Ministro da Defesa garante continuidade do Programa Antártico em depoimento ao Senado


Brasília, 06/03/2012 — Em audiência pública no Senado Federal, o ministro da Defesa, Celso Amorim, reafirmou hoje o compromisso do governo na reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, atingida por um incêndio na madrugada do dia 25 de fevereiro.

“Reitero o compromisso da presidenta Dilma Rousseff, declarado no dia do acidente, no sentido de reconstruir as instalações”, disse Amorim. “Não só iremos fazer, como faremos melhor, partindo da experiência acumulada e respeitando os anseios da comunidade científica brasileira.”

A declaração foi feita em sessão conjunta das comissões de Ciência e Tecnologia (CCT), de Meio Ambiente (CMA), e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). No início dos trabalhos, o senador Rodrigo Rollemberg (DF) pediu um minuto de silêncio em homenagem aos segundos-tenentes Roberto Lopes dos Santos e Carlos Alberto Vieira Figueiredo, que morreram enquanto combatiam o incêndio surgido em um dos geradores a diesel instalados há apenas dois anos.

Segundo o ministro, para este ano será necessária uma verba extra da ordem de R$ 40 milhões. Esses recursos serão empregados para a elaboração do projeto preliminar da nova base, cobrir custos de reflutuação de uma chata que afundou quando transportava combustível para a estação, remoção dos escombros, pagamento das despesas referentes ao apoio prestado pelo Chile e para o trabalho inicial de retirada das instalações destruídas e limpeza do local, obrigatório segundo as determinações do Tratado de Madri, que cuida da preservação do continente antártico.

“Precisamos retirar estoques de alimento e o material atingido pelo incêndio no prazo mais rápido possível, pois não há como trabalhar no inverno. Até o final do ano teremos um pré-projeto para a nova base, que precisa ser detalhado e discutido com os países signatários do Tratado Antártico antes de começar a ser construído”, afirmou Amorim.

Uma equipe de quatro militares da Marinha ficará na Base Antártica Presidente Frei, mantida pela República do Chile, para cuidar da manutenção das instalações remanescentes.
Depois de cumpridas essas etapas, a reconstrução começaria no verão de 2013/2014 a um custo estimado de R$ 100 milhões. O novo projeto levará em conta experiências recentes de outros países, como a da Espanha e a da Coreia do Sul. A obra deve ser concluída em três ou quatro anos.

“Não se trata de recuperar o que existia, mas de fazer o que há de melhor”, destacou o ministro da Defesa.

Continuidade da pesquisa

De acordo com Celso Amorim, 60% das pesquisas foram preservadas. “Hoje a propagação da informação é muito rápida e boa parte do trabalho científico foi salva e terá solução de continuidade”, afirmou.

Para que o Programa Antártico Brasileiro possa ser desenvolvido, os navios Almirante Maximiano e Ary Rongel devem ser reaparelhados para servir como “estação polar flutuante” nas proximidades do local onde estava a estação destruída. Os abrigos de sobrevivência e os laboratórios de estudos meteorológicos estão íntegros, mas há necessidade de geração de energia.

“Não sabemos ainda se poderemos atuar com os dois navios no local durante a campanha do próximo verão. O Ary Rongel talvez seja necessário para a logística, mas o navio-polar Almirante Maximiano receberá uma atualização em seus laboratórios”, acrescentou o ministro.

Além do apoio direto da Marinha, o Brasil recebeu propostas de uso de instalações mantidas por outros signatários do Tratado Antártico, como Argentina, Chile e Peru.

Na saída da reunião, Celso Amorim disse que aguarda um estudo da Marinha para pagamento de indenizações às famílias dos militares mortos na Estação Comandante Ferraz. “Foram heróis que morreram na tentativa de impedir a propagação das chamas”, lembrou. Segundo o ministro da Defesa, as mortes de oficiais e soldados brasileiros que serviam no Haiti durante o terremoto de 2010 estabeleceu um precedente para a medida.

Foto: Tereza Sobreira
Ministério da Defesa
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4 Comentários

  1. Mt bom, só falta saber qdo vão iniciar a reconstrução e qdo vão acabar de refazer a mesma.Afinal, se pleitear-mos um pedaço da antártida, teremos de mostrar serviços , pesquisas…e mt mais. P Ontem.Sds.

  2. Espero que a reconstrução da base seja o mais rápido possível, já que o atraso no programa já é fato. E que desta vez o governo disponha ao programa, de dinheiro suficiente para que nossos pequisadores possam trabalhar com tranquilidade.

  3. Dá nojo quando se vê uma bancada com esses terninhos, vê-se em seus olhos o faro para ganhar dinheiro com lobby e outras tretas…lamentável a identidade do brasileiro…quase impossível revertermos este FATO SOCIAL…corrupção!

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