AEL Sistemas investe em produção e pesquisa

Por Virgínia Silveira

A AEL Sistemas, uma das principais empresas fornecedoras de sistemas eletrônicos de defesa para as Forças Armadas Brasileiras, está quadruplicando a área de sua fábrica em Porto Alegre e investindo US$ 20 milhões na construção de um centro tecnológico de defesa.
O local vai abrigar o desenvolvimento de soluções tecnológicas para as áreas de defesa, espaço, segurança e logística, em atendimento às demandas da Estratégia Nacional de Defesa (END), que prevê o reaparelhamento das Forças Armadas Brasileiras e a capacitação da indústria em tecnologias de alto valor agregado.
Segundo o vice-presidente de Operações da AEL, Vitor Neves, o projeto de expansão da empresa foi motivado pelo crescimento dos negócios na área de defesa e as perspectivas de incremento para os próximos anos, tendo como base a previsão de investimentos do governo no setor. A expectativa da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa (Abimde) é que os investimentos atinjam cerca de US$ 120 bilhões num prazo de 20 anos, sendo que R$ 40 milhões já foram anunciados.
Com os negócios em crescimento, a AEL, segundo o executivo, tem dobrado seu faturamento a cada ano, tendo encerrado 2010 com uma receita de US$ 40 milhões. “Em 2011 devemos registrar um crescimento de 50%, mas com os novos projetos em desenvolvimento, a nossa expectativa é a de um incremento anual de 30%”, disse. O número de funcionários, diz ele, vai passar dos atuais 240 para 500, num prazo de cinco anos.
Entre os projetos já anunciados, a AEL destaca a sua participação no desenvolvimento de sistemas eletrônicos para o novo veículo blindado do Exército Brasileiro, o Guarani, que também conta com a participação da empresa Iveco. “Temos uma carta de intenções assinada com o Exército para o desenvolvimento de 216 torretas (sistemas de armas) não tripuladas para o Guarani”, disse Neves.
Especializada na fabricação de hardware e software para aeronaves militares, a AEL foi selecionada para fornecer os sistemas aviônicos (eletrônica embarcada) dos helicópteros Esquilo do Exército, que estão sendo modernizados. A Helibras, associada do grupo francês Eurocopter, também selecionou a AEL para fornecer os aviônicos dos 50 helicópteros EC725, que vão equipar as três Forças Armadas do Brasil.
A Embraer Defesa e Segurança escolheu a AEL para fornecer quatro sistemas do jato de transporte militar e reabastecimento em voo KC-390, que está desenvolvendo para a Força Aérea Brasileira (FAB). Os sistemas, de acordo com o vice-presidente Vitor Neves, compreendem o computador de missão da aeronave, um sistema de auto-proteção, que envolve equipamentos de guerra eletrônica, entre outros itens.
A Embraer é uma das acionistas da AEL, com participação de 25% no capital da empresa. As duas empresas criaram este ano a Harpia, com o objetivo de explorar juntas o mercado de veículos aéreos não-tripulados (vants). Numa primeira fase, segundo Neves, a AEL irá oferecer o vant Hermes 450, fabricado pela Elbit Systems, grupo israelense controlador da empresa brasileira.
“Nós vencemos uma concorrência da FAB no ano passado para a venda de dois vants, com os quais se pretende criar uma doutrina própria de utilização na Força, mas futuramente queremos desenvolver um vant estratégico brasileiro e isso será feito através da Harpia”, afirmou. A Embraer tem participação majoritária na Harpia, com 51% do capital da empresa.
Antes mesmo da criação da Harpia, a AEL já era parceira de longa data da Embraer. Começou a trabalhar com a empresa na década de 80, fornecendo sistemas aviônicos para a aeronave EMB-312 Tucano. Nessa época, a AEL se chamava Aeroeletrônica e pertencia ao grupo gaúcho Aeromot. Em parceria com a Embraer, a AEL também faz a modernização dos sistemas aviônicos dos caças AMX e F-5, da FAB, avaliados em R$ 353 milhões.
A AEL também é responsável pela modernização dos aviônicos da frota de 50 Bandeirante da FAB e a Embraer ficou com a parte dos sistemas de ar-condicionado e de geradores. O primeiro Bandeirante modernizado será entregue hoje para a FAB no Rio de Janeiro. Outros quatro, de acordo com Neves, já estão em fase final de entrega.

Fonte: Valor Econômico via Resenha

9 Comentários

  1. que vergonha, um país que vende toda sua industria militar para estrangeiros, cade os orgãos de fiscalização do governo e os militares para impedir as aquisições.

    SERÁ que se o brasil queser vender torres não tripulada e sistema eletronico para alguns paises do oriente medio, inimigos de israel, poderá vender ?

    duvido!!!

  2. Dizem que é brasileira, mas no fundo é Israelense. è subsidiária da Israelense, desde 2001, da “Elbit System Ltda”, maior empresa privada de IsRAel.

  3. A AEL pertence a israelense Elbit, a empresa fornece componentes eletrônicos para os helicópteros da Helibrás, que por sua vez pertence a francesa Eurocopter. Além disso vai fornecer torretas automatizadas para italiana IVECO.
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    Perceberão que parte das principais empresas de alta tecnolgia e com grande potencial estão nas mãos de estrangeiros ?
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    E que essas mesmas empresas abocanham projetos bilionários de reaparelhamento das FA’s.

  4. Como disse antes, vou repetir .
    Já entregaram a riqueza do pais nas mãos dos estrangeiros, com as privatizações dos Bancos .
    Agora estão privatizando a defesa nacional, absurdo.
    Cadê o CADE ( Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que não impede ?
    A única coisa boa dessas aquisições ( se é que tem alguma coisa boa nisso !!), é o fato de ensinar aos empresários Brasileiros investir em pesquisas .
    Porque , cá pra nos , o empresariado nacional não investe em pesquisa . Só sabem copiar o que vem de fora e venderem aqui dentro.
    Isso é resquício do tempo de economia de mercado ,quando tinha-mos que comprar apenas o que era produzido aqui no pais , e caro ainda por cima.
    As poucas empresas nacionais , que descobriram que investir em P&D é vantajoso , hoje estão entre as maiores multinacionais do mundo.
    Cito algumas ( BRASKEN ,PETROBRÁS etc..) .
    O pior é que a Montaer ( Embraer ) , está fazendo um mega monopólio de defesa , e não fazem nada , ainda para piorar incentivam.
    Complicado !!!
    Outra coisa que o empresario Brasileiro sabe muito bem, reclamar rsrs

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    ORLOV e FOXTROT:
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    Muito bom ver seus comentários de novo FOXTROT, e sim tem razão assim como o Orlov, vendemos tudo pros estrangeiros deixando nada de controle por aqui, a não ser apertar parafusos… essa AEL é agora uma empresa de Israel, mas gera algum emprego aqui… mesmo assim não deveriam ter aceitado a venda pra fora, e deviam ter usado o BNDES pra investir nessa empresa, que no fim será a unica a ganhar com o Know How produzido por aqui, se brincar leva até os engenheiros pro exterior!
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    Agora a merda esta feita, então é fiscalizar os movimentos esperando que o Brasil fique com alguma coisa também destes investimentos em tecnologia… e espero que os produtos para a nossa defesa sejam modernos e promissores em sua potencia!
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    E sim o BNDES tem que investir em outra empresa nacional de aviação senão a Embraer vai virar monopólio exatamente como foi em seu período estatal… tem a Novaer e a Akaer pro BNDES transformar em empresa grande capaz de concorrer com a Embraer… mas ha interesse politico industrial ou do CADE nisso??? Creio que não…
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    Abraço FOX!!

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