EMBAIXADOR BRITÂNICO NO CHILE PREOCUPA-SE COM BLOQUEIO ÀS MALVINAS
O embaixador britânico no Chile, Jon Benjamin, afirmou que há “preocupação pelos países que se somaram” à declaração do Mercado Comum do Sul (Mercosul), que impede a entrada de navios com bandeira das ilhas Malvinas em seus portos.
O Chile aderiu à decisão adotada por Uruguai, Paraguai e Brasil em 20 de dezembro, durante uma cúpula do Mercosul, em solidariedade à Argentina e sua reivindicação pelo território, sob domínio de Londres desde 1833.
O diplomata britânico advertiu que “parece ser uma espécie de bloqueio econômico para as ilhas e sua pequena população civil e inocente”.
Benjamim garantiu que a “espécie de bloqueio” poderia afetar a economia da zona. “Ali vivem 200 chilenos e os laços com Punta Arenas (localidade no extremo sul do Chile) são muito importantes”.
Por sua vez, o porta-voz da Presidência chilena, Andrés Chadwick, afirmou que “não tivemos [ciência de] nenhuma expressão de mal-estar por parte da embaixada da Grã Bretanha no Chile ou do Estado inglês”.
Chadwick acrescentou que a Grã Bretanha “conhece a posição do Chile, que é a mesma há muito tempo”. “Não podemos reconhecer a bandeira de uma embarcação de uma ilha que, do ponto de vista do Chile, não é um Estado nem tem uma jurisdição”, completou.
EUA se mantêm neutros em conflito por Malvinas, diz imprensa britânica
A posição é contrária ao apoio logístico dirigido pelos norte-americanos aos europeus durante a Guerra das Malvinas, em 1982, na qual a posse das ilhas estava em jogo
Os Estados Unidos se negaram a apoiar a Grã-Bretanha na disputa pela soberania e exploração de petróleo e gás nas Ilhas Malvinas (Falkland) depois que a Argentina levou sua reclamação sobre o assunto à Organização das Nações Unidas.
De acordo com o jornal britânico The Times, apesar dos estreitos laços entre o país de Barack Obama e o de Gordon Brown, os norte-americanos não querem se envolver no conflito e alegam que este é um tema bilateral.
A Argentina tem uma reclamação histórica relacionada à soberania das Malvinas, arquipélago localizado no Atlântico Sul e que pertence à Grã-Bretanha desde 1833. Recentemente, as tensões se intensificaram devido à decisão da nação europeia de explorar hidrocarbonetos na região.
A iniciativa contrariaria uma resolução da ONU segundo a qual nada pode ser feito na área sem que haja concordância de ambos países. Em resposta, a Argentina baixou um decreto exigindo que as embarcações que navegarem na área adquiram uma licença especial.
Na segunda e terça-feira, os mandatários presentes à XXI Cúpula do Grupo do Rio e à II Cúpula da América Latina e do Caribe (Calc) declararam seu apoio formal à solicitação do governo de Cristina Kirchner.
Ontem, o chanceler argentino, Jorge Taiana, se reuniu com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para tratar do assunto e pedir que a entidade interceda a seu favor — uma atitude que foi rechaçada categoricamente pela Grã-Bretanha.
Fontes oficiais norte-americanas informaram ao The Times que a posição dos Estados Unidos em relação às Malvinas é neutra há tempos — atitude muito diferente ao apoio público e de inteligência oferecido pelo então presidente Ronald Reagan a Margaret Thatcher em 1982.
Naquele ano, a premier britânica decidiu usar a força para recuperar as ilhas, que haviam sido invadidas por tropas argentinas. O conflito, que ficou conhecido como Guerra das Malvinas, foi vencido pelos europeus, que contaram com intenso suporte norte-americano.
“Nós estamos conscientes da atual situação e da história, mas nossa posição permanece uma de neutralidade”, afirmou um porta-voz do Departamento de Estado. “Os Estados Unidos reconhecem a administração de facto do Reino Unido nas ilhas, mas não toma posição no reclamo de soberania de cada parte”, continuou a fonte.
O analista da Instituição Brookings e ex-vice-presidente da Costa Rica Kevin Casas-Zamora afirmou que o apoio de Reagan à Grã-Bretanha na Guerra das Malvinas “irritou muita gente na América Latina”.
Para o especialista, a administração Obama “está tentando rachar as diferenças tanto quanto puder, porque sabe que concordar com a posição britânica criaria novamente muita má vontade na região”, explica Casas-Zamora.
Já pelo lado britânico, funcionários assinalaram ao The Times que estão confortáveis com a resposta norte-americana na disputa, mas indicaram que qualquer apoio proveniente dos Estados Unidos não seria bem recebido. Segundo eles, caberia aos ilhéus decidir se querem a mediação ou não.
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