Defesa & Geopolítica

Teste de mísseis do Irã é “mau sinal”, diz França

Posted by

Ebrahim Noroozi-1º.jan.12/Efe

Navios da Marinha iraniana lançam mísseis durante testes que simularam fechamento do estreito de Ormuz.

O governo francês foi um dos primeiros a reagir ao teste de dois mísseis de longo-alcance realizado com sucesso pelo Irã nesta segunda-feira, avaliando a manobra como um “mau sinal” enviado à comunidade internacional pela República Islâmica.

“Lamentamos este sinal muito mal dirigido à comunidade internacional com os recentes testes de mísseis anunciados pelo Irã”, disse Bernard Valero, porta-voz do Ministério francês das Relações Exteriores.

As provas de armamentos ocorrem em meio a um clima de tensão no golfo Pérsico e trocas de ameaças entre Teerã e Washington. Mais cedo, a Marinha iraniana indicou que durante o dia as manobras navais devem simular o fechamento do estreito de Ormuz.

Segundo a agência estatal Irna, o país executou testes com mísseis de cruzeiro terra-mar Ghader na região do estreito.

“O míssil terra-mar de longo alcance Ghader foi testado com êxito pela primeira vez”, destacou a agência oficial. O projétil pode atingir alvos em até 200 km.

O almirante Mahmud Musavi, porta-voz das manobras navais executadas pelo Irã no Estreito de Ormuz, por onde transita 35% do transporte petroleiro mundial, afirmou que “o míssil construído por especialistas iranianos atingiu o alvo com êxito e o destruiu”.

Mais cedo, Musavi anunciara que o Irã testaria nesta segunda-feira três mísseis pela primeira vez: “um míssil terra-mar de longo alcance Ghader, um míssil de curto alcance Nasr e um míssil terra-terra Nur”.

“Ghader é um sistema de mísseis ultramoderno com radar integrado, muito preciso, cujo alcance e sistema inteligente para evitar ser detectado foram aperfeiçoados em relação às gerações anteriores”, disse.

Com alcance de 200 km, o Ghader é apresentado como um “míssil cruzeiro” de fabricação totalmente iraniana.

“O sistema ultramoderno Nur foi aperfeiçoado no dispositivo antirradar e de detecção do alvo”, completou Musavi.

O Nur, míssil terra-terra de alcance médio, é uma versão modificada do C-802 chino (120 a 180 km de alcance).

SIMULAÇÃO

O Irã anunciou no domingo (1º) que no último dia das manobras, os navios de guerra da Marinha validariam um novo dispositivo tático que demonstraria a capacidade do país para impedir qualquer tráfego marítimo no estreito de Ormuz se este for o desejo de Teerã.

O país ameaçou fechar o estreito estratégico no caso de sanções dos Estados Unidos e de outros países europeus contra suas exportações petroleiras.

Observadores de países amigos, incluindo militares sírios, acompanham a etapa final das manobras, segundo a imprensa iraniana.

Em declarações divulgadas pela agência oficial de notícias iraniana, “Irna”, o comando militar explicou que “segundo este teste tático o tráfego de qualquer tipo de embarcação pelo Estreito de Ormuz será impossível”.

MANOBRAS NAVAIS

O Irã começou sábado, dia 24 de dezembro, dez dias de manobras navais a leste do estreito de Ormuz, que liga o mar de Omã ao golfo de Aden.

Segundo autoridades militares iranianas, um de seus aviões identificou um porta-aviões americano na área de manobras navais organizada pela Marinha do Irã na região.

“Um avião de vigilância iraniano identificou um porta-aviões americano na zona de manobras em que estão mobilizados navios iranianos, fez fotos e filmou”, declarou o almirante Mahmud Musavi.

“Isto demonstra que a Marinha iraniana observa e vigia todos os movimentos das forças na região”, completou.

A Quinta Frota americana tem como porto base o Bahrein, o que permite a Washington ter uma importante presença naval no golfo Pérsico e em Omã.

Fonte: Folha http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1028806-teste-de-misseis-do-ira-e-mau-sinal-diz-franca.shtml

Irã testa mísseis terra-mar e terra-terra durante manobras navais

A Marinha iraniana lançou nesta segunda-feira “com sucesso” um míssil “Noor” terra-terra e dois mísseis terra-mar de longo e curto alcance nas manobras navais que realiza no Golfo Pérsico, segundo a agência oficial “Irna”.

O míssil “Noor” tem, segundo a “Irna”, sistemas antiradar e de acompanhamento de alvos muito melhores que seu antecessor e atingiu com sucesso os alvos estabelecidos, que foram destruídos.

Antes, o porta-voz dos exercícios, o almirante Mahmoud Moussavi, havia anunciado o lançamento de dois mísseis terra-mar, de longo e de curto alcance.

O míssil de longo alcance, chamado “Ghader”, chega a cerca de 200 quilômetros, voa a baixa altitude e é útil para alvos de áreas litorâneas, além de ser capaz, segundo a Marinha iraniana, de destruir um navio de guerra.

“Este míssil, que foi projetado por especialistas iranianos, conseguiu atingir hoje os alvos estabelecidos e destruí-los”, afirmou Moussavi.

Os militares também comemoraram o sucesso do lançamento de um míssil “Nasr”, de curto alcance e também de fabricação iraniana.

Ontem, os comandantes militares iranianos informaram ainda o lançamento de um míssil de alcance intermediário terra-ar e antiradar.

Todos os mísseis testados hoje foram projetados e fabricados por especialistas da Marinha, de centros científicos e de pesquisa e da indústria de Defesa iraniana.

Moussavi disse que vários “supervisores de países amigos e aliados” tinham chegado ao Irã para conhecer de perto as atividades da Marinha, mas não detalhou a procedência dos enviados.

A armada iraniana começou no último dia 24 de dezembro suas manobras navais “Velayat 90” nas águas do sul do país entre o estreito de Ormuz e o oceano Índico.

Em princípio estava previsto que hoje, nessas mesmas manobras, a Marinha de Guerra iraniana realizasse uma simulação de bloqueio do Estreito de Ormuz, segundo anunciou ontem Moussavi.

Por outro lado, ontem, Teerã informou que estava testando em um reator nuclear a primeira barra de combustível com urânio produzida no país.

Segundo o Departamento de Relações Públicas da Organização de Energia Atômica iraniana, após passar por todos os testes, a amostra foi transferida ao coração do reator nuclear de pesquisa científica de Teerã para ser avaliada em condições de funcionamento.

O Irã vive uma polêmica por causa de seu programa nuclear, sobre o qual parte da comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, acredita que tem uma vertente militar destinada à fabricação de bombas atômicas, o que Teerã nega, alegando que ele tem caráter exclusivamente civil e com objetivos pacíficos.

Autoridades americanas e israelenses ameaçaram o Irã com ataques para impedir o desenvolvimento de seu programa nuclear, e, no sábado passado, o presidente Barack Obama assinou uma lei que inclui novas sanções contra o país.

O regime do presidente Mahmoud Ahmadinejad respondeu dizendo que, se for atacado, a resposta será “arrasadora”.

Em caso de agressão ou perigo iminente, o Irã ameaça realizar não apenas ataques contra o território de Israel e contra as bases e navios dos EUA na região, mas também fechando o Estreito de Ormuz, o que poderia provocar um desabastecimento de petróleo de consequências imprevisíveis.

Fonte: UOL

30 Comments

shared on wplocker.com