Defesa & Geopolítica

Belo Monte: duas mãos desafiam teatro global

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Belo Monte: duas mãos desafiam teatro global
Sugestão: Eduardo Nicácio: Plano Brasil
Foto: SÉRGIO CASTRO/AGÊNCIA ESTADO

Em vídeo, cidadão anônimo tenta esclarecer impactos ambientais e energéticos da construção de usina no Pará; gravação de 12 minutos se destaca pelo caráter educativo e mais autêntico; dados são de agências reguladoras e institutos

25 de Novembro de 2011 às 15:55

247 – São apenas duas mãos. De um desconhecido, que, em nenhum momento, expõe rosto ou revela identidade. Um anônimo de mãos e voz contra um coro em uníssono de globais, cheios de caras e bocas. O vídeo “Alguns números sobre Belo Monte”, postado por um homem que se identifica apenas como @magraoonline, busca esclarecer o real impacto da usina que será construída no Pará. É uma gravação de 12 minutos, longa, algo pesada, sem efeitos especiais nem elenco – ao contrário da do Movimento Gota D’Água. Mas justamente por ser mais natural e didática, ensina e explica, ao invés de mentir, dissimular ou carregar nas tintas (e números), como os globais teatrais – e novelísticos.

“Eu não sou nenhum ator da Globo, mas esses dados são bem interessantes”, diz @magraonline ao apresentar o vídeo. Primeiramente, ele explica que a área que será alagada com a construção de Belo Monte corresponde a 0,01% da Amazônia Legal – 516 quilômetros quadrados. Ele compara esse dado à área desmatada da Amazônia por ano: 7 mil quilômetros quadrados, ou seja, o impacto de 14 usinas de Belo Monte. “Dá pra ver que a usina não é o grande vilão da floresta”, sublinha a voz.

O cidadão bem-informado também indica que o fator de capacidade instalada de Belo Monte é de 0,41, enquanto a média é de 0,52. Algo que, segundo ele, “não é nenhum absurdo” nem tão exagerado – como faz parecer o vídeo da constelação global.

Sobre uma das alternativas propostas pela turma de Sérgio Marone, o anônimo desmistifica a fonte de energia eólica (vento). Apresentando todos os cálculos, ele informa que, para produzir o mesmo nível de energia de Belo Monte , seria necessário construir geradores em um parque de cerca de 5 mil quilômetros quadrados – uma dimensão bem mais elevada que a área alagada pela nova usina.

A Compensação Financeira pelo Uso do Recurso Hídrico é outro tema focado no vídeo de esclarecimento. Além dos custos com remoção dos ribeirinhos, os responsáveis por Belo Monte destinarão R$ 180 milhões por ano para remunerar as áreas atingidas. Serão cerca de R$ 80 mi para o governo do Pará e outros R$ 80 mi para municípios que tiveram trechos alagados.

A voz que tudo apura, procura e busca saber pesquisou documentos de diversos órgãos, tais como: Agência Nacional de Águas, Agência Nacional de Energia Elétrica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. É a trilha de quem tenta informar sem encenar nem deformar opinião.

Boa lição, né, amigos globais?!

Assista ao vídeo:

Compare com o informadíssimo vídeo do Movimento Gota D’Água:

Fonte: Brasil247

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