Brasil apoia condenação da Síria na ONU

Presidente da Síria, Bashar al-Assad

Posição brasileira agradou americanos e europeus; moção foi aprovada pela Assembleia-Geral.

Com o apoio do Brasil, a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou a Síria nesta terça-feira, 22, por violação dos direitos humanos durante a repressão do regime aos levantes opositores iniciados há oito meses. Foram 122 votos a favor, 13 contra e 41 abstenções. O Brasil apoiou a decisão.

A condenação é mais um sinal do isolamento do regime sírio, que já foi suspenso da Liga Árabe. A resolução, porém, tem menos peso do que uma ação do Conselho de Segurança, onde Bashar Assad ainda conta com o apoio da Rússia e da China. Estes países, que possuem interesses comerciais e militares na Síria, vetaram no início de outubro uma resolução no órgão máximo da ONU condenando o regime de Damasco. Tal posição deve ser mantida se o tema voltar ao conselho.

Na primeira vez em que a resolução foi a votação no conselho, o Brasil optou pela abstenção. Desta vez, na assembleia, a administração de Dilma Rousseff decidiu votar em acordo com os Estados Unidos e seus aliados europeus na condenação à Síria.

Durante a manhã, o voto dos brasileiros era considerado um mistério para diplomatas estrangeiros. Inclusive, minutos antes da votação, o Brasil se absteve em uma moção para impedir que a resolução fosse levada a plenário. Esta posição parecia indicar uma abstenção também na condenação aos sírios, como havia feito em relação ao Irã no dia anterior. No fim, o voto do Brasil provocou uma surpresa e agradou aos Estados Unidos e à União Europeia.

A abstenção brasileira, assim como a de dezenas de nações, na moção se deve à avaliação de que o Conselho de Direitos Humanos em Genebra, e não a Assembleia-Geral em Nova York, seja o fórum adequado para julgar a questão. Porém, uma vez mantida a votação, os brasileiros decidiram se posicionar de forma favorável à moção, atitude vista como contraditória por diplomatas de outros países.

Apoio a Assad

Apesar da derrota, os sírios ainda mantêm apoio em diferentes partes do mundo, especialmente do movimento dos não-alinhados. Os representantes da Venezuela, Cuba, Nicarágua, Irã e Vietnã discursaram em defesa de Assad.

Nos debates anteriores à votação, o embaixador da Síria atacou a Arábia Saudita, ironizando a monarquia de Riad por apoiar uma resolução de direitos humanos. “Como eles podem nos condenar quando levamos em conta a forma como eles tratam as minorias religiosas e as mulheres”, questionou o representante sírio.

Até agora, as forças de segurança da Síria já mataram 3,5 mil pessoas na repressão à oposição. As milícias opositoras, por sua vez, são responsáveis por mais de mil mortes de membros das forças de segurança. O governo de Assad culpa “grupos armados e terroristas” pela onda de violência no país.

Fonte: Estadão

13 Comentários

  1. Saiu de cima do muro, até que enfim, Brasil.
    Posições claras, bem definidas, sem bisonhice, sem fanfarronadas, podem trazer melhores resultados para o País, maior credibilidade.
    *****
    Como é mesmo, Falken, “Sombras do Kadaffi II”?

  2. Não concordar com atrocidades tudo bem,mas ja que foi espulso da liga arabe,não seria mais propio os arabes resolverem este assunto,ja que são vizinhos se entendem melhor falam quase a mesma lingua tem os mesmos costumes,porque o ocidente que tem uma cultura e costumes diferentes tem que se intrometer,o ocidente passa por uma crise,e por acaso eles estão aqui se intervindo,um velho ditado diz cada macaco no seu galho,e eu sinseramente concordo com o ditado.

  3. Sr.Henrique,
    .
    Sem o medo de errar,a resposta da sua pergunta seria o Irã…provavelmente,além de atender os anseios e as pretensões de Israel e da realeza saudita.
    .
    Abraços.

  4. trechos do original: Os árabes contra Assad
    .
    Se for adotada em dezembro, resolução da ONU não terá valor coercitivo

    .
    .

    *************

    “(…)”A Arábia Saudita é a principal potência do mundo sunita e aliada privilegiada, nessa zona, dos Estados Unidos.
    .
    Há muito tempo estava acomodada com o regime sírio, pois a Síria era a “ponta de lança” da frente que rejeita Israel.
    .
    Mas hoje, inquietos com as ambições hegemônicas do Irã, os sauditas estão decididos a eliminar o eixo Damasco-Teerã.
    .
    Assim, no âmbito da Liga Árabe, Riad, com apoio do Catar, defendeu uma posição dura contra a Síria: a adoção de sanções e a retirada do embaixador da Arábia Saudita em Damasco.
    .
    A Turquia também participa da ofensiva contra a Síria, mas por outras razões.
    .
    Embora há alguns anos os dois países estivessem muito próximos, agora Ancara se distancia de Damasco.
    .
    Por quê? O governo islâmico moderado de Ancara denuncia a repressão cega da Síria contra os rebelados.”(…)”
    .
    *********

    .
    .
    http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,os-arabes-contra-assad-,801793,0.htm

  5. .
    TAHRIR: A PRAÇA-ESCOLA DO MUNDO
    .
    .
    A vida política não dorme no Cairo. Recuo da Junta Militar, que promete antecipar as eleições presidenciais e entregar o poder aos civis até junho de 2012, não afrouxa a vigília das multidões nas ruas da cidade. Foi uma vitória parcial.
    .
    Mas a revolução egípcia persegue alvos plenos. Nada muda a determinação da nova praça política do mundo: Tahrir quer a democratização do Egito e seus protagonistas aprenderam a conduzir a História com as mãos. Mais que isso: tem organização cada vez mais sofisticada para isso.
    .
    A instalação de hospitais de campanha nas ruas para socorrer vítimas da repressão evidencia uma estrutura de coordenação política —e uma harmonia entre meios e fins, progressivos e certeiros— muito superior ao mito da ‘revolução digital’.
    .
    Tahrir é a praça-escola para os indignados do mundo.

    .
    ************
    (*)fonte:carta maior

  6. .
    .
    O interesse na Siria é claro até demais, LEGALMENTE, dentro dos regulamentos internacionais a Siria ainda está em guerra com Israel, ja que não foi assinado algum acordo de paz, somente cessar fogo!
    .
    Mesma situação na península da Coréia!

Comentários não permitidos.