Este Holocausto será diferente

 Sugestão: Blue eyes

Por Benny Morris – professor de História do Médio Oriente na Universidade Ben-Gurion e um dos mais marcantes representantes da esquerda académica israelita. Este ensaio foi publicado em Janeiro de 2007 no Jerusalem Post.

O segundo holocausto não será como o primeiro.
Os nazis industrializaram o massacre, claro. Mas, mesmo assim, eram obrigados a ter contacto com as vítimas. Antes de as matarem de forma efectiva, podem tê-las desumanizado nas suas mentes ao longo de meses e anos com recurso a humilhações terríveis, mas, mesmo assim, tinham com as suas vítimas um contacto visual e auditivo, e alguns mesmo táctil.
Os alemães, e os seus ajudantes não germânicos, tiveram de tirar de suas casas homens, mulheres e crianças; tiveram de os arrastar e de lhes bater pelas ruas e de os ceifar em bosques circundantes, ou empurrá-los para vagões de gado que comboios transportariam para campos, onde “o trabalho liberta”, separando os sãos dos completamente inúteis que colocavam sob “chuveiros”, matavam com gás e depois retiravam os corpos para a carrada que se seguia.
O segundo holocausto será bastante diferente. Numa radiante manhã, daqui a cinco ou dez anos, talvez durante uma crise regional, talvez sem qualquer motivo aparente, um dia ou um ano ou cinco anos após o Irão ter obtido a Bomba, os Mullahs de Qom reunirão numa sessão secreta, sob um retrato do Ayatollah Khomeini com olhar severo, e darão a luz verde ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, então no seu segundo ou terceiro mandato.
As ordens serão dadas e mísseis Shihab III e IV serão lançados contra Tel Aviv, Bersheva, Haifa e Jerusalém e provavelmente contra alvos militares, incluindo meia dúzia de bases aéreas israelitas e (alegadas) bases de mísseis nucleares. Alguns dos Shihab terão ogivas nucleares. Outros serão meros engodos, carregados com agentes químicos e biológicos, ou simplesmente com jornais velhos, destinados a confundir as bateiras antimísseis israelitas.
Para um país com o tamanho e a forma de Israel (20 mil quilómetros quadrados alongados), provavelmente quatro ou cinco ataques serão suficientes. Adeus Israel. Um milhão ou mais de israelitas nas áreas metropolitanas de Jerusalém, Tel Aviv e Haifa morrerá imediatamente. Milhões sofrerão os graves efeitos da radiação. Israel tem cerca de sete milhões de habitantes. Nenhum iraniano irá ver ou tocar um único israelita. Tudo será bastante impessoal.
Alguns dos mortos inevitavelmente serão árabes – cerca de 1,3 milhões dos cidadãos de Israel são árabes e outros 3,5 milhões vive no território semi-ocupado da Cisjordânia [Judeia e Samaria] e na Faixa de Gaza. Jerusalém, Tel Aviv-Jaffa e Haifa possuem igualmente minorias árabes substanciais. Existem igualmente grandes concentrações de populações árabes em torno de Jerusalém (em Ramallah-Al Bireh, Bir Zeit, Bethlehem) e nos arredores de Haifa.
Aqui também, muitos morrerão, imediatamente ou aos poucos.
É duvidoso que um tão grande massacre de muçulmanos perturbe Ahmadinejad e os Mullahs. Os iranianos não gostam particularmente de árabes, especialmente de árabes sunitas, com quem têm guerreado intermitentemente desde há séculos. E eles têm um desprezo particular para com os (sunitas) palestinianos que, apesar de tudo, mesmo sendo inicialmente em número dez vezes mais do que os judeus, não conseguiram impedir durante o longo conflito que eles criassem o seu próprio estado ou controlassem toda a Palestina.
Além de tudo isso, a liderança iraniana encara a destruição de Israel como um supremo mandamento divino, tal como um sinal da segunda vinda, e as muitas vítimas colaterais muçulmanas serão sempre encaradas como mártires na nobre causa. De qualquer forma, os palestinianos, muitos deles dispersos por todo o mundo, sobreviverão enquanto povo, tal como o fará a grande Nação Árabe da qual fazem parte. E, com toda a certeza, para se livrarem do Estado judaico, os árabes estarão dispostos a fazer alguns sacrifícios. No saldo cósmico das coisas, valerá a pena.

UMA QUESTÃO pode mesmo assim levantar-se nos concílios iranianos: E Jerusalém? Afinal, a cidade alberga os terceiros mais sagrados lugares de culto do islamismo (depois de Meca e Medina): a mesquita de Al Aksa e a Mesquita de Omar. Mas Ali Khamenei, o líder espiritual supremo, e Ahmadinejad muito provavelmente responderiam da mesma forma que o fariam em relação à questão mais lata de destruir e poluir de forma radioactiva a Palestina inteira. A cidade, tal como a terra, pela graça de Deus, em 20 ou 30 anos irá recuperar. E será restaurada para o Islão (e para os árabes). E a outra poluição mais profunda terá sido erradicada.
A julgar pelas referências contínuas de Ahmadinejad à Palestina e à necessidade de destruir Israel, e à sua negação do primeiro Holocausto, ele é um homem obcecado. E partilha a obsessão com os Mullahs: todos eles criados sob os ensinamentos de Khomeini, um prolífico antisemita que frequentemente proferia sentenças contra “o pequeno satã”. A julgar pelo facto de Ahmadinejad ter organizado um concurso de cartoons sobre o Holocausto e uma conferência para negar o Holocausto, os ódios do presidente iraniano são profundos (e, claro, descarados).
Ele está disposto a pôr em jogo o futuro do Irão, ou mesmo o do Médio Oriente inteiro, em troca da destruição de Israel. Sem dúvida que ele acredita que Allah irá proteger o Irão, de alguma forma, de uma resposta nuclear israelita ou de uma contra-ofensiva americana. Mas, Allah à parte, ele pode muito bem acreditar que os seus mísseis pulverizarão o estado Judaico, destruindo a sua liderança e as suas bases nucleares terrestres, desmoralizando e confundindo de tal forma os comandantes dos seus submarinos nucleares que estes serão incapazes de responder. E, com o seu profundo desprezo pela indecisão frouxa do Ocidente, não levará a sério a ameaça de uma retaliação nuclear americana. Ou poderá muito bem achar, de uma forma irracional (para nós), que uma contra-ofensiva é um preço que está disposto a pagar. Tal como o seu mentor, Khomeini, disse num discurso em Qom em 1980: “Nós não adoramos o Irão, adoramos Allah… que esta terra [Irão] arda. Que esta terra desapareça em fumo desde que o Islão saia triunfante…”
Para estes adoradores do culto da morte, mesmo o sacrifício literal da pátria é aceitável se dai sair o fim de Israel.

O VICE-MINISTRO israelita da Defesa, Ephraim Sneh, sugeriu que o Irão nem sequer tem de utilizar a Bomba para destruir Israel. A simples nuclearização do Irão poderá intimidar e deprimir os israelitas de tal maneira que eles perderão a esperança, emigrando gradualmente; com investidores e imigrantes a evitarem o estado Judaico ameaçado de destruição. Conjugados, estes factores contribuiriam para o fim de Israel.
Mas sinto que Ahmadinejad e os seus aliados não têm a paciência necessária para esperar pelo lento desenrolar desta hipótese; eles procuram a aniquilação de Israel aqui e agora, no futuro imediato, durante as suas vidas. Eles não querem deixar nada à mercê dos vagos ventos da História.
Tal como durante o primeiro, o segundo holocausto será precedido por décadas de preparação de corações e mentes, tanto pelos líderes iranianos e árabes, como por intelectuais e órgãos de comunicação social ocidentais. Diferentes mensagens foram dirigidas a diferentes audiências, mas todas (de forma concreta) têm servido o mesmo objectivo – a demonização de Israel. Muçulmanos em todo o mundo têm sido ensinados que “os sionistas/judeus são a personificação do mal” e que “Israel tem de ser destruído.”
De forma mais subtil, o mundo ocidental foi ensinado que “Israel é um estado opressor racista” e que “Israel, nesta época de multiculturalismo, é um anacronismo supérfluo”. Gerações de muçulmanos, e pelo menos uma geração no Ocidente, têm sido criados com estes catecismos.

O CRESCENDO para o segundo Holocausto (que, curiosamente, irá provavelmente ter sensivelmente o mesmo número de vítimas que o primeiro) tem sido acompanhado por uma comunidade internacional fragmentada e conduzida pelos seus próprios apetites egoístas – a Rússia e a China obcecadas com os mercados muçulmanos; a França com o petróleo árabe; e os Estados Unidos, empurrados a um isolacionismo mais profundo pelo descalabro no Iraque. O Irão tem tido liberdade para prosseguir os seus sonhos nucleares, e Israel e o Irão foram deixados sós para se enfrentarem.
Mas Israel, basicamente isolada, não estará à altura da tarefa, tal como um coelho encadeado pelos faróis de um carro que corre contra ele. No Verão passado, liderado por um primeiro-ministro incompetente e por um sindicalista a fingir de ministro da Defesa, utilizando tropas treinadas para dominar gangues de palestiniano mal armados e pior treinados e demasiado preocupados em não sofrer ou infligir baixas, Israel falhou numa mini-guerra de 34 dias contra um pequeno exército de guerrilha financiado pelos iranianos (ainda que bem treinado e bem armado). Essa mini-guerra desmoralizou totalmente as lideranças política e militar de Israel.
Desde então, ministros e generais, tal como os seus homólogos ocidentais, limitam-se a observar taciturnamente à medida que os patronos do Hizbullah constróem os arsenais do Apocalipse. De forma perversa, os líderes israelitas podem até ter ficado satisfeitos com as pressões ocidentais a apelar à contenção. Muito provavelmente, eles querem acreditar de forma profunda nas garantias ocidentais de que alguém – a ONU, o G-8 – irá tirar do lume a batata quente radioactiva. Há mesmo quem tivesse acreditado na bizarra ideia de que uma mudança de regime em Teerão, conduzida por uma classe-média laica, acabaria por parar os loucos Mullahs.
Mas de forma ainda mais concreta, o programa iraniano apresentava um complexo desafio para um país com um número limitado de recursos militares tradicionais. Aprendendo com a experiência do sucesso da destruição pela Força Aérea israelita do reactor nuclear iraquiano de Osirak em 1981, os iranianos duplicaram e dispersaram as suas instalações, enterrando-as em bunkers profundos. Para atacar as instalações nucleares iranianas com armas convencionais seria necessário uma força aérea do tamanho da americana, trabalhando 24 horas por dia durante mais de um mês.
Na melhor das hipóteses, a força aérea israelita, os comandos e a marinha, podiam almejar a atingir apenas um dos componentes do projecto iraniano. Mas, no fim de contas, ele continuaria substancialmente intacto – e os iranianos ainda mais determinados (se tal for possível) a alcançar a Bomba o quanto antes. Ao mesmo tempo, sem qualquer dúvida, seria gerada também uma campanha mundial de terrorismo islâmico contra Israel (e possivelmente contra os seus aliados ocidentais) e, claro, uma campanha quase universal de vilipêndio. Orquestrados por Ahmadinejad, todos clamariam que o programa nuclear iraniano se destinava a propósitos pacíficos. Na melhor das hipóteses, um ataque convencional de Israel poderia apenas atrasar os iranianos em cerca de dois anos.

IMEDIATAMENTE, a liderança incompetente de Jerusalém enfrentaria um cenário catastrófico, quer fosse depois do lançamento de uma ofensiva convencional ou, em vez dela, lançando um ataque nuclear preemptivo e antecipado contra o programa nuclear iraniano, que tem algumas das suas instalações em torno de grandes cidades. Teriam eles estômago para isso? Estaria a sua determinação em salvar Israel alargada à eventualidade de matar milhões de iranianos e, na verdade, destruir o Irão? Este dilema foi há muito definido de forma certeira por um sábio general: o arsenal nuclear de Israel é inutilizável. Apenas pode ser usado demasiado cedo ou demasiado tarde. Nunca haverá uma altura “certa”. Usado “cedo demais”, quer dizer antes do Irão adquirir armas nucleares similares, Israel será investida no papel de pária internacional, alvo de um ataque muçulmano universal, sem um amigo no mundo; “tarde demais” quererá dizer que os iranianos já atacaram. Que vantagem tem?
Então os líderes israelitas cerrarão os dentes na esperança de que tudo corra pelo melhor. Talvez, depois de terem a Bomba, os iranianos se portem de forma “racional”?

MAS OS IRANIANOS são motivados por uma lógica mais elevada. E lançarão os seus mísseis. E, tal como no primeiro Holocausto, a comunidade internacional nada fará. Tudo acabará, para Israel, em poucos minutos – não como na década de 1940, quando o mundo teve cinco longos anos para cruzar os braços e nada fazer. Depois dos Shihabs caírem, o mundo enviará navios de salvamento e ajuda médica para os levemente carbonizados. Não atacará o Irão com armas nucleares. Com que objectivo e com que custos? Uma resposta nuclear americana alienaria de forma permanente o mundo muçulmano, aprofundando e universalizando o actual choque de civilizações. E, claro, não traria Israel de volta. (Enforcar um criminoso devolve à vida as suas vítimas?)

Então qual seria o propósito?
Ainda assim, o segundo holocausto será diferente no sentido em que Ahmadinejad não verá nem tocará aqueles que deseja ver mortos. Na verdade não haverá cenas como a seguinte, citada no recente livro de Daniel Mendelsohn, The Lost, A Search for Six of Six Million, na qual é descrita a segunda acção nazi em Bolechow, na Polónia, em 1942:

Um episódio terrível aconteceu com a senhora Grynberg. Os ucranianos e os alemães irromperam pela sua casa e encontraram-na prestes a dar à luz. As lágrimas e as súplicas dos familiares não ajudaram e ela foi levada de casa em camisa de noite e arrastada para a praça em frente da Câmara Municipal.
Ali ela foi arrastada para um contentor de lixo no pátio da Câmara, onde a multidão de ucranianos presentes dizia piadas e ria das suas dores de parto, até que ela deu à luz. A criança foi imediatamente arrancada dos seus braços, ainda com o cordão umbilical, e atirada ao ar – foi espezinhada pela multidão e ela ficou de pé à medida que sangue escorria do seu corpo, com pedaços pendurados a sangrar, e permaneceu desta forma algumas horas encostada à parede da Câmara Municipal. Depois foi com todos os outros para a estação de caminho de ferro de onde foi levada de comboio para Belzec.

No próximo holocausto não haverá cenas destas de cortar o coração, de criminosos e vítimas ensopados em sangue.
Mas será na mesma um holocausto.

Fonte: RuadaJudiaria

10 Comentários

  1. O DANDOLO pirou… Responsabilidade da ONU? Porque agora para defender ISRAEL a ONU é responsável? TEXTO CHINFRIM e também seus seguidores. Que mais matou na história da humanidade foram os persas? COITADINHO DOS ISRAELENSES, são tão bons com as fasmílias palestinas e estão pensando em matá-los agora. Os Judeus nunca tiraram uma crinaça e sua família de casa a força, nunca mataram os pais delas na frente dos filhos, nunca destruíram as casas para não poderem retornar, nunca estupraram as mães, as filhas. Os Judeus são os SANTINHOS, coitados sempre e eternamente perseguidos.

  2. O IMBECIL COLETIVO foi escrito por um individualista que quer impor unilateralismo e pensa em si proprio,na sua familia e seus amiguinhos e tudo o mais são seus escravos sem direito de questionar e exterminados para o bem da causa.Se dizer Cristão e ser intransigente ortodoxo é a tola alegria do idiota que pensa comprar Deus com suas migalhas.Assim como Romanos criaram o purgatorio para comparem Deus com dinheiro pois apenas prosseguirão ao culto de ofertas Judaicos e hoje assimilados por protestantes radicais.Vão todos para o Inferno pois Deus não se compra e não se deixa vender por humanos e conhece o Justo que é sempre o que pensa no coletivo coisa que voce desconhece e não aceita dentro da pequinez de seu carater e ausencia de inteligencia BLUE EYES.Voce representa o que a sociedade Brasileira botou para fora e que retornara jamais nem com uso da violencia ou das armas.Tudo pode se fazer situação neste pais mas nunca mais veremos entreguistas vendidos mamando no povo e favorecendo Corsarios.Voce meu caro é o tonho certo nosso de cada dia a ser devidademente entronchado pois reacionarios intransigentes ortodoxos sempre deixam na reta rsrs rsrs

  3. Não misturem suas diarréias com Cristianismo pois demonstram não conhece-lo e tampouco compreende-lo.O Unilateralismo é a pratica reacionaria intransigente ortodoxa e sempre acompanhada de segregação e intolerancia e isso é tanto usado no Sionismo,no Judaismo,no Islamismo,no Capitalismo e no Comunismo.Em socialismo usa-se o termo COLETIVISMO apenas como forma de persuasão e embuste.No Capitalismo é isento o coletivismo.O Coletivismo nasceu na quebra do protocolo do Judaismo atravez de João Batista e Jesus onde as reuniãos e ceias eram compartilhadas por todos.No Judaismo homens eram separados de mulheres e crianças e no protestantismo algumas denominações ainda aplicam isso.Entendam que o Cristianismo Europeu-Ocidental e Norte-Americano são bem diferentes da pratica de Cristianismo principalmente Catolico na America Latina.Se o pai do Coletivismo é Jesus e coletivismo é tido como meio Comunista por Radicais Reacionarios Intransigentes e Ortodoxos em suas praticas de segregações e intolerancias ENTÃO FORAM JOÃO BATISTA E JESUS OS PRIMEIROS COMUNISTAS DO PLANETA rsrs rsrs e por isto foram assassinados por baterem de frente contra a nobresa,o poder,a familia e acima de tudo a religião.O Coletivismo pregado por eles tambem aboliu costumes e era contra materialidades e o que não são os sitemas hoje senão organismos de dominação atravez de praticas de materialidades e costumes…Esse papo de assinar embaixo as cagadas dos Judeus com promessas sobrenaturais de receber recompensas,galardões e terra que emana leite e mel não cola mais meus caros…A origem de todas as religiões Apocalipticas da-se em uma Civilização que ainda conhecemos tão pouco e que a ciencia estima existir a 500 mil anos OS SUMERIOS.Atravez das informações deles sugirão as crenças Apocalipticas,o Exoterismo e o Ocultismo Espiritualista e não o primitivo Tribal.E cada um adaptou isso segundo seus pontos de vista e segundo suas conveniencias.Alias tudo hoje gira em torno de conveniencias,vaidades,costumes,interesses,afinidades e compatibilidades…VÃO É TODOS QUEIMAREM NO INFERNO CAMBADA DE DEMONIOS rsrs rsrs Hoje pensasse em coletivo na hora que querem dividirem o que é dos outros.

  4. “A guerra cultural do Hamas e seus laços históricos com o nazismo”

    O Hamas, a organização terrorista especializada em alvejar civis, agora decidiu, de acordo com uma manchete do jornal americano The New York Times, mudar “de mísseis para guerra cultural”, num esforço para angariar apoio do público para sua causa. Parte de sua campanha de relações públicas em andamento é descrever os israelenses como os “novos nazistas” e os palestinos como os “novos judeus”. Para realizar essa transformação, será preciso se engajar em uma forma de negação do Holocausto, para apagar o registro histórico da ampla cumplicidade palestina com os “antigos nazistas” em perpetrarem o verdadeiro Holocausto. Tornou-se uma parte importante do mantra dos apoiadores do Hamas que nem o povo palestino nem sua liderança tiveram qualquer participação no Holocausto. Ouça Mahmoud Ahmadinejad falando aos alunos da Universidade Columbia, nos Estados Unidos:

    Mesmo que [o Holocausto] fosse uma realidade, ainda precisaríamos questionar se o povo palestino deveria estar pagando por isso ou não. Afinal, ele aconteceu na Europa. O povo palestino não teve nenhuma participação nele. Portanto, por que o povo palestino está pagando o preço por um evento com o qual ele não teve nada a ver? O povo palestino não cometeu nenhum crime. Ele não teve nenhuma participação na Segunda Guerra Mundial. Ele estava vivendo em paz com as comunidades judaicas e com as comunidades cristãs naquela época.

    A conclusão que se deve tirar desse “fato” é que o estabelecimento de Israel como conseqüência do genocídio do povo judeu pelos nazistas foi injusto com os palestinos. O cerne dessa afirmação é que nem o povo palestino nem sua liderança tiveram qualquer responsabilidade pelo Holocausto e, se alguma reparação é devida ao povo judeu, ela deve ser feita pela Alemanha e não pelos palestinos. Os propositores desse argumento histórico sugerem que o Ocidente criou o Estado Judeu por causa de sua culpa no Holocausto. Conforme esse raciocínio, seria compreensível se uma parte da Alemanha (ou da Polônia, da Lituânia, da Letônia, da França, da Áustria, ou de outras nações colaboradoras) tivesse sido alocada como terra dos judeus — mas, por que a Palestina? A Palestina, de acordo com essa afirmação, foi tão “vítima” quanto os judeus.

    Ouço esse questionamento nos campi universitários nos Estados Unidos, e mais ainda nos da Europa.

    A verdade, porém, é que a liderança palestina, apoiada pelas massas palestinas, teve um papel significativo no Holocausto de Hitler.

    O líder oficial dos palestinos, Haj Amin Al-Husseini, passou os anos da guerra em Berlim, com Hitler, trabalhando como consultor sobre questões judaicas. Ele foi levado a um tour por Auschwitz e expressou apoio ao assassinato em massa dos judeus europeus. Ele também buscou “resolver os problemas do elemento judeu na Palestina e em outros países árabes”, empregando “o mesmo método” que estava sendo usado “nos países da coligação entre Hitler, Mussolini e, posteriormente, o Japão”. Ele não ficaria satisfeito com os judeus residentes na Palestina — muitos dos quais eram descendentes de judeus sefaraditas, que haviam vivido ali por centenas, ou até milhares de anos — permanecendo como uma minoria em um Estado muçulmano. Como Hitler, ele queria ver-se livre de “todo judeu que restasse”. Como Husseini escreveu em suas memórias: “Nossa condição fundamental para cooperar com a Alemanha foi uma ajuda para erradicar até o último judeu da Palestina e do mundo árabe. Pedi a Hitler por uma garantia explícita para nos permitir resolver o problema judeu de maneira que conviesse às nossas aspirações nacionais e raciais e de acordo com os novos métodos científicos empregados pela Alemanha no manejo dos seus judeus. A resposta que obtive foi: “Os judeus são seus”’.

    Aparentemente, em caso da vitória da Alemanha, o mufti estava planejando retornar à Palestina para construir um campo de extermínio, nos moldes de Auschwitz, perto de Nablus. Husseini incitou seus seguidores pró-nazistas com as seguintes palavras: “Levantem-se, ó filhos da Arábia. Lutem por seus direitos sagrados. Chacinem os judeus onde quer que os encontrarem. O sangue derramado deles agrada a Alá, nossa história e religião. Isso salvará nossa honra”.

    Husseini não apenas exortou seus seguidores a matarem os judeus; ele também teve uma participação concreta na tentativa de fazer com que esse resultado acontecesse. Por exemplo, em 1944, uma unidade do comando árabe-alemão, sob as ordens de Husseini, saltou de pára-quedas na Palestina com a intenção de envenenar os poços e as fontes de água de Tel Aviv.

    Husseini também ajudou a inspirar o golpe pró-nazista no Iraque e auxiliou a organizar milhares de muçulmanos nos Bálcãs em unidades militares conhecidas como divisões Handshar, que cometeram atrocidades contra os judeus iugoslavos, sérvios, e ciganos. Após um encontro com Hitler, ele registrou em seu diário:

    O mufti: “Os árabes eram os amigos naturais dos alemães. (…) Portanto, eles foram preparados para cooperar com a Alemanha de todo o seu coração e ficaram prontos para participar da guerra, não apenas negativamente, cometendo atos de sabotagem e de instigação de revoluções, mas também positivamente, pela formação de uma Legião Árabe. Nesse conflito, os árabes estavam batalhando pela independência e unidade da Palestina, da Síria e do Iraque…”.

    Hitler: “A Alemanha estava resolvida, passo a passo, a pedir a uma nação europeia após a outra para resolver seu problema judaico, e, no devido tempo, a direcionar um apelo semelhante também a nações não-européias. O objetivo da Alemanha seria, então, somente a destruição do elemento judaico que estivesse residindo na esfera árabe, sob a proteção do poder britânico. No momento em que as divisões de tanques e os esquadrões aéreos alemães chegarem ao sul do Cáucaso, o apelo público requisitado pelo grão-mufti poderia ser feito ao mundo árabe”.

    Hitler assegurou a Husseini de que maneira ele seria considerado a partir de uma vitória nazista e “da destruição do elemento judeu residindo na esfera árabe”. Nessa hora, o mufti seria o porta-voz mais dominante para o mundo árabe. Seria, então, tarefa dele dar início às operações que havia preparado secretamente.

    As significativas contribuições de Husseini ao Holocausto foram multiformes: primeiro, ele pleiteou com Hitler o extermínio dos judeus europeus e aconselhou os nazistas como procederem para tanto; segundo, ele visitou Auschwitz e instou Eichmann e Himmler a acelerarem o ritmo do assassinato em massa; terceiro, ele, pessoalmente, impediu 4.000 crianças, acompanhadas por 500 adultos, de deixarem a Europa e fez com que fossem enviadas a Auschwitz e mortas nas câmaras de gás; quarto, ele impediu outros dois mil judeus de deixarem a Romênia e irem para a Palestina, e outros mil de deixarem a Hungria e irem para a Palestina, judeus esses que foram subseqüentemente enviados para os campos de extermínio; quinto, ele organizou a matança de 12.600 judeus bósnios por muçulmanos, a quem ele recrutou para a divisão nazista-bósnia da Waffen-SS. Ele foi também um dos poucos não-germânicos que tomou conhecimento do extermínio praticado pelos nazistas enquanto ele estava acontecendo. Foi na qualidade oficial de líder do povo palestino e seu representante oficial que ele fez seu pacto com Hitler, passou os anos da guerra em Berlim, e trabalhou ativamente com Eichmann, Himmler, von Ribbentrop, e com o próprio Hitler para “acelerar” a solução final através do extermínio dos judeus da Europa e do planejamento para exterminar os judeus da Palestina.

    O grão-mufti não apenas teve um papel significativo no assassinato dos judeus europeus, mas também buscou replicar o genocídio dos judeus em Israel durante a guerra que resultou na chamada Nakba. A guerra iniciada pelos palestinos contra os judeus em 1947 e a guerra iniciada pelos árabes em 1948 contra o novo Estado de Israel, foram guerras genocidas. O alvo não era meramente fazer uma purificação étnica contra os judeus da área, mas a total aniquilação deles. Os líderes assim o disseram e as ações de seus subordinados refletiram o objetivo genocida. Eles receberam auxílio de ex-militares nazistas — membros da SS e da Gestapo — aos quais havia sido dado refúgio no Egito, por causa da instauração dos processos por crimes de guerra, e que tinham sido recrutados pelo grão-mufti para completar o trabalho de Hitler.

    Também é oportuno dizer que a solidariedade e o apoio pró-nazista de Husseini eram extensamente difundidos entre seus seguidores palestinos, que o consideravam como herói mesmo após a guerra e com a revelação da participação que ele teve nas atrocidades nazistas. A famigerada fotografia de Husseini com Hitler, juntos em Berlim, era ostentada orgulhosamente em muitos lares palestinos, mesmo depois que as atividades de Husseini no Holocausto se tornaram amplamente conhecidas e elogiadas entre os palestinos.

    Husseini ainda é considerado por muitos como o “George Washington” do povo palestino, e se os palestinos conseguissem um Estado para si, ele seria homenageado como fundador. O mufti foi o herói deles, a despeito de — e muito provavelmente por causa de — seu papel no genocídio contra o povo judeu, ao qual ele apoiou e prestou assistência abertamente. De acordo com o autor da biografia de Husseini: “Grandes partes do mundo árabe compartilharam da solidariedade [de Husseini] aos alemães nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. (…) A popularidade de Haj Amin entre os árabes palestinos e dentro dos países árabes realmente aumentou mais do que nunca durante o período em que esteve com os nazistas”.

    Em 1948, o Conselho Nacional Palestino elegeu Husseini como seu presidente, embora ele fosse um criminoso de guerra procurado, que vivia exilado no Egito. De fato, Husseini ainda hoje é reverenciado entre muitos palestinos como herói nacional. Yasser Arafat, numa entrevista realizada em 2002 e reeditada no jornal palestino Al-Quds em 2 de agosto de 2002, chamou Husseini de “nosso herói”, referindo-se ao povo palestino. Arafat também se orgulhava de ser “um dos soldados das tropas”, embora ele soubesse que Husseini era “considerado um aliado dos nazistas”. Atualmente, muitos palestinos em Jerusalém Oriental querem fazer da casa dele um santuário. (Ironicamente, essa mesma casa foi comprada por um judeu para construir o controvertido conjunto residencial judaico em Jerusalém Oriental.)

    Portanto, é um mito — outro mito perpetrado pelo comandante fabricador de mitos do Irã, bem como pelo Hamas e por muitos da extrema esquerda que buscam demonizar Israel — que os palestinos “não tiveram nenhuma participação” no Holocausto. Considerando o apoio concreto dado pela liderança e pelas massas palestinas ao lado perdedor de uma guerra genocida, foi mais do que justo que as Nações Unidas oferecessem a eles um Estado próprio em mais da metade das terras aráveis do Mandato Britânico.

    Os palestinos rejeitaram aquela oferta e várias outras desde então porque queriam que não houvesse um Estado judaico mais do que desejavam seu próprio Estado. Essa era a posição de Husseini. O Hamas ainda tem a mesma posição. Talvez a nova “guerra cultural” deles finalmente faça com que reconsiderem — e aceitem a solução de dois Estados.

  5. “Por que é preciso defender Israel”

    A grande mídia ocidental tem contribuído para o agravamento da nova onda de perseguição aos judeus. De um lado, devido à formação recebida pela ideologia esquerdista, muitos setores da mídia ocidental têm grande simpatia pelos grupos radicais mulçumanos.

    Atualmente em muitas partes do mundo, em círculos de intelectuais, da classe média e da grande mídia, existe um ambiente hostil ao povo judeu e também ao Estado de Israel. No dias atuais vemos renascer o espírito anti-semita e, por conseguinte, o discurso do “fora judeu” e da “destruição ao Estado de Israel”.
    O surpreendente desse renascimento é que ele não é de origem cristã. Desde o final do século XIX e principalmente na segunda metade do século XX e início do XXI, o cristianismo – e especialmente a Igreja Católica – tem tido uma política de não agressão ao povo judeu. O cristianismo tem desenvolvido políticas e ações de convivência e diálogo com o povo e o Estado judeu. Em grande medida os históricos conflitos entre cristãos e judeus foram superados ou profundamente amenizados. Além disso, o século XX viu a derrota de duas grandes ideologias, o nazismo e o socialismo, que, entre seus princípios, pregava o ódio e a extinção dos judeus.

    Se os conflitos entre cristãos e judeus foram profundamente amenizados e o nazismo e o socialismo foram, no século XX, derrotados, então quem ou o que está promovendo a nova onda de espírito anti-semita? A nova onda de ódio aos judeus? A onda que deseja a destruição do Estado judeu?

    Não é intenção deste pequeno artigo dar respostas definitivas a essas perguntas inquietantes. No entanto, é possível realizar cinco reflexões.

    Primeira, as novas gerações, nascidas a partir da década de 1970, não passaram pelos tormentos e sofrimentos da Segunda Guerra Mundial e, por conseguinte, pela perseguição realizada pelo Estado totalitário nazista e socialista. São gerações que vêem o povo judeu apenas como um povo distante e exótico e em grande medida desconhecem a sua história de perseguição e sofrimento.

    Segunda, existe um pacto entre a elite da esquerda internacional e grupos fundamentalista mulçumanos, especialmente o Irã. Apesar de haver muitas divergências entre essas duas posturas culturais há pontos comuns entre ambas. Tanto a elite da esquerda internacional como grupos fundamentalista mulçumanos possuem em comum uma forte crítica ao capitalismo, visto como causador dos problemas sociais do mundo moderno, e um ódio ao cristianismo, visto como causa da decadência do Ocidente. O pacto entre a elite da esquerda internacional com grupos fundamentalista mulçumanos visa, simultaneamente, destruir o capitalismo e o cristianismo. Dentro desse pacto há um acordo que implicitamente coloca que, de um lado, os grupos mulçumanos radicais poderão atacar os judeus, inclusive perpetrando atos de terrorismo, e, do outro lado, a elite da esquerda internacional fará vista grosa a esses ataques e até mesmo podem defender os grupos mulçumanos radicais alegando, entre outras coisas, que fizeram esses ataques em nome dos direitos humanos e da democracia.

    Além disso, atualmente está se desenvolvendo no mundo, especialmente na América Latina, o neo-socialismo ou Socialismo do Século XXI ou ainda Socialismo Bolivariano. O neo-socialismo tem, entre seus postulados, o princípio estratégico de que o mundo islâmico é fundamental para o triunfo da Revolução e, por conseguinte, a implantação de um regime político anticapitalista. Nessa perspectiva, o Islã é visto como uma fonte indispensável de militantes e de pressões políticas. O problema é que os grupos radicais mulçumanos não desejam aderir a Revolução neo-socialista de graça, sem receberem uma recompensa. Eles querem, entre outras coisas, o direito de destruir o Estado judeu. Por causa dessa reivindicação os países envolvidos com a Revolução Neo-socialista fazem vista grosa diante do terrorismo islâmico e até mesmo chegam a apoiar abertamente regimes teocráticos e totalitários, como é o caso do Irã. Na América Latina, a Venezuela, de Hugo Chávez, e outros países bolivarianos, como Bolívia e Argentina, fazem constantes declarações em apoio a grupos extremistas islâmicos. O Brasil, um dos países de maior projeção política no Terceiro Mundo, durante o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fez preocupantes declarações de apoio ao Irã e a Síria, dois países que historicamente são profundamente hostis ao Estado judeu. Tudo isso cria um ambiente de legitimação ao extremismo islâmico e, ao mesmo tempo, de apreensão para o povo judeu.

    Terceira: atualmente em muitas universidades e centros de formação superior no Ocidente é ministrado, em sua essência, um ensino pouco crítico e muito carregado por um discurso esquerdista no estilo “o mal é o capitalismo” e a “religião é o ópio do povo”. Esse tipo de ensino tem causado sérios problemas de formação humana, um dos quais é o não reconhecimento da importância do povo e do Estado judeu na história do Ocidente. Vê-se o povo judeu como um povo agressor, imperialista e até mesmo cruel. Não há uma reflexão sobre o direito de existência desse povo e, por conseguinte, do seu Estado. Não se reflete sobre a visão autoritária existente entre setores dos mulçumanos, o fundamentalismo de alguns países, como o Irã e a Síria. Não se reflete sobre o desejo, aberto e declarado, de grupos radicais destruírem o Estado de Israel e, por conseguinte, matarem todos os cidadãos judeus que nele residem. Entre esses grupos é possível citar: a Irmandade Muçulmana, a Jihad Islâmica, o Taliban, a Al-Qaeda, o Hezbollah, o Hamas, o Jemaah Islamiyah, a Frente de Salvação Islâmica e o Gamaat Islamiya.

    Ademais, nas universidades e centros de formação superior no Ocidente atualmente há um profundo espírito agressivo e até mesmo preconceituoso contra qualquer expressão religiosa. A religião é vista como causa da alienação e da opressão social. Criticar a religião é visto como um ato de vanguarda, de modernidade e de esclarecimento. Uma das consequências dessa postura é que o povo judeu, por ter uma fé religiosa viva e ativa, é visto como um povo supersticioso e causador da alienação social. Por isso, a nova onda de perseguição aos judeus é entendida, em muitos ambientes universitários, como uma forma de combater a religião.

    Quarta, a grande mídia ocidental tem contribuído para o agravamento da nova onda de perseguição aos judeus. De um lado, devido à formação recebida pela ideologia esquerdista, muitos setores da mídia ocidental têm grande simpatia pelos grupos radicais mulçumanos. Esses grupos são vistos como questionadores da opressão social e do imperialismo ocidental, especialmente do imperialismo americano. Praticamente não são apresentados o caráter de intransigência sócio-religiosa e o desejo de implantar a sharia (a lei fundamentalista islâmica), em diversas partes do mundo. Em certa medida, reina na mídia um grande silencio sobre o imperialismo, as práticas culturais autoritárias e a falta de liberdade, reinantes no mundo mulçumano. Do outro lado, o Estado judeu é visto como um Estado imperialista, conquistador e até mesmo herdeiro do nazismo. A soma de todos esses fatores faz com que haja, na grande mídia, muito pouca reflexão tanto sobre a situação dos judeus no mundo como também o aberto desejo dos grupos radicais mulçumanos de literalmente destruírem esse povo.

    Quinta, o secularismo que penetra, com muita força, dentro do cristianismo. Desde o século XVIII que os grupos religiosos ligados ao cristianismo vêm passando por um grande processo de secularização. É bom deixar claro que o cristianismo é a grande força religiosa e até mesmo política do Ocidente. À medida que o cristianismo se seculariza vai aderindo a posições políticas e culturais mais distantes de seu fundamento doutrinário. Um bom exemplo disso é a disputa entre judeus e mulçumanos. Historicamente os cristãos sempre estiveram contra o Islã. Por causa disso fizeram importantes críticas às posturas autoritárias oriundas do Islã. Esse fato, de alguma forma, sempre beneficiou o povo judeu. No entanto, nas últimas décadas temos visto mudanças nessa postura. Líderes cristãos, inspirados por um cristianismo secularizado, afirmam que os grupos radicais mulçumanos são apenas movimentos sociais que lutam pelos direitos humanos e, por conseguinte, passaram a ver o povo judeu como um povo opressor, um típico representante do imperialismo Cruzado ocidental. Um bom exemplo disso é a Teologia da Libertação (TL). Os líderes dessa expressão teológica, que se desenvolveu principalmente na América Latina, costumam fazer declarações defendendo abertamente grupos fundamentalistas islâmicos, usando, para tanto, o argumento de que a luta islâmica é democrática e visa à defesa da cidadania. Enquanto isso, o sofrimento e as demais questões que envolvem o povo judeu são ignorados.

    Como é possível perceber, pelas breves reflexões que foram apresentadas, há muitos fatos que contribuem para o aumento do ódio aos judeus e, ao mesmo tempo, a defesa dos grupos radicais islâmicos.

    Existe quase um senso comum que afirma e até mesmo grita, mesmo que inconscientemente, que a destruição do Estado de Israel e, por conseguinte, a morte ou então a expulsão da sua população, estimada em aproximadamente 7.500.000, será uma grande conquista da humanidade, uma vitória da democracia, da cidadania e dos direitos humanos. Com a destruição do Estado de Israel, os povos oprimidos, simbolizados pelos grupos radicais mulçumanos, terão uma possibilidade real de se libertarem de séculos de exploração ocidental.

    Não há dúvida que os países centrais do Ocidente (Inglaterra, EUA, França, etc) dominaram, oprimiram e até mesmo destruíram vários povos ao redor do mundo, incluindo no Oriente Médio. É preciso combater a exploração e o colonialismo. Entretanto, engana-se quem pensa, mesmo que de forma inconsciente, que a destruição do Estado de Israel – incluindo a morte ou a expulsão de sua população – será o remédio para os males causados pela exploração, pelo colonialismo e o imperialismo.

    Quando os grupos mulçumanos destruírem Israel e provavelmente massacrarem quase 100% de sua população, não estarão criando um mundo melhor, sem capitalismo, sem cristianismo, sem sionismo e outras questões. Pelo contrário, esse fato marcará o início do mais radical retrocesso vivido pela história. Séculos de avanço humanístico, rumo à democracia e aos direitos humanos, serão sumariamente enterrados. Tudo isso para que a sharia seja implantada a nível global. A esperança de muitos grupos (neo-socialismo, cristianismo secular, etc) é que a destruição do Estado de Israel, pelos grupos radicais islâmicos, acabe com a sede de sangue, morte e terror que esses grupos possuem. É preciso observar que estamos falando de uma destruição física e não meramente simbólica do Estado judeu. A destruição de todas as casas e demais edifícios existentes em Israel. O raciocínio dos grupos que defendem os radicais islâmicos é mais ou menos assim: “quando Israel for destruído, então teremos paz no mundo”.

    Enganam-se aqueles que pensam desta forma. Triste ilusão. O projeto dos grupos radicais mulçumanos é a conquista do Ocidente e a implantação da sharia em nível global. Esses grupos pouco se importam com a democracia, direitos humanos e coisas semelhantes. O que eles querem é impor ao mundo a Lei Islâmica. O problema é que, no momento, o grande empecilho da realização desse projeto é a existência, em pleno Oriente Médio, do Estado e do povo judeu. Por causa disso o raciocínio dos grupos radicais islâmicos é o seguinte: “primeiro destruímos o Estado de Israel e depois faremos a grande marcha rumo ao Ocidente. Para isso, precisamos momentaneamente do apoio de grupos ocidentais (neo-socialismo, cristianismo secular, etc) insatisfeitos com o próprio Ocidente”.

    Os grupos radicais islâmicos querem a ajuda de setores da sociedade ocidental para destruir Israel e depois “jogarem fora” esses mesmos grupos e, por conseguinte, fazer a grande marcha rumo à conquista do Ocidente.

    Nesse triste contexto, Israel emerge como a “grande proteção” da sociedade e dos valores ocidentais. Por incrível que pareça, o que impede uma invasão militar, e até mesmo atos de terrorismo mais agressivos por parte de grupos radicais islâmicos, é a existência do Estado de Israel. Enquanto esses grupos estiveram ocupados lutando para massacrar o povo judeu, eles não terão condições de promover a grande marcha rumo ao Ocidente.

    É por isso que ao invés de ficarmos criticando o Estado de Israel – e é preciso criticar os exageros cometidos por qualquer modelo de Estado – temos que nos empenhar para protegê-lo. A convivência pacífica entre judeus e mulçumanos e, por conseguinte, a paz no Oriente Médio e no Ocidente, só serão possíveis com um Estado judeu forte e com amplo apoio do Ocidente a esse Estado. Precisamos superar o discurso ideológico que vê Israel como um povo opressor e um Estado conquistador. É preciso reconhecer que Israel é a grande barreira que protege o Ocidente contra atos de terrorismo e destruição oriundos dos radicais islâmicos. Por isso, a defesa de Israel representa, simultaneamente, a defesa dos valores e dos povos do Ocidente. Quando Israel for destruído não haverá nada, absolutamente nada, entre o ódio islâmico e os países do Ocidente. Enquanto o Islã não se moderniza e aceita a democracia e a liberdade de expressão, Israel é a grande barreira protetora, o grande escudo. Temos que cuidar desse escudo. Temos que proteger os cidadãos israelenses ao redor do mundo e garantir que as pretensões dos grupos radicais de destruírem Israel jamais serão realizadas.

  6. “Israel é o verdadeiro alvo da “primavera” árabe”

    A Liga Árabe jamais acreditou em um estado palestino independente: a Jordânia já tinha anexado a Margem Ocidental, a Cisjordânia, e Gaza estava em mãos egípcias. Ao criar a OLP seu propósito era poder cruzar a fronteira de Israel para conduzir ataques dentro de seu território, sem que fosse possível a ONU ou qualquer país responsabilizar as nações componentes da Liga por aqueles ataques.

    Não é por acaso nem pura coincidência que a erroneamente chamada “primavera árabe” coincide com o pedido de reconhecimento de uma nação palestina pela ONU ainda nesta semana [1] (N do E: este artigo foi publicado no site do autor no dia 22 de setembro). É impressionante e deprimente como se comportam alguns judeus, tanto em Israel como na Diáspora – e alguns goym sionistas – ao entoar loas a uma falsa primavera que, como já afirmei antes, pode se transformar em inverno – ou num verdadeiro inferno para Israel e o povo judeu. Parecem tomados por uma crença delirante de que o que vier depois só poderá ser melhor. Também defendo a liberdade, não necessariamente a democracia, este conceito amplo e nebuloso como o leito de Procusto, e o fim de ditaduras. Mas não se trata disto agora e sim de defender a própria existência de Israel e a integridade física de seus habitantes.

    Qualquer pessoa que consiga raciocinar um pouco sabe muito bem que esta história de “manifestações espontâneas” é pura balela. Então, algumas perguntas se impõem: quem são exatamente os manifestantes? Como se organizam e se financiam? Como planejam táticas e estratégias militares, inclusive problemas logísticos complexos? Como estabelecem meios de comunicação eficientes, alguns até mesmo altamente sofisticados (que ninguém me venha com a resposta: “são as ‘redes sociais!’”)?

    No Egito o povo está cada vez mais descrente da liderança militar, o Supreme Council of the Armed Forces (SCAF). Por esta razão o maior e mais poderoso grupo islâmico, a Fraternidade Islâmica (FI) sobe continuamente o tom de suas queixas e aspirações, particularmente no que toca às eleições, a Constituição e as relações com Israel e ao aproveitar esta oportunidade seu poder e popularidade crescem exponencialmente e possivelmente conseguirão unir os diversos grupos islâmicos contra os militares – e obviamente, contra Israel. Desde o incidente de Eilat os sentimentos anti-sionistas cresceram em todos os segmentos da sociedade egípcia, o que motivou a invasão da embaixada israelense. Como a SCAF ajudou a retirar o pessoal, a população acusa os militares de correrem para salvar israelenses e manter o acordo de paz com Israel, numa reação muito mais forte do que quando morreram egípcios no incidente de Eilat[2].

    A situação na Síria é mais confusa do que parece à primeira vista. Alguns cenários possíveis são: um prolongado estado de crise com a queda de Assad, uma crise dentro do regime e da população Alawita que controla o exército, e uma oposição com apoio estrangeiro que seja suficientemente forte para derrubar o regime. Tal apoio viria de duas fontes: Turquia e Irã, num novo round entre sunitas e xi’itas pelo domínio da região. Do Irã já se sabe o que esperar, principalmente com xi’itas pró-Irã na fronteira de Israel.

    Com a Turquia as tensões diplomáticas vêm crescendo, deixando Israel diplomaticamente isolado. Não se sabe até que ponto a Turquia pretende expandir sua influência no Mediterrâneo oriental, mas a recente visita de Erdogan indica talvez um sonho turco de restaurar uma nova versão do Império Otomano. Há também indícios de que Erdogan pode mandar outra “flotilha humanitária” escoltada pela Armada turca.

    A Líbia está ameaçada por um islamismo radical extremista com a possível queda de Kadhafi, inclusive por grupos ligados à Al Qaeda, o Al-Qaeda in the Islamic Maghreb (AQIM)[3], o que representa uma preocupação para a Argélia, berço deste grupo.

    Quanto aos grupos terrorista Hamas, Hesbollah e outros, precisamos dar uma olhada no passado e na organização da qual se originaram. Desde sua fundação a OLP teve três objetivos principais:

    1- Fustigar Israel através do terror;

    2- Cultivar uma quinta coluna dentro do país que lutasse por uma paz humilhante, de joelhos e que pudesse ser usada no caso de invasão, a mesma tática usada pelos nazistas nos diversos países que vieram a invadir;

    3- Convencer Israel e o mundo de que as verdadeiras intenções dos países árabes de maioria muçulmana, os persas e os turcos não eram terroristas, mas somente queriam destruir Israel em nome dos “direitos do povo palestino”;

    A Liga Árabe jamais acreditou em um estado palestino independente: a Jordânia já tinha anexado a Margem Ocidental, a Cisjordânia, e Gaza estava em mãos egípcias. Ao criar a OLP seu propósito era poder cruzar a fronteira de Israel para conduzir ataques dentro de seu território, sem que fosse possível a ONU ou qualquer país responsabilizar as nações componentes da Liga por aqueles ataques. A “nacionalidade palestina” é apenas cortina de fumaça para encobrir a intenção de “jogar os judeus ao mar”!

    O Artigo 24 da Carta da OLP diz: Esta Organização não exerce nenhum poder territorial sobre a Margem Ocidental do Reino Hachemita da Jordânia, nem sobre a Faixa de Gaza ou sobre a Himmah. Suas atividades serão no nível das organizações populares e no campo financeiro.

    Somente depois de 1967 a OLP passou a falar sobre os “direitos do povo palestino” e paulatinamente foi sendo instilada nos corações e mentes ocidentais o direito à autodeterminação e finalmente chegamos à atual declaração unilateral de independência. E isto virá a ocorrer, se não imediatamente, em médio prazo. Dia 22 Obama declarou à ONU que os EUA “antevêem um futuro no qual os palestinos viverão num estado soberano todo seu, sem limites do que possam atingir por si mesmos” (CNN).

    Realmente, há um ano a Autoridade Palestina vem anunciando esta iniciativa e Obama não tomou nenhuma providência diplomática para convencer outros países a votar contra. Inúmeros países poderiam votar “NÃO”, mas como não houve pressão americana, se sentem livres para votar “SIM”, ou se abster, aguardando um eventual veto americano no CS, largando a batata quente nas mãos de Obama enquanto posam de amigos progressistas e humanitários do mundo árabe e do Islam. Mas somente pressões eleitoreiras o forçarão a vetar no Conselho de Segurança

  7. Blue eyes segue roteiro para a sua defesa…

    Contra o Bolchevismo de Direita (ou o Tradicionalismo de Esquerda)

    Ponto por ponto:

    Introdução.
    1. Desapontamento.
    2. Ataques.
    3. Surpresa.
    4. Insulto e revide.
    5. Realidade.
    6. Tudo é política?
    7. Vontade de poder
    8. Eurasismo e comunismo.
    9. Contagem de cadáveres.
    10. Comunista matando Comunista.
    11. O dever de escolher
    12. Armas.
    13. Sabedoria contra o ódio
    14. A diferença entre nós (humano).
    15. A diferença entre nós (formação acadêmica)(2)
    16. Aspas anestésicas.
    17. Questão de estilo.
    18. Minha opinião.
    19. Julgamento por fatos.
    20. A realidade foi inventada na Idade Média.
    21. Realidade e conceito.
    22. Racismo intelectual
    23. Relativismo absoluto e relativo.
    24. Relativismo absoluto e relativo (2)
    25. Sujeito e objeto.
    26. Essência lógica.
    27. Existência e prova.
    28. Jogo de cena.
    29. Ah, como superioridade incomoda!
    30. Ressentimento e recalque de comunista/nazista.
    31. Colocando palavras na minha boca, não deixe.
    32. Seja claro!
    33. Guénon e o Ocidente.
    34. O mundo às avessas.
    35. As Sete Torres do Diabo.
    36. Assimetria.
    37. Teoria da Conspiração.
    38. Teoria da Conspiração (2)
    39. Ideologia da livre competição?.
    40. Interesse nacional americano?.
    41. Fabricando a unidade.
    42. Multiculturalismo.
    43. Espírito guerreiro.
    44. Revolta e pós-modernismo.
    45. A salvação pela destruição.
    46. Nem um peido

  8. “O chocante amor árabe por Hitler”

    Pesquisar por “Hitler” em árabe foi uma jornada a um túnel de escuridão deprimente.

    A extensão do amor ou ódio do público a personagens históricos talvez possa ser determinado digitando o nome desse personagem na ferramenta de busca do Google. Hoje em dia, digitar o nome de ditadores árabes em caracteres árabes mostra uma insatisfação geral que os iguala a tiranos como Hitler. Mas e se você digitasse o nome do próprio “Hitler” em caracteres árabes no Google? O que vai encontrar? “Hitler” em árabe tem tantos resultados quanto o número de judeus que ele assassinou: mais de 6 milhões. Embora seja impossível ler 6 milhões de blogs e sites para apurar o que o mundo árabe pensa sobre ele, ler atentamente algumas centenas deles pode deixar os ocidentais chocados ao perceberem que a maioria dos comentários, de uma maneira ou de outra, elogiam ou glorificam Hitler.

    O primeiro site árabe possui um blog que o apresenta da seguinte forma: “Hitler não era um homem comum para ser esmagado pela roda do tempo e deixado para trás como poeira, para ser esquecido neste vasto universo. Tampouco era o rei apenas da Alemanha. Ele é um dos grandes entre poucos. É o rei da história”. Os ocidentais poderiam pensar que o primeiro comentário em um artigo como esse seria de repúdio. Nada disso. Muhammad Jasem postou: “Se os maiores líderes se juntassem, não se igualariam em magnificência a Hitler”. O restante dos comentários não focou longe disso. O segundo resultado foi um vídeo do Youtube intitulado “Os Judeus São Covardes”, mostrando um imitador de Hitler andando pelas ruas, com transeuntes judeus, supostamente apavorados, desviando-se dele. Isso “prova que judeus são covardes”, interpretavam os comentários.

    A citação mais popular de Hitler em sites árabes é uma em que ele supostamente diz: “Eu poderia ter destruído todos os judeus, mas deixei alguns para que o mundo saiba um dia por que eu os matei”. O resultado seguinte é um vídeo do Youtube intitulado “A Declaração de Hitler sobre a Aniquilação dos Judeus”; o primeiro comentário dizia como Hitler “respeitava o Islã” e como ele chegou a convocar uma unidade muçulmana da SS e lhes conceder as pausas para orações.

    Lendo com atenção, centenas de sites árabes mostram conteúdos similares.

    Alegrei-me ao ver o que pensei ser o primeiro comentário positivo, à maneira ocidental, entre milhares, que dizia: “Hitler era um psicopata. Ele também teria matado todos os muçulmanos” mas logo me decepcionei com “mas, para ser sincero, eu adoro o Hitler por sua capacidade de liderança”. É claro, isso foi rapidamente repreendido por outros: “Se Hitler odiasse os árabes, por que ele iria convocar soldados muçulmanos para os seus postos? Isso deve ser propaganda sionista”.

    Acusações de “propaganda sionista” e teorias da conspiração empesteiam a internet em língua árabe; a história factual é descreditada como “conspiração sionista”. Concluí das minhas próprias experiências antissemitas da minha infância que uma cultura empesteada de teorias da conspiração geralmente é a mesma que as produz.

    Um comentário bastante típico afirmava: “Hitler deixou a outra metade [dos judeus] viva para que a profecia de Maomé seja cumprida e abra o caminho para o Islã destruir o restante”. No site Alsaha.com, principal fonte de notícias do Golfo Árabe, uma notícia sobre um filme recém-lançado em Paris retrata pela primeira vez como a Mesquita de Paris salvou guerrilheiros da resistência judaica e muçulmana durante a Segunda Guerra Mundial. Os comentários mais comuns vão de negadores do holocausto, longos posts de como o Grande Mufti Haj Amin Al-Husseini, líder palestino que fez aliança com Hitler, era um grande herói e como Hitler havia supostamente citado o Corão: “a Hora está próxima, e a lua foi feita em pedaços”. A citação do Corão supostamente dita por Hitler era tão comum que Ayed Al-Qarni, um dos mais respeitados teólogos sauditas, observou que Hitler havia gravado essa frase nos canhões e tanques das tropas da SS.

    De acadêmicos muçulmanos a referências históricas, Hitler é um herói.

    Objeções ao amor de Hitler existem, mas raramente são isentas de contradições nos mesmos termos. Um comentário criticava tal amor: “Hitler era um nazista que acreditava na raça ariana… É óbvio que Hitler elogiava o Islã porque estava aliado aos otomanos. Mas por que nós árabes temos que insistir nesse amor por Hitler? Só porque ele fez uma limpeza dos judeus? Maomé, e Omar depois dele, limparam Jerusalém deles muito antes de Hitler”. Se os ocidentais equiparassem Maomé a Hitler, a reação seria imensa. Mas não é incomum encontrar sites árabes afirmando que Hitler era um modelo que seguiu os passos de Maomé. “O único personagem na história que foi capaz de ganhar os judeus para mutilá-los foi Maomé”, Hitler foi citado dizendo. E é claro, consideraram um elogio.

    Os comentários árabes não deixam de usar Hitler como exemplo para comparar tiranos árabes e para combater o extremismo. O site de notícias do Oriente Médio Walfajr.net publicou um artigo escrito por Al-Baqer Ali Al-Shamasi intitulado “Os Tambores Sionistas Tocam para a Guerra”. Ele escreve: “Hitler, esse nacionalista extremista, e seu amigo Mussolini, vieram e desencadearam uma guerra mundial que vitimou 60 milhões de pessoas”. Até aí tudo bem. Até que algumas linhas depois: “Quando Hitler fez o que fez com eles [os judeus], os sionistas usaram táticas para inventar o Holocausto”. Aceitar o Holocausto como uma realidade e negá-lo na mesma argumentação não é incomum nos sites árabes. Isso é sinal de um mentiroso patológico.

    Pesquisar por “Hitler” em árabe foi uma jornada a um túnel de escuridão deprimente. “Hitler, o artista”, dizia um artigo. Hitler até mesmo “descobriu os desenhos de Walt Disney”, afirmava um comentário. Foi “Hitler quem desenhou pela primeira vez a ‘Branca de Neve e os Sete Anões’”. Do primeiro ao último comentário, o artigo foi um deleite.

    O último comentário dizia que “Hitler odiava os judeus porque o médico de sua mãe, que era judeu, não cuidou dela e a deixou morrer. Foi um judeu que comprou as primeiras peças de arte de Hitler e lhe pagou pouco por elas, para depois revendê-las muito mais caro. Hitler mais tarde descobriu o roubo da sua arte pelos judeus. Essa foi a história que despertou a família de Hitler para quão trapaceiros são os judeus”.

    Tudo isso me faz lembrar dos meus primeiros dias de escola na cidade de Belém, quando estudávamos os escritos do mais respeitado e eminente escritor egípcio, Anis Mansour, que uma vez escreveu: “Pessoas de todo o mundo vieram a se dar conta de que Hitler estava certo, pois os judeus são sanguessugas… interessados em destruir o mundo inteiro, que os enxotou e desprezou por séculos… e os queimou nos crematórios de Hitler… 1 milhão… 6 milhões. Se apenas ele tivesse terminado o serviço!”

    Anis Mansour não passava de um marginal. Eu sei que isso pode irritar centenas de milhões de pessoas no mundo árabe que o respeitam. Talvez digam que eu fui infectado por uma conspiração americana. De fato, eu fui: chama-se “pensamento crítico”.

  9. Esse artigo é um lixo de mentira criminosa de um crapula judeu como esse “professor” de merda da universidade Ben Gurion! O verdadeiro holocausto foi o Gulag comunista e a Sibéria onde o comunismo judaico do judeu Karl Marx exterminou 100 milhões de pessoas atraves dos assassinos comunistas judeus Lênin, Trotsky, Yagoda, Frenkel e outros bandidos criminosos judeus!

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