Helibras inicia nacionalização do EC 725

Virgínia Silveira

A Toyo Matic, empresa brasileira especializada em usinagem de peças complexas, produziu a primeira peça crítica do helicóptero EC 725, versão mais recente da família Super Puma/Cougar, que será fabricado no Brasil para as Forças Armadas Brasileiras. Trata-se do punho que segura as pás na cabeça do rotor do helicóptero, feito em material de titânio.

O desenvolvimento da peça no Brasil, segundo o presidente da Helibras, Eduardo Marson, marca o início do processo de nacionalização gradual do helicóptero, que prevê 50% de conteúdo nacional até 2020. “A Eurocopter [empresa do grupo controlador da Helibras] está transferindo tecnologia e capacitação ainda não disponíveis no mercado brasileiro, em áreas como materiais estruturais compostos, sistemas aviônicos e integração dos sistemas de armamento do helicóptero”, informou. O desenvolvimento da primeira peça levou dois anos, e contou com o suporte técnico da Eurocopter.

Outra empresa que integra o processo de absorção de tecnologia do EC 725, a Inbra Aerospace, de Mauá (SP), está desenvolvendo a parte de capôs e carenagens do cone de cauda e estrutura intermediária em material composto. Em São José dos Campos, a Akaer foi selecionada para fazer projetos de engenharia na integração e instalação de sistemas mecânicos e elétricos do helicóptero.

O presidente da Helibras diz que a seleção das empresas parceiras locais ainda não está concluída e destaca que o processo não se aplica apenas ao EC 725. “Nosso objetivo é integrar os fornecedores locais à cadeia global de fornecimento da Eurocopter”. Até o momento, 14 empresas brasileiras já se integraram ao projeto do EC 725 e participarão do fornecimento de mais de 150 partes e peças da aeronave.

Dos 50 helicópteros contratados, três foram entregues em dezembro de 2010. O quarto helicóptero, que chegou na semana passada ao Brasil, será utilizado como plataforma de integração de sistemas e desenvolvimento das versões operacionais, a cargo da Helibras. A empresa também recebeu o conjunto de partes e peças do helicóptero de número 17, que irá inaugurar a linha de produção do modelo EC 725, em Itajubá (MG).

Nos últimos 12 meses, a Helibras contratou mais de 50 engenheiros para trabalhar no desenvolvimento da engenharia de integração de sistemas dos novos helicópteros. Segundo Marson, cerca de 100 engenheiros e técnicos deverão ser treinados nas instalações da Eurocopter na França em 2012.

A Helibras também vem tentando acelerar o crescimento dos cursos universitários e técnicos de Aeronáutica e tecnologia aeroespacial no Brasil, fundamental para viabilizar o processo de transferência tecnológica em helicópteros. Em outubro, entidades federais e mineiras de fomento e pesquisa assinaram convênio para o financiamento do projeto de um Centro de Tecnologia de Helicópteros (CTH) em Itajubá.

A Helibras também está duplicando sua fábrica de Itajubá e contratando novos funcionários. Nos últimos dois anos, o quadro de empregados aumentou de 290 para 600 e a previsão é que atinja 1000 até 2015. Segundo Marson isso é fundamental para cumprir os programas como o da modernização dos modelos Pantera e Esquilo do Exército, e para o crescimento da oferta de serviços em todas as regiões do Brasil. Na semana passada a FAB assinou contrato de suporte logístico da frota de EC 725 para as Forças Armadas, a avaliado em R$ 149 milhões.

Previstas para serem entregue no próximo mês, as novas instalações de fabricação dos EC 725 tiveram investimento de R$ 420 milhões. O contrato dos 50 helicópteros das Forças Armadas está avaliado em € 1,8 bilhão.

O prédio do banco de testes, um dos principais para o início das operações do novo complexo, está pronto e vai permitir criar um polo de manutenção, reparo e revisão completa de helicópteros no Brasil. “Também estamos ampliando a área de serviços e suporte ao cliente, que já responde por 27% da receita. Nosso objetivo é que esse segmento represente 50% dentro de três anos”.

A Helibrás quer aproveitar sua nova capacidade de produção para fornecer o EC 225, uma versão civil do EC 725, para os mercados offshore regional e de segurança pública. “A Helibras vai se tornar uma exportadora estratégica na América Latina e outros países onde o Brasil possui vantagens geopolíticas e econômicas, vendendo produtos e serviços a preços melhores do que os que a Eurocopter poderia conseguir”, afirmou.

A Helibras fechou o ano com entrega de 33 aeronaves e 35 vendidas. Em 2010, as entregas somaram 42. A diferença para este ano, segundo Marson, se deve ao efeito pós-crise, que provocou um acúmulo de demanda reprimida. A Helibras lidera o mercado brasileiro de helicópteros a turbina, com participação de 53% e mais de 550 aeronaves em operação no país.

Fonte: Valor Econômico via Notimp

11 Comentários

  1. KM
    A manutenção das unidades das FAs já estão garantidas, acho isto de principio o mais importante mesmo. A seguida aquisição tecnológica é para a produção de outros helis… militares e civis tamben.
    É bonito este heli… de qualquer angulo!!! rsrsrr
    Tudo de bom!!

  2. Interessante blue eyes, o único erro foi dizer que verde é as matas etc. essa baboseira que se ensina a criança do ensino fundamental, mas o único motivo daquelas cores é porque são as cores da família real portuguesa. Nossas bandeiras sempre tiveram essas cores.

  3. Amigos, muitos derrotistas não gostam do EC 725 , mas isso e porque eles nunca devem ter lido sobre o mesmo. Se comprado por tantos paises não entendo porque ele e tratado como lixo. Agora com nossa capacitação para produzir esta beleza pode ter certeza que daremos sim um grande salto. Como disse Rafael, o A-Darter tambem vai ajudar muito. Deviamos investir mais na avibras para que ela desenvolvesse misseis, cobrar dela reamente, pagando melhor, eles teriam mais funcionarios. com o ITA, IME, USP, entre outros…. Daremos bons frutos deste pequeno investimento

  4. Este é um dos maiores legados deixado pelo eis presidente lula,que ja esta gerando tecnologia emprego e renda para este pais,são milhares de refeições sendo servida nas contruções,frete de caminhões,venda de concreto aço 600 a 1000 empregos diretos até 2015 sem falar nos milhares indiretos ,e se fosse de prateleira? o que geraria aqui? AMIGOS somente despesa,isso é uma maravilha,acorda dona Dilma e faz o mesmo.

  5. Gostaria de saber quando vāo montar e testar o primeiro realmente BRASILEIRO com elevado conteudo de peças NACIONAIS. 2014 ? 2015? ou 2016

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