Entre 2007 e 2011, os índices de segurança pública do Haiti chamaram a atenção internacional. Durante esse período, a taxa de homicídio, por exemplo, atingiu seu nível histórico mais baixo, ao se igualar à média global, de 7,5 mortos a cada cem mil habitantes. Nos últimos seis meses, no entanto, o cenário mudou de forma radical. Uma pesquisa realizada nas sete principais cidades do país detectou uma onda de assassinatos, roubos e casos de agressão. A taxa de homicídio cresceu mais de sete vezes em Porto Príncipe e já é de 60 mortes a cada cem mil habitantes.
Em entrevista ao GLOBO, o pesquisador canadense Robert Muggah, que dirige o setor de pesquisas do Instituto Igarapé e acaba de chegar do Haiti, explica o crescimento da violência e alerta para o risco de nova crise política no país.
O GLOBO: Qual é o cenário da segurança no Haiti?
ROBERT MUGGAH: A criminalidade na capital, Porto Príncipe, por exemplo, cresceu de forma aceleradíssima nos últimos seis meses. Entre 2007 e 2011, a cidade se manteve num patamar estável no que diz respeito à taxa de homicídio, com entre sete e dez mortos a cada cem mil habitantes. De agosto a fevereiro, detectamos em nossa pesquisa uma alta impressionante. A taxa é, agora, de 60 mortos a cada cem mil habitantes. Uma informação que nós devemos interpretar como um sinal de alerta.
O GLOBO: A que se deve esse aumento da criminalidade?
MUGGAH: Trata-se de uma combinação de fatores. O primeiro é o crescimento do número e do tamanho das gangues de jovens, que, apesar de não terem envolvimento com o tráfico de drogas como acontece em outras partes do continente, mantêm uma postura extremamente violenta. O segundo é a rivalidade que se instalou entre esses grupos na disputa territorial, sobretudo nas áreas mais pobres do país. O terceiro motivo do crescimento da violência tem a ver com os sinais claros de volatilidade e instabilidade enviados pelo Executivo e o Legislativo haitiano nos últimos meses, entre eles a abrupta renúncia do primeiro-ministro Garry Conille. E, por último, está, obviamente, a frustração dos cidadãos com a (lenta) reconstrução do país depois do terremoto de 2010.
O GLOBO: O governo e a Minustah tomaram conhecimento da pesquisa?
MUGGAH: Desde 2004, venho conduzindo constantes pesquisas relacionadas ao Haiti. Já fiz cerca de 20. Conto com a ajuda da pesquisadora Athena Kolbe, do Departamento de Serviço Social da Universidade de Michigan, que mora lá, e eu mesmo vou à ilha de três em três meses. Os números que descobrimos agora, entrevistando 3 mil haitianos, estão sendo contrastados com nossos próprios números e, sem dúvida, já são do conhecimento do governo local e da Minustah (a força de paz da ONU). Sempre fazemos questão de fazer essa ponte.
O GLOBO: A pesquisa propõe soluções?
MUGGAH: Sugerimos que o recrutamento da Polícia Nacional Haitiana seja redobrado e que todos os policiais passem por avaliações de conduta periódicas. Propomos também que as tropas da ONU reforcem sua presença nas áreas mais pobres, de risco. E, por fim, que o governo envie aos cidadãos mensagens claras de apoio à polícia. Observamos uma queda de confiança na instituição.
O GLOBO: Há risco político?
MUGGAH: O Haiti tem em sua História outros picos de violência que levaram a situações políticas preocupantes. Por isso, lançamos este sinal de alerta e estaremos observando de perto a situação do país nos próximos meses. Mas, historicamente, há, sim, um risco atrelado à violência organizada. O presidente Michel Martelly está diante da possibilidade de não sobreviver politicamente.
O GLOBO: E com relação à Minustah? A pesquisa a avaliou?
MUGGAH: A pesquisa que estamos divulgando agora colheu, sim, mas ainda não analisou as respostas relacionadas à presença da Minustah no Haiti. Isso ocorrerá nos próximos meses. Fato é que, no trabalho de 2010, constatamos que os haitianos tinham uma relação ambígua com as tropas. Metade gostava delas, e metade as encarava como forças de ocupação. Para este ano, acredito que o pêndulo vai pender para o lado do conflito, uma vez que o tempo vai passando, e o desgaste, aumentando.
O GLOBO: Alguma observação sobre a presença brasileira?
MUGGAH: Nas pesquisas não fazemos uma análise por nacionalidade da Minustah, mas, a percepção geral é de que há uma empatia dos haitianos com os brasileiros. Eles são os únicos que fazem patrulhamento a pé na rua, que interagem com a população. Parecem ter uma proximidade cultural que facilita o relacionamento.
Pois é do interesse de mt países do continente a instabilidade política no Haiti,e seus políticos dando mole p q a criminalidade cresça, um programa de ajuda forte , e um trabalho de recontrução sério ajudaria e mt aos mesmos,só o BRASIL?…pq a ONU ñ olha p o Haiti c um pouco de carinho e investe uma graninha no pais? Ajudaria e mt . Sds.
A FALTA DE UM FUTURO PARA O HAITI
.
.
Falta de oportunidade e um futuro digno ao povo haitiano,gerando desespero em seus corações e assim buscando a sua sagrada necessidade de sobrevivência.
.
Poderíamos dizer que é uma espécie de canibalismo social;onde cada um busca derrubar o outro na luta de está embaixo da pequena fresta de luz do teto que vem do sol.
Orgulho de ser Brasileiro
O povo é o povo mano, não tem jeito, que leiam bem aqueles que desde a Europa e os EUA falam que todo é bigstick, que todo é partir com a força pra cima de povos indefesos.
.
Aqueles que também não cansam de repetir a mentira que os anglos espalham mas não praticam, que os países não tem amigos mas só interesses, ou por acaso Austrália e Canadá não são amigas da Inglaterra?.
.
Mas é verdade, o limite entre uma coisa e outra não é claro, mas o Brasil como novo participante do grande jogo, ele tem que ganhar um lugar, e não vai ganhar esse lugar com prepotência ou violência, já tá tudo mundo cansado dessa política que europeus e depois americanos praticaram durante os últimos séculos.
.
O Brasil deve ganhar imagem, deve mostrar conduta, respeito, o que não quer dizer que não desenvolva sua indústria militar, não tem nada a ver uma coisa com a outra, o Brasil deve lutar pela independência militar, mas lutando também pela democracia no governo do mundo, rejeitando e denunciando a atual ditadura da Gangue dos 5.
É isso aí Lucena!… É aquela velha estória de “FARINHA POUCA… MEU PIRÃO PRIMEIRO”… E neste cenário triste, este ditado não se aplica apenas ao povo haitiano, mas também, aos principais países da comunidade internacional, que, envolvidos com suas próprias crises internas – de ordem econômica principalmente – não destinam os necessários esforços para permitir que o Haiti volte a caminhar com as próprias pernas… Enfim, uma verdadeira “sinuca de bico”, destacadamente, para o governo brasileiro e sua Missão de Paz… Só o tempo nos mostrará o final de história…
Parece que os únicos que realmente querem um Haiti progredino é o Brasil. Tem-se de estar alerta para o Haiti não virar um Afeganistão das Américas. Onde sai e entra tropas e nunca se resolve.
Putz! Será que as outras tropas da Minusta não sabe descer de uma viatura? Isto mostra o nosso diferencial.
Brasil deve usar técnicas administrativas e estratégias sociais para recompor a ideologia daquele povo sem esperança de melhoras…a presença da ONU pré supõe melhoras que não estão ocorrendo…e isso cria desconfiança naqueles que aguardam a luz no fim do túnel…BRASIL DEVE TOMAR AS RÉDIAS e reconstruir de forma digna aquele país começando pelas áreas pobres…inclusão social, agricultura, fábricas, transporte, saúde, educação trarão a confiança na segurança e nos políticos…ou o BRASIL ajeita isso ou vai sair como vilão!!
O grande terremoto que assolou o haiti, dificultou muito as coisas para o já sofrido povo haitiano. Somente com muita ajuda internacional (de todos), é que se conseguirá reerguer os mais rapidamente possível o país.
eu acho assim tem varias materias que poderiam estar mostrando uma melhora mas eles a imprensa vai atraz da que for pior foi com essas mesmas materias de cunho de violencia que tiraram o direito assegurado na constituiçao do brasileiro se defender de bandido ,perdemos o porte de arma e ainda burocratizaram a compra fazendo a tecnologia da arma ficar só para a elite que tem condiçoes de fazer o que eles querem .E foi essa mesma emissora com aquele institutozinho de gringos ongs que com esse mesmo papinho furado tirou nosso direito ,cuidado com a imprensa sionista ,direito de imprensa sim a brasileira. Nao direito de imprensa sionista vai la para israel .
É necessário que a comunidade internacional invista mais para melhorar a infra-estrutura do país, de Preferencia usando a mão de obra local de modo a gerar empregos. Depois de estabelecer uma infra-estrutura básica o governo deveria formular leis de incentivo fiscal para tentar trazer algumas industrias. Só diminuindo as taxas de desemprego e melhorando as condições sociais é que a criminalidade tendera a diminuir, mas para isso ainda é preciso muita ajuda de fora.