Presença da Mectron no setor espacial

Por Andre Mileski

Durante o Congresso Latino-Americano de Satélites, realizado no Rio de Janeiro (RJ) no último mês de outubro, uma das indústrias que fizeram apresentações foi a Mectron, de São José dos Campos (SP), na pessoa de seu diretor responsável pela área aeroespacial, Fábio Augusto Küpper. A apresentação feita por Küpper destacou a história e o momento atual da empresa, seus principais produtos e também sua linha aeroespacial.

Em março de 2011, depois de vários “namoros” e vinte anos após sua fundação, a Mectron teve o seu controle adquirido pelo conglomerado industrial Odebrecht. Com mais de 350 funcionários, sendo 154 engenheiros, a Mectron é conhecida como a “missile house” brasileira, tendo desenvolvido praticamente todos os projetos nacionais de mísseis, como o míssil ar-ar Piranha, o MAR-1 (Missil Anti-Radar), o MSS 1.2 (míssil anti-tanque com guiagem a laser), o míssil ar-ar de 5ª geração A-Darter, desenvolvido em conjunto com a Denel Dynamics, da África do Sul, entre outros. Sua atuação, porém, não se resume apenas à área de defesa, embora esta continue a ser o seu “carro-chefe”.

No setor espacial, a Mectron desenvolve subsistemas para satélites, veículos de sondagem e lançadores. Em satélites, a empresa atualmente é responsável pelos subsistemas de suprimento de energia e de telemetria e telecomando da Plataforma Multimissão (PMM), e os transpônderes de comunicações e gravadores digitais de dados dos satélites de segunda geração da série CBERS, ambos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Dado o seu forte relacionamento com o Comando da Aeronáutica, a Mectron passou também a atuar em foguetes de sondagem (VS-40) e no projeto do Veículo Lançador de Satélites (VLS), nos projetos do Satélite de Reentrada Atmosférica (SARA), e VSISNAV (voo tecnológico do VLS-1, XVT-01), sob a responsabilidade do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/DCTA).

Um dos slides mais interessantes da apresentação de Fábio Küpper relacionava alguns produtos com aplicações em telecomunicações, desenvolvidos com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), subordinada ao Ministério da Ciência, Tecnologia & Inovação:

– ATC e IFF: transpônderes que operam em banda L destinados ao rastreio e identificação de aeronaves em voo por radares de controle de tráfego aéreo.

– AeroSpace Tracker: dispositivo para rastreio e identificação de mísseis, aeronaves e foguetes em voo durante a fase de desenvolvimento e voos de testes.

– Telemetria aeroembarcada: transmissor em bandas S ou L para envio de dados em voo de mísseis, aeronaves, veículos aéreos não-tripulados, plataformas suborbitais e veículos lançadores.

– SatCom: dispositivo de localização de emergência e transmissão de dados pra uso móvel baseado nas constelações de geoposicionamento GPS (Global Positioning System) e Iridium, de comunicações.

Fonte: panoramaespacial

12 Comentários

  1. Rapaz.. será que o tal do AMORIM ta colocando a coisa pra andar de vez?????
    porque bons projetos sempre tivemos… mas o lobby da industria de armas extrangeira era forte… desestimulava o mercado interno…
    vamos ver.. 2012 vai ser o ano de definição par ao brasil…

  2. a Odebrecht tem um faturamento anual de 30 bilhões, é muito evidente que eles tenha um lobby muito forte, imagina quantos políticos não os procuram em época de eleição. uma mão lava outra.

  3. O que quer dizer Astros FN? É alguma versão do sistema Astros desenvolvida para os fuzileiros navais?

    http://www.in.gov.br/imprensa/visualiza/index.jsp?jornal=3&pagina=24&data=12/12/2011

    Contratado: AVIBRAS DIVISÃO AÉREA E NAVAL S.A., CNPJ
    00.435.091/0001-98; Contratante: COMANDO DO MATERIAL DE
    FUZILEIROS NAVAIS; Espécie: Contrato n° 31000/2011-19/00; Objeto: Contratação de fornecimento de Sistema de lançadores múltiplos
    de foguetes ASTROS FN; Valor: R$ 119.181.219,00; C. Alte (FN)
    ALEXANDRE JOSÉ BARRETOS DE MATTOS – Comandante; Data de Assinatura: 09/12/2011

  4. O melhor de tudo , é que a Mectron ainda continua em mãos nacionais , espero que continue assim por muito tempo, pois a Odebrecht tem dinheiro para mante-lá .
    Agora algumas perguntas :
    1- Onde está o MAA1-B ? e quem sabe , suas versões terra-ar & mar-ar .
    2 – Já pensaram na hipótese das mesmas utilizações ( terra-ar & mar-ar ) para o A-DARTER ?
    3- Pensaram numa versão dispare e esqueça ( com dois sistemas de guiagem IR-LASER ) , para o MSS 1.2 ? com maior alcance também ???
    4 – Já pensaram numa versão ar-ar do MAR-1 ( Morcego )? pois se não me engano , o MAR-1 tem as mesmas características do AIM-120 ANRAAM .
    O pilo do gato , estaria em como fazer o radar do avião comunicar com o míssil , e controla-ló.
    Por ultimo , mas não menos importante , como andam os outros projetos tocados pela mectron ?
    Modernização dos radares SPC-01 , para algo semelhante ao radar GRIFO FIAR italiano, Kit de bomba SKMB , Míssil ant- navio ?
    Míssil ant-aéreo , em desenvolvimento com o ctex , Míssil AR-superficie ( baseado na tecnologia do MSS 1.2 ), também em desenvolvimento com o CTEX ?
    Míssil MANPADS , etc…
    Se quizer me contratar Mectron , posso ajudar a desenvolver isso tudo, tenho ótimas idéias para sistemas de armas !!!

  5. A Odebrecht poderia adquirir mais empresas no setor de defesa para aumentar seu portfólio e promover a integração com a Mectron. De preferência renacionalizando essas empresas.
    .
    Alguns exemplos: Omnisys, Equatorial Sistemas, Ares, etc.

  6. Com mais de 350 funcionários, sendo 154 engenheiros ? Bom … Parabéns.
    Se estão conseguindo produzir tecnologia de ponta, mesmo que por engenharia reversa (todos fazem isso), vamos em frente.
    A minha área é pesquisa futurística. Penso 1000 anos a frente. O americano pensa 50 anos a frente. O brasileiro pensa 15 anos para trás.

  7. Foxtrot merece ser avaliado, mas isso não será feito, pois estamos no Brasil, o país da anti-criatividade e da anti-intuição.

Comentários não permitidos.