De olho em vaga na ONU, Brasil apresenta ‘conceito’ para nortear intervenções

O conceito de “responsabilidade ao proteger”, apresentado pelo Brasil às Nações Unidas, pode ser a nova arma do país em sua campanha para conquistar uma vaga permanente no Conselho de Segurança.

Ao propor medidas para evitar que intervenções militares acabem provocando mais danos à população civil que deveriam proteger, o Brasil não apenas explica o seu padrão de votações recentes no Conselho de Segurança, como também tenta aumentar sua influência entre os países emergentes e em desenvolvimento.

“Não há dúvida de que é um sinal muito positivo com respeito ao contínuo interesse do Brasil em se tornar membro permanente do Conselho de Segurança”, disse à BBC Brasil o diretor do programa de estudos da América Latina da Universidade Johns Hopkins, Riordan Roett.

“(A responsabilidade na proteção de civis) é uma questão muito importante e pouco polêmica, e o fato de o Brasil tomar a dianteira nesse tema faz muito sentido do ponto de vista de Brasília”, afirma.

O Brasil ocupa um dos 10 assentos rotativos do Conselho de Segurança, mas seu mandato no órgão termina em 31 de dezembro. A conquista de uma vaga permanente, com poder de veto, é uma ambição antiga do governo brasileiro.

Sul-SulJá mencionado pela presidente Dilma Rousseff em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em setembro, o conceito de “responsabilidade ao proteger” foi proposto nesta quarta-feira em um documento circulado pela delegação brasileira durante debate sobre proteção de civis em conflitos armados.

A embaixadora Maria Luiza Viotti, representante do Brasil junto às Nações Unidas, leu o discurso preparado pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota – que cancelou a viagem a Nova York por motivos pessoais – sobre a “nova perspectiva” na questão da proteção de civis.

A proposta é apresentada como um avanço no conceito de “responsabilidade de proteger”, incorporado pela ONU em 2005, que permite que a comunidade internacional recorra a ação coletiva, em situações excepcionais, para garantir a proteção de civis.

Entre as sugestões do Brasil estão a de que o uso da força para a proteção de civis só seja aceito após esgotados todos os recursos diplomáticos e depois de uma análise detalhada das possíveis consequências, que a ação, quando autorizada, seja limitada estritamente aos objetivos estabelecidos pelo Conselho de Segurança, e que a interpretação e a implementação das resoluções autorizando o uso da força sejam monitoradas.

Segundo Roett, a nova iniciativa é parte da política externa implementada pelo Brasil nos últimos anos, com foco na diplomacia Sul-Sul, entre países em desenvolvimento e emergentes, como os Brics (grupo também formado por Rússia, Índia, China e África do Sul), e também reflete o papel ativo desempenhado pelo país em missões de paz da ONU, como no Haiti.

“Deve aumentar ainda mais o status do Brasil entre os países do mundo em desenvolvimento, que estão cada vez mais frustrados com as intervenções unilaterais da Otan (a aliança militar ocidental) e dos Estados Unidos em países como a Líbia”, afirma Roett.

Fonte: BBC Brasil

26 Comentários

  1. Aqui do sul diria: “Mas bahh, tchê, tá chovendo no molhado”. Que discurso de americano, o Obama mandou ler isso ai? Quem o quê e quando vai dizer que ações coletivas serão tomadas? Até hoje alguém respeitou o que a ONU decide? Só a Corruptolândia e alguns Emergentes porque o resto, exemplo ISRAEL, ta cagando e andando, e ainda peida. Bota lá nas diretrizes: “Quem pode mais chora menos”.

  2. Precisamos primeiramente colocar os políticos corruptos na cadeia, aumentar a pena dos assassinos para prisão perpétua ou pena de morte, prender os juízes que engavetam processos e/ou recebem propinas quando vendem sentenças,etc.
    Nós não temos armas nucleares para tomarmos uma decisão de porte na ONU.

  3. Em pensarmos que os posicionamentos deste atual governo é formado e decidido por um grupo de mulheres é louvavel de reconhecimento e adimiração.Nós tendemos a pensarmos que isto sai de uma mente masculina na figura de ministro mas surge entre o coletivo de mulheres que atualmente legislam o poder deste pais.Parabens Senhora Dilma e suas Amazonas………..De sainha fica sempre mais gostoso rsrs

  4. AI AI… Lá vamos nós de novo com esta sanha (ou esta saga, como preferirem)… Será que em apenas um ano, após o meu último comentário, aqui, sobre este assunto, o governo brasileiro já fez todo o seu “dever de casa”… POIS TENHO CERTEZA QUE NÃO!… Será que o nosso governo não conseguiu aprender nada com a lição do Irã, que com seu presidente metido à “galinho garnizé” quis cacarejar grosso com legítimos galos-de-briga, e agora corre o risco de sequer conseguir receber uma saca de ração para a população do galinheiro devido ao cêrco fechado das raposas atraídas pela algazarra?!?!?… Será que o nosso governo não conhece a técnica de cair no chão e se fingir de morto, enquanto respira fundo pra tomar fôlego, e surpreender o fortão, que de pé e confiante, acaba por abrir a guarda para o golpe que, de surpresa, lhe levará ao chão, revertendo a situação?!?!?… Se os nossos políticos nem isso sabem, é melhor recolherem-se as suas medíocridades… Pois “expertise em cabalachos” econômicos e financeiros, não os qualifica para atuarem com segurança no âmbito dos jogos de guerras e/ou conflitos exteriores… E blefar pode ser muito arriscado nestes cenários…
    Falando nisso… Quando mesmo, que a nossa fragata União volta do Líbano?!?… Pois só ficarei tranquilo quando a mesma atracar em nossos portos sem nenhum buraco no casco e, principalmente, com todos os tripulantes sãos e salvos… AMÉM!

  5. isso é a masma coisa que arancar a ferida dos eua,porque como vocês sabem os yanks são os maiores terroristas do mundo,a maneira covarde e assasina dos yanks levar a ”paz”envolve bombardeio e matança de milhões de inocentes,se essa proposta pegar os yanks ficaram meio maguadinhos,e essa tal ”onu”para mim não passa de piada,eu nunca vi os eua pagarem por crimes de guerras,essa onu é uma PIADA.

  6. Do Brasil entrar ou não no Conselho de Segurança não vai depender se um político qualquer discorde ou não do discurso brasileiro, mas sim se estar ou não dentro dos parametros dos grandes capitais, bancos grupos e famílias que mandam no mundo, e suas agendas para o séc.XXI.
    Me parece que eles vão tentar frear o movimento de grandes aventuras bélicas no mundo e agir de modos mais pontuais, mortais e contínuos de quem discorda deles.
    Enfim esse discurso brasileiro cai muito bem como fachada para eles neste séc.XXI

  7. KKKKKKKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!!!
    Então eu vou sózinho e de mãos limpas numa convenção de gangs armadas de paus-revólveres-correntes-facas-soqueiras-estiletes-pedras-barras de ferro-garrafas quebradas, para falar de jogo limpo. KKKKKKKKKK!!!!!!!!!!!!
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    Brasil… querendo ser membro permanente do conselho de segurança… com FAs desarmadas até de material convencional quanto mais de nuclear… país patético e eterno alvo de piadas e desprezo pelos donos do campinho mundial isso sim. Até os nossos vizinhos latinos (uns pobres coitados) debocham a valer de nosso país. Que dizer então dos de primeiro mundo pelas nossas costas o que não rola de desprezo.
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    Lamentável. Pois…
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    Por que nossa diplomacia não dá então um últimato para o CS da ONU… se num prazo de cinco anos não acontecerem reduções contínuas e sensíveis nos arsenais atômicos do mundo então o Brasil considerará nulo o tratado de não proliferação nuclear. Isso sim seria falar como sendo uma das maiores economias do mundo que hoje somos. Essa proposta apresentada agora na ONU é apenas uma real confirmação de que continuaremos capachos dos líderes tradicionais. Para quem tem utopias de um Brasil poderoso e independente para um futuro logo ali na frente, essa proposta foi e é um tapa na cara e um balde de água fria em nossas cabeças idealizadoras de um super Brasil (Brasil superpotência).

  8. Não sei quanto aos demais participantes deste site, mas o que está claro para mim é que durante todo ano de 2011 e agora já se iniciando em 2012 foi implantado um processo de desconstrução nacional.
    No final do governo do sapo barbudo e início do da papagaio de pirata muitos grandes projetos foram anunciados porém, passada a posse da papagaio, a única coisa que se escuta é a seguinte orientação governamental… “Adiar”
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    Por quê?

  9. Nosso pessoal diplomático de Brasília e seu eterno propinoduto (Itamarati) não tem o que fazer, além de tomar cafézinho e champanha, deu agora para redigir piadas para a ONU, “isso é uma vergonha”!

  10. É muito bonito “responsabilidade ao proteger”. Na prática, depois da intervenção (invasão), se tiver riquesas, o bicho pega!

    E se o Haiti tivesse petróleo?!

    Bem, o fato é que “com ou sem desculpas”, o Brasil não pode impedir nada, ainda mais que está de saída do conselho…

    Então se for pra conseguir o assento, melhor do que nada.

  11. ViventtBR…Hahahau…Muito hilariante sua ida sozinho a uma reunião com a “GANG do ONU”, que arcenal, até garrafa quebrada, imaginei a situação. Tô rindo até agora. Começamos o ano bem. Meu voto como a melhor de 2012, por enquanto.
    De outro lado, muito sério e oportuno, a proposta de que em cinco anos os arcenais nucleares sejam desativados ou o TNP não vale mais. Excelente idéia.

  12. Hummmm antes tinhamos a filosofia coloridinha boiolizada achando que distribuindo flores sensibilizariamos os Lobos do Clube dos Cafagestes e agora mudamos de tatica neste novo Brasil vestido de calcinhas rsrs rsrs Mas esquecemos de olharmos as validades dos absorventes rsrs rsrs

  13. As Relações Internacionais ainda estão pautadas na “Big Stick Policy” também conhecida como a “Diplomacia dos Canhões”. Bonitas porém inócuas idéias e palavras da Diplomacia Brasileira, pois no atual cenário, de absoluto predomínio de uma Super-potência (EUA) e de seus seguidores membros da OTAN, que se auto proclamaram no “direito” de atuar como polícia do mundo.
    O Brasil, com sua FA’s banguelas e esquálidas não fez, faz ou fará parte deste clubinho fechado.
    Ao invés de perdermos nosso tempo almejando de forma inútil e humilhante um assento permanente com direito a veto no CS da ONU, deveríamos sim nos armar sanando nossas inúmeras deficiências de meios bélicos de auto-defesa e de projeção de poder, ainda que inicialmente apenas a nível regional.

  14. Amigos, os caras de brasilia sabem perfeitamente quem são seus adversários, observar o comportamento e os novos caminhos da diplomacia e verás que a música é tocada de forma diferente, nossos projetos estão em andamento sem grandes interferencias – fazer barulho para esquecerem da gente, é essa a nova sitonia.

  15. Quando se trata de algo positivo sobre o Brasil, vejo alguns comentários que enojam, vão logo para os EUA, OS ENTREGUISTAS.

  16. Se de fato valer o ditado popular: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, não tenham dúvidas de que estaremos, em breve, conquistando esse bendito assento na ONU.

    As perguntas que doravante devemos fazer é por que o Brasil quer tanto conquistar essa condição? ora, se a ONU está falindo como afirmam alguns, se ela não cumpre o seu papel, se não tem mais a devida e necessária autoridade como instituição representativa, conciliadora e defensora dos interesses individuais e soberanos dos seus membros, se fracassou nos seus propósitos e perdeu a credibilidade, então por que perseguir esse objetivo?

    Ou será que não é bem assim? quem sabe o Brasil com esse seu “jeitinho brasileiro” não consegue um fato inédito e dá uma de “furão” e acaba entrando no clube mais famoso e mais fechado do mundo e ainda por cima sem apresentar a credencial mais importante: a bomba atômica. Quem sabe até já a tenhamos, como afirmam alguns bem informados, mas estejamos tentando fazer as coisas do no jeito?

    Há poucos anos atrás éramos uma economia sem expressão e também um país inexpressivo politicamente falando e hoje somos destaque de vitrine, as potências em crise econômica, o petróleo escasseando para alguns, a fome e a sede infelizmente aumentando em alguns países, a iminência de irrupção de um conflito de proporções globais por conta dos conflitos no Oriente Médio de alastra mundo afora e nós querendo tanto esse assento na ONU. Por que será?

    Já vi e ouvi muitas críticas negativas a esse respeito e em sua quase totalidade oriundas dos estrategistas anônimos de plantão, mas nenhuma que satisfizesse a minha curiosidade e que justificasse plenamente esse desiderato do governo brasileiro. Se é tão ruim assim por que queremos tanto e com tanto afinco?

    No recente trabalho assinado por A.C. Portinari Greggio e postado pelo companheiro “Blue Eyes, na Resistência”, talvez encontremos alguns indícios e evidências que nos ajudem a compreender melhor o poder que a ONU de fato acumula e creio que face a tantas evidências é bem melhor para o Brasil e para qualquer país que queira se afirmar no atual cenário geopolítico e geo-estratégico global lutar por um assento nesse Conselho de Segurança e quem sabe a partir daí tentar modificar algumas políticas, pois estando fora dele é totalmente impossível.

  17. Comendavel a atitude do Brasil. Seu Gerenciamento do Muro continua forte. Uma ressalva ao Itamaraty. Muitos ditadores mundo afora nao querem nem sabe de populacao civis. So querem o poder e o dominio sobre seus povos. Muitos, meu querido Brasil, merecem uma JDAM goela abaixo, e aavezes proteger civis e “noble’ mas o fim dos ditador e o objetivo; Ver Libia e Iran..

    Ygor..gerente de Muros e timidez diplomatica nao ganha vaga nunca…

    get real people…

  18. Nelson de Azevedo Neto..esta assinado embaixo o que diz…aparentemente a “licao” do Ira os alunos nao estavam na classe de aula. Talvez estivessem sendo “lavados” em Honduras. aquilo la sim foi banho diplomatico. E O amorin continua ai, como se ele houvesse conseguido alguma coisa. Levou banho do Chavez, que la na embaixada brasileira de Honduras instalou seu protegido, O Chapeu Atolado, e deu ao seus seguidores no Itamaraty um abacaxi podre…e o Lula comeu e ficou calado..

  19. o brasil fora da onu eles podem atacar o brasil mais ou menos como o iran ainda mais o brasil cheio de recursos na onu ninguem se ataca talvez seja por isso…

  20. Maxtedy e Bulmerang, de repente é por ai, tem muito sentido suas colocações. Pode ser muito mais barato para nós estarmos na ONU que nos armarmos até os dentes e realmente de lá podemos introduzir novos valores de soberania e respeito mútuo entre os países. O Brasil é reconhecido internacionalmente por sua atitude não intrusiva e isto contribui, mas não podemos relaxar.

  21. O CS da ONU não apoiou a decisão dos EUA e seus aliados – Leia-se OTAN – à atacar e invadir o Iraque… Pergunto: Adiantou???
    A Rússia – uma potência nuclear – vetou na ONU uma possível agressão ou intervenção militar no Irã por parte dos EUA, Israel, ou qualquer aliança… Pois bem, alguém aqui se arriscaria a garantir com 100% de certeza que isso não ocorrerá?!?… Apesar de achar que, por enquanto, isso seja pouco provável, eu não poria o meu pescoço na guilhotina com os EUA e Israel controlando o dispositivo que controla a lâmina da máquina…

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