As sanções internacionais podem acabar com o programa nuclear do Irã?

Por José Antonio Lima

Desde o fim de dezembro, o conflito do Irã com o mundo ocidental mudou de tom. Teerã ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz se receber novas sanções, realizou exercícios militares no Golfo de Omã e algumas de suas autoridades militares adotaram um incomum tom belicoso, ameaçando retaliações caso um porta-aviões americano volte a cruzar o Estreito. No Ocidente, as atitudes do Irã foram recebidas como prova de que as sanções sobre seu programa nuclear estão funcionando. Nos Estados Unidos, talvez pressionado por candidatos republicanos que falam abertamente em guerra contra o Irã, Barack Obama aprovou sanções ainda mais rígidas contra Teerã. E a União Europeia cogita promover um embargo do petróleo iraniano, o que, no limite, poderia colocar a economia iraniana no caminho da ruína.

Com tais medidas, americanos e europeus tentam forçar o cumprimento de seus dois objetivos: acabar com o programa nuclear iraniano, considerado bélico, e fomentar algo como uma “primavera persa” para acabar com a teocracia que controla o país desde 1979. Mas é crescente o número de especialistas alertando que a pressão sobre Teerã pode ter o efeito exatamente oposto. Vali Nasr, professor de política internacional na Escola Fletcher de Direito e Diplomacia da Universidade Tufts, dos Estados Unidos, é um deles. Na Bloomberg, Nasr cita o forte impacto econômico que as sanções estão tendo na população iraniana e diz que a próxima rodada de sanções trará ainda mais dificuldades.

A próxima rodada de sanções pode provocar protestos populares. Os líderes do Irã temem uma repetição das manifestações de 2009. Eles agora veem a política americana sobre o Irã como tendo o objetivo de fomentar a mudança de regime. Isso torna a aquisição de armas nucleares de importância crítica para os clérigos. Sem tais armas, o Irã poderia enfrentar um cenário como o da Líbia: pressão econômica provocando instabilidade política que convide para uma intervenção por parte de forças estrangeiras que se sentem seguras o suficiente para interferir nos assuntos de Estados que não têm armas nucleares. Quanto mais as sanções ameaçarem a estabilidade interna do Irã, mais o regime vai buscar a dissuasão nuclear.

No jornal britânico The Guardian, o colunista Simon Tisdall afirma que o establishment político do Irã está fendido por divisões profundas, “especialmente entre os reformistas econômicos leais ao presidente Mahmoud Ahmadinejad e clérigos conservadores apoiados pela Guarda Revolucionária”. (Em novembro, o Filtro destacou que Ahmadinejad foi obrigado a intervir em uma ação policial para salvar da prisão um de seus principais aliados.) Para Tisdall, o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, está tentando acabar com a divisão, mas as eleições parlamentares de março podem aprofundá-las ainda mais e trazer à tona das demandas da Revolução Verde de 2009: “democracia transparente, liberdade de expressão e o fim dos desmandos dos mulás”.

Khamenei está transformando as sanções em um caso para fazer a guerra. É isto que deveria preocupar os sancionadores ocidentais, que se fixam no programa nuclear do Irã e excluem qualquer outra consideração. No momento que as profundas contradições internas do regime podem estar levando a um clímax revolucionário, os EUA e seus aliados estão dando a Khamenei uma saída: permitindo que ele externalize o problema e afirme que a nação iraniana está sob ataque de forças estrangeiras hostis, em vez de definitivamente mudando a partir de dentro.

Fonte: Revista Época

23 Comentários

  1. Qto mais pressão externa sofrer o irã, mais cresce o apoio nacionalista interno, essa é a lógica que adotou a argentina, um inimigo externo para promover a unidade interna!Então, se colocarem a faca no pescoço do Ira, sobre engodos de proteçao da paz mundial, estão não só preparando o caminho pra guerra como mesmo ainda o meios pra fortalecer o regime dos iatolás!Mas tem muit agente querndo guerra nesse cenario Israel por exemplo, a industria de armas americanas que estão pressionadas não só pelo corte do orçamento americano, mas pela escassez mesmo de recurso para o aparato de defesa americana!O poder invisivel que governa o mundo efetivamente está no comando, e os interesses dele, não é da paz ou o bem estar das nações, uma guerra hoje em larga escala permitiria freiar a transformaçao que a paz e o progresso economico está realizando e com isso mudando o cenario geoestratégico do mundo, quem detém o status quo hoje não quer perde-lo!

  2. Nada vai tirar os Persas do seus objetivos…nada, se eles sofrerem um atake de qlq potencia ocidental, isso vale p os judeus(SSem oSS 2 eSSeSS maiSScúlos )vai ratificar a posição dos lideres Iranianos qto ao custo de possuirem armas atômicas…na verdade as potencias ocidentais tem um sério dilema: Se correrem os bicho os pega, se ficarem o bicho( os Persas )os comem..sem volta.Uma vitória de Pirro. E esse o eskematozóide. sds.

  3. Se VC acredita que tudo iso e pra acabar com sistema nuclear Iraniano ou Democracia,
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    Sugiro que VC ACORDE DA DISNEY DA INLUSAO,
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    🙂
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  4. Isso mesmo KLM o que movera os ianks é o petroleo e naum demorara muito para o ataque israelense ao Irâ,e tudo indica que o proximo alvo se chama VENEZUELA.. e tenho dito.

  5. Perfeito os comentários dos colegas, e só para acrescentar numa resposta ao título do artigo…
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    Não, as sanções internacionais não tem o poder de parar o programa nuclear iraniano. Prova disso são as inúmeras e fortes sanções feitas contra a Coréia do Norte e que não foram efetivas em alcançar seus objetivos.
    Quanto aos problemas internos políticos-religiosos-sociais iranianos é caso secular e não momentoso como certos especialistas estrangeiros e OTAN querem fazer crer. Assim uma coisa é diferente da outra. Misturar as necessidades energéticas (eletricidade e maior industrialização) com o sistema social político iraniano é pura malandragem ocidental.
    Assim, o resultado dessas ameaças e restrições, será a conscientização geral do povo iraniano de que precisam da bomba A e H para que os deixem trilhar seu próprio caminho. E deixem de ser a bola da vez dos belicistas sanguinários.
    Por fim, é claramente tendencioso e pró ocidente (USA&OTAN) o artigo acima. Querendo suavemente enraizar a tese de que o mal do mundo está guardado atualmente dentro do Irã.

  6. ”conflito do Irã com o mundo ocidental” ou conflito da OTAN com o Irã!
    Até agora nada se provou de bomba atômica no Irã,e se estiverem fazendo é um direito deles!
    O Irã só irá a guerra se for atacado,não vão ser estúpidos de fazer o jogo dos EUA!

  7. O regime iraniano tem tomado as opções erradas, se perssistir neste tom, o mais certo é a ruína económica.

    Não esquecer que o Irão procura ser o primeiro país nuclear da região (sabe-se que Israel também terá esta capacidade, embora não seja oficial), o que não é um factor de dissuasão, antes pelo contrário, funcionará como pedra de toque ao armamento nuclear na região.

    Trata-se de um país liderado por um regime que não reune consensos, é fonte de divisão, e com historial de apoio a terroristas. O que é mais grave é que ultimamente parece gostar de ameaçar quem lhes compra petróleo.

    O tiro vai sair-lhe pela culatra.

  8. Não, sempre resta alternativa de abrir o esquema montado pelos iranianos. Podem ceder nas fiscalizações, aprimorar o controle dos processos pela AIEA, frear, limitar. O processo é irreversível pois já devem ter construído alguma tecnologia própria. Se a tecnologia foi toda importada, é só eliminar ou cooptar os cientistas. A escolha é dos EUA. O Irã não tem escolha ou melhor tem uma escolha possível: abrir as pernas.

  9. Se o Irã tem realmente aquelas bombas Ucranianas que detonem pelo menos uma para teste.Assim o ímpeto belicista EUA sionista será “brequado”.

  10. Escrevem ae, o Irã tera a Bomba Atômica em 5 meses, é a cobra vai fumar, eles já tem um mecanismo esperimental da espoleta nuclear, estão trabalhando num disparador mais eficiente, sua bomba é um amálgama entre 2,5 Kg de Urânio com 1,5 de Plutônio a combinação serão um fogo de artificio em tanto adeus grinlada seus dias estão contados. se os calculos estiverem certos isso vai correponder a 300 vezes a bomba de hirochima, séra suficiente para acabar com um continente inteiro.

  11. Creio que dentre outros fatores de maior ou menor relevância política, dois são extremamente significativos para que o Irã consiga melhorar a sua imagem no cenário global na atualidade, distanciando-se um pouco dos seus algozes, dando um pouco mais de esperança e segurança ao seu povo e ao resto do mundo, ao mesmo tempo em que implementaria as suas políticas com as devidas correções de postura.

    É de senso comum que o seu radicalismo na condução política dos seus interesses nucleares afeta o equilíbrio da região que já é bastante tensa e os interesses econômicos dos todo-poderosos, o que pode vir a ser um erro estratégicofatal. Tal postura deriva da sua visão anacrônica, paradigmática e involutiva com relação a cultura do mundo ocidental e destacadamente com suporte nos ritos do islamismo fundamentalista.

    Também é um fato que a comumidade intertnacional além de não ser simpatizante da sua causa, não está disposta a lhe hipotecar o necessário apoio para afrontar os membros da OTAN, mudando drasticamente o “status quo” do poder na ordem em que se encontra atualmente, fato esse que por si só já o coloca em situação de desvantagem total em um possível conflito.

    Portanto, ou ele se fecha para o mundo, a exemplo do que fez e faz a Coréia do Norte e desenvolve as suas bombinhas as suas custas e com a desgraça do seu povo, ou paga prá ver e acaba na mesma situação do Iraque e Afeganistão e dos seus líderes assassinados como Sadan Houssein e Bin Laden,etc. O que não me parece muito sensato e inteligente.

  12. Respondendo a pergunta da matéria, NÃO, NUNCA PODERIAM, pelo simples motivo de que não são o objetivo dessas leis.
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    O objetivo dessa, e de outras leis e ações é destruir a economia deles, logo, ou eles viram uma Coréia do Norte, ou atacam.
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    TODOS QUEREM QUE ELES ATAQUEM O ESTREITO.
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    O Irã é o Japão dos nossos tempos, só que esse estreito não parece nem um pouco com Pear Harlbor.

  13. Huguito Chaves não é bobo, sua aliança com o Irã so tem um explicação mais misseis para a venezuela, depois da Russia mais um parceiro que desenvolver misseis todos os dias, é grilanda a crise dos misseis de cuba se mudou de lugar agora é para a venezuela, com ajuda de Marhmud Almadnejar o Tiro vai ser mais perto.

  14. O problema e’ que o Iran,esta vendendo petroleo em varias moedas,menos no dollar.
    O dollar nao tem lastro em ouro,mas em “oleo” (petroleo),todas as compram tem que ser feitas em dollar..Assim foi com o Saddam Hussein que quis vender em euro, e com Kadaffi que queria fazer uma moeda de ouro ,o gold dinnar, dai os fazedores de “paper money” iriam agua abaixo..
    Agora vamos ver o que vai dar , de guerra psicologica e propaganda esta cheia dos dois lados..

  15. Ruina economica esta Portugal, submetido pelo “sistema financeiro”…
    E procure se informar antes de dizer besteiras como a que “o Irão procura ser o primeiro país nuclear da região”, naquela região além do Irãn, que até prova em contrário não possui a bomba… o Paquistão e a India vizinhos de fronteira do irãn, possuiem armas atômicas, sem contar Israel,a China e a Turquia que tem armas nucleares tácticas do EUA alocadas para a OTAN.

  16. Primeiramente tenho que concordar com o candidato Ron Paul, os EUA podem viver com um Irã nuclear. Afinal, os americanos passaram décadas com a ameaça soviética e nada aconteceu. Quanto a essas sanções econômicas ao Irã, não resolve nada, só fortalece o status quo do regime iraniano. Se inventarem essa guerra dificilmente conseguirão suportá-la, pois sem dinheiro não há avião que saia do chão. Para quem está acompanhando de perto essa escolha do candidato republicano, se espanta com tantas retóricas, negação a ciência, teocentrismo e outras coisas a mais. Meu Deus, a Idade Média está para começar nos EUA.

  17. As sanções internacionais podem acabar com o programa nuclear do Irã?
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    .
    NÃAAAAAOOOO……a verdade é que os bucaneiros estam de olho no petróleo Iraniano.
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    Eles estão se lixando para o programa nuclear iraniano,o programa é só um pretexto para os ladrões(EUA e OTAN),invadirem e se apropriar daquilo que é dos outros…..coisa de bandido.
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    OBS:
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    Israel é a primeira e a única potência nuclear na região;segundo Jimm Carter(Ex-presidente americano),é uma potência militar nuclear;documentos oficiais israelense comprovam que Israel tentou vender a tecnologia(francesa) da bomba nuclear para os sul-africanos na época do nefasto “apartheid”….mais oficial do que isso é impossível.

  18. Lucena, vc está mt certo, +, ponde se encontrsa a tal AIEA da ONU p desmoralizar e desmontar o arsenal nuclear dos judeus ? Mais, os Persas ñ podem?!?!Os judeus em 1987 através de sua mandatária gorda meir ameaçou os àrabes com armas atômicas…O q falta p essa instituição da ONU agir? dois pesos uma medida?!?!Trágico.sds.

  19. Caro Donde

    Se não sabes argumentar educadamente, não te dirijas sequer a mim.

    Em primeiro lugar, não estamos a falar de Portugal, a matéria é sobre o Irão. Em ruína económica viveu o Brasil durante décadas e não faço disso o início dos meus posts.

    Em segundo lugar, antes de atirar pedras, deveria consolidar os seus próprios argumentos.
    A região que me referia é o Médio-Oriente. O Paquistão não faz parte do que é concebido por Médio-Oriente, e nem a Índia faz fronteira com o Irão.

    Devolvo por isso a besteira à boca que quem a zurrou.

  20. em 1º lugar, não especificastes a região, portanto o Irãn, quando o assunto gira em torno dele é o epicentro natural de uma dita região, más mesmo considerando apenas o O.M, Israel e Turquia tem armas nucleares estacionadas em seu território, então é besteira do mesmo jeito, dizer que o irân quer ser o prímeiro a ter armas nucleares na região…e se falaste das opções economicas do irãn, porque não mencionar às do país que tens no teu nick?
    realmente, a India não tem fronteira física com o Irãn, um lapso de memória, más é vizinha próxima, geográfica e economicamente.
    Te recomendo mais conhecimento e menos pompa e empáfia vazias!

  21. Caro Donde

    Se o tema é o Irão e o epicentro é o Golfo de Ormuz, estamos a falar de que zona do Globo?? Vá lá, esforça-te que chegas lá.

    Oficialmente, Israel não tem armas nucleares. A Turquia também não detém armas nucleares. Logo o Irão será oficialmente o primeiro país da região a procurar armas nucleares, oficialmente.

    A Turquia tem armas nucleares no seu território que são pertença dos EUA, as mesmas estão inseridas no âmbito NATO, e correspondem a critérios de utilização e estão escurtimadas a uma opinião pública de um país democrátrico, farol das liberdades individuais e colectivas da maioria dos países do Mundo.

    O Irão é uma ditadura teocrática cujos líderes religiosos e políticos cultivam o ódio e prometem a destruição dos seus vizinhos.

    As opções económicas do Irão dizem respeito à opção, ou comida e desenvolvimento ou armas nucleares. Qual delas é mais importante para o povo.

    Novamente, talvez queiras falar da economia brasileira.

    Por último, certamente não é um lapso de memória do tamanho da Índia, mas o IRÃN não existe.

    Em português ou escreves Irão ou Irã (português do Brasil).

    E toma lá: “Te recomendo mais conhecimento e menos pompa e empáfia vazias!”…

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