Pará: O “bolo” continua inteiro

Imagem E.M.Pinto Plano Brasil

Autor: Paulo Vasconcelos

Diário de Capanema

Não é ironia. Não pretendo confundir o leitor. Não tinha dúvidas em relação ao resultado da forma democrática com que o povo do Pará decidiria o Plebiscito. Não posso negar que fiquei satisfeito e entusiasmado com o resultado. Não, foi a opção escolhida pelos paraenses para a continuidade da grandeza do estado, pois havia expectativa geral, mesmo as pesquisas apontando o número 55 como favorito para a vitória. Ao recorrer à gramática cheguei a conclusão de que talvez, o advérbio de negação tenha sido tão importante para a decisão de algo que repercutisse tanto, como foi o assunto Divisão do Pará.

Podemos concluir que a ação cidadã declarada pelos moradores do estado do Pará pela não divisão, configura-se no poder que a democracia credita ao povo que é soberano em suas decisões. Houve manifestações acaloradas durante a campanha, mas a decisão já estava com seu rumo tomado, pela conscientização dos paraenses que rejeitavam as propostas para que o ”bolo” fosse fatiado em três partes. Sempre respeitei o movimento separatista, que se preparou para apresentar suas propostas que convenceram os moradores das regiões onde havia os maiores interessados na divisão, no entanto, aqueles que já estavam sendo chamados de remanescentes, sentiram-se ofendidos e revidaram com esmagadora e expressiva resposta, destacando as três letras que correspondem ao advérbio que negativou as intenções de quem queria acrescentar mais duas Unidades na Federação.

Ironicamente, alguns adeptos ao separatismo, compararam os estados brasileiros com uma pizza, composta por 27 fatias que poderiam ganhar mais ingredientes. Ao analisar a popularidade de algumas frases, peço ao leitor para me ajudar a raciocinar na  linha do entendimento, pois sabemos da existência da veracidade dos fatos em que para o bom entendedor, dizem que meia palavra basta. Então, usar adjetivos simples para conciliar pensamentos ou vontades, condiciona o cidadão a se sobrepor ante qualquer suspeita, principalmente quando se tratar de interesses que cultivem favorecimentos ou algo parecido.

Não há como negar que durante a campanha, foram ditas palavras que subsidiaram frases para complementos de acusações ou para réplicas e tréplicas. Formando conjunções adversativas, comumente usadas no convívio político. Uns diziam que o Plebiscito estaria alimentando alguém, contumaz na prática do jogo de interesses. Traduzindo para o português bem claro, adiciona-se a politicagem como arma principal para os conflitos e o outro lado, dizendo-se ser a maior vítima, usando discursos defensivos, motivo que contribuiu para o comparecimento maciço da população paraense nas seções eleitorais, confirmando sua decisão em não fatiar o bolo, tão cobiçado pelos separatistas.

O sentimento do paraense, foi notado pelo semblante aliviado daqueles que queriam responder Não e gastaram poucos segundos teclando o número 55. O resultado provocou reações de quem votou no número 77, mas o processo, depois de homologado pelo TSE, será arquivado. É claro que ainda existam remotas possibilidades do grupo separatista querer a realização de outro Plebiscito. Nesse caso, talvez isso possa acontecer, no próximo século (sem ironias, é claro). Assim como muitos paraenses, reconheço que o Estado precisa de ajustes em seu mecanismo e também acredito que o Governo Federal, vai dar sua contribuição para que as mazelas sejam minimizadas e a produtividade passe para a linha de avanços, por merecimentos quantitativos. Os governos precisam andar lado a lado para o atendimento às demandas e o Pará continue firme, forte, pujante e acima de tudo terra de ricas florestas fecundadas ao sol equatoriano, que nos aquece com o clima tropical da Amazônia.

19 Comentários

  1. Por esta e muitas outras que a edição dos posts deste blog é do meu agrado!.. 95% descaradamente!.. só colocou pró separatismo!.. Mas atiço.. a questionar.. Separar ou deixar como está?.. E por que tal ação separatista?..

  2. Apenas alguns esclarecimentos.
    1- Eu Edilson Pinto sou paraense de Belém do Pará.
    2- Eu Edilson Pinto ao contrário de meus amigos paraneses e a grande maioria do Pará, sou solidário a separação do Pará, Talvez não da forma como foi feito. Para mim dois estados seria o suficiente.
    de qualquer forma o povo do Pará decidiu não.
    sds
    E.M.Pinto

  3. Regioes do Estado do Para continuam entregues ao deus dara. E um estado falido, sem seguranca nenhuma, e regioes quasi-autonomas, porque belen simplesmente nao tem dinheiro algum. O Estado do Para praticamente nao consegue administrar a regiao de Belen, muito menos um estado enorme como aquele.
    Para e um estado falido e se assim continuar deveria se tornar uma provincia devidamente controlada por Brasilia.
    Familia mora na regiao de Maraba for exatos 37 anos e aquilo ali e uma bagunca generalizada.
    E uma pena que o Para vai continuar entregue a propia sorte..e os ladroes continuam soltos naquele estado..

  4. O Pará é um estado 1,5 vezes maior que a França e possui 143 municípios, a renda e os serviços se concetram na capital e na zona bragantina.
    há municípios aà 1200 km da capital que não podem ser assistidos pelo estado.
    Pense num oficial d epolícia que se forma em Belém, se vai querer ir morar a 1000 km numa cidade com 2000 habitantes em meio a selva?.
    Por outro lado, Carajás seria auto sustentável sim ao contrário do que a mídia diz. a zona de mineração e a pecuária e a agricultura o colocariam entre os 20 mais da federação ainda que fracionado. Porém com uma população ínfima.
    A questão da separação tem lógica e é necessária, o que acho que tem que ser discutido é o modelo e a forma.
    Sds
    E.M.Pinto

  5. o povo do pará tomou sua decisão, parabens pela aula de democracia
    agora eu acho, que deveria haver uma decentralização de recursos, para que se possa haver uma melhor forma de desenvolvimento, um desenvolvimento mais uniforme, que inclua toda a batalhadora população do pará

  6. agora tambem deve ser passado a limpo, todos os demandos com dinheiro publico, que os pessimos politicos do pará corroem, politicos esses que tem suas campanhas patrocinadas por, madereiros ilegais, ongs de todo tipo,grilriros de terras,exploradores de garrimpos ilegais
    tem tambem que por ordem nas fronteiras com as guianas e suriname, ali passa de tudo, e acontece de tudo, se não fizer isso, pode dividir o estado em 10 que não vai adiantar nada

  7. eu sou totamente contra a destruição, e a exploração irrsponsavel do meio ambiente, a biodiversidade e algo fragil, e os efeitos colaterais de sua depedração todos sentem no clima hoje
    mas tambem e muito facil possar de ambietalista salvador, tirar o emprego de centenas de pais de familia que tiravam seu sustendo da exploração e madeira, da pesca etc.. e não oferecer outra alternativa de sustento.
    sou a favor da criação de polos de exelencia em varias areas do pará, com a criação de diversas faculdades, escolas e cursos tecnicos, cursos profisionalizantes de todo tipo, em varias areas, costrução civil, artezanato, turismo, apicultura, agricultura e infinitas possibilidades, para dar aquela população, uma alternativa ao sub emprego a que se submetem hoje !!

  8. o pará, tocantins, mato groso, amazonas, acre, rondonia, amapá, deveriam ter faculdades e polos de BIOTCNOLOGIA e BIOMEDICINA, que seriam os melhores do mundo, mas cade vontade politica e empenho do povopar isso ?? lamentavel

  9. Se tamanho fosse igual a bom desempenho os 2 melhores estados do Brasil, mais desenvolvidos, mais ricos e com melhor índice de desenvolvimento seriam as Alagoas e Sergipe.
    creio que esse é o terceiro plebiscito que serviu para jogar dinheiro fora…
    O primeiro foi para decidir se o Brasil voltaria a ser império
    O segundo foi para decidir se as armas de fogo seriam proibidas de ser comercializadas
    e esse terceiro agora se o para deve ser retalhado em 2 ou 3 partes.
    resta saber se a vontade do povo dessa vez será respeitada. Vide o que aconteceu no plebiscito anterior do desarmamento…
    O que o Para precisa não é divisão é boa administração. assim como todo o resto do pais!

  10. Mais uma vez, estou contribuindo com o PB, reconhecendo a importância que o assunto representa e aceitando o ponto de vista de cada um. Tenho a consciência de que o debate deveria ter sido mais consistente e ampliado, uma vez que, diante da consulta popular, o Paraense foi responsável pela decisão. Espero que aqui, o debate seja de alto nível para que possamos adquirir argumentos e então apresentarmos alternativas para o futuro.

  11. Por causa dos ladroes politicos do Brasil uma necessidade como a divisao destes estados enormes nao serao feitos. O Povo que mora no Para nao tem servico nenhum. O povo pensa na roubalheira futura e negam, agora, o que sera inevitavel num futuro. E triste que os politicos do Brasil nao tem principios, moral e vontade que venca pais. As pessoas que leem um pouco mais sabem que um estado deste tamanho e com a arrecadacao que tem e insustentavel. Os ladroes que la se encontra agradecem.

    Joel..e ingovernavel meu amigo.Alagoas e Sergipe vem do corolenismo Portugues e varios estados do Nordeste ainda tem uma populacao servil a uma classe abastada. Somente uma intervencao federal ajudaria. Nao significa que deveriamos condenar o Para para o fundo da panela, e e la que o estado vai ficar. Eu conheco o Estado bem e nao tem administracao.

  12. Os da cidade de Belém estão felizes, continuarão explorando todo o estado. Pior para os moradores do interior que continuarão tento que se virar na selva.

  13. Estado grande não quer dizer estado mal organizado. Eu morei alguns anos na Russia, na região de Sahka, uma região com mais de 3,000,000 km2 (maior que o estado o Pará) e com menos de 1 milhão de habitantes. É uma região pouco povoada, mas nem por isso é “esquecida por deus”… É uma questão de adminstração.
    O estado do Pará pode ser do tamanho do Uruguai, mas se for mal organizado da na mesma.

  14. Nao deveria criar precedentes.Plebicisto pode ser armas de dois gumes. Para e parte do Brasil. Caberia ao governo federal decidir se um estado deve ser redividido ou nao. Se for questao de fazer plebicito, a nacao como um todo deveria votar no assunto. Cuidado com os precedentes. Amanha um estado decide fazer um plebicisto para a populacao daquele estado decidir se faz parte da uniao ou fique independente. Em particular na Amazonia, onde ha muita gente no exterior cobicando aquela area para eles.

  15. Eu concordo em gênero número e grau em tudo que foi dito pelo grande articulista Paulo Vasconcellos ( PV), mas queria ainda acrescentar um comentário contido no Jornal o Libral de 14/12/20011, do admirado, respeitado e coerente articulista, Dr. Sérgio Martns Pandolfo, que disse tudo que eu gostaria de dizer em apenas um parágrafo, em se introdutório, para quem eu peço a máxima data venia, para postar o prefácio de sua matéria intitulada Determinismo histórico:”Maus brasileiros e ingratos forasteiros, que para cá vieramà busca de oportunidade e boas condições de vida, foram recebidos – como é da in^dole do gentio parauara- fraterna e amigávelmente e, após enricarem de forma nem sempre rigorosamente correta, voltaram-se contra a casa de acolhimento e, pior que isso, tentaram jogar nossos irmãos do oeste, sul e sudeste do Estada contra nós, viventes dos 17% que nos sobrariam do solopamento de nada menos de 83% de nosso território perpetrado pela tricotomia do ESTADO, subvertendo ma situação que sempre nos aligou, rmãos que somos de origem e de sangue, coisa que o vo parauara, herdeiro de brios e de valentia cabana, não permitiu”. ( por minha conta acrescento fazendeiros que vieram de outros rincões, enriqueceram praticando trabalho escravo na Região, agora se diz salvador da pátria)

  16. Dividir é bem diferente de usurpar, se eu tenho nove laranjas e quero dividir por três pessoas, é lógico que cada qual ficará com três laranjas.Ou estou errado?

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