França propõe zona humanitária na Síria

Chanceler francês, Alain Marie Juppé

A França propôs nesta quarta-feira, 23, a criação de uma “zona segura para a proteção de civis” na Síria, no que marca a primeira vez que uma potência ocidental defende uma intervenção no país, tomado há oito meses por enormes protestos pela renúncia do presidente Bashar Assad.

O chanceler francês, Alain Juppé, também descreveu o Conselho Nacional Sírio, formado pela oposição no exílio, como “parceiro legítimo com o qual queremos trabalhar”. Esse é o maior aval já dado a esse grupo, cujo presidente se reuniu com o ministro.

Na entrevista coletiva posterior, Juppé descartou uma intervenção militar para criar uma “zona tampão” no norte na Síria, mas sugeriu que uma “zona segura” poderia ser factível para proteger os civis e enviar ajuda humanitária. “Se for possível haver uma dimensão humanitária para uma zona segura para a proteção de civis, então essa é uma questão a ser estudada pela União Europeia de um lado e pela Liga Árabe do outro”, disse Juppé.

Outros detalhes da proposta não estavam disponíveis. Até agora, os países ocidentais impuseram sanções econômicas à Síria, mas não demonstram a intenção de intervir diretamente no país – ao contrário do que aconteceu na Líbia, onde uma ação militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi decisiva para que rebeldes locais derrubassem neste ano o regime de Muammar Gaddafi.

“Os franceses tentaram se colocar numa posição de liderança, primeiro na Líbia, e agora aqui”, disse Hayat Alvi, conferencista de questões de segurança nacional no Colégio de Guerra Naval dos EUA. “A intervenção militar na Síria é uma perspectiva muito diferente daquela da Líbia, mas bem que poderemos ver um aumento nas ações clandestinas.”

A Liga Árabe já suspendeu a Síria dos seus quadros devido ao conflito, num dos mais importantes sinais do isolamento de Assad, mas a entidade também demonstra pouco interesse em uma intervenção internacional. A Grã-Bretanha disse estar aberta a discutir a proposta francesa, e reiterou seu apelo para que a Síria pare de violar os direitos humanos.

Em outra reprimenda vinda de países vizinhos, o presidente da Turquia, Abdullah Gul, disse que a violência na Síria pode lançar o mundo islâmico “nas trevas da Idade Média”.

Na véspera, o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, havia criticado a “covardia” de Assad, seu ex-aliado. Erdogan citou o destino de outros ditadores derrotados, de Adolf Hitler e Benito Mussolini a Gaddafi, e pediu de forma muito direta a Assad que renuncie.

Em Bruxelas, um diplomata disse que os governos da União Europeia estão cogitando impor novas sanções à Síria, incluindo a proibição de investimentos em bancos do país, de transações com seus títulos públicos e a venda de apólices de seguros a órgãos estatais.

Fonte: Estadão

9 Comentários

  1. Pobre Siria, desde o momento que Israel se viu ameaçado no seu intento de ser a Israel biblica, isto com o território palestino que resolveram destruir um a um seu inimigos.

  2. O MAL NAPOLEÔNICO
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    Fico imaginando quantas guerras mais,o estereotipado napoleão,Sarkozy;irá fomentar,em especial no norte da África,para convencer que os caças rafale são uns dos melhores do mundo!

  3. A história se repete… foi “igual” na época da primeira guerra, com o tratado secreto de Sykes-Picot; na época, França e Turquia (sempre eles) tocaram o horror na Síria…
    Não mudou nada, passou apenas uma ou duas gerações !
    Tem coisas que só a guerra resolve, infelizmente !

  4. Sera´que os fujoes teriam coragem de propor esta zona eventualmente na CHINA, ou na ARABIA SAUDITA,(caso fosse necessario)? Duduvividodooo!Vao fazer mais uma caca´.Espero que os RUssos nao fiquem apenas falando,deveriam usar a força para proteger um aliado,infelizmente nao me lembro de terem colocado a mao no fogo para ajudar um aliado,foi assim com a LIbia,foi antes 1990 com o Iraque e agora vao deixar os Sirios na mao,ja ia me esquecendo ,deixaram os arabes na mao na decada de 60 e 70 ,estao parecendo maniquim de loja !

  5. trechos do original:Navios de guerra russos entram em águas da Síria para impedir ataque da OTAN
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    Moscou em movimento agressivo para impedir outra“intervenção humanitária”
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    Navios de guerra russos entraram nas águas territoriais da Síria em um movimento agressivo para impedir qualquer ataque da Otan no país sob o pretexto de uma “intervenção humanitária”.
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    A Rússia intensificou seus esforços para defender a Síria nos últimos dias, com o chanceler Sergei Lavrov ansiosos para enquadrar a violência no país como uma guerra civil em desafio de reclamações por potências ocidentais de que o presidente Bashar al-Assad tem supervisionado uma sangrenta repressão contra manifestantes inocentes .
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    ”Navios de guerra russos devem chegar em águas territoriais da Síria, uma agência de notícias síria disse na quinta-feira, indicando que o movimento representou uma mensagem clara para o Ocidente de que Moscou seria resistir a qualquer intervenção estrangeira no conflito civil do país”, relata Haaretz .

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    (*)fonte:infowars.com
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    http://fimdostempos.net/navios-de-guerra-russos-entram-em-aguas-da-siria-para-impedir-ataque-da-otan.html

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