Um relatório da comissão independente Trident sustenta que Israel está a modernizar e ampliar as suas armas nucleares, elevando o alcance dos seus mísseis “Jericó” e dos mísseis de cruzeiro. No mesmo dia em que o relatório é divulgado, o ministro da Defesa, Ehud Barak, afirma que “ainda” não existe uma decisão israelita no sentido de atacar o Irão.
O relatório da comissão Trident foi hoje publicado no diário britânico Guardian e afirma que os mísseis “Jericó” vão ter o seu alcance alargado até 5.000 milhas, o que os faria entrar na categoria dos mísseis transcontinentais. Israel, que não se assume como potência nuclear, tem actualmente três mísseis “Jericó”.
Segundo o mesmo diário, seriam também alargadas as capacidades dos mísseis de cruzeiro, utilizáveis a partir de submarinos. Israel tem hoje em dia três submarinos operacionais, contando para breve com dois outros, que estão a ser construídos na Alemanha. Os submarinos são geralmente encarados como arma de recurso, que poderia lançar mísseis nucleares no caso de os mísseis terra-terra serem destruídos por um hipotético inimigo.
Barak “ainda” não quer atacar o Irão
Também no dia de hoje, o ministro israelita da Defesa e ex-dirigente trabalhista Ehud Barak, citado pelo diário Haaretz, afirmou que ele próprio e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu não decidiram “ainda” atacar o Irão.
Barak, longamente citado por aquele diário israelita, afirma nomeadamente que “não é preciso ser um génio para entender que em Israel em 2011 duas pessoas não podem tomar uma decisão por si próprias (…) O programa nuclear iraniano tem sido debatido durante anos em Israel. Há inúmeras entrevistas e debates públicos. Não escondemos o que pensamos. No entanto, há assuntos operacionais que não discutimos publicamente, porque isso tornaria impossível levá-los à prática”.
Barak afirmou também a sua convicção de que “é preciso usar pressão diplomática e sanções sobre o Irão”, acrescentando que “há uma grande convergêrncia entre nós e os americanos sobre o diagnóstico e a caracterização da situação no Irão”. E lembrou: “Israel é o país mais poderoso, de Tripoli a Teerão. Não há motivo para ter medo de nada”.
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