Texto: Plano Brasil
E.M.Pinto
Segundo algumas fontes iternacionais de notícia, Zvi Ashkalov, o nº 2 do Mossad, o departamento de inteligência israelense, foi assassinado em Barcelona, Espanha, após a explosão do seu carro em uma rua da cidade catalã.
As causas e a autoria do atentatdo ainda estão sendo investigadas, a suspeita maior decai sobre o grupo Hisbulahh.
Configurando-se assim, este atentado levantaria muitos questionamentos e protestos por parte de vários governos. Operações de execuções indiscriminadas em territórios extrangeiros além de ilegais são classificadas como atentados terroristas, por diversas nações.
Ao se confirmar a autoria do atentado este evento seria uma ação declarada do grupo e contrariaria a descrição comum neste tipo de ações.
Segundo o jornal kuwaitiano Al Watan o ataque teria sido umaa resposta de vingança do grupo à operação israelenese que eliminou o arc terrorista Imad Mughniyed, bem como ao assassinato de 5 cientistas iranianos ligados ao programa nuclear iraniano.
O assassinato do nº 2 do Mossad é um duro golpe emplementado pelos opositores do estado israelense e ocorre num momento de agravamento de tensões entre o estado de Israel e seus vizinhos, especilamente com o Irã, sendo este declaradamente o “patrocinador” do Grupo Hisbulahh.
Pau que dá em chico, dá em francisco!!!
Beleza! Assim quebra um pouco a áurea do mossad! Não sou a favor de assassinatos, mas israel estava merecendo…
ASSASSINATO SELETIVO,É O NOME DO TERRORISMO
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Esse tipo de ação é deplorável,uma guerra onde qualquer um pode ser uma vítima dos efeitos colaterais dela;e tem gente grande que apoia tal ação,“assassinatos seletivos”.
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Essa prática é feita por todos e dá a responsabilidade a um só,é querer pagar um grande incêndio com cuspi.
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o Irã com certeza irá levar o inferno que o ocidente quer despeja lá para a Europa,Israel e aos EUA e quem sabe para o resto do mundo onde houver interesses dos seus inimigos.
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Pensar que tem sem-noção querendo do Brasil uma postura mais envolvida e comprometida com tudo isso.
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O Brasil tem que ficar do lado do bom senso e do diálogo,se estes não querem conversar,então que se matem uns aos outros porém,e devemos ficar bem longe com um belo de um porrete nas mão.
Noticia antiga, pois no dia 17 de fevereiro ela foi dada, mas mesmo assim isso só mostra que o Irã não está para brincadeira e Israel tem cada vez menos tempo, pois o Irã está cada vez mais abusado e totalmente centrado em sua guerra em curso..
Quem planta a guerra não pode chorar os mortos, agora é chumbo trocado.
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Que vença o melhor.
dos sionistas não acredito em nada,
a mentira é a base do sistema deles
provavelmente seja um falsa-bandeira
uma queima-de-arquivo entre os próprios sionistas
Prática comum do Mossad em assassinar quem eles acham que deve morrer, e agora chegou a vez deles sentirem na pele o que é isso. Guerra obscura boba e sem sentido.
Muito bom, o Irã disse que o assassinato de seus cientistas seriam vingados, só faltam quatro judeus, gostaria que fossem incluídos como alvos pessoas como altas autoridades israelenses.
Sim, noticia velha, + mostra , conofrme eu disse, q iria ter resposta dos Persas,eu daria..pq um grupo bem organizado ñ faria o mesmo?. Mt bom, se td x q os judeus cometerem esse tipo de ação, assassinato, e terem tbm o msm tipo de rspostas…vão pensar 2 x…Ótimo. tem -se q reagir,basta os Palestinos q ñ podem esboçar a menor reação contra eSSe Estado terrorrista, invadidos, massacrados,SHOAH,e os paladinos da justiça viram a cara p a situação dos Palestinos, o tal quarteto(fantasma )….Trágico, lamwentável etc,etc, etc,(visitem o site Breaking The Silence, e fikem com ódio de certos seres humanos, humanos?!?! )Qdo vaão cump´rir oa resolução da ONU/CS à .242?!?! Sds.
Pelo meno não fizeram atentados contra a população civil, foran direto ao ponto. Como disse o colega é um serviço seletivo que visa buscar quem pensa, as tais fontes.
Aliás quem inventou isso foi Israel.
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Imperdível
http://www.youtube.com/watch?v=M2J1_yaQops
que vença o Iran
A largada foi dada, quem vai matar quem de hora em diante?
Forte. Muito forte mesmo essa ação, se verdadeira.
Coisa de filme.
Eu NÃO duvido NADA se não foi o PRÓPRIO MOSSAD que o MATOU.
Eu tenho minhas dúvidas da REAL capacidade militar do Irã. Inclusive, já fiz um comentário a respeito; o que não duvido é que se houver uma guerra o Irã vai jogar m… no ventilador, e vai respingar na Europa.
Se eles querem brincar de mata – mata, que continuem bem longe do Brasil!!!
Abraço a todos os amigos!
Há muitos comentadores deste site que comungam ideais anti semitas, porque sim, porque é certo.
Serão descendentes dos fugitivos da alemanha de hitler??? Também apoiam tresloucados como o presidente do irão como sendo alguém merecedor de crédito.
É certo que há algo em comum entre as duas ideologias…
Isto apesar de não ser necessário muito esforço para tomar conhecimento dos beneficios que tais ideologias deram à humanidade.
No entanto cada um sabe de si!!!
DIVIDINDO O PREJUÍZO
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O Irã esta disposto a se defender,nem que para isso eles tenham que exportar uma parte do inferno que estará sobre estes; para a Europa,Israel e aos EUA;como se pode vê pela matéria acima.
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******(trechos do original)
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(*)Fonte:Vermelho
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http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=176173&id_secao=9
gostaria de saber da fonte da informação?
SE FUFU ISRAEL!
BEM FEITO MOSSAD!
PERDEU, PERDEU SEUS SIONITAS PAU MANDADOS DOS CÉSARES DO PLANETA!
VAAIIII MMOORRERRR HO RAPAZIADA DA MOSSAD!
ESSES SÃO TUDO IMPOSTORES E NUNCA FORAM JUDEUS DE VERDADE!
Se confirmada é uma pena que tão valoroso profissional tenha morrido. Espero que matem mais uma dúzia de cientistas nucleares do Estado Fascista iraniano
Esse e so mais um fato que comprova o nivel que a inteligencia tanto do Hisbulahh quanto do Ira alcancou.
Parabens a eles!
Pimenta no rabo dos outros e’ refresco…quem sabe os israelenses pensem 2 vezes antes de matar cientistas..
Em 1981 o mossade matou um militar da aeronautica (ligado a pesquisa nuclear) do Brasil em Sao Jose dos Campos, com um artefato radioativo,ele morreu em 2 semanas..
Esse é só o começo. Depois que Israel começou covardemente assassinar cientistas iranianos. Abriu as portas para a selvageria.
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Se houver algum ataque ao Irã; é melhor empresários, artistas e políticos judeus pelo mundo ficarem mais espertos quando saírem pela rua. Com certeza eles serão cassados e assassinados pelo mundo a luz do dia. Como disseram acima: “Pau que dá em chico, dá em francisco!!!”
Terrorismo multuo! Muito além da guerra fria em que estavam.
Realmente acredito que irá acontecer uma guerra em breve… Há não ser que o regime dos Aiatolás caia por conta própria e sem intervanção dos EUA…
O hezzbolah vai muito além do mossad.. Eles não ficam matando civis cientistas em nome de seu estado patetico do mundo da fantasia.
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Alguns colonos segregadores deveriam morrer também de vez em quando, mas não pelas mãos dos palestinos, que mesmo jogando fogos de artifício sobre os muros dos assentamentos são sempre os vilões da história.
AMOR com AMOR se PAGA…
Assassinatos de cientistas iranianos em carros com BOMBAS se paga com assassinato de MANDANTE em carro com BOMBA…
PARECE que os Iranianos se cansaram de ser atacados com vírus de computador nas suas instalações nucleares e com bombas nos autos de seus cientistas nucleares e decidiram RETALIAR…
Agora vamos assistir o GRAND-SHOW da HIPOCRISIA da mídia OCIDENTAL por que a guerra suja dos 007s JÁ começou…
THALLION LAW MODE ON…
Se for verdade mesmo, mostra que o Hisbulahh é bem mais profissa que a al-kaeda. Israel sabe disso quando invadiu o sul do libano, tomou uns rpg30 na lata.
Infelizmente acontece tantas coisas nos bastidores que nem imaginamos….ahahah
Quem vive pela espada morre pela espada
24 de junho de 1981
Ligações perigosas
Uma aliança com o Iraque, que inclui remessas
sigilosas de material bélico, custa ao Brasil
denúncias de conexões nucleares
No rastro dos caças de Israel que bombardearam e destruíram a central atômica do Iraque em Tamuz, alguns estilhaços, na semana passada, sobraram para o Brasil – e o país, subitamente, viu-se arremessado para a órbita do aceso debate sobre a proliferação nuclear, como parceiro dos iraquianos em escuras transações que poderiam acabar por capacitá-los a conseguir sua bomba atômica. Ao final da semana, as versões sobre embarques secretos de urânio do Brasil para o Iraque estavam moribundas, e desesperados esforços para mantê-las à tona começavam a assumir contornos cômicos – parecendo sepultada, igualmente, uma incipiente crise entre as chancelarias de Brasília e Jerusalém. Mas nessa turbulência acabou emergindo para a luz uma até então pouco comentada conexão nuclear e militar entre Brasil e Iraque – ampla, profunda e capaz de causar preocupações no cenário internacional.
Uma nota de quarenta linhas publicada discretamente pelo jornal inglês The Guardian, em sua edição do último dia 12, foi o primeiro capítulo desse folhetim que se desdobraria ruidosamente durante a semana – uma das mais agitadas desde que o Brasil iniciou seu polêmico programa nuclear. Nesse curto despacho, enviado por seu correspondente brasileiro dois dias antes, o jornal londrino informava que, em fevereiro deste ano, um avião comercial do Iraque decolara do aeroporto de São José dos Campos, a 100 quilômetros de São Paulo, transportando uma carga de urânio com destino a Bagdá. Nenhuma publicação brasileira republicou a denúncia. Três dias depois, contudo, uma ligeira menção ao Brasil num boletim de cinco laudas, distribuído em Tóquio por funcionários do Ministério das Relações Exteriores de Israel, faria detonar o segundo capítulo do enredo – e abriria, agora com toda força, o debate em tomo do tema.
No documento, o governo israelense incluiu o Brasil num grupo de países “que poderiam vir a fornecer urânio ou equipamentos de enriquecimento de urânio”, ao Iraque. O Itamaraty reagiu de imediato: não, o Brasil não estava fazendo nada disso, e protestava formalmente contra a acusação. O embaixador de Israel em Brasília, Shaul Ramati, foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores para saber que o governo “estranhava a menção ao Brasil no documento”. Foi um recado energético. “O Brasil não podia permitir que o ladrão culpasse o guarda pelo roubo do banco”, explicou um assessor do ministro Ramiro Saraiva Guerreiro, que acabava de chegar de uma viagem oficial de três dias ao Senegal. Ramati ofereceu as desculpas possíveis: “O documento tratava apenas da tentativa do Iraque de conseguir a bomba”, argumentou. “Nós só dissemos que o Iraque estava tentando conseguir isso no Brasil”. Israel, efetivamente, abandonaria com rapidez a acusação – inclusive tomando o cuidado de retirar de circulação o polêmico boletim. A essa altura, contudo, a questão da denúncia israelense já começara a ser empurrada para fora do noticiário por versões ampliadas da acusação divulgada no Guardian.
Parceiro da aventura – No domingo, dia 14, o correspondente em Beirute do Jornal do Brasil enviara para o Rio de Janeiro – de Telavive, para onde se deslocara poucos dias antes, um despacho praticamente idêntico ao divulgado na véspera pelo Guardian. Segundo o jornalista, naquele dia um informante do serviço secreto de Israel, o Mossad, o procurara em Telavive com a notícia de que, “em fevereiro”, o Brasil teria remetido ao Iraque um grande carregamento de dióxido de urânio, camuflado em meio a armas e peças de reposição embarcadas num avião iraquiano. A informação, condicionou o agente Mossad, deveria ser creditada a “fontes da comunidade científica de Israel”.
O Jornal do Brasil, diante da origem da notícia, preferiu examiná-la com cuidado – e não a publicou. Mas a denúncia, soprada pelo correspondente do Guardian a um repórter de São Paulo, acabaria explodindo com o estardalhaço no meio da semana. Nessa versão, o Brasil seria um parceiro secreto de aventuras nucleares do Iraque, decidido a abastecer o sócio com o urânio necessário a implantar no Oriente Médio o cogumelo atômico. Segundo ela, nos dias 14 e 15 de janeiro últimos (e não mais em fevereiro), dois aviões do Iraque – um Boeing – 727 e um Iliushin IL – 76, de fabricação soviética – teriam sido carregados, no aeroporto do Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos, com 8 toneladas de dióxido de urânio, processadas pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, um órgão do governo de São Paulo, e vendidas ao governo iraquiano pelo Brasil.
A história, progressivamente, foi ganhando cores e detalhes dramáticos. Os dois aviões iraquianos teriam usado o motivo oficial de seu pouso – carregar mísseis fabricados pela Avibrás Aeroespacial, uma empresa de São José dos Campos – para camuflar o embarque do urânio. O material, ia adiante a versão, teria sido colocado no avião em forma de pó, acondicionado em cilindros metálicos – e tudo isso durante a noite. Ele estaria na forma de dióxido de urânio, um pó escuro retirado dos sais do minério, que, submetido a determinados processos científicos, pode ser transformado em plutônio. Essa versão teria sido confirmada por Pedro Vial, assessor da presidência da Avibrás, que além de mísseis fabrica foguetes e antenas para satélites . Por fim, o pacote era amarrado com um fantástico fecho: um dos aviões iraquianos com o urânio fora interceptado por caças, provavelmente israelenses, sobre os céus do Atlântico, e forçado a descer no aeroporto de um país africano. Ali a carga foi confiscada.
Acoplagem confusa – “Isso me parece uma bela história de capa-e-espada”, resumiu na quarta-feira o chanceler Saraiva Guerreiro. Ao longo da semana, de fato, a versão do embarque secreto de urânio foi vergando ao peso de sucessivos desmentidos – subscritos tanto por homens do governo quanto por técnicos em cujos depoimentos a versão supostamente se apoiara. O engenheiro Pedro Bento de Camargo, diretor do Instituto de Pesquisa Energéticas e Nucleares (IPEN), por exemplo, negou seu endosso à teoria de que ocorrera algum embarque clandestino de urânio e rechaçou a suspeita de que o Brasil monta nas sombras um programa nuclear secreto.
Como Pedro Camargo, o superintendente do IPEN, Hernâni Amorim, acredita que a versão nasceu da confusa acoplagem de episódios reais com a história dos aviões. A mais de um repórter, ambos informaram que, até julho de 1980, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão que controla todos os institutos de pesquisa nessa área, costumava enviar ao IPEN pequenas partidas de urânio, para que recebessem o processamento inicial de purificação – cada uma delas tinha, no máximo, 200 quilos. Subitamente, o volume das encomendas feitas pela CNEN deu um salto – no segundo semestre, houve dias em que o IPEN mobilizou seus técnicos ao longo de 24 horas seguidas – e até dezembro próximo deverão estar processadas 70 toneladas de urânio. Feito o processamento, o urânio é devolvido à CNEN, que o incorpora a seus estoques. “Nós só prestamos serviços”, explica Amorim. “Cabe à CNEN decidir o que fazer com esse material”.
À falta de esclarecimentos oferecidos pela CNEN – que não revelou o que tem feito com o urânio tratado pelo IPEN, nem disse por que aumentou suas encomendas – a versão conspiratória decidira que, desse total, 8 toneladas subiram a bordo de um avião iraquiano – suposição que nenhum técnico do IPEN avaliza. Da mesma forma, é provável que a fantasia do “programa nuclear clandestino” tenha resultado da informação – verdadeira – de que o Brasil juntou, nos últimos vinte anos, 100 toneladas de matéria-prima nuclear que mantém estocadas. “É o chamado urânio sem salvaguardas”, esclarece Camargo, “porque foge à fiscalização da Agência Internacional de Energia Atômica” – a AIEA, órgão ligado à ONU que é responsável pela vigilância dos países que assinaram o Tratado de Não- Proliferação de Armas Nucleares.
“Que sigilo?” – A partir disso, especulou-se que esses estoques estavam apenas à espera de equipamentos destinados à construção de um laboratório nuclear, que a Alemanha efetivamente doou nos últimos meses ao IPEN – sem que a tanto estivesse obrigada pelo acordo com o Brasil. Um novo laboratório, para análise de materiais irradiados, será inaugurado em 1983. “Mas nada tem de secreto”, corrige Hernâni Amorim. “Esse laboratório é a base fundamental para a existência de uma usina de reprocessamento de urânio. Por enquanto”, ressalva, “o IPEN não tem autorização nem capacidade para trabalhar com material irradiado”. O esclarecimento foi energicamente encampado pela embaixada da Alemanha em Brasília – colocando a pique um outro equívoco, o de que os alemães teriam admitido a existência do “programa secreto”.
Os rumores talvez sequer decolassem se também o governo evitasse uma certa inclinação pelo mistério. Em janeiro, quando foi noticiada a presença de aviões iraquianos em São José dos Campos, Brasília tentou negar sua existência – só agora admitida. “Os dois aviões ficaram cinco dias estacionados no aeroporto do Galeão antes de seguirem para São José dos Campos”, contou na semana passada o embaixador do Iraque em Brasília. “Que sigilo é esse?” Ainda que transportassem o minério, Oswaldo Palma, secretário da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia de São Paulo, pasta à qual está subordinado o IPEN, acha que não haveria razão alguma para segredos. ” O dióxido de urânio é um item de exportação como outro qualquer”, observa Palma.
É certo, além disso tudo, que o Iraque, mesmo recebendo urânio brasileiro, não tem a mais remota chance de produzir bombas atômicas a curto prazo. Ainda que pudesse, pouco proveito teriam 8 toneladas de dióxido de urânio, um volume demasiado ralo na opinião de especialistas americanos. Para completar, o urânio em forma natural, ou apenas superficialmente beneficiado, é material abundante, disponível no mercado e que dispensa operações clandestinas para ser obtido.
Mesmo o governo de Israel, apesar de justificadamente animado com a possibilidade de repercussão da denúncia – eventualmente, por ter tentado plantá-la por intermédio do Mossad – acabou por não levar a sério a folhetinesca trama.
Caças Mig – Se não embarcou urânio algum, é certo que o Brasil está envolvido a fundo numa conexão sem precedentes com o Iraque, incluindo cooperação nuclear e extensas transações com armas – e amarrada na total dependência do Brasil em relação aos países árabes produtores de petróleo, a começar pelo próprio Iraque. Afinal, o próprio vice-presidente da República, Aureliano Chaves, sugeriu na semana passada que transações com material nuclear não são liminarmente excluídas pelo Planalto. “Se o Brasil tivesse realmente vendido urânio para o Iraque, que mal haveria nisso?”, perguntou Aureliano.
Escrúpulos do gênero – bem menos estratégicos, aos olhos do governo, que os 400.000 barris de petróleo por dia que o Iraque garante – têm sido descartados com desenvoltura pelo Planalto. Desde o começo da guerra entre Irã e Iraque, por exemplo, o Brasil produz secretamente em São José dos Campos, nas instalações da Embraer, peças de reposição para os caças Mig do sócio árabe. Para buscá-las, pousam discretamente em nossos aeroportos aviões Iliushin iraquianos transportando modelos de peças que precisam ser reproduzidas. Esse material certamente engrossava a carga dos aviões que em janeiro decolaram de São José dos Campos. Assim, a carga transportada para Bagdá violou sigilosamente a posição oficialmente neutra que o Brasil ostenta no conflito do Oriente Médio.
Conversas no deserto – O Itamaraty faz o possível para aparentar eqüidistância, num esforço que inclui uma estreita vigilância sobre embaixadores um tanto afoitos. Nomeado para a embaixada em Bagdá, o general Samuel Alves Correia afirmou que o Brasil estava disposto a ceder ao Iraque “tecnologia sensível” – ou seja, as mesmas técnicas de enriquecimento e processamento de urânio usadas para chegar à bomba atômica. O general desmentiu a declaração no dia seguinte, mas, em setembro de 1980, duas semanas depois da eclosão da guerra entre Irã e Iraque, montou em Bagdá um estande de vendas de armas brasileiras – que exibia tanques Urutu e Cascavel comprados pelos Iraquianos.
A transação fora feita sigilosamente, sob o controle do Conselho de Segurança Nacional – e o Itamaraty viveu momentos de pânico, certo de que o Irã interpretaria como gesto de hostilidade essa amostra da inexperiência diplomática do embaixador. O chanceler Saraiva Guerreiro ordenou ao general que fechasse o estande. Na semana passada, chamado à cena pelo caso do urânio, o ministro Camilo Penna, da Indústria e Comércio, afinal reconheceu que o Brasil embarcara para o Iraque, em janeiro, mísseis ar- terra fabricados pela Avibrás.
Mísseis ar-terra e mesmo peças para os Mig iraquianos, entretanto, são apenas uma parte do envolvimento brasileiro no Iraque – que começou a entrar em zona delicada em 1979, quando o ministro Penna comandou uma equipe encarregada de inaugurar, em Bagdá, negociações para um acordo nuclear com o Iraque. Em meio às conversas, o Itamaraty conseguiu, com o argumento de que o país se meteria em complicações internacionais, que Camilo Penna e sua comitiva decolassem de volta ao Brasil. Mas os retornados cruzaram nos ares com um jatinho francês que uma equipe da Petrobrás estacionada no Iraque havia fretado para buscar no Brasil o presidente da Nuclebrás, Paulo Nogueira Batista.
Os emissários da Petrobrás estavam negociando a questão do poço de Majnoon, uma imensa reserva de petróleo que o Iraque entregara às sondas da Braspetro. Com Batista à mesa, as conversas recomeçaram numa pequena cidade no meio do deserto iraquiano e, quatro dias depois, o acordo de cooperação nuclear estava acertado. O trato deveria permanecer secreto – mas a presença do jatinho francês, parado quatro dias no aeroporto, acabou chamando a atenção e a notícia vazou. A Braspetro recebeu, pela devolução de Majnoon, uma indenização pouco satisfatória. Em contrapartida, nem o conflito com o Irã fez com que o Iraque negligenciasse as encomendas brasileiras de barris. O que não puderam entregar ao Brasil, por causa da guerra, os iraquianos conseguiram que a Arábia Saudita entregasse em seu lugar.
Máquina xereta – O final relativamente feliz das negociações mudou o apelido de Paulo Nogueira Batista na intimidade do Planalto: em vez de “PNB”, ele passou a ser chamado de “o homem da bomba” por amigos que difundiram a versão de que a inalem 007 do presidente da Nuclebrás “faz tique-taque”. Nessa maleta repousaram os itens do acordo divulgado só em janeiro de 1980. Desde então, o Brasil forma técnicos iraquianos nas diversas fases das atividades nucleares, abriga estagiários na Nuclebrás e em São Paulo e acolhe missões em visitas a instalações proibidas a brasileiros comuns.
Tais ligações já há tempos preocupam Israel. Em sua publicação Weekly Media Abstract, distribuída às embaixadas israelenses em todo o mundo, o governo de Jerusalém costuma chamar a atenção sobre o envolvimento brasileiro no Iraque. O número 78, de 17 de fevereiro último, diz que o Brasil está disposto a fornecer armas “sem levantar questões”, por sua dependência do petróleo iraquiaio. Outro número, de 22 de julho de 1980, afirma que o acordo com o Iraque prevê que o Brasil deverá “fornecer urânio, ajudar a localizar urânio no Iraque e fornecer treinamento técnico”- além de equipamentos e serviços para os reatores.
O Iraque, de seu lado, acolhe com entusiasmo visitantes brasileiros, e se dispensa de maiores cautelas diante deles. Em novembro do ano passado, o secretário particular do presidente da República, Heitor Ferreira, viajou reservadamente para o Iraque e, durante quatro dias, pôde constatar que ali não se pratica o culto ao segredo. Com uma máquina fotográfica Xereta, Ferreira registrou flagrantes dos silos que abrigam Migs comprados à União Soviética. Apresentando-se como “funcionário da Petrobrás”, converso com três ministros. Seus interlocutores não sabiam com quem falavam mas falaram muito.
De qualquer forma, os iraquiano costumam ser bastante cuidadosos na escolha de amigos – prova disso é que negociaram seu programa nuclear com os dois países, Brasil e França que mais dependem de seus barris de petróleo. Na opinião de analistas americanos, o Brasil foi até pressionado pelo Iraque a aceitar a colaboração nuclear, em troca da garantia de suprimentos de óleo. Presa a tão fortes laços, Brasília procura cuidadosamente afrouxá-los com proveitosas transações comerciais.
2.000 carros – Uma ferrovia em construção renderá 1,3 bilhão de dólares à Construtora Mendes Júnior, a Esusa projetou dois hotéis no valor de 30 milhões de dólares e carros fabricados pela Volkswagen brasileira circulam pelo país. O Brasil também vende para o Iraque 100.000 toneladas de açúcar, frangos congelados, farelo e soja, café solúvel, carne enlatada, tanques da Engesa, mísseis da Avibrás e, ultimamente, peças de reposição de aviões processadas pela Embraer.
Até o bombardeio do porto de Basrah pelos iranianos, esse comércio rendia ao Brasil algo em torno de 300 milhões de dólares por ano. Com o estrangulamento da via marítima, as transações comerciais ficaram limitadas à construção da ferrovia e dos hotéis – e, naturalmente, ao fornecimento por via aérea de material bélico, que só em carros de combate já atingiu a expressiva cifra de 2.000 unidades.
Fissuras nessa aliança entre Brasília e Bagdá são tão improváveis quanto retrocessos no programa nuclear brasileiro, apesar de desconfianças internacionais, excitadas com o advento do acordo com o Iraque. Elas não incluem apenas Israel. Há dois meses, com a missão oficial de representar seu país numa reunião bilateral para debater direitos sobre o mar, o americano James Malone veio ao Brasil conversar sobre questões nucleares entre elas, o acordo com o Iraque. Os Estados Unidos parecem temerosos de que as silhuetas erguidas no litoral fluminense não tenham finalidades exclusivamente pacíficas. As desconfianças seriam menores se o Brasil rasgasse o véu de mistério que cerca se programa atômico – uma providência que também fulminaria fantasias protagonizadas por minérios nucleares e aviões iraquianos.
O ciclo do urânio, do minério à bomba atômica
O bombardeio do reator de Tamuz pela aviação israelense e as especulações sobre as ligações nucleares entre Brasil e Iraque trouxeram para a linguagem do dia-a-dia termos como urânio yellow cake, reprocessamento e urânio enriquecido – relativos a fases por que o urânio passa entre sua extração do minério e sua utilização como agente nuclear. A seguir, alguns dos principais termos usados no ciclo nuclear:
• URÂNIO: O urânio, ponto de partida essencial para o processo nuclear, e seu combustível básico, é um minério que está presente em abundância no mundo. O difícil é encontrar concentrações que permitam sua exploração em termos econômicos. Mesmo nas jazidas ricas, a proporção oscila entre apenas 3 e 4 gramas de urânio puro por tonela de minério.
Nenhum país do Oriente Médio tem urânio para participar do mercado internacional do produto. Os maiores produtores fora do bloco soviético são Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Níger, França e Austrália. O Brasil é pequeno produtor mas, em termos de reservas, está entre os dez primeiros colocados. Hoje há um excesso de oferta de urânio no mercado internacional. O preço, que era de 40 dólares no início do ano passado, está em 25 dólares a libra-peso (454 gramas).
• YELLOW CAKE: O primeiro passo do ciclo nuclear é o de limpar o urânio das impurezas. Com isso, produz-se o yellow cake – ou ” bolo amarelo” – ainda com impurezas da mina, mas com algo entre 70% e 80% de urânio puro. Normalmente, é nessa forma que o produto é fornecido no mercado. O urânio que, segundo as versões da semana passada, o Brasil teria passado ao Iraque, estaria no estado de yellow cake.
• ENRIQUECIMENTO: Para poder ser utilizado com fins nucleares, o urânio tem que passar pelo processo conhecido como “enriquecimento”. Este processo é essencial porque só um tipo de átomo de urânio, o U – 235, libera energia aproveitável quando seu núcleo é rompido. Apenas 0,72% dos átomos de urânio é de U – 235. A maior parte, 99,28%, é de U – 238, que não serve como combustível para movimentar reatores nucleares – os equipamentos que geram a energia nuclear, cujas aplicações vão da produção de eletricidade e usos medicinais à confecção de bombas.
O objetivo do enriquecimento é aumentar a proporção de U – 235 no urânio de modo que ele possa ser usado pelo reator. Para a produção de bombas, porém, a proporção precisa ser muito maior, superior a 90%.
O reator de Tamuz, destruído pelos israelenses, funcionaria com urânio contendo 93% de U – 235 – uma das causas da alegação de Israel de que se destinava, também, a produzir artefatos nucleares. A suposta partida de yellow cake brasileiro não serviria para Tamuz – o material teria de ser submetido, primeiro, a uma operação de maior beneficiamento para conseguir um grau mais alto de pureza; depois, teria de passar por uma operação de enriquecimento. Este trabalho só poderia ser feito num terceiro país, pois o Iraque não tem instalações para enriquecer o urânio. São capazes disso, atualmente, apenas os Estados Unidos, a URSS, a França e um consórcio formado pela Inglaterra, Alemanha e Holanda.
– REPROCESSAMENTO: Terminado seu aproveitamento pelo reator, o urânio enriquecido ali utilizado como combustível é reprocessado para a separação dos outros elementos surgidos durante a reação atômica. Em seguida, é devolvido à usina de enriquecimento, que coloca em condições de ser novamente aproveitados.
– PLUTÔNIO: É nessa fase do processo nuclear que ocorre a separação do plutônio, um elemento que não existe na natureza. Ele aparece só como resultado do bombardeio dos núcleos de U – 235 dentro do reator. Como combustível para usinas atômicas, o plutônio é tão bom como o U – 235. Para a fabricação de bombas atômicas, também. Um reator como o de Tamuz produziria, a cada dois anos, a quantidade de plutônio – cerca de 6 quilos – necessária para a fabricação de uma bomba.
– BOMBA: As bombas atômicas podem ser feitas com urânio altamente enriquecido ou com plutônio. A bomba de Hiroxima era de urânio enriquecido; a de Nagasáqui, de plutônio. A maioria dos peritos acha difícil que um país interessado em produzir armas atômicas secretamente seguisse o caminho do urânio enriquecido. Os poucos países que fornecem o produto controlam estritamente seu uso. A alternativa, caso o país interessado ignore os fatores custo e tempo, seria usar o plutônio procedente de um reator de pesquisas – como fez a Índia para detonar a sua bomba atômica, em 1974.
Esta notícia deveria ter entrado no dia 1 de Abril, teria mais sentido.
É que além da falta de meios de comunicação credíveis a darem-na (não há nenhum aliás), os meios oficias, ex: Bombeiros de Barcelona, Polícia, e oficiosos (testemunhas) não reportaram nada do género.
Outros elementos importantes da estrutura de uma notícia são também descurados, tais como: como? e quando? Não há uma data? Até cachorro festeja aniversário pô…