Embraer conclui a definição de parceiros do cargueiro KC-390

Empresa ligada ao setor de Defesa e Segurança confirma 13 parceiros para o desenvolvimento da nova aeronave militar; Super-Tucano pode vencer concorrência nos EUA

Por Arthur Costa

A Embraer Defesa e Segurança planeja terminar de formatar o projeto do cargueiro militar KC-390 até o final de 2012.
A escolha dos parceiros e fornecedores está praticamente fechada, segundo a empresa. Até dezembro do próximo ano, será possível definir o preço da nova aeronave, o que deve dinamizar o processo de venda do cargueiro.
“Em 2012, faremos o que chamamos de ‘joint definition’, que representa um congelamento do projeto e a definição de preço e dos parceiros”, afirmou o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, na última semana.

Treze parceiros foram anunciados pela e[/TXT]mpresa para comporem o projeto do cargueiro KC-390. Entre esses 13 parceiros, 11 são estrangeiros.
No entanto, a quantidade de participação internacional no cargueiro é de 40%, caindo para 20% se os motores, os quais não existe produção nacional, forem desconsiderados na conta.
A intenção da Embraer, gestora do projeto da FAB (Força Aérea Brasileira) para a produção do cargueiro, é estimular a participação de empresas brasileiras no processo de desenvolvimento da aeronave KC-390.
“Estamos nos tornando o centro da cadeia produtiva do setor de defesa, assim como já somos na cadeia aeronáutica” disse o diretor-presidente da Embraer, Frederico Curado, em entrevista recente durante almoço de fim de ano com a imprensa.
Atualmente, um grupo de 18 países atua na produção do cargueiro militar, entre fornecedores e parceiros. O último a declarar interesse foi o governo português, que liberou 87 milhões de euros (cerca de R$ 191 milhões) em novembro passado para a elaboração de softwares específicos. A oficia-lização do acordo deve ser assinada em breve.
O cargueiro KC-390 já possui 60 intenções de compra, sendo 28 do Brasil, 6 do Chile, 12 da Colômbia, 6 da Argentina, 6 de Portugal e 2 opções da República Tcheca.
Os primeiros voos de testes do cargueiro da Embraer estão previstos para 2014. Ele deve entrar em operação em 2015, segundo a Embraer.


Com a perspectiva de novos negócios, a expectativa é que a participação da área de defesa da Embraer na receita da empresa continue a crescer.
Em 2006, o segmento representava 6% da receita. Dados do terceiro trimestre de 2011, mostravam que o setor já correspondia a 10% do montante, à frente da aviação executiva (9%). “Vamos fechar o ano em 14%. Para 2012, deveremos ficar próximos disso, já que a empresa vai crescer em todas a áreas”, afirmou Aguiar.
Para ele, os incentivos oferecidos pelo governo federal para desenvolver a indústria de defesa no país devem aumentar o número de concorrentes potenciais no mercado.
“Isso é bom para o setor. A Avibras, por exemplo, já foi uma das principais exportadoras do país”, disse Aguiar.
A Embraer também aguarda para o início do ano o resultado da vitória na concorrência para o fornecimento de até 55 caças Super Tucano à Força Aérea dos Estados Unidos.
O contrato é estimado em R$ 1,7 bilhão e o Super Tucano é o único finalista, depois do anúncio da desqualificação do AT-6, dos Estados Unidos (leia texto ao lado).

Super Tucano pode vencer concorrência nos EUA

A Embraer aguarda com ansiedade a confirmação da vitória na concorrência para o fornecimento de até 55 caças Super Tucano à Força Aérea norte-americana.
O contrato é estimado em R$ 1,7 bilhão e o Super Tucano é o único finalista da concorrência, depois do anúncio da desqualificação do AT-6, da Hawker Beechcraft, dos Estados Unidos.
“Estamos com os dedos cruzados e batendo em todas as madeiras”, disse Luiz Carlos Aguiar sobre a disputa.
O anúncio do vencedor da disputa deve ser oficializado no início de 2012. A concorrência pelo fornecimento dos caças originou uma ‘guerra’ de bastidores. Políticos norte-americanos realizaram um ‘lobby’ a fim de mobilizar a Força Aérea a escolher o caça da Beechcraft para manter 1.400 empregos da fabricante de aviões do Kansas.
Os caças do vencedor da disputa serão utilizados no programa LAS (Light Air Support), que tem como objetivo monitorar ações no Oriente Médio. Para Aguiar, a função do LAS deve agilizar a decisão do vencedor.
“Eles vão precisar dos caças já que as tropas americanas estão saindo do território”, disse.

Fonte: O Vale

15 Comentários

  1. Excelente. Espero que o Brasil acorde para os altos lucros que a indústria de defesa oferece e se torne tão produtivo quanto a Rússia.

  2. ..estimular a participação de empresas brasileiras no processo de desenvolvimento da aeronave KC-390..)
    Conta agora a do papagaio perneta…KKKKKKKKK

  3. Um país que pretende se consolidar de uma vez por todas no mercado produtor e exportador de aviões, inclusive militares, não pode deixar de produzir o seu item mais importante, as turbinas. O Brasil deve aprofundar os seus esforços nessa área que é bastante restrita, de altíssima tecnologia, mas sobretudo de valor econômico exponencial.

    Não tem havido um avanço expressivo e maciço nesse quesito, principalmente no que concerne aos investimentos em pesquisa e inovação. Se fazemos um reator nuclear de submarino com tecnologia própria e que desperta o interesse da comunidade científica da área, face a sua diferenciada e econômica produtividade de energia, também podemos produzir uma turbina em condições semelhantes e por o KC-390 no ar e os que ainda estão por vir e com excelentes resultados de performance. Não tenho duvidas quanto a isso.

    É preciso que o nosso empresariado comece a focar nesse setor particularmente e passe a gerar concorrência interna nesse segmento da indústria aeronáutica brasileira, aí, quem sabe os resultados positivos comecem a aparecer com mais rapidez e nós superamos esse gap.

  4. O BRASIL necessita de mais uma indústria aeronáutica que faça concorrência com a EMBRAER,para que houvesse verdadeiramente inovação nesse setor.

  5. É verdade Rafael, e já tem um tempo que não vemos noticia dela, seria bom saber como o projeto tem sido tocado, só que provavelmente é um turbina pequena, não deve dar pra gerar empuxo suficiente para um avião do porto do KC-390. Porém o projeto certamente vai gerar conhecimento que podem ser aplicados num modelo apropriado, talvez não agora de começo, que se não atrasaria o cronograma do KC-390 porém talvez no futuro ele venha a ser equipado com uma turbina nacional ao menos na versão da FAB.

  6. Vou dizer uma coisa: pra minha surpresa, muita coisa nesse projeto é NACIONAL… tirando as tubinas, até q os componentes estrangeiros não são tantos assim


    Tb temos que ser compreensivo… esse projeto da Embraer é de alta tecnologia… não dá pra exigir que o Brasil, de uma hora pra outra (como num passe de mágica), fosse capaz de produzir um cargueiro desse autonomamente… exigir isso seria surreal


    Mas com os incentivos na industria de defesa, a perspectiva é que os proximos cargueiros venham com mais conteudo nacional… mas isso é com o tempo…

  7. Rorschach, é óbvio que é uma turbina pequena… não dá pra exigir que nós ja tenhamos condições de competir com a Rolls Royce né ????????


    Mas mesmo sendo pequena, é um avanço, pq a concepção é a mesma das grandes turbinas… só q com menos potencia

  8. Gente… vamo para e analisa antes de criticar…
    olha o know how que teremos… e essas peças estrangeira? fora as turbinas, a maioria é peça como trem de pouso, e etc, somente jogada comercial pra garantir a compra dos respectivos países….
    .
    Avante brasil, parabens embraer, e POXA EU NAO AGUENTO MAIS VER ESSE MODELO 3D EU QUERO O REAL.

Comentários não permitidos.