Defesa & Geopolítica

Segunda Parte do Primeiro dia do Fórum Nacional de Defesa

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MODERNIZAÇÃO DA INDÚSTRIA

Regime Tributário para a Indústria de Defesa (RETID) dentro do contexto da competitividade da indústria nacional
Armando Lemos – Diretor Técnico – ABIMDE – Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança
Esta exposição começou com uma breve informação do que se trata a ABIMDE, uma Entidade Civil que existe de 1985 e não possuí fins lucrativos, associando as indústrias nacionais do setor de defesa, e que conta com a maioria de seus associados sendo empresas de pequeno e médio porte cuja a exportação em geral é algo raro e não frequente.
O sr. Armando Lemos demonstrou alguns dos aspectos favoráveis que possuímos no país para a indústria de defesa mas frisou bastante a dificuldade que o dito “Custo Brasil” causa ao setor e que desestimula os investimentos na área, esclarecendo que “CUSTO BRASIL” é a somátoria de tributos juntamente da burocracia das instituições.
Ainda que desta forma foi lembrado que o PRODUTO DE DEFESA é um INDUTOR DE DESENVOLVIMENTO.
Foi citado então o seguinte quadro:
Hoje para 25 empregos diretos do setor, temos 100 empregos indiretos
Para 2020 a estimativa seria de para cada 48 diretos teremos 190 indiretos
E em 2030 poderemos chegar a cada 60 diretos termos 240 indiretos
Este quadro se seguiu a um ainda mais otimista sobre os ganhos:
Hoje – importamos 1,7 bilhões e exportamos 1 bilhão
Em 2020 – importaremos 3,5 bilhões e exportaremos 4 bilhões
E em 2030 – importaremos 4,2 bilhões e exportaremos 7 bilhões
E aqui tivemos a importante observação de que Tecnologias Críticas são pontos fortes de Embargos.
O relativo otimismo se deve as medidas viabilizadoras para o setor recentemente, como:
– “Compre Brasil” = preferência por produtos nacionais em concorrências governamentais
– EED = Empresa Estratégica de Defesa que está em processo de regulamentação
– Compensação Tecnico, Industrial e Comercial
– Segurança e Defesa = passar regras hoje do setor de Defesa para o setor de Segurança
– A participação do Governo nas EED’s e a Não-Desnacionalização das EED’s.
Para o crescimento no Mercado Externo precisamos de maior promoção e isto puxou o assunto a respeito da Aérea Tributária onde é essencial para o setor que se tenha uma isonomia fiscal e principalmente a desoneração fiscal. Foi citado neste momento a necessidade de mão de obra qualificada.
Tivemos uma observação sobre a necessidade do setor que sejam criadas linhas de créditos especiais e fontes de financiamento disponíveis para garantir o desenvolvimento e crescimento do setor.
A ABIMDE ainda reforça que o setor de Defesa, traz desenvolvimento tecnológico, científico e inovação além de atuar na cadeia produtiva e com isso se tornaria clara a importância da EED e sua regulamentação, assim como a RETID, que inclusive se baseou no RETAERO
Foi feito o comentário de que a MP 544 busca a adequação de legislação para o setor, porém que a mesma se encontra em tramitação no congresso, inclusive trancando a pauta.
Um ponto chave desta exposição foi em seu final a frase: “TENHA ORGULHO DOS PRODUTOS NACIONAIS”

Aplicação de sistemas de imageamento térmico de longo alcance para fronteiras terrestres e marítimas.
Guilherme Gielfi Otero – Gerente de Desenvolvimento de Negócios – FLIR SYSTEMS

A FLIR Systems esteve presente no F’órum Nacional de Defesa demonstrando uma câmera de longo alcance no salão do local onde se realizou o evento e também com uma câmera compacta para utilização pessoal, materias de excelente qualidade e a demonstração das câmeras em funcionamento é sempre bastante chamativa.
A palestra do sr. Guilherme Otero foi calcada em mostras as possibilidades e capacidades do uso das câmeras térmicas para vigilância de perímetros e fronteiras, iniciando-se pelas capacidades como a possibilidade de visão em ambientes pouca ou nenhuma luz e visibilidade limpa de reflexos de luz como o sol ou outras fontes e a ofuscação que seria causa por lanternas ou fárois.
As câmeras térmicas porém não são capazes de ver através de vidros e não podem fazer reconhecimento forense além de possuirem alguma limitação em ambientes com grande umidade como neblina, porém ainda assim representando um instrumento valioso para monitoramento.
A exposição ainda demonstrou a ampla capacidade dos sistemas de câmeras térmicas se for utilizado em conjunto com radares, sensores de movimento e microondas.
Após algumas exposições dos tipos de locais onde um sistema de câmeras térmicas podem ser utilizados, como Portos e regiões de fronteiras com Rios, ou fronteiras secas, demonstrando claramente que não podemos nos limitar a “enxergar” somente o que está na linha de fronteira e sim aquilo que está adiante e preferencialmente muitos metros ou até quilômetros a frente, chegamos a uma rápida exposição do case do México.
Para monitorar a fronteira com os EUA o México está iniciando um sistema baseado em câmeras térmicas:
– Equipamentos de curto alcance (2,2km) e capacidade de reconhecimento a 800m
– 87 torres de 5 à 17 metros
– 2 Centros C4I redundantes
– rede de fibras ópticas – 7 a 8 centros de recepção
– Operação Stand Alone
– Transmissão On-Line
Este case demonstra o potencial gigantesco que um sistema de câmeras térmicas quase que sozinho é capaz de ter, e juntamente de outros equipamentos e estruturas pode-se chegar a um fantástico sistema de monitoramento de áreas.
A FLIR Systems já está presente no Brasil desde 2006 com um centro de calibragem e manutenção que possivelmente é o maior e mais avançado da América do Sul, além de ter a presença de seus produtos em países sul-americanos e estar expandindo sua presença na região tanto no mercado de Defesa, quanto de Segurança.
O sr. Guilherme Otero ainda reforçou a intenção da FLIR em aumentar suas estruturas no Brasil, porém aproveitando dos comentários do Diretor Técnico da ABIMDE, sr. Armando Lemos, a FLIR Systems esbarra hoje no “Custo Brasil” e não pode expandir negócios no Brasil devido a possibilidade de concorrendo com ela mesma (em sua matriz) perder uma concorrência devido aos valores dos produtos vindos da matriz serem menores que os produtos feitos em uma filial nacional.
Sr. Guilherme reforçou que a FLIR Systems no Brasil, conta com estrutura física própria no brasil e mais de 15 funcionários todos brasileiros além de pagar a todos os tributos nacionais e está disposta a crescer e gerar mais empregos e divisas em território nacional.
Faço me grato pela excelente recepção atendimento dado pelo sr. Guilherme não somente a mim como aos demais presentes durante todo o evento.

High value site security and defense solutions: land, air, sea and cyber (Segurança de locais valiosos e soluções em defesa: Terra, Ar, Mar e Cyber)
Todd Calaham – Deputy Vice President, Naval Weapons Systems – RAYTHEON MISSILE SYSTEMS


Após a apresentação deste vídeo institucional da Raytheon, o sr. Calaham esclareceu que a Raytheon é uma empresa com faturamento de 26 bilhões de dólares e que “não faz a lata, mas faz a cerveja”, se referindo ao fato de não ser um fabricante de plataformas e sim de sistemas, equipamentos e acessórios.
A apresentação teve grande foco nas soluções da Raytheon sobre Modelagem de Processos e Análises facilitando assim o entendimento do que deve ser adquirido ou não por exemplo.
A empresa demonstrou que possuí em seu portfólio produtos testados e com capacidades comprovadas, como o sistemas SM-3 e outras soluções navais e os produtos da compania estão sempre associados a precisão, onde o sr. Calaham esclareceu que o cliente que compra da Raytheon está comprando Precisão.
Houve ainda a clara indicação de que empresa está acostumada a trabalhar com cooperação e transferência de tecnologia provendo ao cliente o que for necessário e o que o cliente solicitar.
A Raytheon citou sobre a possível participação em todos os projetos de defesa hoje, elencando:
F-X2 / SISCOMIS / SISFRON / ENAFRON / SISGAAz / Defesa do Pré Sal / PROSUPER / Triplíce Fronteira / Sivam – Sipam / SISDACTA/CINDACTA / Olimpíadas / Copa
E colocando como ponto chave a possível integração de sistemas e informações através da Engenharia de Sistemas e Desenvolvimento de Arquitetura.

Pontos importantes ao final da apresentação:
– A Raytheon está disposta a investir na base industrial brasileira, com isso um processo de aquisição de parte da Mectron
– No momento sem contatos ou participações em outras empresas

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