A Saab quer voar mais alto

Empresa sueca traz novo executivo ao Brasil de olho em projetos bilionários que vão além da disputa pela venda de aviões de combate para as Forças Armadas.

Por Marcelo CABRAL

A sueca Saab está ampliando sua aposta no Brasil. Após quase uma década de participação na enroladíssima e ainda não decidida licitação do governo federal para a compra de 36 aviões de combate para a Força Aérea, a empresa de defesa e segurança resolveu ampliar seus horizontes para os outros programas que visam modernizar as Forças Armadas. Quem vai cuidar dos novos projetos será Ake Albertsson, vice-presidente de marketing  mundial do grupo, agora nomeado como gerente-geral para o Brasil. “Não somos somente o Gripen (avião oferecido na disputa dos caças)”, disse Albertsson à DINHEIRO. “Temos radares, sistemas eletrônicos e soluções que vão contribuir tanto para o setor militar quanto para capacitar a indústria brasileira.”

O novo comandante: Ake Albertsson será o responsável por pilotar os negócios da Saab no Brasil por outros ares

A chegada de Albertsson é mais um passo da ofensiva comercial mantida pela Saab no Brasil. O primeiro grande movimento ocorreu no ano passado, com a aproximação política com Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo do Campo, pelo PT, e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse contato resultou na criação do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) na cidade, capitaneado pela empresa, bem como na trasformação de Marinho em um aliado de primeira linha. “O Centro vai oferecer mão de obra capacitada para empresas que atuarem em parceria conosco nos futuros projetos no Brasil”, afirma Albertsson. O objetivo é oferecer nos próximos três anos cerca de 100 bolsas de estudo a brasileiros na Suécia, entre doutorados e pós-doutorados.

Albertsson transferiu-se da gélida Linköping, na região central da Suécia – e um dos principais polos tecnológicos do país –, diretamente para o tórrido Rio de Janeiro, onde ficará baseado. Ele, no entanto circulará entre sua base de operações e São Paulo, onde estão as principais empresas  nacionais da indústria de defesa. Brasília, onde a Saab já mantém um escritório voltado para contatos com parlamentares e militares, também fará parte da rota do executivo.
Afinal, é no âmbito do Ministério da Defesa que será travada a disputa em torno dos três grandes programas que estão na mira da companhia.
O primeiro deles é o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), orçado em R$ 10 bilhões. Trata-se de um programa que irá reunir radares, sistema de comunicação, veículos aéreos sem tripulantes e pelotões de soldados para proteger as fronteiras do País, especialmente a Amazônia.
Já o segundo programa é naval. O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (Sisgaaz) vai reunir em um único grande sistema dados vindos de várias plataformas – navios, aviões, submarinos, helicópteros e guarda costeira – para patrulhar a costa nacional, especialmente os campos petrolíferos do pré-sal, uma região conhecida no jargão militar como Amazônia Azul devido à sua extensão. Ambos os projetos estão na fase inicial, conhecida como request for information (pedido de informações) e devem ser efetivamente iniciados no ano que vem, com previsão de serem concluídos no fim da década.

Caça Gripen: avião de combate sueco segue no páreo para ser vendido à FAB

O último alvo da empresa sueca também está nos mares. O Programa de Obtenção de Meios de Superfície (ProSuper) prevê a compra de 11 navios pela Marinha por um total de cerca de R$ 7,5 bilhões, para proteger os campos de petróleo do pré-sal. O plano dos militares é que dez dos 11 navios sejam construídos no Brasil, com total transferência de tecnologia no processo.
Esse é o programa mais avançado de todos, estando na fase do request for proposal (pedido de proposta). Os resultados  da concorrência, que conta com a participação de empresas da Inglaterra, Itália, França, Espanha, Alemanha e Coreia do Sul, devem ser anunciados no primeiro trimestre de 2012.
No caso da Saab, a companhia não participaria do processo de fabricação mas sim da equipagem dos sistemas, especialmente os radares.
A ideia da Saab é procurar parceiros brasileiros para participar dos processos.

Nos bastidores do mercado de defesa, comenta-se que grupos nacionais que atuam no segmento militar – Embraer, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa – estão em busca de parceiros internacionais visando a formação de joint-ventures para as disputas.



“Os brasileiros entram com a indústria e os estrangeiros com know-how e tecnologia”, diz um especialista no setor. “A disposição de transferir integralmente essa tecnologia pode ser o diferencial da Saab diante das concorrentes, como a Thales (França), a Elisra (Israel) e a Finmeccanica (Itália)”. Albertsson não confirma nomes, mas se diz “aberto a todas as empresas que tiverem interesse em colaborar conosco”.

Fonte: Isto é Dinheiro

24 Comentários

  1. O Gripen eh muito fraquinho pra operar no Brasil, nao entendo pq esta no Fx, muito inferior a um F16,F18. A Saab esta pensando somente nela, pois vai faturar muito em cima do Brasil, mas nos teremos um jato militar pequeno e sem condicoes pra nossa defesa, muito menos pra enfrentar um Su-30 venezuelano ou outro jato qualquer.

    Fala serio, eu quero ver uma aeronave decente pra voar no Brasil.!!

  2. o problema e que a fab so tem dinheiro pra andar de palio 1.0……nao tem dinheiro pra andar opalao 6 cilindro(su-30) que e o ideal para o nosso pais…infezlimente

  3. A visão da Saab é muito interessante.
    Embora a venda dos caças seja a jóia da coroa, num primeiro momento, mais e maiores resultados podem ser alcançados com o tipo de trabalho que está sendo feito.

  4. Vitor, talvez o Gripen não seja fraquinho. Para um país que não leva a sério o setor de defesa, qualquer coisa serve. Os aviões serão apenas para ocuparem hangares e para o faz-de-conta.
    .
    Na eventualidade do Brasil, precisar entrar em conflito, seríamos varridos do mapa.
    .
    No Brasil nada é sério, tampouco o setor de defesa.

  5. Meu Deeeeus…!

    O Gripernilongo fraquinho…,
    .
    pra nossa defesa aerea??
    .
    Que horroooor, estamos fufu… 😆
    kkkkkkkkkkkkk

  6. Gripen fraquinho?
    Já ví muitos “fraquinhos” darem uma sova em grandalhões, rsrsrs, alguém já viu um SH ou um Rafale abater algum outro caça qualquer em um combate real???
    Venezuela possui Su-30, mas creio que ainda estão treinando combates BVR, enquanto que a FAB tem essa doutrina já a alguns anos, com os F-5M/Derby/E-99. Por acaso a FAB é mais fraquinha que a FA venezuelana?

    Que venha o Gripen NG para a FAB, mesmo sendo a que tem mais partes fabricadas em outros países, ainda assim é a que mais garante ToT, na minha opinião.

  7. Alguém ainda duvida que o Gripen já levou essa???
    A Saab já tá comendo pelas beiradas a muito tempo e praticamente já se instalou no Brasil.
    É assim mesmo que acontece, chega como quem não quer nada e quando ver… Com certeza depois dessa decisão da Suíça alguém deve se pronunciar sobre o FX-2

  8. O Gripen é um bom caça,porem pequeno a FAB precisa decidir o que ele quer do Projeto F-X.Se um caça médio como o F-18 ou Rafale ou um LOW como o Gripen.O Gripen seria um excelente substituto para o F-5 mas não seria o ideal para ser a ponta de lança da força aérea,ou seja o HI.
    Só vejos duas opções para o nosso HI uma é o F-15 que os EUA só vendem para seu FIÉIS aliados.E o outro o SU-35 que os Russos nos ofereceram.

  9. Os caças Suecos foram idealizados pensando num senário onde havia de um lado a CCCP e de outro a OTAN. E eles, os caças suecos, deveriam negar o uso do espaço aéreo sueco por estes dois atores da guerra fria. Portanto, devem eles ser capazes de enfrentar os caças russos e da OTAN pois foram projetados para tal. E relativo aos custos de aquisição e mantenimento eles, os caças suecos, estão mais dentro dos padrões brasileiros de orçamento. Assim como o sueco não é um mar de dólares. A única coisa que não é compatível é o raio de ação más não tão distante do alcance da nossa frota atual. E podemos participar de projetos futuros com eles, a exemplo do AMX com a Itália para adquirirmos capacitação…

  10. O que impreciona é que as grandes imprezas interesadas são praticamente todas voltadas a terra planagem e construção de rodovias,cinal que faturam bem com os governos,licitações forjadas superfaturadas e tudo mais é um perigo deste caça caçar o dinheiro do contribuinte.

  11. OS SUECOS ESTÃO APOSTANDO NO BRASIL!
    .
    .

    Os suecos estão jogando o jogo,eles com essa estratégia de englobar os brasileiros em seus planos e como se arrasta o programa FX-2,darão a eles o tempo mais do que o suficiente de cativar os brasileiros e por gravidade o programa será o gripem na cabeça…até eu que considero o rafale o melhor já estou repensando essa minha opinião pró sueca.

  12. Vitor
    Para se dizer que o Gripen é muito fraquinho é preciso que tenha argumentos bons e não vi você argumentado sobre isso. O Gripen é o caça dentro do FX-2 que mais se adapta ao Brasil, apesar de gostar muito do F-18 SH (mas pela sua difícil transferência de tecnologias), voltando ao sueco, ele tem maior alcance que a do F-5 e Mirage 2000, apesar desse ultimo voar 100 km a mais, mas não em supercruise; tem capacidade de carga maior que os atuais vetores da FAB, tecnologia inigualável, pode não ser um Su-35BM, mas é o que nós temos dentro de nossa realidade tanto de escolha quanto de custos de aquisição e manutenção. Quando falo do Su-35 não que Gripen não possa fazer frente ao russo, mas tem limitações quanto ao alcance e capacidade de carregar armamentos.
    Você se engana ao falar que o caça sueco não tem capacidade de combate contra um Su-30, eles nas suas versões A/B foram feitos pensando em um possível combate contra os Su-27. A diferença é que o Gripen é uma aeronave produzida em um país que não tem interesse de projetar poder além da suas fronteiras, por isso tem aquele raio de combate, que agora está sendo aumentado para concorrer em disputas internacionais, já o Sukhoi foi projetado para projeção de poder tanto dentro quanto fora das fronteiras.

    Agora uma coisa que tenho defendido é: já que não vão decidir o FX-2 até meio do ano de 2012, por que não abrir oportunidade de receber outras propostas? Vamos emitir pedidos de propostas a todos os fabricantes mundiais de caças de 4ª geração, de americanos a chineses.
    F-15, F-18, F-16, Rafale, Gripen, Eurofighter, Su-35BM, MiG-35, J-10B e JF-17. Se não vamos tomar essa decisão logo é melhor avaliar todas as opções que o mercado mundial nos oferece.

  13. Se a Suécia não quer projetar poder, então, não projete, já o Brasil sim precisa, porque é um país continental, num continente em que a outra metade são hispânico e muitos deles ou pro-americanos ou bolivarianos.
    .
    Sendo já hoje calculo, dezembro 2011, a SEXTA economia, não dá para seguir com o papo de que o Brasil não precisa projetar poder.
    .
    O Brasil não só está destinado a projetar poder mas a fabricar suas próprias armas, como fazem as potências que estão no mesmo patamar.
    O NG nem sequer recebe encomendas do próprio país onde o estão projetando.
    .
    Não é a FAB quem decide, decisões estratégicas correspondem ao povo brasileiro, e no regime em que vivemos aos seus representantes.
    .
    O povo brasileiro pode errar quando vota, mas os brigadeiros não foram escolhidos pelo povo, eles não representam o povo, nem tem as obrigações e controles que a constituição determina para os escolhidos pelo voto.
    A democracia funciona assim, eu voto, eu quero que aquele em quem eu votei seja quem decida o que é melhor para o país.

    O desenvolvimento industrial dum país, e a economia dum país está por cima da FAB, porque se não existe desenvolvimento industrial e progresso econômico a FAB não teria nada par defender, então primeiro está o país, sua indústria e seu progresso econômico que é a base de tudo.

    Não é a FAB que decide é o governo como representante do povo brasileiro, levando em conta distintos interesses, dos trabalhadores, dos empresários, estratégicos e geopolíticos.
    .
    É o Povo Brasileiro, são seus trabalhadores e empresários que fizeram deste país uma potência, os que têm o direito de decidir.

  14. Cara, eu antes achava que realmente o rafale era um puta caça para o brasil…
    mas diante de tantos cortes no orçamento…
    PRECISAMOS DE AVIOES QUE VOEM E QUE SEJAM NOSSOS. só isso….
    O gripen tem alcance menor? tem mas e daí? ele voa não voa? é barato não é?
    Vocês não acham que a distribuição de um numero maior de caças sobre nosso território não é melhor…
    Mas é um caça versátil… pode pousar e decolar de uma rua qualquer, e sem dúvida nenhuma, ele vai sim ser desenvolvido aqui no brasil… e muitas coisas nele podem mudar, de acordo com a nossa realidade, como a carga útil…. o alcance e etc..
    Todos os outros concorrentes são meros produtos de prateleira, de países desesperados para conseguir clientes rentáveis… você acha que dassault e boing vão passar alguma tecnologia para nós.. além da tecnologia utilizada nos macacões dos pilotos?

  15. Ainda acho que a Embraer deveria adquirir a SAAB.
    Até porque a expertise da SAAB em radares e eletrônicos traria conhecimento e tecnologia de ponta para a Atech e Orbisat.
    .
    Sem mencionar que o Brasil teria um conglomerado de alta tecnologia com relevância mundial unindo EMBRAER e SAAB.

  16. o gripen e um exelente avião , vem de uma linhagem fantastica de aviões de combate, a saab não começou ontem a fazer caças, vide LANCEN, DRAKEN, VIGEM,obvio que por ser menor e monomotor esta em uma outra caracteristica estrategica, meus preferidos eram na ordem, su 35 e rafale, mas acho que o gripen tambem traria um salto muito grande a fab, logico que o numero de unidades caso seja o gripen não pode ser trinta e seis, pelo menos o dobro para compensar seu pouco alcançe, mas devidamente bem distribuido por tudo territorio nacional, com radares aesa e misseis meteor, e os codigos fonte abertos paro armamento produzido aqui, e um fator dissuasorio para qualquer oponente no mundo !!!

  17. Já defendi muito o Rafale, mas o preço atual está fazendo o caça francês pagar mico do tamanho do seu preço. O Gripen consegue substituir as aeronaves brasileiras atuais numa boa, mas não nos coloca na frente de outros países latino-americanos. O tempo q o F-X leva pra se resolver já era o tempo pra se desenvolver um caça nacional em parceria. Um F-X3 deveria levar em consideração um caça de 4ª ou 4,5 geração, ainda q de prateleira e um projeto de caça 5ª geração com o vencedor.
    Com tudo isso, se a Saab topar um caça de 5ª geração em conjunto com Brasil e Turquia, ainda estaremos bem. A paciência com os franceses está acabando…

  18. Hehehehe….mais um que vai ser enrolado por muito,muito tempo pelo Brasil,hehehehe…não sei como eles ainda acreditam que o Brasil vai comprar algo que preste para a defesa,a única coisa que se faz rapidamento no Brasil é o aumento de salarios e beneficios dos nossos “dignissimos” politicos,para de perder tempo saab é mais façil na África!

  19. Eu prefiro os Rafale mas a essa altura do campeonato me contento com o Gripen. Qualquer um desse tah bom pro Brasil, desde que não seja os f-18 dos americanos…

  20. Ygor disse:
    05/12/2011 às 09:57

    Hehehehe….mais um que vai ser enrolado por muito,muito tempo pelo Brasil,hehehehe…não sei como eles ainda acreditam que o Brasil vai comprar algo que preste para a defesa,a única coisa que se faz rapidamento no Brasil é o aumento de salarios e beneficios dos nossos “dignissimos” politicos,para de perder tempo saab é mais façil na África!

    Falou e disse

Comentários não permitidos.