USP cria centro de tecnologias interativas

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POR RENATO CRUZ

Por enquanto, o centro ainda é conhecido como prédio verde, ao lado do departamento de engenharia elétrica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Mas a tinta verde só foi usada para proteger a construção. O prédio de três andares será pintado de branco e prateado e, quando o sistema elétrico terminar de ser ligado, ficará todo iluminado, contrastando com a escuridão dos edifícios ao redor.

Oficialmente, o Centro Interdisciplinar em Tecnologias Interativas (Citi) deve ser inaugurado somente em março de 2012. “Estamos voando em um avião em construção”, afirmou o professor Marcelo Zuffo, coordenador do centro, que espera se mudar para o prédio novo até o fim do ano. O centro é interdisciplinar, unindo pesquisadores da Escola Politécnica, da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

Com investimento inicial de R$ 6 milhões, a ideia é criar um centro de classe mundial, como o Media Lab, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos Estados Unidos. “Vamos desenvolver as tecnologias e também pensar o impacto delas na sociedade”, explicou Zuffo.

O térreo do centro tem uma linha de prototipagem, capaz de produzir os equipamentos eletrônicos projetados pelos pesquisadores. Cada um dos dois andares superiores serão capazes de abrigar 60 pessoas, que vão compartilhar 500 computadores. “A densidade de computadores será alta”, explicou Zuffo.

O centro também funcionará como think tank, para analisar o impacto da tecnologia na sociedade. “O conceito de think tank, aqui no Brasil, ainda é mais comum em outras áreas, como a política”, apontou o coordenador do Citi. Não serão oferecidos cursos de graduação, mestrado ou doutorado. Os pesquisadores do centro vão desenvolver projetos de pós-doutorado.

Projetos. As áreas de pesquisa do centro são meios eletrônicos interativos e interação humano-computador. Uma das áreas de pesquisa é a TV de ultra alta definição. Os televisores de alta definição, que estão no mercado, têm 2 megapixels de resolução.

Segundo Zuffo, para chegar a uma resolução equivalente à da percepção humana, seria necessária uma resolução de 1 gigapixel. “Para gerar essa imagem com as técnicas atuais, a grande limitação seria o consumo de energia”, explicou o professor. Um televisor de ultra alta resolução, com a tecnologia atual, consumiria a energia equivalente a um quarto da energia consumida por todo o câmpus. “Também vamos pesquisar a suprapercepção, imagens com uma resolução maior do que a capacidade de percepção humana”, disse o professor.

Um grupo de pesquisadores do centro está desenvolvendo os chamados “drones”, robôs voadores. Dotadas de câmeras, essas máquinas podem fazer o reconhecimento de grandes áreas, ou sobrevoar locais de difícil acesso a seres humanos.

“A criação de centros horizontais (que reúnem várias áreas do conhecimento) ainda não é comum no Brasil”, afirmou Zuffo. “Os pesquisadores ainda ficam muito isolados em suas unidades.” Um dos objetivos dos centros de instrumentação da USP, dos quais o Citi é um exemplo, é acabar com esse isolamento.

Empresas. Os recursos investidos pela universidade no centro são só o início. Seus equivalentes internacionais, como o Media Lab, conseguem multiplicar algumas vezes os recursos recebidos da universidade com projetos externos, de órgãos públicos e de empresas privadas.

Em parceria com empresas, a equipe do professor Zuffo já desenvolveu, entre outros projetos, conversores de TV digital e jogos educativos para TV interativa. Usando um Arduino, placa controladora de hardware aberto (que não tem royalties), criaram uma impressora tridimensional. Com recursos da Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo, eles desenvolveram toda a eletrônica necessária para cadeiras de roda motorizadas. Atualmente, esses equipamentos são importados. “Nas cadeiras fabricadas no Brasil, a carcaça é nacional e os motores e baterias são importados”, afirmou o pesquisador Marcelo Arcanjo.

Eles desenvolveram o módulo de controle e controles em diversos formatos: joystick, botões pequenos ou grandes, toque e até uma interface de sopro. A proposta é transformar essa tecnologia em hardware e software abertos, para que fabricantes brasileiros de eletrônicos possam produzi-los. “Com escala, os custos seriam menores que dos importados”, disse Arcanjo.

Fonte: Estadão

10 Comentários

  1. Desse jeito não vão fazer nada que preste, pois as patentes devem ser desenvolvidas com sigilo total.
    Se precisarem do maior cientista existente nesse planeta, me procurem. Tem muita tecnologia obsoleta, inclusive a maioria das leis da física. Esse negócio de mestrado e doutorado, também não funciona. Vamos colocar cientistas de verdade nesses laboratórios.

  2. Putz, isso aí era pra ter no país inteiro, 6 ou 10 milhões não se compara ao valor roubado pelos políticos ano a ano no Brasil. Mas tem que funcionar em beneficio da nação, ao contrario de alguns laboratórios que servem apenas para determinadas empresas conveniadas.

  3. Grande parte que fala mal da usp sequer passou numa universidade pública ou sequer é formado em algum curso relacionado à tecnologia. Dandolo que inaugure o CEDADEPE (CENTRO DANDOLO DE PESQUISAS).

    Fica pra vc uma frase de Aristóteles:

    “O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.”

    Sds.

  4. Parabéns ao governo de São Paulo que mostra para nós brasileiro o excelente trabalho de governo que orienta a tecnologia a inclusão social aos brasileiros vulnerável e incapazes(físico e mental) deste meu Brasil querido.
    .
    PENSAMENTO POSITIVO….BRASIL!

  5. Concordo com o DANDALO , o problema dos pesquisadores Brasileiros , é que se empolgam muito e saem divulgando tudo e qualquer coisa pra todos ouvirem.
    Mesma coisa aconteceu com o remédio DIASEPAN ( acho que é esse mesmo.), remédio usado no controle da pressão arterial , em hiper-tensos.
    Poucos sabem , mas esse remédio foi criado por pesquisadores Japoneses, plágeando uma pesquisa Brasileira, na qual estudaram o veneno da CASCAVEL , e descobriram que uma proteína presente no veneno , tinha a capacidade de ” controlar ” a pressão arterial da pessoa mordida por esse réptil.
    Se não patentearem antes de divulgarem , sofrerão embargos , plágios etc..
    Curiosidade : Durante o desenvolvimento do BLOCO GIROMÉTRICO do míssil MAR-1 , um pesquisador desavisado , ou empolgado de mais , com os resultado obitidos por nosso equipamento ( Bloco Girométrico ) , que era mais preciso do que muitos similares estrangeiros , divulgou uma foto retirada do aparelho .
    Resultado , ao saber dos resultados obitidos pelo mesmo , e ao ver a foto , o governo Americano proibiu um fabricante de chip,s local ( O fabricante vendia para nós o chip que fazia parte do Bloco Girométrico. E o governo Americano ao ver a foto , identificou o fabricante . ) de vede-ló para o Brasil.
    Com isso , houve um atraso muito grande no domínio dessa tecnologia .
    Cientistas Brasileiros , aprendam com seus erros , mas mesmo assim , parabéns USP , está se tornando o MIT Brasileiro rsrs.

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