Metacapitalismo e desindustrialização

Sugestão: Blue Eyes

O processo de desindustrialização nacional é resultante da “panelinha” entre grandes empresários e o governo.

Conversando com as pessoas em geral, percebo com muita clareza a confusão que lhes atormenta o juízo no que diz respeito à situação geopolítica nacional e mundial, especialmente no que tange ao que entendem por capitalismo e capitalistas.

Para um bom entendimento inicial, convém explicar que o termo capitalismo não designa uma ciência, uma doutrina econômica ou ainda menos, uma ideologia, tal como é o socialismo. O capitalismo não passa da descrição do conjunto de interações humanas de natureza comercial. Pode-se dizer que há de se confundir com o próprio verbete “mercado”.

Uma doutrina que estuda e defende a economia de mercado é o liberalismo. O conservadorismo, que engloba outras convicções de ordem moral e religiosa, adota o liberalismo no campo econômico.

Entender isto é fundamental para compreender por que um empresário não há de ser necessariamente um defensor dos fundamentos liberais.

Muito provavelmente você deve ter lido sobre o preocupante processo de desindustrialização por que tem passado o Brasil nos últimos anos. A denúncia é verídica, e tem explicação.

A princípio, o Brasil jamais foi uma sociedade autenticamente livre; portanto, nunca tivera uma economia completamente livre. Ainda vivemos o estigma das Capitanias Hereditárias. Todavia, em alguns breves períodos, fomos agraciados com algum alívio por parte das limitações impostas ao mercado pelo governo, bondades que geralmente foram concedidas em face de um inevitável colapso.

Foi assim com o mercado automobilístico, liberado pelo então presidente Fernando Afonso Collor de Mello, após um fastidioso período de dez anos de jejum de lançamentos a que as chamadas “quatro grandes” – Ford, Chevrolet, Volkswagen e Fiat – submeteram o povo brasileiro.

O mesmo se pode dizer das privatizações tucanas. Há de se destacar que o governo do PSDB nunca defendeu a privatização das tênias estatais em decorrência de qualquer traço de convicção neste sentido, mas somente porque elas já haviam chegado ao ponto da mais absoluta estagnação, corrupção, ineficiência, insolvência e atraso tecnológico. As privatizações ocorreram por conta da inexorável necessidade.

Agora estamos vivendo um momento em que há um enforcamento generalizado das micro, pequenas e médias empresas, incapazes de concorrer com produtos importados em face do cenário de burocratização e tributação crescentes: eis a chamada desindustrialização.

Alguns economistas metidos a sabichões alegam que se trata de um fenômeno natural, haja vista o mesmo estar se passando nas economias mais desenvolvidas. Nada mais falso!

Naqueles países, o valor agregado da mão de obra subiu de nível e de salários, ocupando os profissionais primordialmente em atividades ligadas à criatividade, como pesquisa e desenvolvimento tecnológicos de ponta, e as indústrias do cinema, da música, do turismo e dos esportes, de modo que mais ou menos forçoso se tornou transferir a mão de obra operária para as mãos dos chamados países emergentes.

No Brasil, nem sequer alcançamos um estado satisfatório de industrialização. A bem da verdade, salvo exceções, passamos pouco além do que se chama de primeira fase da industrialização, o que seja, a produção alimentícia e de vestuário. Tudo o mais produzido neste país tem sido produzido com muita dificuldade, de tal forma que os produtos fornecidos ao mercado são poucos, caros, de má qualidade e de estado tecnológico beirando a obsolescência.

A verdade mesmo é que o Brasil está perdendo a corrida pela transferência das indústrias dos países desenvolvidos para os emergentes, bem como nessa mesma esteira a oportunidade histórica de desenvolver a sua própria indústria nacional. O nosso setor de serviços, portanto, pode ser muito mais bem explicado pelo operário ou operária que perdem o emprego e respectivamente, um planta uma máquina de fritar batatas em uma parada de ônibus e a outra abre um salão de beleza na sala de estar de sua casa.

Até aqui, os leitores que se derem conta do óbvio, que tem sido obnubilado por farta e enganosa propaganda do governo e dos jornais engajados, vão se sentir alarmados e vão perguntar como isto pode sem que os representantes da iniciativa privada, especialmente sob a liderança dos grandes empresários, assumam uma liderança oposicionista.

A resposta, meu caro, é que isto não os preocupa, justamente porque estão mancomunados com o governo! Muito pelo contrário do que possa parecer aos ingênuos, a complicada legislação positivista que desce ao âmbito administrativo para decidir quem pode e quem não pode produzir se lhes aproveita muito bem, da mesma forma como a alta tributação que exclui aqueles que não detêm uma economia de escala.

A relação é simbiótica: os grandes empresários patrocinam os políticos e seus projetos de agigantamento e perpetuação do poder, enquanto estes lhes concedem monopólios e regalias fiscais para se diferenciar dos demais, pari passu à colocação de toda sorte de percalços no caminho dos seus rivais. Ao duplo processo de burocratização e tributação com efeito seletivo tenho cunhado o termo “dumping tributário-administrativo”. Com efeito, trata-se de uma eficiente e mais aprimorada forma de dumping, e é a população quem arca com os custos da iniciativa!

A tais empresários, o filósofo Olavo de Carvalho lançou o epíteto de “metacapitalistas”, porque embora vivam e prosperem em um ambiente capitalista, desconhecem ou desprezam seus princípios para associarem-se ao estado no afã de perpetuarem-se no mercado sem terem de cumprir com simples, iguais e desoneradas condições de concorrência.

O recente caso da Foxconn retrata isto muito bem. A Foxconn é uma empresa taiwanesa que por recente portaria do governo federal foi agraciada com privilegiados incentivos fiscais para produzir tablets segundo um processo produtivo básico em que uma determinada percentagem de componentes tenha de ser produzida no Brasil e mediante o compromisso de investir pelo menos 5% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento.

Até aí parece estar tudo bem. Só que Fulano tem uma pequena fábrica de fios de lã natural e ele gostaria muito de desenvolver um novo fio que não produzisse alergia e Beltrano, que produz tintas, anseia em pesquisar um novo pigmento que poderia revolucionar seu ramo. Ambos, todavia, por serem pequenos, jamais serão contemplados pelo dirigismo estatal, que escolhe a quem facilitar a vida segundo suas conveniências e não raro mediante outras condições não imprimíveis no papel…

Não é à toa que não temos os nossos Steves Jobs: eles percebem a situação e acabam se tornando funcionários públicos! O dono da Appple somente conseguiu iniciar sua grande empresa em uma garagem porque nos EUA dos anos 70 havia condições que tornavam viáveis tais iniciativas. No Brasil atual, isto é praticamente impossível.

Dia desses, um amigo meu, dono de um dos melhores restaurantes de peixes de Belém, foi avisado de que precisa comprar pescado com selo SIF. Ocorre que ele se abastece no próprio mercado do Ver-o-Peso, que se distancia do seu estabelecimento em pouco mais do que algumas centenas de metros. Ele compra do mesmo peixe que qualquer pessoa compra, mas por ter um negócio formal, o governo está a exigir que ele seja obrigado a adquirir carne vistoriada por seus fiscais agropecuários. Não parece coisa de máfia? Isto significa que ele está a um passo de ter de substituir o pescado adquirido fresco por pescado congelado e mais caro. Agora diga você, caro leitor: acaso o dono de um restaurante fino não guarda para si a maior responsabilidade, em função de sua própria reputação, de escolher bem os seus insumos?

Fonte: MídiaSemMáscara

29 Comentários

  1. tabom tentou defender as privatarias tucanas ,mas até sego enxerga voces falam de mafia vem aqui para sao paulo para ver o que significa essa palavra.aqui com as industrias de multa a controlar as taxas mais caras do pais o custo de vida altissimo e nada em troca nao vou nem comentar os transportes publico e por ai vaise começar a enumerar vou ser extremamente chato.

  2. bababababababab como permitem postarem isso,este sait tem qualidade,e é bom manter mas se continuarem com este tipo de postagem vai perder o sentido.

  3. Parei aqui: “…As privatizações ocorreram por conta da inexorável necessidade.”

    As estatais estavam sendo geridas pelo mesmo partido que as privatizaram, pura PIADA. A Petrobras que se salvou.

    A telebras foi vendida com TODOS os 9 satélites que o Brasil POSSUIA incluindo os militares. Até hoje não temos nenhum satélite militar.

    Quem estatiza o faz por pressão ou incopetencia.

  4. esse é do bom , põe desse pra mim .
    Esse site já foi mais sério .
    fala sério meu , ele escrever suas viagens no coments , tudo bem. Mas ai tu fazer poste p/ o sujeito , aafff

  5. Eu sou empresário e digo: pessoa jurídica paga muuuuuito menos imposto que pessoa física. Quem paga mais imposto sempre são os mais pobres.

    Empresário brasileiro é folgado e preguiçoso. Coloca a culpa por sua incapacidade em cima do governo.

  6. Quanto a industria automotiva, é uma vergonha ou uma covardia descarada com o consumidor brasileiro o cartel formado por este setor. Fico indignado toda vez que vejo uma propaganda de carro. SÃO SEMPRE CARROÇAS, e o mais completinho não sai por menos de 36, 38, 45.000,00 reais! Lembrando que as principais montadoras rechaçaram com o apoio dos políticos, qualquer empresariado nacional que quis se aventurar nesse ramo! Fora os milhares de trabalhadores arrebentados, que precisam esperar de 3 a 5 anos por uma ação de 30 a 80mil reais contra essas empresas.(mixaria se comparando com Europa e EUA). E como um gran finale, não pagam impostos!
    Digo isso com conhecimento de causa, sou do ramo metalúrgico.

  7. O Brasil só vai entrar na linha, com um novo Sistema Político, do tipo chinês e com tiro na nuca (agora injeção letal) dos grandes corruptos, traficantes e assassinos contumazes. Partidos políticos não deveriam mais existir, pois se transformam em oligarquias corruptas. Um Hugo Chávez brasileiro de centro, seria a solução ? Muito fraco. Tem que ser o Regime da China mesmo. Do jeito que está, estamos afundando rapidamente e o povo irá se rebelar contra os políticos e empresas.
    O Sistema Político Americano/ Francês, não funciona no Brasil. Os 3 Poderes da República se juntam num só, para se locupletarem dos cofres públicos. O nosso regime político hoje é uma espécie de Corruptocracia + Impunidadecracia + Bancocracia.

  8. Na minha humilde opinião, o sistema mais correto seria da “Economia mixta”não se pode deixar a iniciativa privada fazer o que quer. O Estado tem que ter sua parcela de participação. Iniciativa PP acho que é uma saida; principalmente na area Defesa e Saúde. Devido a melhor Gestão.O problema do Brasil é puramente gestão!.. O orçamento da Saude não é pequeno; mas os desvios de medicamentos para iniciativa privada como TV tem tem mostrado acaba com tudo,eles só penssam em lucro.Nos não podemos estar em capitalismo de estado.Estado é uma coisa e o privado é outra!…Temos que separar as coisas.

  9. Infelizmente, Deus não deve ser brazuca, e ainda menos isso é história para boi dormir, o papel da industria na economia brasileira vem caindo ano a ano, e após 20 anos de PT+PSDB; a importância da industria em nossa economia caiu de quase 40% para quase 20%, quem vem segurando nossa balança comercial é o amaldiçoado agro-negócio.
    .
    Se estudarem mais, verão que o AMIGÃO da DILMÃO, recebeu dinheiro do BNDES para sua industria, fechou a mesma após um ano e a re-montou na China, UM NEGÓCIO, SEM DUVIDA, da China.
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    A culpa? Dos EUA, de Israel, do Capitalismo, do Corinthians, da mídia golpista, ETC ETC ETC, e tome mimimi mimi mimimi.

  10. Sobre o que o autor do artigo disse sobre as privatizações do PSDB:

    Eu já li MUITO sobre isso, fiquei horas e horas procurando os documentos que tem na própria internet e posso dizer que esse é um episódio nebuloso. Muito nebuloso.

  11. Apenas esta havendo a desestatização que havia antes de uma forma diferente então os indicios nos levam a uma unica conclusão somos governados por uma mafia oculta que as tendencias politicas aceitam e os privados contam cifrões.Quem não faz o jogo não mama e quem se rebelar esta acabado politicamente.Assim acabaram com aquela que foi a responsavel por detonar FHC e favorecer a Lula…”Eu que por toda a minha vida lutei para um dia estar aqui e poder fazer tudo o que sonhei pelo meu pais e voces simplesmente querem que eu faça o jogo eu não vou fazer”…E pagou o preço.

  12. Máfia Oculta. Pouco muda, são sempre os mesmos, estamos ferrados, existe uma força trabalhando contra o nosso destino, não é novidade, o comentário do colega alerta sobre uma doença que destroi nossa nação.

  13. Ou seja, segundo o autor o governo deveria abrir mão em intervir na economia e deveria desestimular os incentivos fiscais ás industrias de ponta que querem se instalar aqui…
    correto.. ta certo… mas e a mãe do autor, vai bem?

  14. Como todos os artigos sugeridos por Blue Eyes o artigo nao e pra boi dormir mas e mais um desse artigos que os ideologistas do capitalismo vem produzindo nos ultimos 200 anos. O termo capitalismo e uma descricao do conjunto da interecao humana natureza comercial. Confunde-se com o verbete “mercado”.Quando disse “ideologistas do capitalismo vem produzindo nos ultimos 200 anos” errei. Nao nos ultimos 200 anos, mas desde os tempos do pai da economia politica, William Petty no seculo XVII. A antiguidade, nos tempos dos Sumerianos, nos tempos da civilizacao africana do Egito, mesmo nos tempos mais antigo quando Jerico foi fundada 10.000 anos atras, havia transacao comercial, mas nao havia capitalismo. Durante a chamada Idade das Trevas, Idade Media, quando a igreja catolica monopolizava o poder temporal e espiritual, os reis e imperadores se ajoelhavam e beijavam as maos dos papas, havia comercio, monopolizados pelos judeus, mas nao havia capitalismo. Este so comecou surgir a partir do seculo XIII ou XIV. Foi somente nessa epoca que a producao de mercadoria comecou se generalizar e predominar como modo de producao da sociedade europeia. Ate ante entao predominava o comercio so existia na periferia da sociedade. A maioria dos habitantes de uma comuna, castelo, vila produzia quase tudo o que necessitavam localmente. E o que e essencial para a existencia do capitalismo, a forca do trabalho assalariada, nao existia de maneira generalizadas em outrtas epocas. O proletariado formava uma minoria da sociedade. Em Roma existia o proletariado, mas era minoria como forca produtiva. E trabalho era baseado na escravidao. Marx dizia que o que diferenciava o proletariado romano do proletariado moderno e que aquele vivia da sociedade, o famoso pao e circo, enquanto na epoca moderna a sociedade vive do proletariado. Dai o medo que a sociedade sente diante da perspectiva de uma greve geral. O servo da gleba nao era assalariado. O escravo tampouco. Sem a transformacao do servo da gleba e escravos em proletariado nao se pode falar de capitalismo. Razao pela qual Aristoteles que escreeveu sobre a vida economica da Grecia antiga desconhece o termo.Mas essa aparente confusao por parte dos ideologos do capitalismo em tratar o termo capitalista ahistoricamente nao e produto de ignorancia, mas tem um objetivo: obscurecer uma realidade. E sim ideologia pura e simples. Fazer o pessoal, principalmente aqueles que sao vitimas da exploracao capitalista, pensar que tal exploracao e natural, sempre existiu. E da natureza humana viver da exploracao do outro. Capital e produto da natureza como o gaz helio e o hidrogenio. Pura mistificacao. Dai o odio que todos burgues sente por Marx e pelos comunistas. Marx desvendou o secredo do sistema capitalista. Mostrou o carater historico desse sistema. Um sistema que apareceu num certo periodo da historia e que desaparecera em outro. E acima de tudo Marx desvendou o segredo da origem do juro: Apropriacao de trabalho nao pago. E essa apropriacao de trabalho nao pago que faz com que e impossivel uma relacao amiga entre o capitalista e o proletariado. E uma relacao de exploracao. O lucro nao depende da venda de uma mercadoria por um preco maior que os gasto para sua aquisicao. O lucro e o resultado da exploracao do trabalho do operariado. Faze-lo trabalhar mais do que lhe e pago como salario. O capital, montado em seu agente, o capitalista e o Dracula que suga o sangue e suor da classe operaria.

  15. JOJO nas sociedades antigas do nordeste da Africa,Oriente-Medio a mulher era apenas serviçal a cuidar da casa e a dar prazer a seu senhor o homem.Valia menos que uma ovelha e tinha o clitoris arrancado pois era proibida de ter prazer.Em Sodoma e Gomorra cobrava-se altos impostos para que não tivessem o tonho usado.Ló prospero Judeu pagava pesado tributo para ter seu tonho e de suas duas filhas preservados.Tabuletas de argila com inscrições cuneiformes do TRIBUTO DO TONHO foram encontrada por pesquisadores.O homossexualismo é muito mais antigo do que se pensam mas note nas Lei de Moises que Deus abomina relacionamentos entre homens e de homens com animais mas não cita lesbianismo e as danadinhas botavam tambem as aranhas para se acasalarem rsrs Entronchar o tonho do proximo é pecado mas colar vélcro não é pecado desde que não aja penetração rsrs

  16. 1maluquinho, no suposto “Berço da Democracia” as mulheres eram menos ainda, TODA diversão social era feita entre homens, mulheres só eram USADAS para gerar herdeiros, e digo ‘suposto’ pois as idéias de democracia já eram divulgadas bem antes pelos reinos da atual China por Lao Tsé e seu Tao, Confúcio, Mozi e seus ascendentes!

  17. Cabeça de ferro, a desindustrialização não é fenomeno brasileiro, é mundial, estamos deixando para a China ser a fábrica do mundo.
    *****
    Jojo, o capitalismo sempre existiu, não era sistematizado nem percebido como tal, mas sempre existiu.
    O que eram os mercadores, os agiotas, senão capitalistas?
    Quem emprestava dinheiro para o Papa, para os senhores feudais, para os Reis e Rainhas, senão os capitalistas?
    —–
    Marx desvendou o segredo do lucro? Qual é esse segredo? Ter um custo menor que o de venda ou de produção?
    —–
    Marx não conseguia administrar a própria economia pessoal, quanto mais a das nações.

  18. AJ tem sido interesse da economia politica encobrir o carater historico do capitalismo. Surgiu na Europa nos meados do seculo XIII. O comercio tem existido milhares de anos, mas nao era capitalismo. O salario nao era assalariado. Nao existe capitalismo, onde o trabalhador nao despossuido do meio de producao, e nao tem nada para vender do que sua capacidade de trabalhar. O indio na selva que faz coleta de fruta e troca por por peixe, pescado por indios de outras tribos, podem estar fazendo comercio, mas esse comercio nao e capitalista. Na idade medias a terra nao era propriedade privada. O colono fazia parte da terra, nao podia ser demitido. Ele pertencia a terra. Os baroes eram simplesmente o representante mais ilustre da area onde estava seu castelo, mas ele nao podia demitir os servos. Foi somente no seculo XV que quando o comercio ficou generalizado, as relacoes passaram ser capitalista, a terra privatizada, os servos postos fora das terras onde trabalhavam por geracoes. Foi a epoca que na Inglaterra chamaram de “Enclosures”, isto [ppondo cerca do pedaco de terra em volta de um castelo, e o barao passou ser o latifundiario, o propriedario e o servo demitido, foi jogado nas estradas, onde eles vagavam sem destino. Dai a introducao das leis contra vagabundagem. Para forca-los ir para os centros industriais nascentes e trabalhar 18 a 20 horas por dia, sob o chicote, para ganhar energia. E a razao pela qual os antigos servos odiavam a ideia de trabalhar nas fabricas, de se tornarem operarios. Fundamental para ter o capitalismo e essa despossuicao do campones do direito de trabalhar na terra, e transforma-lo em gente sem propriedade. Dai a frase inglesa, “no good, to be flogged”, que muitos ingleses da era moderna, pensa que a frase significa que se uma pessoa nao e boa, uma pessoa ma, deve ser chicoteada. Nao a frase tem seu contexto historico, no good significa sem propriedade e deve ser chicoteado ate que ele encontra uma fabrica que lhe deemprego. Digo emprego assalariado. Por essa razao que nao havia capitalismo em Roma, na Grecia, no Egito antigo, em nenhuma parte do mundo.Repito surgiu na Europa nos meados do seculo XIII. E parte da ideologia burguesa dizer que o capitalismo sempre existiu, para justificar o seu direito de propriedade que no comeco foi na base de roubo. Pirataria, no mar, massacre e roubo dos povos das Americas, Asia e Africa. Acima de tudo o genocidio contra os “indios” e usurpacao do trabalho dos africanos feito escravos nas Americas, foram condicao si ne qua non para o surgimento do sistema capitalista. Ate hoje na Inglaterra tem uma disputa entre proprietario de terras e o direitos do povo atravessar essas terras. O direito dos povos entrar nas florestas etc. Os proprietarios tentam proibir esses direitos e os que disputam esse direito se baseiam em leis nao escrita, mais cosatumes que leis. Esses costumes vem de uma epoca quando a terra era coletiva e nao propriedade privada. As 4.000 paginas ou mais dos escritos de Marx sobre o assunto e um bom comeco para quem quer entender o assunto.

  19. Jojo, boa linha de pensamento, mas de um viés somente.
    Continuo acreditando na existencia do capitalismos desde os tempos bíblicos, quando quem tinha capital emprestava ao rei, financiava embarcações, financiava o comércio etc.
    —–
    Da maneira como você colocou, o capitalismo só surgiu na Inglaterra, já em fins da Idade Média, naquela de suserano e vassalo, servos etc. quando, ao meu ver, surgiu espontaneamente em diversos lugares do mundo.
    —–
    Qualquer comercio em que haja estoque configura capital.
    A partir daí, aquele comerciante mais afortunado ou mais esperto se torna capitalista. O capitalismo não sistematizado, mas desenvolvido empiricamente pelos mais aquinhoados – de capital ou de idéias.
    —–
    Gostei muito mesmo da sua linha de desenvolvimento, aprecio muito a história inglesa desse período, pós-cruzadas, mas vamos discutir essas idéias mais adiante.
    Você constrói o pensamento, e coloca as idéias. Isso é muito bacana. Mesmo que não cheguemos a lugar nenhum, teremos discutido com prazer.
    Finalmente, desculpe, mas as 4.000 paginas de Marx não me fazem entender do assunto.
    Prefiro ler Adam Smith, Ricardo, John Stuart Mill, François Quesnay, Schumpeter.

  20. AJ, nao disse que o capitalismo surgiu na Inglaterra.Creio que o mais correto seria dizer que o capitalismo moderno, baseado na industrializaco do pais adquiriu os cortornos do moderno capitalismo la. Nao se pode deixar de lado a fase mercantilista do capitalismo, e papel das cidades italianas , como Napolis e Genova. Quando digo que o capitalismo comecou tornar o modo de producao dominante eu estava pensando nas cidades italianas do mediterraneo, e nao se deve esquecer o comercio dos portugueses a partir do seculo XIX/XV. Quanto a ideia de que o capitalismo ja existiu nos tempos biblicos, ou porque nao antes dos tempos biblicos, a cidade de Jerico afinal era um centro comercial ja 10.000 anos atreas, eu diria que o comercio nessa epoca era atividade de uma minoria da populacao. A forma de producao nesa epoca era o escravismo. Quanto sua preferencia por Adam Smith, John Stuart Mill, Quesnay, E Schumpter eu diria que sua escolha e determinada por sua ideologia. Voce se sente seguro lendo esses autores que nao desafia sua postura ideologicaPro-capitalista. Eu procuro estudar esses economistas politicos desde o Quesnay, Wilkliam Petty, Josiah Childs e Thomas Mum a partir da leitura que fiz da obra de Marx. Nao estudei economia politica quando na universidade, fi-lo filosofia, e obras de carater politicos. Quando decidi estudar economia politica ja estava sob a influencia do metodo desenvolvido por Carlos Marx. Sou daqueles que defende a tese segundo a qual a economia politica deixou de ser uma ciencia e se tornou apologetica do sistema capitalista aos David Ricard. Um ponto temos em comum. Tenho a Historia da Economia Politica de Schumpter, que considero uma dos melhores no assunto.

  21. Correcao. …a economia politica deixou de ser uma ciencia e se tornou apologetica do sistema capitalista apos a obra de David Ricardo.

  22. Eb por milenios e milenios o desejavel,o valorizado,o cobiçado sempre foi o santo e abençoado TOINZINHU nosso de cada dia rsrs rsrs Ele é tão importante que serve para expulsão de impuresas quanto para introdução da alegria rsrs rsrs

  23. Cabeça de ferro – concordo, puro blá blá blá, parece coisa de “intelectual” que vive dentro de um escritório e só lê romance.
    Pe de cao – a industria da multa não é um privilégo de SP, essa verdadeira máfia existe em todos os Estados – até quando????
    RAUL – gostria de lhe dar os parabéns!!Já tinha perdido a esperança de alguém falar isso. Só pra ilustrar, fiz uma critica a Embraer que em uma matéria dizia que o desenvolvimento da Embraer Defesa dependia do Governo Federal, ou seja, só inventem se tiver comprador certo, parece coisa de quem não quer trabalhar.
    Depois comento mais – só pra desabafar mesmo!!!
    Abraço a todos os amigos!

  24. Jojo, como já disse e repito, você é bom de escrita. Mas o que eu mencionei foi “Da maneira como você colocou, o capitalismo só surgiu na Inglaterra, já em fins da Idade Média, naquela de suserano e vassalo, servos etc. quando, ao meu ver, surgiu espontaneamente em diversos lugares do mundo.”
    —–
    Não, Jojo, não me sinto mais seguro lendo aqueles que citei.
    Mas talvez neles encontre ressonancia para o que penso e para o que aprendi.
    Me sinto seguro nesse ambiente de discussão, onde não precisamos ser vencedores dessa ou daquela idéia, mas pelo democrático hábito da discussão.
    —–
    Falando em David Ricardo, engraçado, não o tenho como um influenciador da apologia pelo capitalismo. Acho seu (dele) pensamento um pouco confuso.
    Um abraço.

  25. AJ Creio que nao me expressei bem em relacao a David Ricardo. Quando disse que a economica politica deixou de ser ciencia apos Ricardo, de maneira alguma queria implicar que fosse um apologista. E o ultimo investigador desinteressado, se podemos dizer isso. Foi o fatos de intelectuais com vinculo no movimento operario, usar Ricardo, para desenvolver a teorias socialistas, que levou intelectuais burgueses abandonar pouco e pouco a economica politica, e inventar a chamada Ciencia Economica.

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