Novos jatos da Embraer vão chegar ao mercado em 2018

Com o nome provisório de Evolution, mudança é aposta para ‘abocanhar’ metade da demanda de 7.000 jatos em 20 anos

Por Arthur Costa

A Embraer, de São José, marcou para 2018 a entrega da primeira aeronave batizada provisoriamente de EV (Evolution), uma nova versão da família de E-Jets.

O projeto do novo modelo prevê a remotorização dos aviões e mudanças nas asas. A expectativa é que a adaptação resulte no aumento de até 10 assentos por aeronave e um crescimento de até 15% na eficiência dos E-Jets.

A decisão de permanecer no segmento de voos regionais foi motivada pela escolha das líderes do mercado acima de 120 lugares, Boeing e Airbus, de também apostarem na modernização de suas aeronaves e desistirem, num primeiro momento, de lançar novos projetos.

“Vamos nos concentrar no mercado de 120 passageiros pois não vemos uma janela de oportunidade em outro segmento”, disse o diretor-presidente da Embraer, Frederico Curado, ontem, em almoço de final de ano com a imprensa em São Paulo.

Futuro. Outro fator que pesou na decisão da empresa foi a projeção do mercado da aviação comercial –que hoje representa 67% da receita da empresa– para o futuro.
Em 20 anos, a estimativa é que 7.000 aeronaves sejam adquiridas no segmento de até 120 lugares. A Embraer, atual líder desse segmento, pretende manter sua participação no mercado de 43%, o que representaria a venda de cerca de 3.000 aeronaves.

A empresa ainda não decidiu se o ‘Evolution’ envolverá os atuais quatro modelos de E-Jets –Embraer 170, 175, 190 e 95. Segundo o presidente de Aviação Comercial da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, pelo menos três modelos receberão as mudanças.

O investimento para o novo projeto, que começa já em 2012, não foi revelado. O primeiro voo teste do EV está programado para 2016.

Apesar de serem uma versão atualizada dos E-Jets, as ‘novas’ aeronaves terão que receber novos certificados de voo da Anac (Agência Nacional e Aviação Civil) e demais agências internacionais reguladoras.

Planejamento. Até o lançamento do EV, para se manter competitiva no mercado, a Embraer planeja revitalizar os E-Jets, com novo interior e redução da queima de combustível em cerca de 4%.

Para atender à atual demanda de projetos, a Embraer planeja contratar 200 engenheiros em 2012. Hoje, a empresa conta com 3.500 profissionais –mais de 3.000 só em São José.

Balanço. No evento, Curado aproveitou para fazer um balanço do ano na Embraer. Ele se mostrou satisfeito com os resultados e estimou crescimento de 5% de receita em relação a 2010.

MERCADO ASIÁTICO
Legacy começa a ser produzido na China
SÃO PAULO

O início da produção do jato executivo Legacy na unidade da Embraer em Harbin, na China, deve acontecer até o final do 1º trimestre de 2012.

Caso a projeção se confirme, a produção da aeronave será iniciada quase um ano depois da visita da presidente Dilma Rousseff (PT) à China, quando foi oficializada a manutenção da fábrica da Embraer no país asiático, em maio.

Desde então, a unidade passa por um processo de adaptação de sua linha de produção, antes montada para a fabricação do jato ERJ-145.

A permanência da unidade em Harbin é considerada fundamental para que a Embraer continue presente no mercado asiático, um dos que mais cresce no mundo, principalmente puxado pelo crescimento da demanda na China.

Adaptação. Segundo o diretor presidente da Embraer, Frederico Curado, o processo de adaptação da linha de produção “está caminhando para uma conclusão”. Dados do 3º  trimestre de 2011 mostram que 9% da receita da empresa veio da aviação executiva.

PONTO DE VISTA
‘Estamos mais preparados para a crise’, diz Curado
São PauloApesar de considerar o próximo ano “difícil”, a Embraer estima crescimento de sua receita em 2012.

Sem falar em números, o diretor-presidente da fabricante, Frederico Curado, afirmou que o país como um todo deverá se sair melhor em 2012 do que na crise de 2008. Na época, a empresa demitiu mais de 4.000 funcionários após ser duramente afetada pela crise.

“Nossa expectativa é que a crise não será simples. Temos uma dependência muito grande do mercado internacional, que preocupa, mas crises continuarão a existir e cabe a nós tirarmos proveito desse momento”, afirmou Curado.

Um dado que tranquiliza o executivo é referente ao financiamento das aeronaves do segmento comercial. Cerca de 80% das entregas de 2012 já estão financiadas.

O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) é responsável hoje por cerca de 40% do total dos financiamentos no segmento. A fatia vem crescendo –na crise de 2008, por exemplo, não passou de 11%. As demais instituições são estrangeiras.

Aliado a isso, está a maior participação das empresas de leasing na comercialização dos aviões. “Essa é uma modalidade muito interessante. São empresas que nos aproximam das companhias aéreas.”

PLANOS DA EMBRAER
Evolution

É o nome provisório da nova família de E-Jets que a Embraer pretende iniciar as entregas em 2018. A empresa vai definir em 2012 se serão três ou quatro modelos, que serão remotorizados e remodelados a partir da atual linha, que conta com os modelos Embraer 170, 175, 190 e 195, entre 70 e 122 assentos. Meta é chegar a 132 assentos no modelo maior. Primeiro teste em voo está previsto para 2016
Família atual
Enquanto os novos jatos não chegam ao mercado, a Embraer pretende lançar até 2014 um pacote de melhorias nos atuais jatos, que vão ganhar mudanças internas e vão reduzir o consumo de combustível em 4%
Ozires ganha bolo de 81 anos
São Paulo

Um surpresa no evento de fim de ano da Embraer em São Paulo rendeu momentos de muita emoção. Fundador da empresa, o engenheiro Ozires Silva completou ontem 81 anos e foi homenageado com bolo e um ‘parabéns a você’ puxado pelo diretor-presidente da empresa, Frederico Curado. Ozires não escondeu a emoção ao ser aplaudido, apagou as velas no bolo e agradeceu pela homenagem. Ele estava lá para autografar sua biografia, lançada recentemente em parceria com o colega Décio Fischetti. O bolo foi uma surpresa. “Obrigado a todos vocês.”

Fonte: O Vale

4 Comentários

  1. A embraer é o modelo que o Estado brasileiro deveria ter multiplicado em muitos setores do desenvolvimento tecnológico brasileiro!Parabens pelo sucesso e que permaneça sempre assim empunhando a bandeira brasileira mundo afora!

  2. Muito bem, Regivaldo. É isso aí!
    Parabéns para o Ozires, fundador da Embraer, parabéns para a Embraer, que sabe fazer as coisas.

  3. Balela , balela .
    A Montaer ( Embraer ) , só não entrou no mercado de aviões grandes, ( Boeing , Airbus ), porque sua controladora principal não permitiu.
    simples assim . Porque não se vê falando que a Montaer vai investir em pesquisas nacionais na área de propulsão , navegação & controle , comunicações , aviônicos ?
    Os componentes mais caros de um avião .
    Na minha modesta opnião , acho que o Governo Federal , deveria deixar de incluir a Montaer nos projetos estratégicos do pais , e capacitar uma empresa de capital 100 % para isso .
    Inclusive , essa empresa seria a ” Integradora ” do vencedor do projeto Forever-x ( FX ).
    Os russo , tinham a Avibras , como parceria na primeira versão do FX , caso o SU-35 ganhasse a concorrência .
    Que diga-se de passagem , segundo opniões de oficiais generais Americanos , é um dos melhores caças da atualidade , ( e cá entre nos , todo mundo sabe disso. o SU-35 só foi excluído do FX por pressões de ” forças alienigenas “.).
    Está na PDN & EDN , empresa de defesa de carater estratégico, deve ser controlada por Brasileiros ou ter capital 100% nacional.

Comentários não permitidos.