Periódico científico Science listou as dez principais descobertas de 2011

O periódico científico Science divulgou hoje as dez principais descobertas do ano. O campeão foi o estudo clínico que demonstrou que pessoas infectadas com o HIV são 96% menos propensas a transmitir o vírus HIV caso tomem anti-retrovirais.

A descoberta pôs fim a um antigo debate sobre anti-retrovirais poderiam gerar duplo benefício: tanto no tratamento para pacientes infectatos pelo vírus HIV, quanto na redução das taxas de transmissão. A partir do estudo publicado neste ano ficou claro que os anti-retrovirais tratamento e também prevenção quando se trata de HIV.

O teste começou em 2007 e foi feito com 1.763 casais heterossexuais – em que um dos parceiros era soropositivo – de Brasil, Botsuana, Índia, Quênia, Malaui, África do Sul, Tailândia, Estados Unidos e Zimbábue.

Segundo o periódico científico, o teste terá “profundas implicações na resposta futura à epidemia de HIV”, que infecta cerca de 33 milhões de pessoas em todo o mundo e matou 1,8 milhão em 2009. “Os resultados do HPTN 052 e outros feitos recentes despertaram a esperança de que combinar estas intervenções possa por um fim à epidemia de Aids em países inteiros, se não no mundo”, destacou a Science em comunicado.

Além de reconhecer o uso do HPTN 052 como a descoberta do ano de 2011, a Science identificou outros nove avanços científicos para formar a lista das dez descobertas mais importantes do ano.

Missão Hayabusa: Depois de algumas dificuldades técnicas quase desastrosas e uma recuperação espantosa, a nave espacial japonesa Hayabusa regressou a Terra com poeira da superfície de um tipo específico de asteroide, os chamados do tipo S. A poeira de asteroide representa a primeira amostra direta de um corpo planetário em 35 anos e a análise confirmou que os meteoritos mais comuns encontrados na Terra, são originários deste tipo de asteroides do tipo S.

Desvendando as origens humanas: Ao estudar o código genético hominídeos, pesquisadores descobriram que seres humanos carregam várias variações de DNA herdadas de outros hominídeos, como homem de Denisova na Ásia e o ancestral da África, ainda não identificado. Estudo publicado este ano sugere que o Australopithecus sediba seja encarado como o melhor candidato a antepassado do gênero Homo.

Captura de proteína fotossintética: Com riqueza de detalhes, pesquisadores japoneses mapearam o Fotossistema II ou PSII (da sigla em inglêsm Inglês), a proteína que as plantas usam para separar a água em átomos de hidrogênio e oxigênio. Com o estudo, cientistas tiveram acesso a estrutura essencial para a vida na Terra – que também poderia inspirar fontes de energia limpa.

Gás primitivo do espaço: Astrônomos usando o telescópio Keck, no Havaí, para investigar o universo distante acabaram encontrando duas nuvens de gás hidrogênio que parecem ter mantido a sua química original de dois bilhões de anos após o Big Bang. Outros pesquisadores identificaram uma estrela quase desprovida de metais, assim como as estrelas mais primitivas do universo deveriam ser. Os resultados mostram que a matéria permaneceu intacta por tantos anos.

Conhecendo o microbioma: Pesquisa sobre os micróbios que habitam o intestino humano mostrou que todos temos uma bactéria dominante no trato digestivo: Bacteroides, Prevotella ou Ruminococcus. Estudo revelou que uma dessas bactérias prospera em uma dieta rica em proteínas, enquanto outros preferem comida vegetariana. As descobertas ajudam a esclarecer a interacção entre a dieta, nutrição, micróbios e doenças.

Uma vacina promissora contra a Malária: Os primeiros resultados dos ensaios clínicos de uma vacina contra a malária conhecida como RTS, S, proporcionou ânimo para a pesquisa sobre uma vacina contra a malária.

Sistemas Solares: Este ano, astrônomos tiveram a oportunidades da observar vários sitemas planetários distantes e descobriram que as coisas são bem diferentes por lá. Primeiro, o observatório Kepler da NASA identificou um sistema de estrelas com planetas em órbita de forma que os modelos atuais não conseguem explicar. Os pesquisadores então descobriram um gigante do gás aprisionado em uma órbita estranha, um planeta que circula um sistema estelar binário a 10 planetas que parecem estar flutuando livremente no espaço – tudo totalmente diferente do que está em nosso próprio sistema solar .

Novo desenho: As zeólitas são minerais porosos utilizados como catalisadores e filtros moleculares para converter petróleo em gasolina, purificação de água, filtro de ar e produzir detergentes para a roupa, por exemplo. Este ano, químicos desenharam uma gama de novas zeólitas mais baratas, mais finaos e mais bem equipadas para processar grandes moléculas orgânicas.

Limpeza de células envelhecidas: Experimentos mostraram que a limpeza de células envelhecidas, ou aqueles que pararam de se dividir, em corpos de camundongos pode retardar o aparecimento de sintomas relacionados à idade tais como cataratas e fraqueza muscular. Os camundongos cujos corpos foram limpos dessas células viveram mais do que os que não receberam o “tratamento”.

Fonte: Último Segundo

2 Comentários

  1. Muito interessante essa descoberta do sistema solar pelo kepler..
    Pelo que eu entendi são alguns planetas inertes, quase imóveis, envoltos por gas, presos a um campo gravitacional da estrela(s) que gira em torno deles, ou o campo gravitacional dos planetas que faz as estrelas girarem?
    .
    Cada vez mais vamos descobrir que não sabemos NADA sobre nós, a nossa origem, o funcionamento do universo… quem acha que a humanidade tem a maioria das repostas para os misterios que nos afligem, leia um poco de carls sagan, um dos maiores defensores da ciencia e claro, um grande cientista…

  2. Pelo que eu entendi, é um gigante gasoso, que orbita duas estrelas, enquanto os outros 10 planetas do sistema pareçem estar “soltos” no sistema, provavelmente fazendo uma orbita que aparenta ser aleatoria, talvez o gigante gasoso tenha um tamanho parecido as estrelas, distorcendo a orbita dos planetas fazendo-os pareçer “flutuar livremente”.

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