Exército vende ilha no Rio para construção de centros de pesquisa

Uma área de 130 mil metros quadrados será vendida a cerca de dez grandes empresas para a construção de centros de pesquisa e desenvolvimento.

A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro está prestes a concluir as negociações com o Exército para a compra da Ilha do Bom Jesus, região integrada à Ilha do Fundão, zona norte da cidade. A área, de 130 mil metros quadrados, será vendida a cerca de dez grandes empresas para a construção de centros de pesquisa e desenvolvimento, não necessariamente com foco na área de petróleo, como acontece com o Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A região, que abriga duas edificações seculares – elas serão preservadas -, receberá o primeiro Distrito Verde do País, onde as companhias terão que se comprometer com a sustentabilidade.

A subsecretária de Desenvolvimento Econômico, Renata Cavalcanti, espera que as negociações sejam concluídas até fevereiro. “A questão comercial já fechamos. Agora tem toda uma parte burocrática, cartorial, que não é simples.” Depois que os terrenos forem vendidos, o estado passará ao parque a gestão do condomínio.

Doze empresas de grande porte já confirmaram a construção de centros de pesquisa e desenvolvimento na Ilha do Fundão. Incluindo a Ilha do Bom Jesus, os investimentos somam US$ 870 milhões na área. O levantamento foi feito pela Rio Negócios, agência de atração de investimentos da prefeitura. Grande parte do valor será investida nos próximos cinco anos.

O diretor comercial da Rio Negócios, Antonio Carlos Dias, afirmou que, além da General Electric, que já estava prevista, a L’Oréal também confirmou a compra de um dos terrenos na Ilha do Bom Jesus. A companhia pretende atuar em sinergia com a Faculdade de Medicina da UFRJ.

“O levantamento indica que a L’Oréal tem investimentos totais estimados em US$ 40 milhões”, explicou Dias. Procurada, a L’Oréal preferiu não dar detalhes. A Braskem, segundo o governo estadual, também analisa a possibilidade de se instalar na área. Em nota enviada ao Valor, a Braskem esclarece que “instalações de pesquisa fazem parte de seu planejamento estratégico, mas até o momento não há definição sobre onde e nem quando serão implantadas.” O diretor do Parque Tecnológico, Maurício Guedes, disse que há “uma dúzia de empresas conversando e manifestando interesse” em se instalar em Bom Jesus. Os terrenos só poderão ser utilizados para a construção e operação de centros de pesquisa.

No novo distrito tecnológico, as empresas serão comprometidas com a sustentabilidade. Nas áreas públicas, a iluminação será a LED, haverá geração de energia solar, tratamento da água das chuvas e das águas da Baía de Guanabara. Segundo Renata, o modelo do Distrito Verde poderá ser replicado em outras regiões do País.

No total, a Ilha do Bom Jesus tem 240 mil metros quadrados, mas 50 mil metros quadrados serão comprados pela prefeitura e utilizados para a construção do centro de excelência da GE, que deverá estar pronto até março de 2013. Além dos 100 mil metros quadrados que serão entregues a novas empresas, a outra parte terá a memória preservada.

O acordo com o Exército prevê a preservação de edificações seculares existentes no espaço, cujas áreas não serão vendidas ao Estado. A Igreja de Bom Jesus da Coluna e o Convento de Bom Jesus – construídos no início do século XVIII – deram nome à atual Ilha do Bom Jesus, que foi aterrada e integrada à Ilha do Fundão nos anos 50.

Em meados do século XIX, o Convento dos Franciscanos foi transformado no Asilo dos Inválidos da Pátria para abrigar soldados que participaram da Guerra do Paraguai (1864-1870) e da Guerra de Canudos (1896-1897). As instalações estão desativadas desde 1968.

Os terrenos do Parque Tecnológico, excluindo a Ilha do Bom Jesus, estão sendo alugados para cerca de 35 empresas, sendo 10 de grande porte, por R$ 5 o metro quadrado por mês. Os contratos são de 20 anos, com possibilidade de renovação. As 35 empresas vão ocupar uma área de 350 metros quadrados, onde apenas 100 mil metros quadrados serão construídos. Dessa forma, os aluguéis vão render cerca de R$ 6 milhões por ano para a UFRJ.

“A cobrança do aluguel não é o objetivo da universidade. O objetivo é ser uma universidade ainda melhor”, ponderou Guedes. De acordo com o diretor do parque, cada grande empresa se comprometeu a investir R$ 3 milhões, por ano, em contratos de pesquisa com a universidade. Além do aluguel, também será cobrada taxa de condomínio de R$ 4,5 por metro quadrado, por mês. Por ano, cerca de R$ 5,4 milhões serão destinados à manutenção das áreas públicas, de domínio federal.

Guedes revelou que, na próxima quarta-feira, até seis empresas de médio porte poderão ganhar um espaço no Parque Tecnológico. “Temos seis candidatas que terão seus projetos avaliados”, disse. Nos próximos três anos, o parque poderá abrigar mais uma centena de empresas de médio e pequeno porte, afirmou o diretor. “Estamos sendo muito seletivos ao trazer empresas que vão ter uma interação com a nossa atividade de pesquisa”, disse Guedes. “A ideia desse sistema é desenvolver conhecimento e aplicar na economia, gerando emprego e renda.” (Valor Econômico).

Fonte: Jornal da Ciência

18 Comentários

  1. Tomara que o Exercito saiba aplicar bem esse dinheiro da venda Mas a questao é porque o exercito vendeu uma area boa q pode ser usada para treino ou como base de muniçoes etc…

  2. Centros tecnológicos financiados pelo Estado deveriam privilegiar e priorizar empresas BRASILEIRAS de pequeno,médio e grande porte de alta tecnologia. Assim o conhecimento e patentes geradas por esses centros de pesquisa ficarão por aqui mesmo.
    .
    Enfim não deixa de ser uma boa notícia.

  3. É o Exército desfazendo do nosso patrimônio, esse dinheiro acaba, aí não tem dinheiro e nem patrimônio !
    Deveriam doar uma área de igual tamanho ao Exército,já que o mesmo anda carecendo de recursos e esse dinheiro logo acabará!

  4. KM saber como aplicar e bom, mas melhor ainda e se essas pesquisas e desenvolvimento foram a favor do exercito…. Tambem desenvolverem Vant’s Projetos e pa… seria bom

  5. Essas bases de munições dentro da Baia de Guanabara e com o esmero que temos em segurança heim um prato cheio.Lembram o deposito de Exocets que foi pelos ares e ate hoje dizem que foi causado por um Marujo de plantão que fumou e descuidou-se com a bituca do cigarro rsrs rsrs A Baia de Guanabara é um paiol de polvora a ceu aberto.Vulneralidades petroquimicas,militares e um Gazometro bem no centro do RJ na Zona Portuaria ou seja UM LINDO BANQUETE PARA SABOTADORES rsrs Eita Povinho inteligente esse povo Brasileiro rsrs rsrs Assim as doceis e simpaticas Antas não correm o risco de extinção rsrs rsrs



  6. mais… até 12m do quebra-mar não é area da marinha.. ou melhor .. ilhas não são da marinha ??? e so podem ser arrendadas ..nunca vendidas ?

    arrendamento com tempo máximo de 99 anos… pelo que eu sei.

  7. Ta certo que o Brasil precisa de investimento em pesquisa. Mas vernder as terras da União para isso? Depois vão falar da Privataria T…

  8. 1maluquinho,o gasómetro foi desmontado, e qual o problema o Estado comprar uma área federal para fazer um parque de pesquisa?A área será alugada, não estão dando nada.
    Abraço a todos

  9. Acho que com o arrendamento de muitas áreas pertencentes às FA e que não tem muita utilidade no momento um bom dinheiro pode ser arrecadado e utilizado no desenvolvimento de novas tecnologias bélicas.

  10. Aonde você esperava que fosse, quem é que tem imensas terras inuteis e improdutivas grandes o suficiente para montar parques industrias e centros de pesquisa? Isso toma espaço, muito espaço, sinceramente não vejo nada de errado, alem do que o terreno vai ser vendido, e não doado(que geralmente é o que aconteçe). Além do que o terreno é grande, e estava sem nada, a instalação do exercito ja tava desativada a um bom tempo, o fato de se botar industrias lá não quer dizer que não da pra fazer uma base de defesa, armada com misseis anti-navio. E voltamos a questão da granada, se o estado se move e faz algo, reclama, se não faz reclama também.

  11. Quem vendeu foi o Exército… então, ele deve saber oq esta fazendo…


    Este novo centro tecnologico deve atender aos interesses da força.. se não, eles não teriam vendido


    PENSEM NISSO!!!

  12. É tanta jogatina por causa do maldito ou bendito pré-sal, que chega a ser nojenta esta cachorrada toda, não se sabe quem é quem nisto.
    Tomara que seja diversificado mesmo!..

  13. Operação Toca do coelho foi aberta, isso é um chamaris para captar outras idéias nessa altura do campeonato o exercito fez como nosso amigo chapolim tudo friamente calculado, alguém ae já viu o Brasil perdendo uma Guerra, se a presidente ta com poucos recursos os empresários entram com a mão de obra, se eles se oporem depois o estado estatiza isso é volta para união as más linguas vê isso com maus olhos as boas so tem a colher fruto, agora que a Avibras vai crescer com esse contrato de 1 bilhão para o 2020 precissaremos de todo o espaço possivel, com tudo que esse pais adquiriu em pouco tempo que so foi possivel da era Lula para cá so tenho a agradecer, lá será construido um parque industrial como nenhum outro da america latina então tem alguns que estão criticando porque estão de barriga cheia, que lembra da era antes de FHC É DEPOIS VAI VER QUE OS MILICOS ESTÃO MAIS FELIZES AGORA DEPOIS QUE A DILMA DECRETOU NOVO SOLDO E REEQUIPAMENTOS DAS FORÇAS TEM ALGUMA MELHOR A DIZER SOBRE ISSO SE NÃO CALE-SE PARA SEMPRE.

Comentários não permitidos.