A outra crise europeia

Larissa Ramina

O processo de edificação da União Européia (UE) iniciado após o final da Segunda Guerra Mundial, ao lado da construção de uma trama institucional ambiciosa, provocou em várias áreas do conhecimento um interesse eufórico pelos processos de integração. Diante da crise atual, todavia, a Europa deixa de ser protagonista da integração bem sucedida, e amarga o resultado de suas escolhas equivocadas. Fica demonstrado que uma verdadeira união não se sustenta com base em assimetrias e desequilíbrios econômicos mal resolvidos, nem tampouco em identidades artificialmente costuradas.

Ao contrário, as experiências integracionistas demonstraram que uma verdadeira integração exige a convergência de vários fatores, que não apenas econômicos, mas também políticos e culturais. Diante da UE afogada em uma complexa crise de múltiplas facetas que deverá perdurar por muito tempo, parece que o sonho europeu está se transformando em verdadeiro pesadelo.

A crise financeira é a mais grave desde os anos trinta, com altas taxas de desemprego, crescimento quase inexistente, falência de bancos e endividamento de vários governos. A crise econômica, por sua vez, é a mais profunda da história da UE, com seu projeto mais ambicioso, o da moeda única comum, gravemente ameaçado.

A outra crise que afeta a Europa, e talvez a mais profunda, é a de identidade, que está na base de seus problemas econômicos e políticos. Intui-se que a Europa foi construída sem os europeus, já que estes não parecem comungar de uma identidade comum, ancorada em valores partilhados. A crise revelou que diversidade não significa tolerância, e que as diferenças nacionais constituem sérios obstáculos para a integração. Após décadas, preconceitos persistem e os partidos políticos que pregam menos diversidade e mais intolerância ganham espaço.

Desde o início das turbulências, faz eco o descontentamento da população dos países europeus, uma vez que as medidas de austeridade fiscal adotadas afetam diretamente os cidadãos e suas condições de bem estar social, levando também a uma instabilidade política, decorrente da insatisfação coletiva. As minorias e os imigrantes pagam o preço mais alto. O princípio da livre circulação de pessoas, outra pedra angular da integração européia, está sucumbindo diante da reintrodução dos controles de fronteiras em diversos países.

No decorrer da chamada Primavera Árabe, muito se debateu na Europa acerca de suas conquistas em relação aos direitos humanos. Entretanto, desde o desencadear da turbulência econômica, parece que outra faceta da crise vem sendo menosprezada, mais silenciosa, mas tão violenta quanto aquela, qual seja, a crise dos direitos humanos. Em seu relatório anual, a ONG Human Rights Watch constatou uma Europa menos democrática em 2011 e um recuo da proteção dos direitos humanos, principalmente com as discriminações, a intolerância em relação às minorias, às migrações e aos asilos. A crise migratória suscitada pelo conflito na Líbia e o êxodo de tunisianos em 2011 revelou uma espécie de Europa-fortaleza quase impenetrável.

O euro, símbolo da verdadeira integração européia, ao invés de aproximar a UE de seus cidadãos, está condenando milhões de europeus a décadas de miséria, ao mesmo tempo em que o preconceito e a intolerância os estão afastando de um dos mais aclamados valores que deveriam partilhar, aquele da proteção dos direitos humanos.

Larissa Ramina: Doutora em Direito Internacional pela USP. Professora do Programa de Mestrado em Direitos Fundamentais e Democracia da UniBrasil. Professora do UniCuritiba.

Fonte: Carta Maior

8 Comentários

  1. Muito pobre a matéria da professora, já aqui se discutiu a situação da Europa com infinita mais profundidade.
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    1. Xenofobia.
    Temos comentado centenas de vezes vários participantes aqui do fato da xenofobia do povo europeu ser um obstáculo enorme para a saida da crise.
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    A autora vê a xenofobia, mas se tivesse uma visão de paisagem, veria a importância econômica da xenofobia, o peso econômico, não só a xenofobia entre europeus, ou contra refugiados, mas a que mais importa, a xenofobia contra imigrantes legais, técnicos engenheiros médicos.
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    Essa é a que importa quando falamos de economia, quando falamos de crise econômica, a xenofobia interna ou contra refugiados não é a mais importante.
    A que barra a imigração qualificada, essa é a xenofobia perigosa quando se tenta resolver a crise europeia, porque essa imigração seria uma forma de ajuste econômico.
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    Acontece que grande parte dos europeus prefere só reconhecer a xenofobia contra refugiados africanos.
    Na verdade aquele que só vê a xenofobia contra refugiados, é também um xenófobo, porque é uma maneira de se sentir superior, tranquilo, ver só a ameaça de pessoas que vêm do meio da África as vezes mal conhecendo os idiomas europeus.
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    A imigração em massa de técnicos nunca ocorreu, os sindictatos e os trabalhadores europeus nunca deixaram que essa massa de imigrantes crescesse como para reduzir o custo europeu.
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    2. Recursos Naturais e Território
    A professora também não vê o peso da falta de território e recursos naturais.
    Isso também é preconceito mas de outro tipo.
    Normalmente cada país que se dá bem, cria uma imagem de seus cidadãos serem mais inteligentes, vimos isso com cada país que conseguiu se desenvolver.
    [Agora tem muito ingénuo falando até dos chinas serem “inteligentes”(!)]
    Isso gera a imagem na qual países ainda sem recursos naturais como a Alemanha ou Japão podem ter futuro.
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    Essa idéia começou na época colonial, faz 5 séculos, quando Portugal chegou ser o primeiro império global apenas com um território de 92mil km.
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    A partir desse momento os europeus sempre sentiram que isso era um fato real, que um pequeno país podia dominar o mundo, como o cérebro domina o corpo.
    Esse sentimento foi passado para os países das américas, dentro do pacote de “mente colonizada” que se exportou para as colônias.
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    Todo ‘mente colonizada’ como acho é a professora têm inconscientemente essa idéia que não lhe deixa ver a verdadeira realidade: um país pequeno se ferra, no século XXI não é possível um país com pouco território e população menor de 100mi poder se manter como potência mundial.
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    É o problema de todos os intelectuais, não tem exceção, os intelectuais tem essas idéias europeistas no inconsciente.
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    3. Salários Altos
    Economia, economia e mais economia, a autora não vê que a Europa tem um custo altíssimo enquanto a gastos com a folha de pagamento?
    O técnico europeu ganha muito se comparado com o técnico asiático, não tem jeito, é assim, então, o empresário que não quer perder, ele primeiro tenta reduzir esses salários, como isso se demonstrou quase impossível, o empresário vai embora.
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    Essa é a realidade que os intelectuais que só prestam para os fenômenos socias e culturais não veem.
    Muitos empresários foram embora, e ainda mais empresários vão ir embora nesta década, muitos para o Brasil.
    E desde seus novos locais chamarão aos seus antigos funcionários, mas já com outras leis, outras relações laborais, e obviamente um salário mais realista.
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    .—————-repito os três pontos:
    1. Xenofobia (contra imigrantes legais -técnicos-). seu peso econômico.
    2. Falta de território e recursos naturais, enfim falta de futuro.
    3. Salários altos, e pouca possibilidade de mudar isso.
    =>>>consequência: êxodo de empresários e profissionais.
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    Existiu muito preconceito dos marxistas contra os países do dito terceiro mundo produtores de matéria-prima.
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    Os marxistas tinham na cabeça aquela imagem da indústria (metálica siderúrgia) ser o máximo, e era assim mesmo…no século 18 e seguintes, partindo do 1712 quando se começou usar a máquina de vapor com fins produtivos. Devemos comemorar neste 2012 os 3 séculos da era industrial, com o fato do fim do mundo tudo mundo esqueceu, rsrs.
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    O Marx insistiu muito com o operário industrial, chegando até a basear a certeza da ditadura proposta dar certo, na “santidade” do “proletariado”, pois é, não passa dum dogma, porque obviamente não bastou não ser propietário de fábricas para os caras fazerem um governo democrático, uma “ditadura democrática” como falou o Marx.
    É óbvio, eu tô no poder, magina, pergunto, meus filhos vão passar mal? meus filhos, vão ter as mesmas possibilidades que os filhos do último favelado, é claro que não, como comentaram vários participantes aqui, o ser humano não está preparado para o comunismo, uma ditadura duns poucos em favor dos muitos não passa duma utopia.
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    A indústria baseada no metal continuou e continuará sendo importante por muito tempo, mas tudo mundo sabe do crescimento da indústria química e principalmente a revolução que está acontecendo na indústria biológica (especialmente com a aplicação da genética).
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    Para essas novas indústrias é que os países como o Brasil estão melhor preparados, no caso da biológica por terem aqueles recursos ÁGUA LUZ CALOR TERRA imprescindíveis para baratear os custos.
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    Faz um tempo eu adicionei CALOR, que é um recurso que os que têm a cabeça lá no méio da neve, nunca valorizaram.
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    Calor tropical é parte da nossa vantagem competitiva.
    Como comentei naquela época, a luz permite a fotossíntese mas o calor acelera as reações químicas, a atividade enzimática.
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    Acho que muitos intelectuais têm essa imagem inconsciente que pra ser desenvolvido é preciso ter neve.
    Até que muitos falaram que o frio fazia o cara não se dedicar a bobagens, carnaval, sexo, praia, que o habitante de trópico era indolente por natureza, porque bastava com esticar a mão, para pegar algo pra comer. O frio faz os caras mais durões, será? rsrs
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    Vamos ver o quê vão produzir os europeus e americanos com essa mini-era glacial que começa em 2014 com uma mudança brusca de temperatura. O mesmo quanto vão gastar para aquecer suas cidades, mais dinheiro para a Rússia, mas os russos tb vão ter que gastar mais para extrair petróleo do ártico.
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    Por isso, e pelas razões acima citadas o Brasil virou foco dos investidores de tudo o mundo, e também dos profissionais que ano após ano decidem mudar para o Pindorama.
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    Deixemos esses intelectuais de cabeça colonizada falar suas bobagens, não fazem mais que exteriorizar seus medos, tentam afastar fantasmas (desemprego crise fim dos salários altos) tentam fazer uma matéria omitindo a real: que a Europa não tem futuro.
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    Eles podem escrever milhares de páginas, mas sempre vão se omitir de reconhecer que a Europa não tem futuro.
    Podem viver na Europa nos EUA ou aqui, mas eles têm a cabeça e até talvez o coração na Europa.
    Neoliberais esquerdistas ou marxistas, são mente colonizada, não aceitam a queda da Europa nem o acordar do gigante do Sul.
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    Devemos respeitar o Brasil, devemos cair na real, a próxima super-potência será TROPICAL.
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    Temos muito trabalho pela frente. Para levar o Brasil a potência militar, é preciso primeiro uma revolução cultural, é preciso desmontar essa lavagem cerebral feita por europeus e marxistas durante todo o século XX.
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    Não tem iluminado nem ‘vanguarda’ que possa levar adiante essa mudança, novos iluminados levarão o país a novas corrupções, só com a participação ativa e consciente do povo brasileiro o Brasil poderá virar potência militar.

  2. Os cometários acima procedem, e o fantasma do nacionalismo voltando c + força e à caça aos culpados pelo desemprego em massa..q poderá perdurar uns 3/4 anos ou mais…Quem sobreviver vera.Trágico.Sds.

  3. Milton Brás Cabral disse:
    26/02/2012 às 15:30
    3. Salários altos, e pouca possibilidade de mudar isso.
    =>>>consequência: êxodo de empresários e profissionais.
    ==
    ==
    Discordo desta parte.
    Segue uma concepção minha sobre o assunto e que não significa a “única verdade”….rsss
    O problema da Europa é o custo em geral de seus produtos. O mesmo custo que se fala do Brasil (custo Brasil). Nada mais que isso.
    E quem está quebrando a Europa são os chineses devido a alguns países não estarem preparados para a concorrência econômica. E já está clara a estratégia chinesa para se manter nesta guerra cambial.
    Vejam que o custo Brasil é alto, mas o custo de uma aeronave Francesa é alta até para os padrões do Brasil.
    E os empresários apenas mudaram seus negócios para economias que lhe rendam melhor lucro (é isso que dá quando se acredita que os empresários são bonzinhos e o governo é que é o ovo podre).
    Já os profissionais, por enquanto ainda não saíram da Europa (por enquanto), mas quem sabe com um conselho de engenharia que ao invés de ajudar o governo a desenvolver novos profissionais, já acena para a “importação de engenheiros” (é isso que dá termos pessoas “nacionalistas” decidindo o nosso futuro).
    Quanto a recessão na Europa, essa se dá apenas pelo fato do Euro ser forte demais se comparado com as outras moedas.
    Quando fizeram o Euro esperavam que ele fosse forte para tornar as outras economias inferiores (e submissas) à da zona do Euro. Daria certo se não fosse o fato de muitas economias da zona do Euro serem frágeis.
    Se o Euro tivesse dado certo, pior teria sido para nós. Que bom que o tiro saiu pela culatra.
    No restante do comentário, concordo plenamente.

  4. Essa União Européia é igual a Saturno, vai devorar todos os seus filhos.
    Cidadães europeus só digo pra vocês: “PERDEU PRAY BOY”…
    LOGO NÃO TERÃO MAIS QUE O ANUS PRA OFERECER AOS RUSSOS NÃO OS DEIXAREM MORREREM DE FRIO SEM GÁS. O Tio Sam vai lavar as mãos.
    Graças aos Deuses eles estão em declinio neste séc.XXI se não meus caros, agente tava fufu nas mãos deles.
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    Fui! Vou dormir hoje com uma boa notícia como esta.

  5. Algumas considerações que a “Doutora” esquece na sua análise:

    – O “projecto falhado” chamado União Europeia continua a integrar novos países; a Croácia entra no próximo ano e a lista de espera inclui a Turquia, Islândia e o resto dos países balcânicos (que veja-se, procuram estabilidade na UE… vai-se lá saber porquê);

    – “uma verdadeira integração exige a convergência de vários fatores, que não apenas econômicos, mas também políticos e culturais” … Já existe isso “Doutora” há muito… São os grupos de partidos políticos europeus. Não há convergência cultural europeia? Não há sentimento comum de pertença? Que anedota…

    – “preconceitos persistem e os partidos políticos que pregam menos diversidade e mais intolerância ganham espaço” – ganham espaço, mas para tristeza dos detractores da Europa, são MINORIA, e não têm sequer voz nos orgãos de soberania europeus (Parlamento e Conselho);

    – “o da moeda única comum, gravemente ameaçado”… Tem a certeza??? Outro desejo moldado à realidade…

    – “O princípio da livre circulação de pessoas, outra pedra angular da integração européia, está sucumbindo diante da reintrodução dos controles de fronteiras em diversos países.” Onde isso foi instituido mesmo???

    – “a ONG Human Rights Watch constatou uma Europa menos democrática em 2011 e um recuo da proteção dos direitos humanos, principalmente com as discriminações, a intolerância em relação às minorias, às migrações e aos asilos.” Ainda assim, continua um farol no mundo… Aliás, a HRW costuma andar muito activa no Brasil…

    “Doutora” o seu “Mundo” é fascinado na suposta xenofobia e preconceito europeus, contudo, já se deu conta que nenhum outro bloco de países, ou país (com excepção talvez dos EUA) recebe tantos estrangeiros, todos os anos??
    Já se deu conta, ou simplesmente ignorou?

    Mais um texto de ódio e de ideias feitas.
    Noutras palavras: bullshit… ahahahah

  6. Europa não tem futuro. Fato.

    Mas é uma frase bem genérica. Gostaria de ser um pouco mais claro sobre o que imagino tenha sido o que o Milton tinha em mente. A Europa é um dos poucos lugares do mundo que podem servir como exemplo. Pelo menos exemplo de bem-estar social. Pelo menos alguns países. Talvez uma minoria por lá. enfim. É uma contra posição a quase todo o resto do mundo. Lá temos países com elevados índices educacionais por quase a totalidade da população. É disso que se trata desenvolvimento. Não de PIB ou dinheiro. Se trata do que um país consegue suprir a cada um de seus habitantes, seja produzido interna ou externamente. As vantagens de ser auto suficiente consistem em simplesmente poder fazer as coisas do seu jeito. Só. Eu gosto assim, pessoalmente, por mais que digam que isso diminui a produtividade como um todo. Anyway.

    Lá nós temos securidade social, boas escolas, boa expectativa de vida, boa qualidade de vida, e baixos graus de desigualdade. Pelo menos quando comparados com qualquer outro lugar do mundo. Quem mais há? Canadá? Nova Zelândia? Japão?

    De fato, na Europa não há mais futuro. Ele já chegou lá. Alguns países são o futuro hoje. Agora essa ladainha de que a Europa está em ruínas, por favor, me poupe. As bases são sólidas. Gostem ou não. Capital humano que é a parte difícil. E a china vem se esguelando, fazendo o possível e o impossível, para conquistar o seu. Índia também. Mas não vai ser uma crise econômica qualquer que vai tirar isso da Europa.

  7. Obrigado Over e Paulo pelos comentários, é assim, já existe sim migração para o Brasil, mas não é ainda muito expressiva.
    Paulo, a Europa não tem recursos naturais, tem que comprar energia da Rússia etc, é um problema né?
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    A Alemanha investiu uma fortuna na energia solar, agora tudo mundo caiu na real, que não se consegue baixar os custos dos painéis, se a Alemanha tivesse território e sol pelo menos ela poderia fazer uma grande diferença usando esses painéis no seu próprio país.
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    Entendo tua posição, eu sei que o mais importante é a educação, mas não confies muito nisso, porque a população migra, e os países ficam.
    O mesmo acontece com as empresas, Eurocopter falou que vai usar Helibras para produzir para o mercado mundial.
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    Não é um processo de um ano, estamos falando em décadas, China levou décadas para chegar ao patamar onde está hoje, e vai levar ainda mais tempo para superar Europa, mas vivemos num mundo onde as coisas ocorrem cada vez mais rápido.

    [Na verdade a China não vai conseguir porque a guerra pelos recursos naturais será ganha pelos americanos que nem vão entregar Taiwan, aí existe a possibilidade dum crescimento exponencial da indústria brasileira. (é claro, con reforma tributária).]
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    Quando eu comecei a concluir aqui que a Europa não tinha futuro, recebi algumas críticas, é claro, ainda a Europa não estava em crise e ninguém nem imaginava que o euro ia estar nesta situação.
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    Naquela época me basei não na possibilidade de estourar uma crise financeira, mas nos dados estruturais citados no comentário anterior. A realidade está confirmando o prognóstico. Sds.

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