Construção naval tem projetado investimentos de R$ 16,8 bilhões

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A indústria da construção naval prevê investir R$ 16,8 bilhões em novos projetos nos próximos anos com apoio do Fundo da Marinha Mercante (FMM), fonte de financiamento de longo prazo para o setor. O número refere-se a 57 projetos de construção de estaleiros, de navios mercantes, rebocadores e embarcações de apoio às atividades de petróleo e gás. Esses empreendimentos receberam, na semana passada, o aval do conselho diretor do FMM para ir adiante. O fundo financia até 90% do valor do investimento.

Existem ainda outros 169 projetos que somam R$ 11,9 bilhões, os quais receberam prioridades do conselho do fundo em duas reuniões: uma realizada em maio e outra, extraordinária, em outubro. A prioridade é o primeiro passo para a empresa dona do projeto contratar o financiamento com um banco público. Os principais agentes do fundo são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil e CEF. No total, existem, portanto, 226 projetos de investimento no setor naval que somam R$ 28,7 bilhões em prioridades.

Pelas regras vigentes, a empresa que recebe a prioridade precisa contratar o financiamento com o agente financeiro em período de 360 dias. E depois tem mais um ano para começar as obras. Se não o fizer, a prioridade é cancelada. Na reunião do conselho do FMM, realizada na semana passada, foram aprovados projetos de 13 estaleiros, entre construção e expansão, os quais somam R$ 5,9 bilhões em investimentos. Entre os estaleiros que receberam prioridades, estão o Eisa Alagoas e o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, na Bahia. Cada um dos projetos prevê investimentos na faixa dos R$ 2 bilhões.

Também houve aprovação de prioridades para 12 rebocadores, com investimentos de R$ 238,9 milhões; para 76 embarcações de apoio offshore, que somam R$ 7,3 bilhões; e 209 navios cargueiros, com investimentos de R$ 3,3 bilhões. Uma fonte que conhece a estrutura do fundo disse que as prioridades de financiamento precisam ser aprovadas por maioria do conselho, formado por treze membros representando os ministérios do Transporte, Indústria e Comércio, Planejamento e Secretaria Especial de Portos. Também estão representados no fundo a Marinha do Brasil, o Tesouro Nacional e as entidades que representam a construção naval, as empresas de navegação, metalúrgicos e marítimos.

Gustavo Sampaio Lobo, diretor do departamento do FMM, disse que a situação financeira do fundo é confortável para fazer frente aos projetos para construção de navios e estaleiros, que tem sido crescente. A Secretaria de Fomento para Ações de Transporte, do Ministério dos Transportes, ao qual o departamento está subordinado, analisa os fluxos de caixa para avaliar a oferta e demanda por recursos.

Em 2010, uma lei garantiu aporte do Tesouro Nacional de R$ 15 bilhões no FMM para financiamentos, recursos que ainda não estão sendo necessários. A principal fonte de arrecadação do FMM é um adicional cobrado sobre os fretes marítimos, em especial na importação, e o retorno dos financiamentos concedidos pelo fundo.

Em 2011, a previsão é de que a arrecadação do fundo com o Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) fique em R$ 2,6 bilhões, ligeiramente superior aos R$ 2,57 bilhões de 2010. De janeiro a novembro deste ano, o fundo arrecadou R$ 2 bilhões com o adicional sobre fretes.

Fonte: ValorEconômico via PortoGente

6 Comentários

  1. É aí que se vê o por quê da cobrança de certas taxas, que não podem entrar no Orçamento Geral da União e, se entrarem, têm que ser engessadas, isto é, com destinação certa.
    No caso dos fretes marítimos, estamos vendo a destinação para inúmeros projetos de construção naval – estaleiros, navios, embarcações para apoio “off shore” etc.
    E no caso da Infraero?
    Nós vamos passar vergonha esse final de ano, no ano que vem, no ano da Copa das Confederações, no ano da Copa do Mundo, no …
    Mudando de pau para cavaco, cadê a criativade da turma para um adicional em algum serviço público ou alguma atividade economica, para criar um fundo de renovação permanente das Forças Armadas? Que tal com recursos do pré-sal? Tem que pegar leve para passar despercebido ou quase, não assustar, mas ser permanente.

  2. E ainda dizem que no Brasil não há capacidade técnica & logística para desenvolvermos ou melhor ( EVOLUIR-MOS ) um projeto de FRAGATA DE 6.000T ,quem sabe , baseando-se no casco das Niterois ou Barroso .
    Como no Brasil não há pessoas ousadas , que apostem na tecnologia nacional , com certeza compraremos algum projeto de ” Casco ” de Fragata do exterior .
    Lamentável …..

  3. deve-se persistir sempre, alguns vira-latas leitores da veja acham que por que tivemos problemas com as primeiras unidades deveriamos desistir e comprar na coreia do sul …por ae ja da para se ver como funciona a mente de colonizados disfarçados de tecnocratas que sempre foram a favor do brazil fazendão, do brasil com z, estamos retomando nossa industria naval que foi destruida no governo de revanchistas de merd@, e todo recomeço em dificuldades, mas quem persiste sempre alcança!!!

  4. Estão jogando dinheiro fora,como sempre. A Marinha de Guerra precisa apenas se submarinos e lanchas rápidas. Quantos submarinos ? no mínimo 1000. Podem ser pequenos, de costa. Sobre a Marinha Mercante, a tecnologia irá mudar, para grandes dirigíveis, aviões cargueiros de 1000 ton, ou pontes flutuantes. ligando continentes. Esses navios virarão sucatas em pouco tempo.

  5. Pergunta? Porque a MB não pediu prioridade para o financiamento das embarcações? O Fundo já financiou embarcações anteriormente, como o dinheiro vem do BNDES (VIUVA)parece que faltou empenho.

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