Com ‘vitrine’ na Alemanha, empresas de TI buscam nova imagem para o Brasil

Para empresários, há desconhecimento sobre o avanço do Brasil em tecnologia e comunicação

Rogerio Wassermann

Enviado especial da BBC Brasil a Hannover

Colocadas na principal “vitrine” da CeBIT, a maior feira de tecnologia e comunicação do mundo, as principais empresas brasileiras do setor esperam que o evento as ajude a projetar nos próximos anos uma nova imagem para o país como produtor e provedor de tecnologia.

A feira, realizada anualmente em Hannover, na Alemanha, tem neste ano o Brasil como país-parceiro, e contou com a presença da presidente Dilma Rousseff na inauguração, ao lado da chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel.

Para muitos empresários, ainda há muito desconhecimento no exterior sobre o avanço do Brasil na área de tecnologia e comunicação. O país é o sexto maior mercado consumidor do setor, mas ainda exporta pouco.

Os empresários afirmam que o setor é um dos que mais cresce hoje no Brasil, com uma expansão média de 10% a 11% nos últimos cinco anos.

Segundo o governo brasileiro, os setores de tecnologia e comunicação combinados geraram um faturamento de US$ 171 bilhões em 2010 e já representam 7,9% do PIB nacional.

“A imagem do Brasil está mudando”, diz José Antonio Antonioni, diretor da Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro), que vem organizando a participação brasileira na CeBIT há 13 anos.

Efeitos em cinco anos

A presença brasileira na feira deste ano, com estandes em todas as seis áreas temáticas do evento e mais de cem expositores, entre empresas e instituições públicas e privadas, custou 2,5 milhões de euros (R$ 7,5 milhões), divididos entre o governo brasileiro e as empresas.

Segundo Antonioni, a expectativa dos empresários é de que isso gere um retorno em negócios estimados em US$ 60 milhões nos próximos cinco anos.

Para ele, mais que negócios imediatos fechados durante a feira, que vai até o dia 10, as empresas esperam um retorno de médio e longo prazo, de acordo com o aumento do reconhecimento da produção brasileira no setor.

“Nosso principal objetivo é institucional, para levar nossa marca a se projetar internacionalmente”, afirma Robério Lima, diretor de marketing da Totvs, maior empresa brasileira de softwares para gestão empresarial.

Embora tenha clientes em diversos países e seja líder de mercado em seu setor na América Latina, a empresa participa pela primeira vez da CeBIT.

“Antes não víamos razão para estar na feira, mas a parceria com o governo brasileiro certamente foi um atrativo”, diz. “Entendemos o desafio que esse esforço de mudança de imagem representa para as empresas brasileiras.”

Estrangeiros espantados

A visão da feira como “vitrine” para a produção brasileira de tecnologia é uma constante entre as empresas ouvidas pela BBC Brasil.

“O Brasil sempre teve pouca visibilidade no setor, não tem a imagem de desenvolvedor de tecnologia, mas com o país como foco na feira deste ano, terminam conhecendo mais nossa realidade”, afirma Mario Walter Wickert, gerente de exportações da Datacom, empresa gaúcha produtora de equipamentos para redes de comunicação.

“Muitos estrangeiros nos perguntam se somos somente montadoras no Brasil de produtos chineses ou asiáticos, e ficam espantados de saber que produzimos tudo no país, com tecnologia própria”, diz José de Souza Lopes, diretor comercial da empresa.

Ele espera que a exposição internacional da empresa, que já exporta para 40 países, também tenha o efeito de fortalecer a credibilidade e a visibilidade dentro do próprio mercado brasileiro.

A CeBIT conta neste ano com cerca de 4.200 expositores de 70 países, e estima cerca de 350 mil visitantes ao longo do evento.

Fonte: BBC Brasil

9 Comentários

  1. Certa vez me meti em um debate aqui sobre a economia Alemã e sobre os desafios que a nossa própria economia precisa enfrentar.
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    Essa semana saiu em vários portais e jornais as informações de que o Governo Federal pretende “FLEXIBILIZAR AS LEIS TRABALHISTAS”; éhhh PT quem te VIU quem te Vê; antes tarde do que nunca, ainda que pouco, pelo menos parece estarem acordando.

  2. Pois meu caro Wilton… É aquela velha história de governos em que as ações não são coerentes com as falas… E sem querer entrar no mérito do “se é bom ou ruim”, te digo o que vai acontecer:
    PORRRRAAAADAAA!!!… No sentido literal da palavra, com os sindicalistas… DEFINITIVAMENTE, NÃO DÁ PRA CONFIAR NA CORJA POLITICALHA!
    🙁

  3. Os sindicalistas ficarão caladinhos, são todos marionetes do PT e estão deitando e rolando em verbas do governo.
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    A NÃO flexibilização da CLT foi bandeira de reclamação destes esquerdistas por décadas, passaram anos dizendo que Maluf, ACM, Collor, Sarney e FHC iriam acabar com a CLT; pois é, o tempo passou, metade da turma que levava pedrada dos esquerdistas continua levando hoje; e a outra metade conta até com gritinhos dos borgs esquerdistas: “Sarney Guerreiro, do povo Brasileiro”.
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    E o mais divertido de tudo, a flexibilização da CLT já começou ainda no governo petista de Lula com a criação do MEI (micro empreendedor individual) e agora avança mais um pouco.
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    Façam como eu, diga isso para petistas históricos e ria bastante com a cara de bunda que eles fazem.

  4. Caro Wilton Cavalheiro, vou aproveitar a sua “fala” sobre lei trabalhista , já que tenho conhecimento do assunto, pra dizer que não seria necessário grande mudança nas leis trabalhistas, seria muiiiiito mais interessante um novo Código Tributário Nacional.
    Não é novidade pra ninguém o Horror burocrático, sem falar das despesas com ADV, contador e etc causados pelo nosso CTN – é quase um milagre o Brasil se desenvolver com um CTN que parece ser feito para apenas arrecadar, arrecadar e arrecadar.
    Quem já teve a oportunidade de ler a Constituição Federal e o CTN percebe a falta de simplicidade, o excesso de impostos e as contradições existentes – essas então só o STF pra decifrar!!!!
    Bom, desculpem por sair um pouco do tema da matéria, mais gostaria de ampliar a visão do amigos sobre a necessidade maior da reforma tributária do que das leis Trabalhistas – a final, quando mais se vende mais se ganha, e melhor remunerado pode ser o trabalhador.
    Por fim, quando tivermos oportunidade vamos debater este assunto, na aerea de defesa mesmo.
    Abraço a todos!

  5. Então, nós somos um povo com enorme potencial. O problema é a roubalheira (de quem está por cima) e a impunidade (aceita passivamente por que está “por baixo”)…
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    Temos que deixar de ser um país de ladrões impunes, só assim seremos uma verdadeira super potência.

  6. CACHORROSEMDENTE…concordo plenamente com você…o que ainda atrasa o Brasil em relação aos outros países desenvolvidos e os emergentes é justamente nossa tributação IRRACIONAL e essa maldita CTN (que nem deveria existir, prefiro negociar meu salário com meu empregador a partir de minha produção)que ESTRUPA empregador e empregado. Eu como brasileiro me sinto acorrentado, querendo voar e sendo travado, sugado, extorquido pelo nosso ESTADO sem soberania…Parabéns novamente a nosso povo GUERREIRO que vai onde os outros já teriam desistido!!!!!
    Trabalho justamente na área de Tributação Federal e Previdência…e vejo como é tudo surreal..!! É um atraso pro Brasil…LIBERDADE PARA O POVO JAH…..

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