Dois F-15E Strike Eagle na escolta de um B-2 Spirit, bombardeiro capaz de portar munições convencionais e nucleares.
THE NEW YORK TIMES – O Estado de S.Paulo
O bombardeio aéreo é uma arma imprevisível e seu maior perigo está no fato de que, por sugerir um possível conflito fácil, nos arrasta para guerras que poderíamos evitar.
Há cem anos, em 3 de novembro de 1911, um aviador italiano chamado Giulio Gavotti lançou três granadas de mão do seu monoplano sobre um acampamento de soldados árabes e turcos em Ain Zara, a leste de Trípoli, durante a guerra turco-italiana. Foi o primeiro bombardeio aéreo da história. Cada granada pesava quase 1,5 quilo e provavelmente ninguém se feriu.
“Voltei realmente satisfeito com o resultado”, escreveu o tenente Gavotti ao pai. Os jornais italianos tripudiaram com o ataque: “Aterrorizados, os turcos se espalham”.
Deste modesto começo, o ataque aéreo como novo estilo de guerra cresceu, tanto em escala quanto em imaginação. Romancistas famosos como H. G. Wells fantasiavam sobre a guerra a bordo de aviões e máquinas voadoras desde o final do século 19. Quando a 1.ª Guerra eclodiu, essas cenas de ficção científica tornaram-se recorrentes nas avaliações estratégicas dos planejadores militares, que pressupunham que vitória e derrota numa guerra feita com bombas seriam absolutas e imediatas.
Em 1914, o almirante Paul Behncke, da Marinha alemã, observou que uma incursão sobre os edifícios do governo em Whitehall, em Londres, “causaria pânico entre a população fazendo com que a continuação da guerra se tornasse duvidosa”.
Em janeiro de 1915, as incursões aéreas começaram; até o final da guerra, os zepelins alemães haviam despejado 6 mil bombas sobre a Grã-Bretanha, matando 556 pessoas. Em 1917, o general Jan Smuts previu: “Talvez não esteja muito distante o dia em que as operações aéreas, com sua possibilidade de devastação dos territórios inimigos e da destruição de centros populosos e industriais em vasta escala, se tornarão as principais operações de guerra”.
Os bombardeios sempre prometeram transformar a guerra. “Não se recorrerá mais ao cansativo e dispendioso método de desgaste das forças terrestres inimigas por meio de ataques contínuos”, afirmou Billy Mitchell, o pai da Força Aérea dos Estados Unidos, na década de 20. E ele insistiu que os bombardeios certamente provocariam “a melhoria e o aprimoramento das condições da guerra”, pois trariam “resultados rápidos e duradouros”. Era uma alternativa atraente para as confusas guerras do passado que se desenrolavam em terra.
Além disso, os defensores mais entusiastas do poderio aéreo eram obcecados pela lembrança das trincheiras da 1.ª Guerra, descrita de maneira chocante pelo poeta Wilfred Owen: “Encurvados, como velhos pedintes cobertos de sacos, os joelhos se tocando em tesoura, tossindo como megeras, praguejávamos envoltos na lama”. Owen queria ser aviador, mas, como tantos outros, morreu como soldado em solo francês. Mais de 57 mil soldados britânicos perderam a vida somente no primeiro dia da Batalha do Somme.
Nada poderia ser tão terrível do que isso, e se alguém tiver de combater numa guerra em algum lugar, faça-o no ar e não na lama. Em 30 de maio de 1942, a Real Força Aérea britânica lançou o primeiro de mil ataques aéreos sobre uma cidade da Alemanha, Colônia.
Duas semanas mais tarde, o chefe do Comando de Bombardeiros, Arthur Harris, escreveu a Winston Churchill solicitando uma força de bombardeiros mais potente. Era a única maneira, explicou, de impedir um massacre das forças britânicas “na lama de Flandres e da França”.
Na Conferência de Casablanca, em janeiro de 1943, Franklin D. Roosevelt e Churchill concordaram numa ofensiva conjunta de bombardeios aéreos. Entre julho de 1944 e abril de 1945, a campanha anglo-americana despejou mais de 1 milhão de toneladas de bombas sobre a Europa.
Continuidade. As guerras continuam, assim como os bombardeios. Entre 1950 e 1953, os EUA lançaram 635 mil toneladas de bombas na Coreia, além de 32.557 toneladas de napalm. Segundo o historiador Bruce Cummings: “Depois da 2.ª Guerra, a Coreia fez reviver o refrão da força aérea de que as bombas incendiárias enfraqueceriam o moral do inimigo e acabariam com a guerra mais rapidamente”. Esta vã ilusão continuou determinando a estratégia bélica.
Em 13 de fevereiro de 1965, o presidente Lyndon Johnson ordenou o início de uma campanha de bombardeios aéreos graduais, denominada Rolling Thunder. O general Maxwell Taylor imaginava “uma lenta, mas inexorável, barragem de ataques aéreos avançando rumo ao norte (o Vietnã do Norte), capaz de convencer o governo de Hanói de que tudo o que existisse na área da cidade seria destruído, a não ser que seus líderes modificassem suas atitudes”. Talvez as bombas tenham contribuído para acelerar o final destas guerras, embora não seja possível saber ao certo.
No entanto, ninguém poderá afirmar que as campanhas de bombardeios fizeram do conflito no Vietnã uma guerra limpa, que tornaram a Coreia eficiente. Todas as histórias de bombardeios são também uma história de vítimas civis, pois os bombardeios salvam as vidas dos soldados em detrimento de outras vidas.
As estatísticas das mortes em bombardeios entre os civis nunca são confiáveis, mas é provável que, durante a 2.ª Guerra, os ataques aéreos das forças aliadas tenham tirado a vida de 500 mil civis alemães. Acredita-se que a operação Rolling Thunder tenha deixado 182 mil mortos entre os civis no Vietnã do Norte.
Entretanto, continuamos planejando nossas guerras com base numa ideia utópica a respeito dos bombardeios. Em março deste ano, aviões franceses bombardearam tanques líbios ao redor de Benghazi, dando início a uma campanha da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que prosseguiu até a morte do coronel Muamar Kadafi, no dia 20. Este fato é significativo: um drone Predator e um caça francês voavam no céu líbio naquele momento, mas foram soldados líbios no solo que capturaram seu antigo líder.
O bombardeio aéreo é uma forma de combate prevista como uma fuga do passado. No entanto, cada novo conflito não passa de mais um episódio da longa história de promessas que exaltam a vitória “sem custos” e a guerra limpa. Para cada exemplo de um conflito aparentemente facilitado pelo poderio aéreo, existe seu reverso: um conflito que o poderio aéreo só contribuiu para complicar e intensificar.
Embora a guerra na Líbia quase certamente pudesse ter sido muito mais sangrenta sem o poderio aéreo da Otan, os ataques aéreos realizados por drones como o Predator e o Reaper no Afeganistão e no Paquistão são a causa do sentimento antiamericano.
O bombardeio aéreo é uma arma imprevisível e seu maior perigo está talvez no fato de que, por sugerir a possibilidade de um conflito fácil, nos arrasta para guerras que poderíamos evitar. Desse modo, ele é ao mesmo tempo o símbolo da nossa fé na tecnologia e o sinal da nossa dependência do passado. Algumas semanas atrás, um avião da Otan bombardeou Ain Zara – hoje um bairro de Trípoli. Um século depois, voltamos ao ponto de onde começamos.
TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
A velha,boa e sangrenta infantaria vai continuar a marchar sobre os campos de batalha por muitas gerações.
ficar la encima apertando botões e mole amigo, o foda e que uma hora tem que arrastar o peito na terra, ai e que nego ve que guerra não e nem parecido com video game !!!
A infantaria é que nos garante a Amazonia, ali superioridade aérea não faz muita diferença. A briga é no chão entre as árvores.
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Concordo com os colegas… “A Infantaria no terreno vai lançar, salvas de morteiro pro inimigo não passar… A Infantaria no terreno ja lançou, Salvas de morteiro e o inimigo não passou!”
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O Inimigo tem que sucumbir na ponta da baioneta, olhando nos olhos, sem piedade alguma!!
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A aviação tem sua importância, mas ainda é a infantaria a decidir tudo no terreno, se o inimigo não for covarde e se render sem lutar realmente… até contra carros, edifícios, e inteiras bases militares a infantaria faz o seu dever!
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Longa Vida à Infantaria!! Longa vida ao 42ºBIMtz e ao novo Bda Op Esp!!!
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Valeu!!
Com a evolução de sistemas de tiro e uso de outros tipos de sensores passivos ou ativos, difeentes dos simples radares, que parece todas as defesas do mundo são dependentes, masi armas de alta velocidade irão torna bombardeios de curta distancia(aqueles que tem que aproximar do alvo para soltar bombas, ou misseis) obsoletos. So irão existir bombardeiro de extrema atitude que lança sua carga a grandes distancia do alvo, ou bombardeios do espaço.
Quantos a sensores, em astronia existem uma quantidades de sistemas que poderiam ser utilizados para defesa, desde cameras altamente sensiveis aos mais diverso tipos de emissões, LIDARES,reconhecimento de padrões que acho incrivel que tantas forças no mundo ainda dependa de radares convencionais.
Mas acho que o reconhecimento visual eletronico poeria colara aviões stealth para escanteio, ate a criaçao de campos de invisibilidade.
Domine os ares e oceanos e vc dominará a guerra….isso é fato…
O domínio e uso do espaço na guerra poderá revolucionar a maneira de se fazer guerra, inclusive com o uso de satélites de ataque invisíveis, isso se eles já não existirem….
A infantaria, ou qualquer soldado que lute em terra precisa de uma boa proteção anti-aérea não esqueçam disso.
Infantaria, rainha das armas.
É isso. A turma expressou o sentimento mais geral em termos de armas.
Mas que a guerra aérea mudou a guerra, mudou.
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O texto é um pouco obtuso, cai nuns nihilismo, do tipo “Este fato é significativo: um drone Predator e um caça francês voavam no céu líbio naquele momento, mas foram soldados líbios no solo que capturaram seu antigo líder.” Óbvio, não?
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Outra – “os ataques aéreos realizados por drones como o Predator e o Reaper no Afeganistão e no Paquistão são a causa do sentimento antiamericano.”
Rapaz, então os americanos andaram bombardeando a gente e não sabíamos. O que tem de pichação “yankees go home” na América Latina não está no gibi.
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Olha, guerra é guerra, não tem jeito, não tem romantismo, só nos livros “Nada de novo no front”, de Erich Maria Remark, e “Adeus às armas”, do Ernst Hemingway.
Guerra é tragédia humana, é tripa de fora, seja pela baioneta, seja pela bomba teleguiada.
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Promessas do poderio aéreo só para quem quer a desculpa para apertar o botão. Porquê guerras eles querem. Não importa o jeito.
Se supremacia aerea fosse tão importante os EUA não tinham sido humilhados no vietnan… eles tinha tudo, tanques, blindados de transporte, aviões, helicopteros de ataque, bombardeiros taticos, supremacia absoluta maritima. A quantidade de bomba que o USA uso no Vietnan é absurda, mas nada os impediram de perder, porque? brigar no terreno do inimigo é sempre a pior opçao. Invasões numca dão certo quando o povo ta determinado a lutar.
Não entendo porque a insistência do autor em falar do bombardeio como algo vinculado ao passado, foi inventado no passado e daí?
é “o sinal da nossa dependência do passado”
o argumento para ser usado no passado é o mesmo do presente, e é obviamente um argumento válido, que deu vitória aos que o usaram durante os últimos 100 anos.
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A doutrina é correta, o bombardeio aéreo permitiu o atacante AFASTARSE do alvo, para evitar ser atingido. Agora se afastou tanto que o atacante está a milhares de km operando um vant com um joystick, e no futuro próximo o ataque virá do espaço.
Atingir o alvo na segurança duma posição distante foi algo que começou com o lançamento de pedras e flechas.
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O ESPAÇO
Enquanto ao domínio em terra, está comprobado que o país se entrega e seus cidadãos não tem condição de continuar a luta. Como comentei faz tempo quando Brasília capitule todos os soldados de selva vão ficar sem logística. Brasil não é Vietnam, nem estamos nos anos 60, nem temos nos apioando a URSS como tinham os viets.Devemos nos preparar para a guerra no espaço, porque se uma superpotência decide atacar o Brasil de nada vai servir ter 36 caças, ou 80 (ou 120, se foram feitos com tecnologia embargável, buggada, bichada).
Enquanto ao domínio em terra já não é tão difícil porque os EUA sempre atacam populações pobres que o último que querem é escutar falar de guerra.
Este texto cheira dor de cutovelo,eu poderia citar batalhas que foram vitoriosas graças aos bombardeios,mas um exemplo atualissimo foi a libertaçao(troca de cebola )da libia,se nao fosse os bombardeios os rebelados nao teriam chance alguma,ha necessidades impares que sao Atemporais !!
A melhor atitude que o mundo poderia ter,éra converter as armas em feramentas para trabalhar,porem as guerras hoje estão modernas mas para beneficiar as potencias,pois ao meu ver guerra é guerra,e é de quem puder mais chora menos,se ataque aéreo não fosse positivo,o Japão não teria se rendido,e provavelmente muito mais pessoas tivesem morido,mas o impacto de 2 cidades destruidas é imenso e o civil de hoje é o provavel soldado de amanhã,nogemto numa guerra é o que os medicos e cientistas de rytler fiseram,exterminio de inocentes,testes com seres humanos como se fossem cobais animais,isto é absolutamente intoleravel,maos tratos comprisioneiros inescrupulosamente,porem certos casos são inevitaveis numa guerra,e alguns pagam o preço infelizmente.
Uma coisa e certa. Realmente a aviação faz muita diferença no campo de batalha. O principal exemplo Nao dou aos americanos mas sim aos Israelenses. Se Nao fosse sua aviação talvez nem existissem mais. Uma das principais guerras decididas praticamente pelo uso da Forca Aerea foi a Guerra dos Seis Dias.
Podemos ver a importância que tem nos dias de hoje pois alem das aeronaves temos os bombardeios de mísseis de cruzeiro também como o tomahawk. As defesas inimigas sao quase que anuladas antes da chegada da infantaria.