do piloto e se afasta mais de cem quilômetros da aeronave, ele não deixa de transmitir ao piloto as imagens captadas por sua ogiva, podendo atingir facilmente o alvo por ordem vinda do rádio do piloto.

Nesse contexto, vale lembrar uma reportagem televisiva da CNN sobre a primeira guerra dos EUA no Golfo Pérsico mostrando como dois mísseis experimentais americanos lançados sucessivamente por dois aviões explodiram dentro de um prédio (o primeiro míssil abriu um buraco na parede enquanto o outro entrou pelo buraco no interior do prédio e lá explodiu, transmitindo ao mesmo tempo as imagens para a TV). Tudo o que foi feito naquele momento pelos mísseis americanos disparados por vários aviões pode ser feito pelos mísseis X-59M disparados por um avião Su-30MK.

A aeronave leva também o míssil teleguiado X-29T, que opera em regime totalmente automático. Basta o piloto apontar para o alvo desejado e apertar o botão de memorização para que a arma inteligente, posta em ação, faça tudo sozinha.

A aeronave leva ainda os mísseis X-29L e S-29L guiados a laser. Disparados pelo avião, os mísseis são guiados pelas informações recebidas de uma estação de reconhecimento e identificação de alvos portátil que pode ser transportada nas costas de um soldado. O soldado precisa apenas apontar o raio laser para o alvo…

No espaço de um artigo não é possível contar tudo sobre o armamento do Su-34. Mesmo assim, não podemos deixar de mencionar o míssil antirradar X-31P, que opera em regime automático e é capaz de atingir todos os tipos de radares dos sistemas de defesa antiaérea de médio e longo alcance sem que a aeronave entre na zona de sua ação.

Desde que conheci o novo bombardeiro de Mikhail Símonov, a aeronave passou por muitos testes e atualizações e recebeu ainda um design mais moderno.

Em 2011, o Su-34 participou dos exercícios militares Vostok e Centr. Um esquadrão dessas aeronaves efetuou um voo sem escala do aeródromo na região de Moscou ao Extremo Oriente, com vários reabastecimentos em voo, para “atacar os alvos reconhecidos” e voltar à base. Nenhum outro bombardeiro da mesma classe é capaz disso.

Outra informação importante: contrariamente à maioria dos aviões com dois lugares, no Su-34, os assentos estão dispostos lado a lado e separados por um espaço suficiente para armar uma cama. Enquanto um piloto dirige o avião, o outro pode descansar na cama.

Fonte: GazetaRussa

19 Comentários

  1. Uns 120 SU-34 cpmo aeronave de ataque, 180 PAK FA 50 para superioridade aérea. E uns 180 Gripen NG como aeronave leve polivalente.

  2. É SHOW…….!Hruhru…..!

    Seria mais show se a Síria tivesse uma dessas belezinhas para testá-los …Rsrsr..quem sabe no futuro,o Irã não faça uns testes com eles…Hehehe…

  3. Bacana…

    Só tem um problema:

    Aeronaves russas de última geração são compativeis com sistemas ocidentais?

    Se for possível integra-lo a nossa rede de defesa, muito bem. Caso contrário, não passa de um alvo com grande alcance…

    O Su-35 não foi descartado pela FAB sem motivo…

  4. o Su pode fazer sozinho aquilo que fazem separadamente o bombardeiro E-111, o caça F-15, o caça-bombardeiro F-15E e o avião de assalto A-10.
    Se ele faz o serviço de 04 modelos, então, se compormos 40 SU teriamos na verdade o equivalente a 160 aeronaves. O pessoal de Brasilia deveria ver isso.

  5. As aeronaves Russas se enquadram no padrão OTAN e sendo assim nos serviriam muito bem.Tanto o SU35BM quanto o SU34 Fullback consecionados e construidos no Brasil seria a escolha mais acertada a nossas pretenções e o ingresso no programa SU50MKI Indiano o complemento ficando o Gripen NG como padrão e ainda reforçaria com alguns esquadrões de YAK130.Porque a Embraer não deixa o capaxismo de lado e se associa com a Tupolev ou Sukhoi?Ah é porque a Embraer é muito mais Americana do que Brasileira não é mesmo e sempre estara na dependencia deles segundo seus condicionamento e restrições.Jamais sairemos da dependencia dos monopolizadores de tecnologias e serviços se não buscarmos uma terceira via.Foi com esse pensamento que hoje temos propria tecnologia atomica.

  6. 1maluquinho

    Concordo com você em parte.

    Primeiro, equipamento russo se enquadra em padrão OTAN em que nível? Se o hardware for de arquitetura diferente, terá de se desenvolver um equipamento para compatibiliza-lo. E ter um canal de comunicação não basta. Existe a necessidade de compatibilização de software para integra-lo devidamente a rede de defesa. Sem isso, a aeronave torna-se virtualmente inutil.

    Lembre-se que o Brasil JÁ OPERA radares de vigilância Raytheon e Lockheed-Martin, de procedência norte-americana.

    Aí vem as questões:

    Os russos cederiam seus códigos-fonte a um país com relações tão próximas com os EUA? E os EUA também permitiriam uma integração de equipamento russo com o seu…?

    No mais, um equipamento não deve ser adiquirido somente pensando numa característica em particular como alcance ou velocidade.

    Só a título de exemplo, uma aeronave como o Su-35 é avançada, de fato. Mas para conseguir a performance que possui, precisa de motores muito mais potentes, que por si só são mais complexos, caros, de manutenção muito mais exigente, costumam ter um tempo entre revisões menor, e normalmente são mais beberrões. O que resulta em um aumento considerável do custo operacional. E a disponibilidade da aeronave fica comprometida.

    Ou seja, o que faz mais sentido? Ter um esquadrão de Su-35, ou pelo mesmo custo ter até dois esquadrões operacionais de uma aeronave que também atenda as nossas necessidades e poderá cobrir uma área maior com um tempo de reação menor…?

  7. RR Meu caro os Russos não fazem essas maravilhosas aeronaves so para se armarem e sim visam serem referencia ao exporta-las.As maquinas são compativeis com o uso de qualquer força aerea do mundo.Os motores turbinas são tecnologias deles.Eles os Russos meu caro falando Caioques direto e reto esfregão o rabo na nossa cara a muito tempo nos oferecendo tudo ate que eles jamais ofereceram e oferecem ao maior aliado militar deles a India.Hoje seriamos SOCIOS e não somente participantes no Glonass.Tudo o que eles criam primeiro oferecem ao Brasil.Ja a uns 3 anos nos ofereceram o SU35BM consecionado ou completo conforme a opção que preferissemos.Nos oferecem parceiria em satelites,aeroespacial e caças 5.0 e nós não fechamos com eles porque não passamos de capaxos Yankees que usam da mentira do progresso e desenvolvimento nacional como argumento para saquearem os cofres publicos.Meu caro não se engane a filosofia e o projeto da industria de defesa no Brasil é pura enganação onde jamais teremos autosuficiencia tecno-industrial e apenas seremos linha de montagem a darmos serviços a externos.A maioria dos Brasileiros cientes destes assuntos teem um mesmo pensamento SOMENTE COM A TECNOLOGIA RUSSA OBTEREMOS EMANCIPAÇÃO.A China e a India são exemplos disso.Os Russos não são como Europeus e Americanos condicionadores e monopolizadores.Neste Brasil de Brasileiros que servem a ideologias e não ao Brasil É PROIBIDO PENSAR E FALAE EM AQUISIÇÃO DE TECNOLOGIA RUSSA e logo surgira alguem a te chamar de espião,de subversivo de comunista.E o que são todos estes que preferem ver nossa patria condicionada e subjugada eternamente a Lobos???

  8. 1maluquinho

    Camarada, depender de fornecedor externo é DEPENDER DE FORNECEDOR EXTERNO. Uma desavensa politica e tudo vai pro espaço.

    Sempre digo isso e não me canso de repetir:

    Quem quer tecnologia, desenvolve tudo sozinho ou se junta com alguém para fazer alguma coisa nova, do ZERO, e compartilha 100% da logistica.

    Na pratica, o que funciona mesmo é desenvolver o equipamento todo sozinho, e existem empresas no Brasil capazes de desenvolver tecnologia nesse nível. Ou será que Russia seria o que é se importasse equipamento ou ficasse confiando sempre em ToT…?

    Não digo que uma parceria com os russos não seria proveitosa, pelo contrário, mas se formos desenvolver alguma coisa, não adianta pegar um produto já pronto, como o caso dos Su-30 indianos, e simplesmente adapta-lo. O ideal seria um desenvolvimento conjunto de equipamento, no qual pudessemos desde o inicio expor os nossos requisitos operacionais e fazer o melhor acerto possível com o parceiro. E ainda assim temos o perigo de alguma ingerência politica complicar tudo…

    No caso da India, basta olharmos o mapa para entendermos. A India é um contraponto em relação a China. E como os russos são incapazes de frearem sozinhos a expansão da influência chinesa, nada mais natural que equilibrar o jogo com junto com os indianos. E não se engane. Parcerias da Russia com a China não passam de negócios, nada mais que isso. É aquela tal história: “…se eu não forneço, outro pode vir e fornecer; ou eles desenvolvem tudo sozinhos, o que é pior ainda…” No mais, se os russos quiserem uma boa parte das forças aéreas da India e da China ficam no chão…

  9. 1maluquinho disse:
    13/03/2012 às 15:04

    RR Meu caro os Russos não fazem essas maravilhosas aeronaves so para se armarem e sim visam serem referencia ao exporta-las.As maquinas são compativeis com o uso de qualquer força aerea do mundo.Os motores turbinas são tecnologias deles.Eles os Russos meu caro falando Caioques direto e reto esfregão o rabo na nossa cara a muito tempo nos oferecendo tudo ate que eles jamais ofereceram e oferecem ao maior aliado militar deles a India.Hoje seriamos SOCIOS e não somente participantes no Glonass.Tudo o que eles criam primeiro oferecem ao Brasil.Ja a uns 3 anos nos ofereceram o SU35BM consecionado ou completo conforme a opção que preferissemos.Nos oferecem parceiria em satelites,aeroespacial e caças 5.0 e nós não fechamos com eles porque não passamos de capaxos Yankees que usam da mentira do progresso e desenvolvimento nacional como argumento para saquearem os cofres publicos.Meu caro não se engane a filosofia e o projeto da industria de defesa no Brasil é pura enganação onde jamais teremos autosuficiencia tecno-industrial e apenas seremos linha de montagem a darmos serviços a externos.A maioria dos Brasileiros cientes destes assuntos teem um mesmo pensamento SOMENTE COM A TECNOLOGIA RUSSA OBTEREMOS EMANCIPAÇÃO.A China e a India são exemplos disso.Os Russos não são como Europeus e Americanos condicionadores e monopolizadores.Neste Brasil de Brasileiros que servem a ideologias e não ao Brasil É PROIBIDO PENSAR E FALAE EM AQUISIÇÃO DE TECNOLOGIA RUSSA e logo surgira alguem a te chamar de espião,de subversivo de comunista.E o que são todos estes que preferem ver nossa patria condicionada e subjugada eternamente a Lobos???==========Falou e disse 1Maluquinho, e falou mt bem, minhas saudações. BRASIL esse caças , se comprados , deveriam ser p ontem.Sds.

  10. Respondendo ao Jeronimo Ferreira do Facebook:

    Jeronimo, à princípio eu diria a vc que nem há como comparar o A-1 da FAB com o Su-34 Russo… Mas, à grosso modo, o AMX A-1 – mesmo na versão “M”(modernizado) – poderíamos classificar como jato de ataque ou caça-bombardeiro leve e subsônico, idealizado para atuar em cenários de baixa/media intensidade, adequando-se satisfatóriamente ao cenário geopolítico atual da América do Sul… Já o Su-34 é classificado como um caça-bombardeiro pesado e de longa persistência, idealizado para atuar em cenários de alta-intensidade, podendo cumprir, com boas vantagens, missões de superioridade aérea, ataque ao solo, e combate à meios navais, entre outras funções dependendo da configuração armas e equipamentos adotados para as missões… E, numa simples opinião pessoal, acho que seria uma excelente opção, operar algumas unidades pela FAB com o auxílio dos nossos P-3M e/ou R-99A(EMB-145SA AEW&C), principalmente, na proteção da nossa Amazônia Azul, e em conjunto – ou apoio – com a MB… Afinal, sonhar pelo Brasil, por enquanto, ainda é de graça!
    🙂

  11. RR meu caro teu pensamento e esplanação é o obvio mas acontece que devido ao momento global e ao atraso geral nacional não podemos perdermos tempo com pesquisas que levam decadas para se concluirem e ate decadas para se aperfeiçoarem para ai virmos a sabermos se são viaveis ou não.O Brasil precisa encurtar espaços e pular etapas e isto so é possivel com a compra da tecnologia com direito a propriedade intelectual da mesma.Nada neste mundo é invendavel,depende da obstinação,persistencia e disponibilidade de se pagar o preço das mesmas por quem as deseja ter.Jamis tivemos uma posição previlegiada e poder de negociação que temos agora pois somos a nação mais estrategica logisticamente atodo o planeta.Acontece que o Brasileiro não aprendeu e não compreende isso por sua incapacidade assimetrica.Quem acredita,aposta sem medo tem chances de vencer.Quem receia certamente perdera.O problema do Brasil são os Brasileiros pois tudo o que se idealiza logo vem alguem com intenção propria de beneficiar-se.Falta de cultura e ausencia moral e civica onde o individualismo e o corporativismo se faz filosofia de sobrevivencia.Um exemplo local:Se o povo Aegentino habitasse no Brasil este pais seria reamente uma potencia de mercado com real poder de dissuasão.

  12. A Russia tem todo um arcabouço histórico e cultural que muitos países ocidentais não tem, por isto esta mentalidade de sempre ser super-potencia e grande jogador global, realizando esses tipos de projetos como os Sukhoi em tanta eficácia.

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