OTSC – Organização do Tratado de Segurança Coletiva Anti-OTAN

Reformas e treinamentos da Organização do Tratado de Segurança Coletiva dão atenção à Primavera Árabe, enquanto muitos de seus líderes são comparados a Hosni Mubarak, Ben Ali e Muammar Gadaffi.

A OTSC (Organização do Tratado de Segurança Coletiva), criada em 1992, quando foi assinada a primeira versão do tratado homônimo, é a contrapartida pós-soviética à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O vigésimo aniversário do órgão deve ser celebrado com pouco entusiasmo. O atual modelo de cooperação não satisfaz integralmente nenhum dos países-membros da organização.

Embora uma reforma venha sendo discutida pelos líderes da organização em todas as cúpulas da OTSC, a revolução no Quirguistão, no ano passado, esquentou as discussões em torno da assunto. A principal questão é se a organização deve, em tais casos, defender o regime existente e intervir diretamente no conflito. De acordo com a atual versão do tratado, a OTSC não possui tais poderes. O seu principal objetivo é a proteção conjunta dos Estados-membros contra ameaças externas e especialmente contra o terrorismo internacional.

Líderes da organização – Foto: Kommersant

Discussões enérgicas tomaram espaço por meses, seguidas por um período de calmaria. Então, os líderes da OTSC foram lembrados da necessidade de uma reforma durante as revoltas contra regimes autoritários no norte da África e Oriente Médio, a chamada Primavera Árabe.

Na cúpula realizada em agosto, o presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukachenko, confirmou a jornalistas que os líderes da OTSC haviam se dedicado sobretudo a debater como evitar a experiência de seus pares na Tunísia, Egito e Líbia. Atualmente, a Bielorrússia preside a OTSC, mas o verdadeiro líder sempre foi a Rússia. Sendo assim, não é uma surpresa que Moscou tenha proposto um projeto específico de reforma.

O Insor (Instituto de Desenvolvimento Contemporâneo, em russo), cujo chefe do conselho diretor é o presidente Dmítri Medvedev, produziu um relatório de 66 páginas dedicado à reforma na OTSC. O projeto de modernização da organização não é, aliás, o primeiro documento que o instituto propõe ao Kremlin.

A proposta do Insor gira em torno de três pontos-chave. Em primeiro lugar, recomenda reformas no processo de tomada de decisões na OTSC. Atualmente, as decisões são tomadas por consenso, mas o Insor sugere que se leve em consideração o posicionamento da maioria.

“A OTSC não terá utilidade se continuar sendo um órgão onde as pessoas apenas gaguejam. Na Rússia, vemos dessa forma, e nossos parceiros estão começando a perceber isso também. É por isso que precisamos de um novo sistema de tomada de decisões”, disse o chefe do instituto, Igor Iurgens, ao diário russo Kommersant.

Em segundo lugar, o Insor propõe transformar radicalmente a relação da OTSC com a Otan. Inicialmente, a organização foi criada como um contrapeso à Otan, mas, agora, a OTSC deveria estar buscando ativamente reconstruir relações com o Ocidente. “Uma tarefa importante é oferecer, pelo menos, uma interoperabilidade parcial entre a OTSC e as Forças de Reação Rápida da Otan”, diz o relatório.

Por último, o terceiro desafio frente à OTSC é se tornar a principal força pacificadora na Ásia Central e nas regiões vizinhas. O relatório do Insor ressalta que a OTSC “deve ter sistemas adequados para monitorar potenciais conflitos que possam ameaçar a segurança dos países-membros”. Isso inclui “levar em conta as ‘revoluções coloridas’ nas ex-repúblicas soviéticas, os acontecimentos no norte da África e no Oriente Médio, e a provável ascensão do extremismo quando as tropas de coalizão forem retiradas do Afeganistão”.

Segundo especialistas, foram os eventos no Oriente Médio que apressaram as negociações sobre a reforma na OTSC – e os dirigentes do grupo não são, nesse caso, meros observadores.

Outro fator que une metade dos líderes de Estado da organização é a longa permanência no poder, conferindo-lhes algo em comum com o ex-presidente da Tunísia, Ben Ali, ou Hosni Mubarak, que aguarda julgamento, e Gaddafi, morto numa verdadeira caçada empreendida pela oposição e pela Otan. Nursultan Nazarbaiev, presidente do Cazaquistão, está no poder há 20 anos; Emomalii Rakhmon comanda o Tadjiquistão há 17 anos, exatamente o mesmo período de Aleksandr Lukachenko na Bielorrússia. Os paralelos são suficientemente óbvios para fazer os líderes das ex-repúblicas soviéticas refletirem.

De acordo com Mikhail Rostovski, colunista do jornal Moskóvski Komsomolets, a reforma da OTSC iria fortalecer a influência de Moscou no Uzbequistão, no Tadjiquistão e em outras repúblicas da Ásia Central. Os líderes desses países sempre estiverem apenas interessados em manter e fortalecer seu próprio poder e, se Moscou der a eles a ferramenta para isso, os dirigentes locais ficarão ainda mais atrelados à Rússia, acredita Rostov.

“Se as Forças Coletivas de Reação Rápida da OTSC forem capazes de intervir nos conflitos internos, essa organização será exatamente como o Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo, liderado pela Arábia Saudita, que atuou como um extintor de incêndio do movimento revolucionário”, contrapõe o redator-chefe da revista Russia in Global Affairs, Fiódor Lukianov. “Porém, trata-se de uma faca de dois gumes, pois é improvável que muitos países da Ásia Central, bem como a Bielorrússia, deem à Rússia a oportunidade de interferir em seus assuntos internos”, completa.

No momento, a OTSC está se pronunciando de maneira cautelosa sobre as futuras reformas. “Ninguém está falando sobre uma reforma profunda”, afirma o secretário-geral da organização, Nikolai. A questão é realizar pequenos ajustes no documento original, o que significa, segundo Bordiuja, “mudar uma ou duas sentenças”.

Fonte: Gazeta Russa

13 Comentários

  1. me descupem mais se esse pais tem livre expreção meus cometarios preciza ser avaliado ainda para poder ser visto?
    Bom acho essa materia uma,me descupe uma burrise, os paises da otan mais estados unidos e israel fazem o que querem,nem ditador,ou pessoa que está muito tempo do poder sai por bem esse é o grande trunfo dos americanos continuarem conseguindo seus propositos petrolio!!!

  2. eu comentei que muitos na russia sentem falta antiga união soviética… dos tempos de glória…. me acharam louco… indecente
    esse sentimento de união euroasiatica-arabe para a auto-preservação está ficando cada vez mais forte…. vejo nascer uma grande aliança politico-militar naquela região…. o circo vai pegar fogo… eu so sei que eu nao quero estar perto quando os eventos ocorrerem…
    .
    Talvez os maias estivessem certo… c não bastasse esses terremotos, vulcoes, tsunamis e etc…. 2012 será o ano que marcará a mudança de uma nova era(um novo ciclo, aquelas histórias de alinhamento de planetas e galaxias)…. hahaha o que você acha dandolo?

  3. Um governante não pode ficar mais de 10 anos no poder, mesmo que seja interrompido. Por exemplo: Lula e FHC não deveriam retornar. Um Partido Político, também não deveria ficar mais de 15 anos no poder, pois acaba se transformando numa oligarquia de corruptos, pois passa a controlar o Supremo Tribunal Federal com suas indicações. Os EUA e a França criaram um Sistema Político defeituoso, e os países que os copiaram vivem numa espécie de ditadura disfarçada de democracia. Vamos ter que mudar isso aí … O Populismo passa a ser um crime hediondo, assim como a Plutocracia americana, os Reinados, as Ditaduras e Teocracias. Criei mais duas figuras: Bancocracia (domínio dos banqueiros) e Omissocracia (governo dos omissos). Poderíamos também citar a Corruptocracia, fruto da impunidade e do sistema de ONGs para a lavagem de dinheiro.

  4. OTSC ? Então a ONU realmente acabou.
    É a lei do mais forte. Aliás, sempre foi. Quem vai participar da OTSC ?
    Rússia + Índia + Paquistão + China + Coreia do Norte. O Brasil está fora, pois não temos armas nucleares.

  5. Devemos é continuar avançando com a UNASUL, já conseguimos um avanço que foi a ativação do concelho de segurança da UNASUL, agora falta criar um tratado militar para a formação de uma força para proteção dos paises membros e tratados de cooperação militar. e claro uns misseis nucleares bem guardados não fazem mal a nimguém…

  6. “Pedro, tens mais que meu irmão. Não estás a ser ladrão? Não Filisteu, naquela morada tem só um punho de cereal. Suficiente para todos nós. Nós? Então nesta morada poderei ficar? Não. Só se jejuar a cada 2 dias da semana”

  7. Tito, o domínio da Eurasia valia na antiguidade – Temujin, Kublai Khan, Tarmelão, a não ser que Washington faça parte de alguma provincia eurasiana.
    *****
    Dandolo, muito bom seu comentário das 6,22h – “Um governante não pode ficar mais de 10 anos no poder, mesmo que seja interrompido”
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    Para mim, OTSC é um factóide.
    Não tinham como criar algo forte como o Pacto de Varsóvia, criaram essa sopa de letrinhas. 20 anos depois, é a segunda notícia que vejo. A primeira foi a da criação, a segunda é a da reforma.

  8. apenas quatro anos com um mandato unico e nada mais
    para prefeito veriador governador senador presidente
    e deputados.
    ai sim é um governo oito dez quinze anos ja é ditadura.

  9. GENTE PELA PRIMEIRA VEZ NAO VENHO A ACHINCALHAR O DANDALO ,CONCORDO COM SUAS PALAVRAS,MAS COM RESALVAS 1O ANOS DE UM PRESIDENTA E DEMAIS E QUINZE DE UM PARTIDO NO PODER E DEMAIS ,SÓ QUE OS QUE ESTAVAM ANTES SAO PIORES ,SE NOSSO PAIS FOSSE DE APENAS DOIS PARTIDOS NO PODER ALTERNANDO O PODER, SE OUVESSE PATRIOTISMO SE POLITICO QUE ROUBA DOS HOSPITAIS DE OBRAS PUBLICAS DE EDUCAÇAO,DA NOSSA AMADA NAÇAO FOSSEM PRO PAREDAO DE FUZILAMENTO AMUNIÇAO FOSSE PAGA PELA FAMILIA DELES ,SE ACABACEM COM ESTA BOSTA DE ESTATUTO DO MENOR ,TRABALHO DESDE OS NOVE ANOS ,TENHO 43 ANOS SE FOSSE POLITICO TERIA TRES OU MAIS APOSENTADORIAS,SO QUE SEU FERNANDO HENRIQUE TEM MAIS DE UMA APOSENTADORIA ME PROIBIU DISSE QUE SO DEPOIS DOS 54 ANOS E VOU TER QUE PAGAR PEDAGIO SEI LA QUANDO ISSO VAI ACONTECER.POR ISSO DOS MALES O MENOR PELO MENOS TENHO TRABALHO COM LULA E DILMA FERNANDO H CARDOSO,ATE ISSO ME TIROU NAO TINHA CONPETENCIA PARA SEGURAR UMA CRISE DA BOLSA DE VALORES DA RUSSIA DO JAPAO,HOJE ESTOU MONTANDO MINHAS MAQUINAS,FAZENDO AUTOMAÇAO,ELETRICA E ELTRONICA INDUSTRIAL E COMERCIAL ,PORQUE HOJE TEM TRABALHO VIVO NESTA VIDA A TRNTA ANOS ,DANDALO HOJE VI LUZ NOS SEUS COMENTARIOS ,E DANDALO COM UM CONE EMISSOR ELETROMAGNETICO MUITO POTENTE DIRIA ALIMENTAdo de uma pequena usina de alguns megawatts,derrubariamos satelites n,avioes misseis ,torrariamos rede de transmissao de energia eletrica ,fritariamos computadores e qualquer dispositivo eletronico,vou te ensinar uma besteira ,pega um ima natural e chega perto de um componete eletronico,chegaperto do munitor de sua tv e veja o que acontece,agora isso direcionado pelo cone e em mega watts o alcance e continental,e mais guiado por gps ou o caralho de asa qualquer ,para tudo ,gente hoje estou pravo nao tenho o abito de ensinar isso mas hoje3 me deu vontade.DANDALO QUERO VER COMENTARIOS LUCIDOS SEUS AI ATE TE OVACIONO.BRASIL ACIMA DE TUDO SO ABAIXO DE DEUS.

  10. No caso do que o Vilson J Fadel falou sobre destruir equipamentos eletronicos, um dos motivos que precisamos desenvolver armas nucleares é para termos dominio de armas de pulso eletromagnetico, ela frita qualquer sistema eletronico instantaneamente. Você inutiliza tanques, aviões, qualquer veiculo ja que usam bateria, artilharia ja que usam radar. Em fim você joga o cara devolta ao inicio do seculo 20. Um missil nuclear detonado bem no fim da atmosfera/começo do vacuo, criario um pulso eletromagnetico que se usado sobre os states tiraria mais da metade de tudo que é eletronico deles. Nenhuma guerra moderna prosegue sem informação. Além de inutilizar e possivelmente ate derrubar alguns satelites. Nos não teriamos nada a perder porque numa guerra dessas a primeira coisa que eles destruiriam seria nossos satelites.

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