Geórgia mira Ocidente para fugir da Rússia

FABIANO MAISONNAVE – TBILISI (GEÓRGIA)

Derrotada militarmente em 2008 e sem avanço nas negociações com Moscou, a Geórgia aposta no “soft power” para recuperar as regiões de Ossétia do Sul e da Abkházia.

As opções da Geórgia diminuíram desde agosto de 2008, quando os dois ex-integrantes da União Soviética entraram em confronto. A Rússia venceu facilmente e chegou a ocupar algumas cidades fora do território em disputa -20% do país caucasiano-, em que os georgianos estão em minoria étnica.

Beneficiado com ajuda de países ricos do Ocidente, o presidente Mikheil Saakashvili, no poder desde 2004, vem promovendo reformas para modernizar o país. Áreas antigamente críticas, como polícia e energia elétrica, melhoraram.

Na política externa, a prioridade é conseguir o ingresso tanto na UE (União Europeia)quanto na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Embora a adesão ainda seja um sonho improvável no curto prazo, prédios governamentais em Tbilisi ostentam a bandeira do bloco ao lado do pavilhão nacional.

Na avenida principal, um anúncio do governo afirma, em inglês e georgiano, que passar a fazer parte da Otan é a prioridade da política externa do país.

“Nossa prioridade na política externa é a integração na Otan”, diz propaganda oficial na avenida Rustaveli

Já a via que leva ao aeroporto foi rebatizada de George W. Bush. No centro da cidade, existe uma estátua de outro ex-presidente americano: Ronald Reagan.

Na esperança de atrair capital estrangeiro, a Geórgia desregulamentou a sua economia e adotou uma política liberal de vistos. “Não exigimos nem de colombianos”, comentou um funcionário do governo georgiano, sobre um dos passaportes menos práticos do mundo.

“Pessoas que hoje moram nessas regiões [Ossétia do Sul e da Abkházia] veem que a Geórgia está a ponto de se tornar membro da UE e da Otan, e elas vão entender o que estão perdendo por não ser parte disso. É isso o que nós as incentivamos a entender”, disse à Folha Eka Tkeshelashvili, ministra da Reintegração.

A ex-chanceler da Geórgia considera bastante improvável um acordo com o atual governo russo e diz apostar na aproximação com a população das regiões.

Analistas, porém, veem como improvável a entrada da Geórgia na Otan enquanto o conflito com a Rússia, uma potência nuclear, não estiver resolvido. Já o ingresso na UE ficou mais distante com a crise econômica na região.

A passagem do tempo não ajuda a Geórgia. A Abkházia, no litoral do mar Negro, tem tentado promover a independência, apesar de pouquíssimas nações a reconhecerem. Já a Ossétia do Sul, menor e menos populosa, tem um futuro mais incerto, já que seu tamanho a inviabiliza.

Editoria de Arte/Folhapress

“Porque não fomos independentes por muito tempo, nós temos uma visão destorcida do mundo e não temos a cultura da estratégia”, afirma Alexander Rondeli, da Fundação Georgiana para Estudos Estratégicos e Internacionais.

“Mas, apesar do pouco tempo, aprendemos muito, e agora a Geórgia é mais realista com sua posição no mundo. Mas o aprendizado é muito doloroso. Somos uma nação ansiosa.”

Fonte: Folha

16 Comentários

  1. Estatuas de presidentes americanos????realmente é um povo com sindrome de vira-lata, será que tambem gostam de samba, novelas…..e outras idiotices???

  2. E se a Geórgia entrar na Otan, vai dar sérios problemas p Rússia, pois a mesma vai provocar um incidente pela Ossétias, vai arrastar o n mundo p uma guerra de grd proporções…quem viver verá.Sds.

  3. Puxando o saco dos EUA para ingressar na OTAN é triste.
    Até me lembrei de Israel.

    O Obama e Sarkozi já devem ter pensado: “Mais um pra me encher o saco…”

    Foi cutucar o urso com salame dá nisso.

  4. Georgianos são fracos, medrosos e submissos. igualzinho a um certo povo que eu conheço…. será que eles gostam de orgias coletivas como as “micaretas” desse terrinha ???

  5. Claro que a Georgia não deve pedir visto pra ninguem mesmo pois do geito que é governada é como simplesmente não existi-se.
    Sim é um governo de gente fraca, vendida e vadia que arriaram as calças de todos os que um dia foram georgianos, não para os russos e sim para os EUA e UE…

  6. E TEM MAIS…O BURACO É MAIS EM BAIXO E PARECE QUE ELE ESQUENTOU!
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    ********(trechos do texto principal)
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    Rússia ameaça bloquear rotas de abastecimento da OTAN.
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    (…) Rússia ameaça bloquear as rotas de abastecimento da OTAN até o Afeganistão, se a aliança militar ocidental seguir omitindo-se das preocupações de Moscow relacionadas ao escudo de defesa de míssil na Europa, liderado pelos Estados Unidos, segundo um informe recente.(…)
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    (…) ameaça da Rússia de suspender as linhas de abastecimento da OTAN no Afeganistão coincidiu com sanções similares adotadas no sábado (27/Nov) pelo Paquistão, em represália à recente incursão aérea da Aliança, encabeçada pelos Estados Unidos contra as forças militares paquistanesas e onde morreram 24 soldados paquistaneses.(…)

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    (*)Por:http://www.mondialisation.ca
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    http://dinamicaglobal.blogspot.com/2011/12/russia-ameaca-bloquear-rotas-de.html

  7. Penso que sim a Geórgia não devia mudar de time, os Russos são tão santos que o Vaticano a partir desde momento só vai criar santos de origem russas, o exemplo da humanidade.
    Lolol

  8. isso que chamam de nova guerra fria, na verdade não passsa de uma guerra comercial armamentista

    os eua e seus lacaios piratas saqueadores da otan seduzindo a europa oriental, historico feldo russo, para vender …ARMAs, “vamos instalar misseis ai, para defende-los, mas hooo, os russos tão bravos, e agora ?? simples comprem nossas..ARMAS

    enquanto isso a mafiosa russia mordida, vai fazer pirraça no oriente medio, atual feldo norteamericano, e ofereçe a ditadores locais anti-usa…ARMAS, com apoio logistico.

    as puuutencias nunca vão se atacar diretamente, vão e inflamar conflitos entre nações pequenas e lucrar vendendo armas, se tocaram que na epoca da guerra fria, foi quando mais lucraram com a venda de armas, SÃO NA VERDADE DOIS GRANDES CARTEIS DE ARMAS, EXERCENDO A LIVRE E GANANCIOSA COMPETIÇÃO

  9. Tudo o que os georgianos querem é se alinharem com o ocidente,por que apesar da democracia ter os seus altos e baixos,ainda é o melhor regime para se viver.A Rússia apoia os separatistas da Ossétia do sul e Abkházia,por que a Geórgia é um pequeno país e muito fraco militarmente,mas mesmo assim os georgianos conseguiram derrubar entre 8 e 12 aviões russos na guerra de 2008 ,incluindo um bombardeiro tu-26 BACKFIRE usando mísseis fabricados na própria Rússia.A toda poderosa força aérea russa não tinha contramedidas eletrônicas sequer para interferir nos mísseis antiaéreos fabricados por eles mesmo.Isso é que eu chamo do feitiço virou contra o feiticeiro quáquáquáquáquáquá.

  10. Os georgeanos não são é bestas… sabem com quem lidam… ao contrario de uns russófilos que nem sabem localizar a mãe russia no mapa… pateticos…

  11. As aventuras militares desastrosas dos Estados Unidos: Situação atual.
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    Contrariando o bom senso, à medida que o seu poder enfraquece, os impérios embarcam frequentemente em aventuras militares desastrosas e mal aconselhadas.
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    Este fenómeno é conhecido entre os historiadores do império como “micro-militarismo” e parece envolver esforços psicologicamente compensadores para salvar o estigma da retirada ou da derrota ocupando novos territórios, mesmo que breve e catastroficamente.
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    Estas operações, irracionais mesmo do ponto de vista imperialista, representam muitas vezes gastos hemorrágicos ou derrotas humilhantes que só aceleram a perda do poder.
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    Em todas as épocas, os impérios bélicos sofrem de uma arrogância que os leva a mergulhar cada vez mais profundamente em aventuras desastrosas até que a derrota se transforma em derrocada.
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    Em 413 AC, uma Atenas enfraquecida enviou 200 barcos para serem massacrados na Sicília. Em 1921, uma Espanha imperialista moribunda enviou 20 mil soldados para serem dizimados pelos guerrilheiros berberes no Marrocos.
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    Em 1956, um Império Britânico em decadência destruiu o seu prestígio atacando o Suez. E em 2001 e 2003, os Estados Unidos ocuparam o Afeganistão e invadiram o Iraque.
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    Com a arrogância que define os impérios ao longo dos milénios, Washington aumentou o número de efetivos no Afeganistão para 100 mil, alargou a guerra até ao Paquistão, e prolongou o seu compromisso até 2014 e para além disso, muito próximo de desastres grandes e pequenos neste cemitério de impérios com armas nucleares, infestado por guerrilhas.

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    (*)Por:
    Esse texto é um fragmento do texto Tomgram: Alfred McCoy, Taking Down America publicado em 5 de dezembro em tomdispatch.com, dividido aqui em partes e publicadas individualmente:
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    Quatro cenários para o fim do século americano em 2025:
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    1)Declínio econômico dos Estados Unidos.
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    a)Declínio econômico dos Estados Unidos: Situação atual.
    b)Declínio econômico dos Estados Unidos: Cenário de 2020.
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    2)Crise petrolífera: o cenário atual e o de 2025.
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    a)Crise petrolífera: Situação atual.
    b)Crise petrolífera: Cenário 2025.
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    3)As aventuras militares desastrosas dos Estados Unidos.
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    a)As aventuras militares desastrosas dos Estados Unidos: Situação atual.
    b)O Cenário de 2014 das aventuras militares dos Estados Unidos.
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    4)Cenário de uma III Guerra Mundial.
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    a)Cenário atual de uma III Guerra Mundial.
    b)Cenário de III Guerra Mundial até 2025.
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    Uma Nova Ordem Mundial?

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    http://dinamicaglobal.blogspot.com/2010/12/as-aventuras-militares-desastrosas-dos.html

  12. Fiquei interessado em fazer turismo na Geórgia, com esse desespero todo de apoio ocidental, pelo jeito turista do ocidente lá é rei. hehehe!!!!
    Vamos fazer uma caravana???

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