Marco Antonio Raupp: Temos de melhorar a comunicação na Amazônia

Por Herton Escobar

Quando era presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), uma das principais reivindicações de Marco Antonio Raupp era a necessidade de estimular o desenvolvimento científico e tecnológico da Amazônia, como base para o desenvolvimento social e econômico da região. Agora, como ministro da Ciência e Tecnologia, ele espera colocar em prática aquilo que propunha como militante da sociedade civil.

“Não vou abdicar daquelas ideias que sempre defendi”, disse ao Estado o matemático de 73 anos, nativo de Cachoeira do Sul (RS), empossado como ministro na terça-feira.

A primeira necessidade, segundo ele, é melhorar a infraestrutura de telecomunicações da Amazônia – sem a qual se torna quase impossível organizar projetos de maior porte e fazer ciência de primeira linha. A oferta de internet banda larga na região é precária. Para preencher essa lacuna, Raupp aposta no lançamento, até 2014, do primeiro satélite brasileiro geoestacionário de comunicação.

“Lá não dá para chegar instalando linhas de comunicação de dados no meio da floresta; é muito difícil. Sempre disse que a estrutura de comunicação na Amazônia tem de ser feita via satélite”, afirma Raupp, que em 2011 atuou como presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB). “É um processo no qual vou me envolver totalmente.”

Um dos temas que o senhor abordava muito como presidente da SBPC era o atraso da ciência na Amazônia. Isso ainda é um problema? E como o senhor pretende lidar com ele agora?

Ainda tem muita coisa a ser feita. Temos requerimentos de infraestrutura absolutamente necessários. Por exemplo, temos de resolver o problema de comunicação. Nesse ano que passou, a AEB, com os Ministérios das Comunicações e da Defesa, encaminhou um projeto que acredito ser uma boa solução, que é termos um satélite geoestacionário apoiando o sistema de banda larga na região.

A ideia é contratar um serviço de satélite?

Contratar, não! Estamos construindo. O projeto já está sendo aprovado no governo. São dois satélites que queremos ter. Como nunca fizemos um satélite desse porte, a maioria das partes terá de ser contratada fora, mas temos de estabelecer um sistema de ofsetes e transferência de tecnologia na negociação das peças para que isso seja transferido para o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), e empresas nacionais.

Desde o acidente com o Veículo Lançador de Satélites (VLS) em Alcântara, em 2003, o programa espacial brasileiro ficou um tanto de molho. Qual deve ser a ambição do Brasil no espaço?

Permanecem as mesmas ideias, agora revigoradas, de que a gente precisa ter um programa espacial forte, totalmente desenvolvido no Brasil, incluindo base de lançamento, foguetes e satélites. Esse satélite geoestacionário é um exemplo de projeto que se encaixa nesse perfil. Vai ser criada uma empresa integradora, constituída pela Embraer e pela Telebrás, e o Inpe vai se envolver nas especificações técnicas e na transferência de tecnologia para empresas nacionais, que poderão ser fornecedoras de uma segunda geração de satélites. Queremos capacitar empresas brasileiras a trabalhar com essas tecnologias críticas. Não concordo com você que o programa espacial ficou na geladeira. Ele estava por um tempo, mas fizemos um grande esforço no ano passado para retomar esse programa, com novos objetivos, e temos conseguido isso.

Em que áreas da ciência o Brasil tem potencial para assumir um papel de liderança mundial?

Temos a diversidade biológica da Amazônia, uma riqueza impressionante que muitos países não têm. Essa é uma área na qual podemos ser líderes, se desenvolvermos um programa de estímulo à criação de empresas na Amazônia, baseadas em biotecnologia, trabalhando em cima da biodiversidade nacional, para gerar produtos medicinais e cosméticos, por exemplo. Sempre, claro, explorando a natureza de forma sustentável, desenvolvendo tecnologia sem destruir o patrimônio. Temos de usar a biodiversidade com sabedoria, e é aí que a ciência se faz necessária.

Fonte: Estado de S.Paulo

12 Comentários

  1. Não somente da amazonia espero, pois tirando os grandes centros urbanos a comunicação é precaria e cara em quanto que no japão e EUA É PRATICAMENTE DE GRAÇA A BANDA LARGA AQUI É UMA FOTUNA,TEMOS QUE TER MUITOS SATELITES ESPERO QUE ESTE MINISTRO DE UM GRANDE IMPULSO E continuidade aos projetos existentes.

  2. Já tem uns 10 nos que estou ouvindo esse papo de construção desses dois satélites GEO. Será que agora vaí? É ver pra crer, caso os chefões das quadrilhas dos grandes partidos político brasileiro deixarem!

  3. ISSO É QUE É PATRIÓTA DE VERDADE,UM GAÚCHO DE 73 ANOS NATURAL DE CACHUEIRA DO SUL,PRECISA ENTRAR PARA FAZER A DIFERENÇA,QUEM DERA SE TIVESEMOS UMA BANCADA ENORME DE PATRIÓTA IGUAL A ELE…PARABENS MARCO ANTONIO RAUPP,UM BRASILEIRO DE VERDADE…

  4. Ver para crer. O governo nunca se interessou para alguns setores. Dinheiro não é problema, tá sobrando. É só ter vontade política.

  5. Satélites podem ser destruídos por canhões lasers da Terra.
    Montem uma Rede Internet na Amazônia, com torres de microondas.

  6. Como eh?! O programa nao tava na geladeira??? E o VLS que o Lulinha prometeu que voava quando mesmo??? Esse cara eh politico tb. Jah foi diretor do INPE, e agora virou ministro. Deixou de ser tecnico ha mto tempo. Burocrata, e vem com papo furado. Mudanca para ingles ver. Vai continuar a mesma porcaria de sempre. Pergunta em quanto ele vai aumentar o orcamento do VLS, CTA/IAE etc. Essa estorinha eu jah vi.

  7. Calma Dandolo, ta parecendo Russo da Guerra Fria, o medo Americano é Sovietico o abala, primeiro quem vai quere derrubar um satélite Brasileiro é outra quem vai arrumar inimizades com o Brasil se somos os maiores fornecedores de mão de obra é matéria prima, se acontecer algum do tipo veremos oque nossos politocos farão mais to com muita Fé no MATEMÁTICO RAUPP SE ELE FIZER OQUE DIZ, FINALMENTE VAMOS SAIR DO PAPEL BRASIL POTENCIA JÁ.

  8. Nunca saberemos quem queimará o nosso satélite, pois laser não tem identidade. Vou contar um lance para vocês. Há 13 anos, servia num quartel no RJ, e havia um militar americano com a gente. Intercâmbio. Convivi 3 anos com ele. Um capitão, quase major. Nós conversávamos muito sobre tecnologia militar e as guerras que estavam ocorrendo, ou ocorreram recentemente. Ele era de Infantaria e eu de Material Bélico.
    Eu gostava de fazer análise das Forças Armadas Americanas, e ele ouvia com muita atenção. Um dia eu disse para ele: Vocês estão muito vulneráveis, devido a dependência total dos satélites, que poderão ser destruídos futuramente com laser. No outro dia, ele me trouxe uma revista americana, me mostrando um protótipo de canhão laser. A primeira coisa numa guerra, é neutralizar as comunicações do inimigo. Qual seria a alternativa ao satélite ?
    1) Rede Internet em terra;
    2) Um novo sistema de orientação criado por mim, denominado passo do gigante.
    Poderá haver outros, tais como antenas de microondas na Lua, sistema de orientação por giroscópio, mapeamento digital da terra, aviões permanentes por energia solar, balões redares, torres de microondas, etc.
    Em tempo de paz, o satélite seria melhor ? Não sei dizer. Tem um tempo de vida e suas comunicações podem ser interceptadas.
    Bolei um sistema de codificação inédito, que duvido que haja interceptação. Pode ser até que já exista.

  9. Nunca saberemos quem queimará o nosso satélite, pois laser não tem identidade. Vou contar um lance para vocês. Há 13 anos, servia num quartel no RJ, e havia um militar americano com a gente. Intercâmbio militar. Convivi 3 anos com ele. Um capitão, quase major. Nós conversávamos muito sobre tecnologia militar e as guerras que estavam ocorrendo, ou haviam ocorrido recentemente. Ele era de Infantaria e eu de Material Bélico. Militar americano é fora de série, pois eles respiram tecnologia, logística e são altamente especializado. O Sistema de Ensino deles ensina os alunos a pensar, pesquisar e inovar,e o nosso a memorizar e a copiar o que os outros fazem. O brasileiro, realmente não tem cérebro, pois os professores acabam com a intuição e a criatividade dos nossos jovens. A Rede Internet está nos ajudando a abrir a mente.
    Eu gostava de fazer análises das Forças Armadas Americanas, e ele ouvia com muita atenção. Um dia eu disse para ele: Vocês estão muito vulneráveis, devido a dependência total dos satélites, que poderão ser destruídos futuramente com laser. No outro dia, ele me trouxe uma revista americana, me mostrando um protótipo de canhão laser. A primeira coisa numa guerra, é neutralizar as comunicações do inimigo. Qual seria a alternativa ao satélite ?
    1) Rede Internet em terra;
    2) Um novo sistema de orientação criado por mim, denominado passo do gigante.
    Poderá haver outros, tais como antenas de microondas na Lua, sistema de orientação por giroscópio, mapeamento digital da terra, aviões permanentes por energia solar, balões (dirigíveis) e aviões radares, etc. Satélites dá as coordenadas, enxerga as tropas inimigas e transmite / recebe dados digitais. Sem eles, fica muito difícil fazer uma guerra moderna, mas eles serão neutralizados numa guerra mais séria.
    Em tempo de paz, o satélite seria melhor ? Não sei dizer. Tem um tempo de vida e suas comunicações podem ser interceptadas.
    Bolei um sistema de codificação inédito, que duvido que haja interceptação.Pode ser até que já exista.

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