Embraer consulta cliente para definir seu novo jato comercial

POR ARTHUR COSTA

A Embraer, de São José, iniciou conversas com cerca de 65 empresas do setor aéreo para definir o futuro do seu segmento comercial.
O ‘business case’, como é chamado o procedimento, também inclui as fabricantes de motores GE, Pratt & Whitney e Rolls Royce.
“Estamos falando com as empresas para saber qual é exatamente o avião performance que eles querem. Vamos definir a questão dos motores e enviar o projeto para aprovação do Conselho (de Administração)”, disse o presidente de aviação comercial da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva .
A estimativa do executivo é que o conselho da empresa decida até o final do ano o futuro da família de E-Jets, segmento comercial da empresa, que deve representar em 2012 receita de US$ 3,7 bilhões a US$ 3,85 bilhões.
Em pauta, estão ainda dois projetos paralelos: a remotorização das aeronaves e o alongamento do E-195, avião de maior porte da família de E-Jets que, com a mudança, passaria a abrigar até 130 passageiros.
De acordo com Silva, uma proposta independe da outra. “O que anunciamos foi que abandonamos por ora a ideia de olhar uma aeronave de 130 e 150 passageiros. Nosso foco está na aprovação desse pacote de investimentos”, disse o executivo.

Projetos

A remotorização dos E-Jets, denominada de ‘Evolution’, foi anunciada em dezembro, durante almoço dos executivos da empresa com a imprensa.
O projeto prevê ainda mudanças nas asas, que podem crescer a eficiência das aeronaves em até 15%.
Já o alongamento do E-195 fará com que a capacidade do avião passe de 120 para 130 passageiros.

Lançamento

Caso as mudanças sejam aprovadas pelo conselho, a expectativa é que o primeiro voo teste do EV aconteça em 2016. As novas aeronaves devem entrar em operação no mercado em 2018.
Apesar de as mudanças serem implantadas em aviões já existentes, as alterações farão que os novos modelos necessitem de certificados de voo da Anac (Agência Nacional e Aviação Civil) e demais agências internacionais reguladoras.
Segundo o presidente de aviação comercial da Embraer, a atualização dos E-Jets é uma das medidas para combater a chegada de novos concorrentes, como empresas russas e chinesas, que focam o crescimento da aviação regional em países emergentes.
“Existem novos entrantes (no mercado), mas vamos tomar medidas para continuar competitivos. Essas melhorias devem trazer uma redução no custo operacional entre 4% e 7%”, disse Silva.

Mercado

Balanço divulgado no início do mês mostra que a Embraer espera entregar em 2012 de 105 a 110 jatos comerciais, de 75 a 85 jatos executivos leves e de 15 a 20 jatos executivos grandes.
A previsão da empresa é que, em 20 anos, 7.000 aeronaves sejam adquiridas no segmento de até 120 lugares.
A Embraer, atual líder desse mercado, pretende manter sua participação de 43% nesse nicho, o que representaria a venda de cerca de 3.000 aeronaves no período.

Previsão

Em 2012, o investimento total da Embraer deve totalizar US$ 650 milhões, ante os US$ 500 milhões de 2011, aumento de 30%.
Deste total, despesas com pesquisa pré-competitiva devem atingir US$ 100 milhões, despesas com desenvolvimento de produtos, US$ 350 milhões, e o total de Capex (para finalizar a co nstrução das plantas de Évora, em Portugal), mais US$200 milhões.

Fonte: O Vale

7 Comentários

  1. Essa é a verdadeira zona de risco – Boeing / Airbus / C919 / Bombardier – na faixa dos 130 aos 180 pas.
    A grande competição vai se acirrar.
    Sucesso para a Embraer.
    —–
    Quem produz jato pequeno e caça turbo-hélice não tem condição de produzir uma caça pequeno para ser o avião de treinamento a jato de entrada da nossa FAB?
    E que futuramente possa “crescer” para ser o caça massivo?

  2. A Embraer sempre covarde, no dia que ela chegar a produzir um jato para 180 pessoas, a concorrência dos chineses e russos vão estar estar na cola deixando pouca margem pra Embraer respirar.

  3. Carlos Augusto disse: “A Embraer sempre covarde, no dia que ela chegar a produzir um jato para 180 pessoas, a concorrência dos chineses e russos vão estar estar na cola deixando pouca margem pra Embraer respirar.” assino embaixo, tem que ousar, desbravar, o novo sempre traz desconfiança esse medo e essa cautela toda já é demais EMBRAER, faz seu projeto independente de Boeing, Airbus, Caralho de Asa, etc, Faz porra.

  4. Pôxa, Carlos Augusto, cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.
    Para entrar nessa faixa, a Embraer teve que fazer o nome na faixa de baixo. E não pode por causa de pressa ou afobação jogar a perder o que construiu até aqui.
    A Embraer vai para a faixa de cima, com os mesmos clientes da faixa de baixo, essa é a jogada. Comunalidade, crescimento vertical.

    E se você pensa que são russos e chineses, esqueça os russos, são chineses, subsidiados pelo governo, Boeing e Airbus, que já estão nessa faixa e estão lançando novos produtos mais economicos. O A320Neo e o 737NG.

  5. Se a Embraer quiser entrar no segmento das 2 grandes, vai precisar de auxilio do governo. Um avião super cargueiro capaz de REVO e que possa ser mudado para transporte de passageiros seria o ideal. E o motivo pelo qual a Embraer nunca produziu um caça é culpa do governo, ela tinha plano para um caça mono-turbina de ataque leve e treineiro, semelhar aos atuais Yak-130 entre tantos outros. Adivinha? Cancelado, graças ao nosso governo entreguista e míope.

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