O COMPLEXO DE VIRA-LATA

PERIGO! VÍRUS MIDIÁTICO ATACA O CÉREBRO

Brasil já é potência apesar dos ‘especialistas’ da velha mídia

Do blog ECOnsciência

“O brasileiro tem complexo de vira-lata. Adora bancar o chique falando mal de si mesmo. Principalmente quando alguém chique (leia-se, europeu) fala mal do Brasil. Um modo específico de nosso complexo de vira-lata é achar a Europa (em crise) o máximo.

Quem conhece bem o ‘velho continente’ e ultrapassou a caipirice de achar tudo lindo por lá sabe que os europeus são (também) arrogantes, metidos, preconceituosos e exploradores e pensam, ainda hoje, que somos uns ‘índios’ mal alimentados, ignorantes e mal-educados.” – Luiz Felipe Pondé (filósofo).

O BRASIL JÁ DEU CERTO — APESAR DOS CÉTICOS

Por Alberto Carlos Almeida – no Valor Econômico –, é sociólogo e professor universitário, autor de “A Cabeça do Brasileiro” e “O Dedo na Ferida: Menos Imposto, Mais Consumo”.

Grande parte da velha mídia brasileira se especializou em falar mal do Brasil.

Graças a isso, a percepção que a sociedade tem de si mesma, em diversos aspectos, é inteiramente equivocada. Vende-se algo que não existe: a visão de que somos piores em quase tudo, quando comparados com a maioria dos países desenvolvidos.

Nem mesmo as boas notícias são recebidas de maneira positiva.

Por exemplo, a recente informação de que ultrapassamos a Inglaterra quanto ao PIB foi noticiada cheia de ressalvas, afirmando-se que o PIB per capita é um indicador mais relevante e coisas do gênero.

A covardia com o Brasil atinge o ápice quando se tenta comparar nosso sistema político com o dos outros países.

Afirma-se que o presidencialismo é pior do que o parlamentarismo, mas não dizem que os países parlamentaristas têm gastos públicos sistematicamente maiores do que os presidencialistas e que é justamente por isso que a Europa se encontra mergulhada na pior crise econômica de sua história recente.

Diz-se que o sistema eleitoral distrital é melhor do que o proporcional com lista aberta, mas não dizem que um dos países que melhor escapou da crise mundial é a Suécia, que adota o mesmo sistema eleitoral que o nosso tão criticado Brasil.

Como sempre, a lista de críticas ao Brasil é muito longa.

É difícil imaginar como um país tão ruim, com tantas coisas negativas, possa ter chegado aonde chegou. Opa, para os críticos ele não chegou a lugar algum, continua lá atrás, sendo um dos países mais problemáticos do mundo.

A crítica permanente ao Brasil está fundamentada em excesso de provincianismo: como não se conhece o que acontece em outros lugares, assume-se que aquilo que conhecemos de muito perto, em detalhes, é muito ruim.

A greve dos policiais da Bahia e a desordem e criminalidade resultantes é um prato cheio para a frase típica dos que sofrem de complexo de inferioridade: “Isso só acontece no Brasil”. É possível ver o outro lado da moeda, o lado positivo.

A greve dos policiais baianos será resolvida de uma forma inteiramente diferente de greves congêneres que ocorrem nos Estados Unidos. Ao contrário de nosso vizinho mais rico, aqui não será dado um aumento salarial que comprometa a situação de nossas finanças públicas.

É isso mesmo. Para aqueles que não sabem, vários Estados e municípios americanos estão quebrados porque concederam aumentos salariais a perder de vista para policiais e bombeiros. Esse é o caso, tão bem relatado por Michael Lewis em seu livro “Bumerangue”, recentemente publicado no Brasil, da Califórnia e dos municípios de San Jose e Vallejo.

Aqueles que idolatram o federalismo americano deveriam saber que justamente por isso lá não há nada que se assemelhe a nossa Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Governadores e prefeitos estão livres para exercer sua prerrogativa de gastar muito, endividar o setor público ao ponto de comprometer seu funcionamento para as futuras gerações.

Não serve aqui o argumento em abstrato, o princípio teórico, de que descentralizar é necessariamente melhor do que centralizar.

Os policiais da Bahia e de outros Estados estão limitados pela nossa centralização, que se traduz na possibilidade de ter algo como a LRF.

Mais do que isso, a simples discussão ora em curso sobre a PEC 300, um sinal evidente de nossa centralização, mostra que jamais nossos Estados ou municípios ficarão na situação, como é o caso de Vallejo, de ter somente um funcionário público, aquele que tem como função pagar os salários, aposentadorias e pensões de policiais e bombeiros. Isso mesmo, em Vallejo, os sinais de trânsito estão todos piscando permanentemente em amarelo.

O município, falido, não tem recursos para sustentar uma burocracia que faça valer as leis de trânsito. Isso jamais ocorreu ou ocorrerá no Brasil.

Na Grécia, não há cartões de crédito na grande maioria dos estabelecimentos comerciais. A razão é simples: o pagamento em dinheiro vivo está a serviço da mais fácil e completa sonegação de impostos.

Não adianta dizer que os gregos são uma piada e isso e aquilo. Sempre foi assim, desde o momento em que a Alemanha aceitou a entrada da Grécia no acordo que estabeleceu o euro. Os gregos vão muito além de não utilizar cartões de crédito.

Em ano eleitoral, o governo relaxa o controle fiscal, faz vista grossa para o não pagamento de impostos. É muito interessante que o Brasil seja tão ruim, mas que um país europeu utilize o (não) pagamento de impostos como moeda de troca eleitoral.

Cá entre nós, comprar votos em comunidades pobres é muito mais redistributivo. Nosso sistema de controle fiscal pode não ser germânico, mas certamente temos uma burocracia muito mais avançada do que muitos países europeus.

Mas os críticos contumazes do Brasil não sabem disso, são provincianos demais para imaginar que algum país supostamente desenvolvido possa não controlar o pagamento de impostos, como se faz na nação de Macunaíma.

Aliás, nada mais distante do espírito germânico do que Macunaíma, nosso herói sem caráter. Ele é um retrato da nossa incredulidade. O brasileiro jamais acredita no que se diz. Essa credulidade alemã não faz parte da nossa cultura.

Foi graças a isso que os alemães sempre acharam que a Grécia estava cumprido as metas de gastos definidas pelo tratado de Maastricht. Um burocrata ou um ministro da Fazenda brasileiro jamais confiaria na Grécia quanto a isso.

O livro “Bumerangue” é um excelente antídoto para o excesso de pessimismo quanto ao Brasil.

Michael Lewis mostra que nos Estados Unidos, Grécia, Islândia, Irlanda e Alemanha aconteceram e acontecem coisas terríveis, que jamais atingiram e provavelmente nunca farão parte de nossa realidade. É claro que temos coisas ruins e abomináveis, mas isso está longe de ser o cenário catastrófico pintado pelos críticos. Todo país e toda sociedade têm problemas, mas também não somos piores do que os outros em tudo ou quase tudo.

Os alemães de Lewis são crédulos ao ponto de serem os únicos que, já com a crise no horizonte, continuavam comprando os papéis do “subprime” em Wall Street. Aliás, quando um “trader” americano tinha dificuldade para vender tais papéis, recebia invariavelmente a seguinte recomendação: “Venda para aqueles otários de Dusseldorf, que eles compram de tudo”.

Não creio que algum dia será possível trocar otários de Dusseldorf por otários de São Paulo ou do Rio de Janeiro, e muito menos de Brasília.

Os brasileiros acreditam em coisas mágicas como o boto da Amazônia ou o nêgo d’água em Minas Gerais. Ambos cumprem o mesmo papel de justificar, em uma sociedade conservadora, a gravidez de mulheres solteiras ou a traição das casadas.

Isso causa muito menos prejuízo aos cofres públicos do que os duendes nos quais os europeus acreditam. Isso mesmo, na Islândia se acredita em duendes e quando uma empresa como a Alcoa foi se instalar por lá teve que aguardar por seis meses, até que fosse concluído um estudo que verificaria que em determinada área não havia duendes.

É a mesma Islândia que transformou dezenas de pescadores em banqueiros. Isso mesmo, os banqueiros islandeses tinham sido pescadores durante toda sua vida profissional.

Mais do que isso, David Oddsson, que foi primeiro-ministro e presidente do Banco Central islandês, nunca teve experiência alguma com bancos e era poeta de formação.

Talvez por isso os bancos alemães tenham colocado US$ 21 bilhões na Islândia, a Holanda tenha apostado US$ 305 milhões, o Reino Unido US$ 30 bilhões e a Universidade de Oxford tenha perdido US$ 50 milhões.

No Brasil, é impensável que alguém que não tenha familiaridade com o mercado financeiro assuma a presidência do Banco Central. Mesmo assim, há aqueles que insistem em criticar tudo ou quase tudo.

Trata-se de uma questão de ponto de vista, de como olhamos o Brasil.

O exemplo da centralização é emblemático. Não há nada necessariamente melhor em ser tão descentralizados como são os Estados Unidos. Uma postura cética indica que o que melhor e pior, o benéfico e maléfico, dependerão das consequências.

A comparação entre os gastos com funcionários públicos estaduais e federais no Brasil e nos Estados Unidos mostra que a centralização política e administrativa tem sido mais efetiva para conter seu descalabro. Indo além, ser um pouco macunaímico quando se trata de comprar papéis do “subprime” teria sido bom para os germânicos.

Mas nada disso se escolhe: são coisas que as nações são ou não são. Ultimamente, temos sido os grandes beneficiários de ser como somos.

Fonte: materiaincognita

16 Comentários

  1. O texto é bastante contundente, mas eu acho que “nem tanto nem tão pouco”, não somos vira-latas nem somos pitbulls.

    Foi infeliz quando citou a Alemanha, que um dos únicos países sustentáveis do antigo G7, junto com o Canadá.

  2. O problema do Brasil é que o povo é LADRÃO: políticos, empresários e demais aproveitados são EXATAMENTE iguais a todo o resto do povo – se tiver uma oportunidade de “levar vantagem”, a fazem sem pestanejar. Some-se a isso a impunidade e a falta de vontade real da sociedade de mudar a situação (afinal, se mudar, quando chegar a vez deles de roubar, a festa terá acabado?).
    .
    Sinto muito, mas enquanto não assumirmos que nossa sociedade é de ladrões impunes, da camada mais baixa à mais alta, nunca evoluiremos… A verdade dói, mas para mudar tem que ser dita…

  3. Aldo, não iria a tanto, mas vamos aos fatos… ainda a pouco adentrei em uma bicicletaria (de vez em quando dou umas pedaladas) para ajustar minha magrela e ouvi alguns cidadãos comentando que haveria muitas terras loteadas pelo INCRA na região, abandonadas… questionei o motivo e eles me disseram que, apesar de possuirem TODA a infraestrutura necessaria a produção (energia, estrada etc), os contemplados não ficavam para produzir porque era muito mais facil ficar na periferia da cidade vivendo de bicos e do assistencialismo governamental (claro que ele não usou essas palavras)… a despeito de todo esse processo de abandono, ja havia, anteriormente, verificado que tal fato procede… a tal reforma agraria no Brasil não funcionara nos moldes atuais… percebe-se isso até na China, em que a população rural esta migrando para as cidades… natural… niguem quer ser escravo eternamente… mas podemos observar que o modelo norte americano foi mais eficaz… primeiro o governo não doou as terras… vendeu… segundo, eles ali estavam para criar uma nação e não a nação a cria-los… terceiro, deram o sangue para que isso concretiza-se, coisa que nunca aconteceu aqui, exceto fatos pontuais… a unica situação de distribuição de terras que funcionou foi no governo militar, onde milhares de sulistas “invadiram” o MS e MT para criarem raizes e realmente produzir… foi um sucesso… agora, praticar essa curralagem que o GF faz com intuitos de manterem cativos suas massas eleitorais não vai dar certo nunca… o povão é ignorante mas não é bobo… quando percebem a malandragem caiem fora… não vão ser bucha de canhão de um governo revolucionario comunista… aqui no Brasil o cumunismo não dara certo… graças a DEUS… ainda bem que ele é brasileiro… abra os olhos CNBB… tua hora esta chegando… excomunhão a todos os bispos e padres comunistas é automatica… pensem nisso… o caminho pastoral que defendem, nos moldes que pregam, não é teologico… é temporal… e bens sabeis que Deus é espirito e convem que nos relacionemos com Ele em espirito e não através do mundo… saudações…

  4. O Brasil já deu certo?!?!?!… Pra quem e pra quê?!?!… Pelo que eu vejo no dia à dia das ruas, acho que esqueceram de perguntar para aqueles milhões que continuam na miséria ou a beira da mesma… Agoooraaa concordo que o nosso país é muito rico e que é uma das maiores economias na atualidade… Só que, apenas as migalhas das sobras deste enorme banquete estão chegando aos lares daqueles que mais necessitam… Só sei que não irei me surpreender, se daqui à algum tempo, acordarmos com uma enorme crise interna e descobrimos que esta enorme “Torre de Babel” foi construída por “engenheiros picaretas” sobre alicerces de pau-de-mangue que estarão prestes à entrar em colapso estrutural… Oxalá eu esteja apenas em surto paranóico…
    🙁

  5. Quando nascemos fomos programados
    Pra receber de vocês
    Nos empurraram com os enlatados
    Dos U.S.A., de nove as seis
    Desde pequenos nos comemos lixo
    Comercial e industrial
    Mas agora chegou nossa vez
    Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês

    O importante é que, mesmo aos poucos, já estamos mudando… mudança é assim mesmo, não do dia para a noite… essa corja de pilantras que venderiam nossa nação um dia desaparecem…Eu aprendi que nessa vida tudo tem um preço a ser pago, o de quem rouba pra se dar bem vem à cavalo.

    Apesar de tudo eu nunca vou deixar de crer que o Brasil vai melhorar… pelo simples fato de amar meu país, abaixo somente de Deus e acima de todo o resto!

  6. William, faço minhas as suas palavras.
    Mas não vamos nos calar, não vamos nos conformar… Temos que colocar os ladrões para fora, eles estão bem acomodados…

  7. Até os cachaceiros da Jhonnie walker já sabem que o Brasil não é mais um país qualquer veja esta propaganda inspiradora feita para o Brasil. O tema é O gigante não está mais adormecido.

    http://www.youtube.com/watch?v=cbTs3qIuzIs

    O que precisamos fazer para deixar o nosso Brasil digamos que 95% correto, primeiro combater midias televisivas que não querem nada com o desenvolvimento do nosso povo e sim ser chupa sacos dos neobeleles estrangeiros exemplo “Rede Globo” segundo pressionar cada vez mais nossos políticos para mostrar a eles de quem manada na nação somos nós que pagamos os impostos pelo que tenho visto ultimamente estamos aprendendo a ser brasileiros responsáveis não somos mais aqueles bobalhões enganados por midias de TV, devemos tudo a estes acontecimentos com o advento das novas tecnologias como a internet pois através dela se chega ao foco da uma verdade escondida as próximas gerações de brasileiros serão melhores do que as de 50 anos atrás pois a tecnologia se muda todo um perfil de uma civilização.

  8. William disse:
    13/02/2012 às 21:56

    Quando nascemos fomos programados
    Pra receber de vocês
    Nos empurraram com os enlatados
    Dos U.S.A., de nove as seis
    Desde pequenos nos comemos lixo
    Comercial e industrial
    Mas agora chegou nossa vez
    Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês


    meus parabens pelo bom gosto amigo, e com sua licença acresento :


    Depois de 20 anos na escola
    Não é difícil aprender
    Todas as manhas do seu jogo sujo
    Não é assim que tem que ser

    Vamos fazer nosso dever de casa
    E aí então vocês vão ver
    Suas crianças derrubando reis
    Fazer comédia no cinema com as suas leis

    Somos os filhos da revolução
    Somos burgueses sem religião
    Somos o futuro da nação
    Geração Coca-Cola


    saudações

  9. Essa ótima matéria deixou os vira-latas loucos, vestiram a carapuça até não poder mais! Só tem uma coisa que o deixa o vira-latas mais inconformado que o sucesso do Brasil, é serem chamados de vira-latas!!

  10. Aos poucos os cidadãos, antes excluidos, vão se inserindo nos niveis de consumo ideais e vão conhecendo a Aristocracia, ainda existente,(por muitos chamada erroneamente de Elite)que lhes legou o atrazo de vida. É essa turma, que vem prosperando, que está dinamizando o Brasil. Injetando oxigenio, com ideias novas, com isso recebem o despeito e desprezo dos aristocratas colonais e coloniais. Não foi a toa que essa Aristocracia precisou de uma ditadura militar, organizada por eles, para resgatar um pouco do que, por suas incompetências, haviam deixado escapar, tampouco foi por acaso que durou mais alguns anos de sofrimento para a cidadania, mesmo após o retorno da democracia, por ter caido novamente nas mãos deles. Só agora a classe emergente, está transformando o Brasil em potencia emergente. Por estar conseguindo libertar o país das amarras seculares de uma Aristocracia colonial ultrapassada.

  11. O Brasil é o único Pais em que além de puta gozar, cafetão sentir ciúmes e traficante ser viciado,o pobre (graças a deus a minoria)é a favor do neoliberalismo.

  12. é realmente me espantei de ver tantos colocando a carapuça de viralata,mas eu que criei desde 94 rot ,pit e boxer acho que o vira lata nao merece essa comparaçao pois muitos viras latas sao tao inteligentes como qualquer cao de raça o que diferi das criticas sao as criticas construtivas ,e as criticas de pessoas deprimidas por varios motivos ,se eu entregar um real para uma pessoa que nao tem nada isso ja adianta para comer no bom prato mas se eu entregar 10 mil reais para alguem da elite para ele ainda é pouco ,pouco com deus é muito, muito sem deus é nada ,no mundo não há coisa mais feia do que ver gente chorando de barriga cheia.e parem de queimar o filme dos vira latas sao bem mais nacionnalistas que muitos que postam rsrsrs.

  13. Diálogo urbano, no meio de um engarrafamento. Carro a carro. Entendam o complexo de vira lata
    …………………………………….

    – É nisso que deu, oito anos de governo Lula. Esse caos. Todo o mundo com carro, e todos os carros na rua ao mesmo tempo. Não tem mais hora de pique, agora é pique o dia inteiro. Foram criar a tal nova classe média e o resultado está aí: ninguém consegue mais se mexer. E não é só o trânsito. As lojas estão cheias. Há filas para comprar em toda parte. E vá tentar viajar de avião. Até para o exterior – tudo lotado. Um inferno. Será que não previram isto? Será que ninguém se deu conta dos efeitos que uma distribuição de renda irresponsável teria sobre a população e a economia? Que botar dinheiro na mão das pessoas só criaria essa confusão? Razão tinha quem dizia que um governo do PT seria um desastre, que era melhor emigrar. Quem pode viver em meio a uma euforia assim? E o pior: a nova classe média não sabe consumir. Não está acostumada a comprar certas coisas. Já vi gente apertando secador de cabelo e lepitopi como se fosse manga na feira. É constrangedor. E as ruas estão cheias de motoristas novatos com seu primeiro carro, com acesso ao seu primeiro acelerador e ao seu primeiro delírio de velocidade. O perigo só não é maior porque o trânsito não anda. É por isso que eu sou contra o Lula, contra o que ele e o PT fizeram com este país. Viver no Brasil ficou insuportável.

    – A nova classe média nos descaracterizou?

    – Exatamente. Nós não éramos assim. Nós nunca fomos assim. Lula acabou com o que tínhamos de mais nosso, que era a pirâmide social. Uma coisa antiga, sólida, estruturada…

    – Buuu para o Lula, então?

    – Buuu para o Lula!

    – E buuu para o Fernando Henrique?

    – Buuu para o… Como, “buuu para o Fernando Henrique”?!

    – Não é o que estão dizendo? Que tudo que está aí começou com o Fernando Henrique? Que só o que o Lula fez foi continuar o que já tinha sido começado? Que o governo Lula foi irrelevante?

    – Sim. Não. Quer dizer…

    – Se você concorda que o governo Lula foi apenas o governo Fernando Henrique de barba, está dizendo que o verdadeiro culpado do caos é o Fernando Henrique.

    – Claro que não. Se o responsável fosse o Fernando Henrique eu não chamaria de caos, nem seria contra.

    – Por quê?

    – Porque um é um e o outro é outro, e eu prefiro o outro.

    – Então você não acha que Lula foi irrelevante e só continuou o que o Fernando Henrique começou, como dizem os que defendem o Fernando Henrique?

    –Acho, mas…

    Nesse momento o trânsito começou a andar e o diálogo acabou.

  14. pe de cao, na verdade os vira-latas costumam ser mais inteligentes e mais saudáveis do que os “puros” de raça. A questão não é essa, mas sim que os vira-latas costumam ser “mais feios” (eu não acho) e mais pobres.

  15. Acho que o que atrapalha mesmo o Brasil e faz nos vermos como vira-latas, é o poder judiciário desse país: Não pune corrupção, só prende pobre, é corporativista, faz todas as vontades do governo ao invés de fiscaliza-lo, e por ai vai…
    O judiciário é pior que o executivo e o legislativo juntos e elevados à décima potência!

Comentários não permitidos.