Potências nucleares planejam renovar arsenais

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RICHARD NORTON-TAYLOR DO “GUARDIAN”

TRADUÇÃO DE PAULO MIGLIACCI

As potências nucleares do planeta estão planejando gastar centenas de bilhões de libras na modernização e reforço de seus arsenais nucleares ao longo dos 10 próximos anos, de acordo com um relatório abrangente publicado na segunda-feira.

A despeito das pressões sobre os orçamentos governamentais e da retórica internacional quanto ao desarmamento, os indícios apontam para uma nova e perigosa “era de armas nucleares”, de acordo com o relatório British American Security Information Council (Basic). O estudo estima que os Estados Unidos gastarão US$ 700 bilhões em despesas de armamento nuclear ao longo da próxima década, enquanto a Rússia gastará pelo menos US$ 70 bilhões em veículos de disparo Outros países, entre os quais Índia, China, Israel, França e Paquistão, devem dedicar montantes formidáveis a sistemas de mísseis táticos e estratégicos.

Em diversos países, entre os quais Rússia, Paquistão, Israel e França, as armas nucleares estão recebendo missões que vão bem além da dissuasão, alerta o estudo, e agora devem “desempenhar papéis bélicos no planejamento militar”.

O relatório é o primeiro em uma série de estudos solicitados pela Trident Commission, uma iniciativa independente e pluripartidária criada pela Basic. Os principais integrantes da comissão são Sir Malcolm Rifkind, ex-ministro da Defesa pelo Partido Conservador; Sir Menzies Campbell, antigo porta-voz do Partido Liberal Democrata para questões de defesa; e lorde Browne, antigo secretário da Defesa pelo Partido Trabalhista.

Há fortes argumentos, eles alegam, em favor de uma revisão fundamental da política britânica quanto a armas nucleares. Os conservadores do governo britânico de coalizão afirmam que querem manter um sistema de armas nucleares cuja base são os mísseis Trident. Mas concordaram em que seja realizada uma auditoria sobre o “custo/benefício” de potenciais substitutos para o Trident; a aquisição de quatro novos submarinos nucleares como plataforma de lançamento para os mísseis custaria, só ela, quase 25 bilhões de libras, de acordo com as mais recentes estimativas oficiais. Os liberais democratas querem estudar outras possibilidades. O estudo, comandado pelo analista de segurança Ian Kearne, leva o título “Além do Reino Unido: as tendências dos demais países dotados de armas nucleares”.

O estudo alerta que Paquistão e Índia parecem estar desenvolvendo ogivas nucleares menores e mais leves, para que possam atingir maior alcance ou ser empregadas para fins táticos ou “não estratégicos”, contra alvos próximos. No caso de Israel, as dimensões de sua frota de submarinos, composta por embarcações capazes de lançar mísseis de cruzeiro, estão sendo ampliadas, e o país parece estar caminhando bem para o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM), tomando por base seu programa de lançadores de satélites.

Uma justificativa comum para os novos programas de armas nucleares é a percepção de vulnerabilidade diante do desenvolvimento de forças nucleares e convencionais por outros países. Por exemplo, a Rússia expressou preocupação quanto ao programa de defesa antimísseis e o programa de ataque convencional acelerado dos Estados Unidos. A China expressou preocupações semelhantes quanto aos Estados Unidos e Índia, e os programas indianos são propelidos por medo do Paquistão e da China.

O Paquistão justifica seu programa de armas nucleares mencionando a superioridade indiana em forças militares convencionais.

Em análise país a país, o relatório afirma:

Os Estados Unidos planejam gastar US$ 700 bilhões em armas nucleares nos próximos 10 anos. US$ 92 bilhões adicionais serão gastos em novas ogivas nucleares, e os norte-americanos planejam construir 12 novos submarinos nucleares balísticos, mísseis de cruzeiro nucleares para lançamento por aviões e novas bombas atômicas. A Rússia planeja investir US$ 70 bilhões para atualizar sua tríade estratégica (sistemas terrestres, aéreos e marítimos de disparo), até 2020. O país vai introduzir mísseis intercontinentais móveis dotados de múltiplas ogivas, e uma nova geração de submarinos nucleares dotados tanto de mísseis balísticos quanto de mísseis de cruzeiro. A Rússia também planeja reforçar 10 brigadas de seu exército com um míssil nuclear de curto alcance, ao longo dos 10 próximos anos.

A China vem reforçando rapidamente seu arsenal de mísseis móveis de médio e longo alcance, equipados com múltiplas ogivas. Há até cinco submarinos em construção com a capacidade de lançar entre 36 e 60 mísseis balísticos, o que poderia permitir que os chineses mantivessem uma dessas embarcações em operação no mar o tempo todo.

A França acaba de colocar em operação quatro novos submarinos equipados com mísseis de alcance mais longo e uma “ogiva mais robusta”, e também está modernizando suas unidades de bombardeio nuclear.

O Paquistão está ampliando o alcance de seus mísseis Shaheen II, desenvolvendo mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares, melhorando o design de suas bombas atômicas e criando ogivas menores e mais leves. Também está instalando novos reatores para a geração de plutônio.

A Índia está desenvolvendo novas versões dos mísseis terrestres Agni, com alcance suficiente para cobrir todo o território paquistanês e largas porções da China, entre as quais Pequim. Desenvolveu um míssil de cruzeiro nuclear para navios de superfície e planeja construir cinco submarinos equipados com mísseis nucleares. Israel está ampliando o alcance de seu míssil Jericho III, e desenvolvendo capacidade de disparo submarino, para sua frota expandida de submarinos armados de mísseis de cruzeiro dotados de ogivas nucleares.

A Coreia do Norte revelou um novo míssil Musudan em 2010, com alcance de até quatro mil quilômetros e capaz de atingir alvos no Japão. Testou com sucesso o Taepong-2, com possível alcance de quase 10 mil quilômetros, o que permitiria atingir o território continental dos Estados Unidos. Mas o relatório aduz que “não se sabe ao certo se a Coreia do Norte conseguiu desenvolver a capacidade de produzir ogivas nucleares pequenas o bastante para que sejam disparadas por esses mísseis”. O estudo não trata das aspirações nucleares do Irã.

Fonte: Folha de S.Paulo

28 Comentários

  1. o que o Brasil precisa é acelerar o desenvolvimento do VLS e começar a desenvolver ICBMs armados com ogivas nucleares, ai sim o Brasil vai tar mais seguro, EUA não invade ninguém com armas nucleares…

  2. Ué, e o Irã, que é demonizado por todos? Aos que ainda têm dúvidas, vejam quem são os países que representam uma ameaça concreta para a humanidade.

  3. Tudo dentro da normalidade,estao reduzindo o tamanho dos brinquedos.E completando:nao so os ESTADOS UNIDOS DA AMERICA evita invadir quem possui ARMAS nucles,o resto da turma tambem evita invadir!

  4. Esqueçam, estamos no país da paçoca de amendoim, do pao de queijo, da cachaça, do samba, da novela, do carnaval…..e claro da roubalheira.

  5. Se os governantes brasileiros continuarem nessa lentidão em matéria de defesa, terão seus orifícios anais com o mesmo destino que teve o do falecido Kadafi, ou seja, devidamente alargados.
    Esse Brasil é de cair o queixo, como é que essa corja de políticos ladrões pensam que vão proteger nossas riquezas, com papo furado. ARREGO.

  6. VLS + W87BR pra ontem!
    .
    Um belo conjunto de 60 mísseis de médio
    .alcance (6.000km) carregando 60 ogivas termonucleares de 300 kton já trariam algum respeito ao nosso país.
    .
    Porém… Qual seria a consequência dessa ação para os nosso vizinhos? Veríamos a Argentina retomando seu programa nuclear e seu míssil Condor? Veríamos a Venezuela trocando petróleo por tecnologia nuclear e de mísseis? E como ficariam Colômbia, Chile, Bolívia e Peru nessa contenda?
    .
    Não sei se o desenvolvimento de mísseis balísticos e ogivas nucleares pelo Brasil seria uma boa ideia. Por um lado, está o meu desejo de que meu país seja ouvido, reconhecido e tenha poder de dissuasão contra a investida de QUALQUER potência estrangeira. Por outro lado, não gostaria de ver instabilidade na região, principalmente entre vizinhos que ainda têm assuntos mal resolvidos…

  7. Bomba o Brasil já tem, falta concluir o vls e incorporar os sub nucleares, depois disso é só dizer que tem e impedir que nossos vizinhos possam ter.

  8. É uma ótima razão para se discutir a saída do TNP e do MTCR.
    Mas duvido que nossos políticos têm peito para fazer isso, inda mais embalados pelos delirantes (e suspeitos) ‘pacifistas radicais’ entre nossos ‘ formadores de opinião’.

  9. Não é de se estranhar que os E.E.U.A. ainda não invadiram o
    nosso querido Brasil?
    Não é de se estranhar que neste ano tivemos três abalos sismicos em Montes Claros(MG), mais precisamente ao Norte de
    Minas e longe de BH, entre montanhas e distante consideravelmente de rios que abasteçam os grandes centros.
    Abalos esses com praticamente a mesma intensidade e localizados
    como ponto de origem na mesma profundidade.
    Ou seja, nem tudo que acontece tem a devida divulgação. Fiquem atentos.

  10. Ladrão não ataca nenhuma residência sabendo que o dono tem um AR-15 prontinho pra arrancar a cabeça dele !

    O Brasil precisa desenvolver urgentemente , mísseis de todos os tamanhos e utilidades e principalmente de longo alcance !

    E a principal tecnologia que falta ao Brasil é a “Tecnologia de guiagem inercial ” !

    Acredito que o Brasil já tenha adquirido alguma tecnologia dessas com o Paquistão !

  11. Efetivamente essa de desarmamento nuclear é balela!Essa postura reflete o gde risco existente na posse dessas armas, que não afasta uma guerra nuclear no cenário da história da humanidade!O Brasil ao menos deve ter a posse da tecnologia pois qdo for ameaçado, certamente, a margem de qualquer tratado, deve fazer uso desses meios para sua defesa nacional e territorial!

  12. >”carlos argus vieira disse:
    02/11/2011 às 16:42
    Temos de criar os meios de levar até eles a n W87, + cadê os n missil= VLS?!?! Está amarrado no chão…ainda. Sds.”<
    ——–

    Perfeito Carlos Argus!!!
    .
    Qualquer país de bosta hoje em dia tem Bomba Atômica, o Brasil só não faz por covardia…DUVIDO que alguém iria nos invadir porque estamos pesquisando a nossa secretamente…Esse é o argumento dos vendilhões da pátria, que são contra viver sem lamber as botas dos EUA.

  13. Entendo a preocupação de alguns com a questão nuclear no brasil, mas não acho importante que tenhamos essa arma, mas sei que sabemos fazer!
    .
    Mas porque não acho importante?? Só um exemplo dos vários: A poucos dias vi um vídeo da força aérea celebrando a aquisição de OVN para um pelotão de elite, velho em pleno século XXI a fab fazer “festa” pra aquisição de meia dúzia de OVN, tecnologia da década de 50, que deveria ser tratada como aquisição comum lá pela década de 80…….
    Nossas “forças” são capengas + Falta de governo, isso não é soma de país de deve ter armas nucleares, só o fato de saber fazer está ótimo!

  14. Tremores em MOntes claros sao registrados a decadas,uma das causas mais provaveis e´a natureza do solo da regiao,existe muitas cavernas ,com ocorrencia entre 5,20,30,100 metros ou mais,o subsolo e´ de rocha calcarea,boa parte da regiao utiliza agua de poço artesiano,quando se abaixo o lençol,ocorre o desmoronamente das imensas e medias cavernas.Portanto esqueceesta balela de maquina de fazer terremoto,neuronios aonde voces estao,apareça neuronios fujoes !

  15. 700.000.000.000 serão gastos.
    Isso só com as armas nucleares, fora marinha, exército, força aérea, fuzileiros, nasa, etc ….
    E tá faltando dinheiro???????????????
    Crise???????????????????
    Só posso digitar isso:
    KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

  16. Quando começar a queimar me avisem. Bomba NUC já era quero sua variante a bomba de nêutrons. Ou ainda a bomba do juízo final de Sakharov, que começou a trabalhar na superbomba termonuclear, com dispositivo nuclear como espoleta, coisa de ficção cientifica, que para alguns demandaria na terrivel bomba que extinguiria toda vida na terra com um uníco artefato. Assim sendo, se querem acabar com tudo seja de uma vez, aos poucos não serve. EXPLODAM LOGO TUDO. A humanidade quando nasce chora e quando morre também. Se não servimos para mais nada é chegada a hora de sermos extintos.

  17. Para alguns, o Brasil só tera um artefato nuclear se for noticiado no Jornal da Globo e em horário nobre. De preferência
    com o local do teste na sua cidade no seu bairro e no seu quarteirão, com o Pedro Bial fazendo a cobertura ao vivo!!
    Seria o máximo!! Porém nem assim supriria o seu desejo de certeza!! Odeio os muito metódicos eles sempre que não conseguem os seus objetivos, no final culpam a Deus ou ao Diabo!!

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