Se Grécia, Portugal e Irlanda abandonassem o euro, o PIB da Zona Euro seria reduzido 1% em 2012 e em 2.5% em 2013

“Segundo uma analise do Capital Economics, citada pela Lusa, mesmo que apenas Grécia, Portugal e Irlanda abandonassem o euro, o PIB da Zona Euro seria reduzido 1% em 2012 e em 2.5% em 2013, uma contração equivalente à recessão de 2008/2009.”

O colapso do Euro seria sem dúvida alguma uma benesse inolvidável para o dólar, que assim deixaria de ter competidor internacional e dando assim cumprimento ao plano gisado por Washington para destruir a concorrência monetária com a sua moeda. Não há dúvidas, também, que o fim do Euro seria catastrófico não somente para os países periféricos da Zona Euro, mas também para as economias do norte, com a Alemanha, França, Áustria, Holanda, Finlândia, etc, a assumirem fortes perdas resultantes do regresso às moedas nacionais e do declínio abrupto das exportações que resultaria da profunda recessão mundial que resultaria do fim da Moeda Única. O Fim do Euro não seria assim apenas um problema do “sul”, ao contrario do que pensam muitos alemães…

“Uma instituição financeira, a Nomura Securities, já calculou também o nível de desvalorização cambial que cada país sofreria com um possível regresso às anteriores moedas nacionais. Se a Alemanha voltasse ao marco, por exemplo, essa divisa teria uma ligeira valorização face ao dólar. Segundo estas estimativas, a futura moeda de Portugal sofreria uma desvalorização de 47.2%. Na Grécia, a variação seria ainda maior: -57.6%. Para Espanha e Itália, a desvalorização seria 35.5% e 27.3%, respetivamente.”

O regresso ao Escudo e às outras moedas nacionais teriam vantagens de longo prazo evidentes: permitiria uma maior adequação entre as especificidades de cada economia e a cotação da moeda de cada país, facilitando assim as exportações e dificultando as importações, repetindo de resto (pela via da desvalorização cambial) o que hoje já fazem os EUA e a China.

Mas o período de transição de uma moeda única de regresso para as moedas nacionais seria muito duro: as economias europeias, habituadas até ao vício a viverem de doses massivas de crédito barato, desindustrializadas e hiperdependentes do crédito teriam que encaixar – de um momento para o outro – com uma queda súbita do consumo, porque as importações aumentariam de preço, duplicando em quase todas as categorias e pelo menos enquanto a Europa não conseguisse repor o seu destruído setor produtivo. Os Estados teriam que abrir falência, em cadeia, porque dado o nível atual de interdependência dos países da Zona Euro, não é credível que a Bancarrota de um não se contaminasse rapidamente a todos os outros. Atrás dos Estados, iriam muitas empresas, na pratica, todas aquelas que encontram no Estado o seu primeiro cliente… Sem consumo, com bancarrotas do Estado e de muitas empresas, o desemprego subiria a níveis impensáveis e o colapso social seria inevitável. Este é o cenário de curto prazo que está à nossa frente. E que – com certas matizes – julgamos inevitável.

Fonte: Quintus

5 Comentários

  1. Eh o famoso atoleiro..
    Se correr o bixo pega, se ficar o bixo come.
    as economias europeias ao contrario do que pensam, nao sao nada uniformes… Mas podem ser dividas basicamente em duas categorias. Os anoes e os gigantes. Pra uma zona do euro vingar os gigantes teriam de colocar ainda mais grana nos pequenos. A irlanda e a grecia por ex, possuem mto menos empregos bem remunerados como na alemanha. Mas pela equiparacao da moeda as familias desses apaises pequenos sao obrigadas a ter um custo de vida semelhante ao de paises grandes.. Esse eh o gargalo que impede o sucesso desse bloco

  2. “…Oa Estados teriam que abrir falencia…atras dos Estados. iriam muitas empresas…o desemprego subiria a niveis impensaveis e o colapso social seria inevitavel…”. O articulista nao menciona Inglaterra, o pais mais endividado da Europa, mais de 400% do PIB. Mas Inglaterra tem servido de valvula de escape, para os desempregados do continente. Muitos vao buscar trabalho la, ainda que emprego esta cada vez mais escasso. Consequencia da falencia europeia, seria queda no volume de exportacao da China. Isso afetaria a economia brasileira, que depende da expansao da economia chinesa. Nao posso dizer que essa implosao do sistema capitalista significa que a capacidade de expansao do sistema esgotou. Ha discordancias nesse assuntos entre economistas marxistas, e nao sendo economista nao estou em condicao de sustentar cientificamente um argumento em favor ou contra nesse assunto. Sei tammbem que a burguesia sempre tem encontrado uma saida para suas crises economicas, o remedio aplicado sempre os mesmos: Fazer os trabalhadores trabalharem por menos dinheiro, menos beneficios sociais e mais sacrificio. Mas parece-me que desta vez a agudez de crise faz com que essas solucoes baseadas em forcar o operariado fazer sacrificios nao sera suficiente. E muito paises produzindo as mesmas coisas para exportar para mercado cada vez menor. Dai a necessidade de guerras. Destruicao de nacoes competidoras, e de trabalhadores desempregados que nao tem capacidade de gastar dinheiro para consumir. Tudo para ressurgir das cinzas o “fantasma do comunismo. Os que enterraram Marx vao ter que lidar com ele outra vez. O homem voltou.

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