PM de São Paulo cobra Anatel por rede LTE na faixa de 700 MHz

Por Ana Paula Lobo

Com um piloto em rede LTE, na faixa de 700 MHz, em andamento há um ano e dois meses, conduzido pela Alcatel-Lucent, com a participação de players como IBM e Microsoft, além da fabricante mineira MXT, que é fornecedora dos 12 mil tablets utilizados nas viaturas, a Polícia Militar de São Paulo sustenta que o investimento em rede privada em 700 MHz não é uma briga ‘politica’. É uma questão de custo/benefício.

“LTE em 700MHz sai até seis vezes mais barato que em 2,5GHz. Além disso, vou compartilhar infraestrutura para os meus serviços de voz”, sustenta o coronel Alfredo Deak, responsável pela área de tecnologia da Polícia Militar de São Paulo. Nesta quinta-feira, 26/01, a Polícia Militar e a Alcatel-Lucent apresentaram os resultados do piloto conduzido na região metropolitana de São Paulo.

O teste, autorizado pela Anatel, envolve três estações radiobase LTE, a 4G da telefonia móvel, utilizadas para a transmissão de dados em tempo real e para aplicações consideradas cruciais, entre elas, o monitoramento do dia-a-dia, por meio de câmeras de vigilância.

Qualidade de serviço: O diferencial do LTE

“O LTE nos permitiu dar inteligência ao policial. A informação passou a ser passada, em tempo real, e sem a presença humana”, reforça o coronel Alfredo Deak. Ainda segundo ele, nos testes a velocidade de conexão chegou a 60 Mbps e o LTE deu à instituição um produto ainda não encontrado nas ofertas de serviços em telecom: Garantia de qualidade de serviço.

“No 3G não dá para termos essa transmissão em tempo real, com a qualidade que precisamos e com a rapidez que desejamos. No LTE, numa rede privada, conseguimos, inclusive, priorizar nossa demanda. A rede pública de LTE, quando chegar, será uma contigência. Polícia não se faz só de polícia.Vamos poder integrar áreas de saúde, vigilância”, sustenta Deak.

Para mostrar a importância do uso da tecnologia para a Polícia Militar, Deak divulgou os números:São 100 mil policiais, 17 mil viaturas (12 mil delas já com tablets instalados), 23 helicópteros, dois navios e 600 lanchas. Os números 190 e 193 atendem 180 mil ligações por dia, vindas dos 645 municípios do Estado cobertos pela corporação.

No projeto-piloto, o investimento ficou em torno de US$ 2 milhões. O custo de um serviço comercial está orçado, em 700 MHz, em torno de R$ 100 milhões, na região metropolitana de São Paulo. “Não quero entrar na briga política da faixa de 700 MHz. Estou vendo o lado prático da segurança pública”, insistiu o coronel Deak. “Fazer a nossa rede privada nessa faixa nos permitirá reduzir em até seis vezes o custo, se a faixa utilizada vier a ser 2,5 Ghz. E todos sabemos que esse dinheiro que vamos usar é público”, completou.

“Além disso, também queremos aumentar nosso serviço de voz. Hoje usamos VHF e temos 60 canais disponíveis. É muito pouco para o nosso dia-a-dia. Hoje, de 1000 policiais, apenas 60 conseguem falar. Precisamos do rádio para falar com o policial que está fora da viatura. Estamos migrando para o UHF, que nos permitirá chegar a 360 canais. E poderemos, sim, utilizar a infraestrutura existente para colocarmos as ERBs do LTE”, insiste o coronel da PM de São Paulo.

Oficialmente, a Polícia Militar de São Paulo solicitou à Anatel a liberação de uma faixa de 10 MHz + 10 MHz para fazer a sua rede privada em LTE. Outras PMs, entre elas, do Distrito Federal e o próprio Exército, também já solicitaram o uso da faixa, mas, até o momento, a agência não se posicionou, até porque trabalha na liberação da faixa de 2,5GHz. O dividendo digital da faixa de 700 MHz é complexo porque envolve uma disputa entre radiodifusão e teles.“Queremos muito uma decisão da Anatel ainda este ano. Estamos prontos para fazer a rede comercial. O piloto já revelou ser consistente. A tecnologia faz o que se pede dela. Mas sem espectro não é possível”, disse Deak. Responsável pela tecnologia, a Alcatel-Lucent sustenta que o piloto conduzido em 700 MHz é viável em 2,5GHZ, mas assume que há, sim, uma questão de custo a ser colocada.

“2,5GHz exige muito mais equipamentos. Nos Estados Unidos, os projetos de segurança pública foram para a faixa de 700 MHz por custo”, diz o presidente da Alcatel-Lucent, Jônio Foigel. O piloto da Polícia Militar de São Paulo é o primeiro na área de segurança pública, utilizando LTE, na América Latina. Segundo Foigel, dentro da Alcatel, ele está entre os cinco realizados pela fabricante no mundo.

Fonte: convergenciadigital.uol

7 Comentários

  1. Me parece que a Polícia militar de Sp, ou seja, o PSDB quer escolher a tecnologia que o BRASIL adotará para a rede 4G.

    Alguém avisa lá nos bandeirantes que o Serra perdeu a eleição…

    Vai lá e avisa 🙂

  2. Enquanto isso, na energia, fiquei pasmo ao saber que sobra energia eletrica no pais e por esse fato querem almentar o valor da mesma ao consumidor… rsrsrsr… parece piada… só nesse governo… contraria até principios de mercado a muito consagrados… oferta maior que procura= preço menor… oferta menor que procura= preço maior… até isso querem mudar?… porque será?… http://economia.ig.com.br/sobra-de-energia-pode-encarecer-contas-de-luz/n1597603417718.html

  3. Blue Eyes, Na Resistência disse:
    28/01/2012 às 23:39

    Enquanto isso, na energia, fiquei pasmo ao saber que sobra energia eletrica no pais e por esse fato querem almentar o valor da mesma ao consumidor… rsrsrsr… parece piada… só nesse governo… contraria até principios de mercado a muito consagrados… oferta maior que procura= preço menor… oferta menor que procura= preço maior… até isso querem mudar?… porque será?… http://economia.ig.com.br/sobra-de-energia-pode-encarecer-contas-de-luz/n1597603417718.html
    =====
    Ue, os cumpanheros não são contra “tudo isso que tá ai”? Ué tão fazendo o que diziam, mudando as lógicas do sistema e aperfeiçoando o capitalismo. Se falta aumente o preço, se sobra aumenta também. E as empresas de luz agradecem.

  4. Rorschach disse:
    29/01/2012 às 12:05

    Amigo, os reajustes são feitos por CONTRATO.
    Lembra o mantra da rede globo antes da primeira eleição do Lula: “Não se pode rasgar contrato”…

    Vc quer o que, que rasguem o contrato?
    Sao contratos de 20 30 anos….

  5. Contratos ou não, meu amigo, quem paga a conta sou eu… contratos que, se forem investigados, com certeza não resistiriam a uma denunciação… a não ser que seja este o modo de contribuição partidaria indireta que se inaugura… na epoca da oposição, esse fato seria gritado aos 4 ventos com muita enfase e bandeirolas… hoje, se aplica o velho ditado: “e a porca lavada voltou ao lamaçal, e o cachorro ao vômito”… criticam tanto os militares, mas energia na epoca deles era subsidiada pelo estado e as empresas, pasmem, estatais… foi só a esquerda vendida pegar o poder que privatizaram tudo… e ha quem diga que o FHC não é esquerdista… rsrsrsrsrs… somente quem quer distorcer os fatos não assevera que desde 1985 temos governo de esquerda no poder… e desde essa data que estamos pagando caro para manter o “sistema” mal funcionando… até a Globo, tem gente que acha a mesma de direita… rsrsrsrsr… cumpre toda a agenda esquerdista, criou o PT junto com o General Golberi e as chamadas bases da igreja catolica… enfim, tudo é distorcido para ninguem entender nada… mas a grana corre solta… somos o pais que mais arrecada proporcionalmente ao que devolve a sociedade… acho que nem o gabão tem uma maquina estatal tão pesada e inutil como a nossa… nas 3 esferas… saudações…

  6. BLUE EYES Entendo sua indignação mas vivemos uma realidade onde descumprimentos de contratos abreriam precedentes para muitos outros inclusive fora do brasil prejudicando o Brasil e mais as retaliações e ações judiciais em foruns internacionais que prejudicariam tambem ao Brasil.Nosso petroleo é vendido a preço de banana as consecionarias 30% a 40% menos que o valor de mercado e fica todo mundo quietinho.Lula pensou em fazer uma nova estatal do petroleo visando tirar o pré-sal dessa imundice e a resposta foi o ativamento da quarta frota e o Brasil botando o rabo entre as pernas.Querem que sejamos como Evo Morales e percamos confiabilidade e linhas de credito.Hoje temos a impressão da prosperidade em face a nossa abundancia de materias mas isso não é eterno.A Bolivia por romper contratos quando precisar não encontrara credito em lugar nenhum so com o Lula MANGUACEIRO e com o Gafanhoto devorador Chines que tambem não vai viver sua ascenção economica eternamente.Se o Brasil cumpre contratos tem moral para exigir que se cumpram contratos.Os mesmos devem ser vistos e revistos no ato de seus compromissos e se isso não acontece aqui é por Ns problemas que vão da ganancia nutrida por subornos a pura falta de visão estrategica de se prognosticar mais a frente.

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