Fim dos subsídios ao etanol abre mercado dos EUA para o produto brasileiro

O mercado norte-americano estará aberto para os produtores brasileiros de etanol a partir do mês que vem, de acordo com nota divulgada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

Termina no próximo dia 31 a vigência da legislação norte-americana que instituiu subsídios para os produtores locais e criou uma tarifa de US$ 0,54 sobre cada galão (3,78 litros) importado de etanol, inviabilizando o produto brasileiro no mercado norte-americano com preços competitivos.

Na nota, o presidente da Unica, Marcos Jank, diz que o fim da barreira tarifária abre caminho para as diferentes matérias-primas utilizadas na produção de combustíveis eficientes. O que conta, segundo ele, é o baixo custo ambiental para produzir energia renovável, e a cana oferece essa possibilidade mais do que qualquer outro produto.

Jank salienta, inclusive, que o etanol de cana produzido no Brasil é reconhecido até mesmo pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como o melhor combustível do mundo em termos de redução de emissões de gases causadores de efeito estufa.

O presidente da Unica lembra que o fim dos subsídios norte-americanos vem em um momento de transição para o setor sucroenergético brasileiro, que se esforça para incentivar um novo ciclo de crescimento do setor no país e atender à demanda por seus produtos, aqui e lá fora.

A prioridade, segundo ele, continua sendo o atendimento do abastecimento interno, mas acredita que com o fim da tarifa americana é possível visualizar a consolidação do etanol como commodity (produtos básicos com cotação no mercado internacional) como acontece com o açúcar.

Os Estados Unidos são o maior produtor mundial de etanol, que no país é produzido à base de milho, enquanto no Brasil (segundo maior produtor) o etanol é obtido da cana-de-açúcar. Os dois países respondem por mais de 80% do etanol mundial.

Neste ano, porém, o cenário de lenta recuperação da economia americana, com dívida de quase US$ 15 trilhões (cerca de R$ 28 trilhões), um déficit recorde no orçamento e pressão cada vez maior para que o país ponha suas contas em dia, teve impacto na defesa de uma medida que custa aproximadamente US$ 6 bilhões (cerca de R$ 11,1 bilhões) por ano aos contribuintes.

Ainda em junho, em decisão inédita, o Senado americano aprovou uma emenda que previa o fim da tarifa e dos subsídios. O projeto não foi adiante, mas foi encarado como uma indicação de mudança de postura no Congresso em relação a um tema que, até então, era tabu em Washington.

Nos últimos meses, até alguns produtores de milho vinham descartando a possibilidade de renovação da tarifa e dos subsídios no fim deste ano. Em artigo publicado no mês passado, o presidente da Associação Nacional de Produtores de Milho, Gary Niemeyer, disse que “os produtores de milho e a indústria de etanol há muito tempo concordaram” em deixar de brigar pela renovação do subsídio.

Fonte: JB

12 Comentários

  1. Com esse mercado que se abre para o Brasil,dará mais poder de barganha ao governo americano no programa FX-2 e assim a BOEING terá uma carta bem forte no jogo,se somado com a encomenda do ST da EMBRAER,é o “solf power” americano em ação,e sai ganhando os dois lados,sem truculência dos músculos como era antigamente….espero!

  2. Fazem 3 ou 4 anos vi uma reportagem, com uma pesquisadora americana. Ela anunciava que os EUA, haviam consseguido criar uma bactéria modificada geneticamente. Tornando possivel produzir alcool a partir da cerragem de madeira. Quem em poucos anos, poderiam produzir bactérias modificadas geneticamente para produção de alcool a partir de qualquer massa vegetal. Como a palha de milho. Se o governo dos EUA, esta retirando os subsídios do alcool e taxas de importação. Isso quer dizer que eles já dominam toda a biotecnologia para a produção de alcool, a partir de qualquer massa vegetal. Os EUA sera capaz de ser auto-suficiente na produção de alcool.

  3. Tsc,tsc,tsc… Este é o tipico escambo americano. Espelhos e conchas em troca de alta tecnologia. É assim que se firmam os grilhões que prendem o Brasil aos EUA. SE fizermos negócio casado (Etanol+Super Tucano pelo FX-2) com os americanos estaremos entrando pelo cano direto! Por quê? Porque nossos mui patriotas usineiros vão deixar de vender no mercado interno, ou vender aqui em dolar, para vender para os americanos. Acontece que já temos uma grade de abastecimento para cumprir aqui, inclusive para tornar nossa gasolina menos poluente. Bom… isso acaba em nome dos lucros dos usineiros. A prioridade de abastecimento interno vai para o buraco e a demanda criada pelos americanos vai criar um caos aqui como criou no fornecimento de milho ao mercado mexicano. Quanto ao Super Tucano… Eles comprometeram-se em comprá-los por ocasião do negócio do SIVAM! Por quê, agora, teríamos que, novamente, fechar negócio com os americanos com o FX-2 para vender os mesmos aviões? Negócio com os americanos é só derrota! Mas fazer o que, né? Esta é uma nação de míopes e entreguistas acomodados. Mal conseguem enxergar o hoje, quem dirá o amanhã… []´s

  4. braz disse:
    25/12/2011 às 18:48

    _
    concordo em genero, numero e grau, tamo fu…, poucos usineiros vão lucrar, e a gigantesca maioria vão continuar pagando um dos combustiveis mais caros do mundo, lamentavel !!

  5. A produção nacional tem épocas que nem consegue atender o proprio mercado, quem dirá a capacidade deles de exportare….
    É muito mais lucrativo pra um uzineiro fazer açúcar pra exportar do que fazer o etanol… por isso nosso álcool é muitas vezes inviável até mesmo em estados brasileiros

  6. esse cartel das usinas de alcool irão nos deixar na mão como de custume ou o governo investe ele mesmo no mercado interno ou o alcool ira aumentar tanto que nao vai compensar

  7. INFELIZMENTE, NA ATUALIDADE NĀO HA ALCOOL NO BRASIL PARA SUPRIR O MERCADO INTERNO SEQUER. ENQUANTO O PRECO DO AÇUCAR PERMANECER ALTO (US$1000 – 1200 POR TONELADA) NĀO TEREMOS ALCOOL PARA EXPORTACĀO.

  8. Acho que já vi esta história, o Brasil vai ganhar o pessoal daqui esfrega a mão comemorando e no fim o Brasil sai com o traseiro ardendo.

  9. Pior para consumidor brasileiro, pois a única coisa que vai ganhar é aumento no preço, ou vocês acham que os usineiros estão preocupados com o nosso bolso?

  10. Esperem pra ver tudo que usa alcool subir de preço no Brasil, aqui é assim prioridade lá fora,o mercado interno se der a gente atende,coisa de país picareta!

  11. A um tempo atrás li uma reportagem que falava que o mercado americano só seria aberto para o etanol brasileiro quando os conglomerados internacional comprassem ou entrassem na sociedade da empresa nacional é oque aconteceu.
    Os grandes conglomerados como já vimos aqui estão interligados.

  12. Conseguimos.Agr, o consumidor interno vai procurar o produto, e o mesmo vai ficar encarecido.Se tivermos o estoque regulador interno, tlaves o preço se mantenha “BOM” p o usuário. Sds.

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