Fusão da AEB com Inpe está morta, diz Gilberto Câmara, presidente do instituto

A proposta apresentada no meio do ano pelo presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Marco Antônio Raupp, de fundir a autarquia com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) não está mais sendo discutida dentro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A proposta não avançou porque sofreu forte oposição de Gilberto Câmara, diretor geral do Inpe. A ideia de Raupp era que a incorporação da AEB com o Inpe pudesse fortalecer o Programa Espacial Brasileiro a partir de uma atuação integrada das duas instituições.

“Falei ‘ótimo’ desde que a resultante disso se chame Inpe. O Instituto tem uma história é uma das instituições de pesquisa mais respeitadas do Brasil, muito mais antiga que a AEB. A AEB tem dois funcionários. Como ele (Marco Antônio Raupp) não topou, não rolou. A proposta morreu.”, explica Gilberto Câmara.

A proposta, por ora, está engavetada. Entetanto, Câmara está deixando o Inpe até o final do ano, o que poderá fazer com que a discussão seja recolocada quando o Intituto passar a ter outro diretor. Câmara diz que está “cansado”e pretende se dedicar mais à área acadêmica. Em 2012 ele deve se afastar para fazer um curso de pós-doutorado na Alemanha.

O novo dirtetor da o Instituto será escolhido pelo ministro Aloízio Mercadante a partir de uma lista tríplice apresentada pelo Comitê de Busca que é formado por profissionais que atuam em áreas afins às do Inpe.

Embraer

Câmara discorda da maneira como o governo vem trabalhando no projeto do Satélite Geoestacionário Brasileiro. Sua maior insatisfação reside no fato de o Inpe não ter sido incluído nas discussões. Além disso, segundo ele, o governo ainda não indicou como a experiência do Instituto será aproveitada no programa. Sobre a joint-venture da Telebras com a Embraer, Câmara diz que não vai haver “integração nenhuma” como dizem os representantes do governo. Isso porque a companhia vai comprar um satélite pronto, já que não tem nenhuma experiência em integração. “Integração não é o que a Embraer vai fazer, ela vai acompanhar. A Embraer vai comprar pronto. A melhor maneira de integrar um satélite é fazendo”, afirma ele.

Segundo ele, para que “a Embraer possa ser o que o governo quer que ela seja” é preciso investimento na empresa. Câmara procura amenizar a sua insatisfação com a exclusão do Inpe. “Como o Inpe vai passar o seu conhecimento para a Embraer, eu não sei. E nem quero falar sobre esse assunto agora que eu estou saindo. Isso faz parte de um debate que vai acontecer nos próximos anos”.

Prêmio

Gilberto Câmara esteve nesta quarta em na Câmara dos Deputados onde foi homenageado em nome do Inpe com a Medalha Mérito Legislativo pelo trabalho que o Inpe desenvolve na área ambiental com monitoramento de queimadas, entre outras ações. A Medalha Mérito Legislativo é a maior honraria concedida pela Câmara dos Deputados a pessoas com relevantes serviços prestados ao País.

Fonte: Teletime News

7 Comentários

  1. Ola!

    Paradigma, por isso e outras coisas mais é que o Brasil não avança.
    Pessoas que lutam para manter o Status quo, achando que o que foi feito ate agora elevaram o nome da instituição.
    Não aceitam novas idéias.
    Cade a autoridade do Sr. Ministro, precisamos mudar, aglutinar tudo do mesmo, e todos passem a responder somente a um único gestor voltado para a área espacial.
    A área espacial no Brasil, tem muitos órgãos, departamentos e institutos ocasionando sobreposições de funções e logicamente, pessoas defendendo o seu lado.
    Para começar isso é que tem que ser revisto.
    Nesse momento, alguém esta pensando grande, estamos começando a ter visão de futuro e tentando tirar do atraso o desenvolvimento tecnológico brasileiro na área espacial
    Sds.

  2. Isso só prova uma coisa… o FISIOLOGISMO ainda grassa o estado brasileiro… quem manda ainda são os caciques dos partidos… BRASILLLL!!!…

  3. Blue Eyes, Na Resistência disse:
    03/12/2011 às 16:23
    de volta dos mortos camarada olhos azuis rsrsrs, fico contente em velo por aqi de novo, e sempre bom ter a presença de quem faz o contraditorio para enriquecer o debate, algo que vc faz muito bem.
    quanto ao INPE e a AEB, não devem ter querer não, devem cumprir a determinação do estado, e atender suas nessecidades,e não servir de cabide de empregos para burrocratas inuteis, o que que o INPE ja fez pelo brasil de concreto ?? alem de errar previsão do tempo com seus balõezinhos dos anos 70, e a AEB O QUE FEZ? alem de soltar fuguetinhos de são joão em alcantara? o programa espacial chines começou depois do nosso, e alem de ja lançarem satelites, ja estão pensando em em por astronautas no espaço, e não adianta ficarmos pondo a culpa em boicotes e sabotagens, ou acham que a china não passou por isso tambem !!!

  4. Rsrsrsrsr… grande capa preta… fico eu feliz que tenham sentido minha falta… o blog não vive sem a diversidade… seria muito chato ver aqui plantado o clube da direita conservadora ou somente sua antitese… saudações…

  5. Algumas opiniões mostram a visão deturpada que se tem sobre o INPE, CTA e AEB.

    1) O INPE cumpre as determinações do Estado. Tanto é que o Brasil ainda não detém tecnologia espacial por conta da falta de investimento do Estado na área. O Estado prefere comprar satélites prontos, continuar na dependencia tecnológica e o INPE cumpre EXATAMENTE o que o ESTADO quer.

    2) Quem lança foguetes não é a AEB. A responsabilidade do veículo lançador de satélites é do CTA. A AEB coordena, emperra e faz o que o Estado determina, reduzindo verbas, aceitando contratos milagrosos e inúteis, pois ninguém neste planeta transfere tecnologia. Ninguém! Tecnologia é vendida em caixas pretas. Nem mesmo a Argentina, de onde o Brasil comprou todo o sistema de Controle do Satélite Amazônia, detém tecnologia. Os Estados Unidos entregou uma caixa preta tecnológica em troca do fechamento do programa espacial argentino.

    3) A EMBRAER não fará satélite algum. Ela não detém tecnologia para isso. Dinâmica Espacial e Dinâmica Aeronautica são duas tecnologias completamente distintas. A Boeing, empresa americana fabricante de aeronaves, investiu durante anos (e põe anos nisso) junto à NASA para comercializar os produtos. Nehuma empresa brasileira, mesmo aquelas que se dizem voltadas ao ramo espacial, detém tecnologia espacial. A maioria dos contratos na área envolvem “colaboradores” estrangeiros, ou seja, a empresa brasileira subcontrata serviços na área no mercado internacional.

    4) Não perdemos com isso. Pelo contrário! O governo brasileiro teria que investir tudo que já investiu no INPE, desde a sua fundação, para que a Embraer pudesse construir um satélite. Satélite de comunicação não é feito com tecnologia de avião. A estratégia proposta pelo Dr. Raup é uma forma de gerar subcontratos para empresas brasileiras que se “dizem” capacitadas tecnologicamente. (Vide 3).

    5) O Estado “investiu” bilhões de reais para salvar bancos da falência alegada. Por incrível que pareça, os bancos “acudidos” apresentaram superávit financeiro extraordinário que extrapola, em muito, o valor entregue à eles pelo Estado. Já a Ciência e Tecnologia, Saúde e Transporte, tiveram os orçamentos reduzidos. Então não é fisiologismo também! É a política adotada pelo Estado que o povo brasileiro elegeu.

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