A força dos BRICS está na educação

http://www.pop.com.br/arquivos/b/bri/brics140411/221780_bricsINTjpg.jpgEste artigo foi produzido em conjunto com Ozires Silva, Reitor da Unimonte, fundador e ex-presidente da Embraer e ex-presidente da Petrobras

As expectativas da velocidade do crescimento dos países que compõem o BRICS, além da visão geral de que o grupo será o próximo protagonista da liderança econômica no futuro, deveriam comprometê-lo, desde já, de modo a gerar previsões e cenários estratégicos sobre como se preparar, em termos de capacitação, para atingir os níveis de desenvolvimento ainda neste século XXI e atingir as realidades futuras imaginadas.

Além das barreiras estruturais, tributárias e fiscais, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul sofrem com insuficiências sérias, na capacidade de produzir cidadãos talentosos, altamente capacitados para enfrentar e vencer na demanda mundial, principalmente nos aspectos de exploração de recursos sofisticados, como os dos novos segmentos tecnológicos, da tecnologia da informação, das engenharias e da saúde.

Considerando que o bloco hoje está sendo visto como um porto seguro para os investimentos das potências centrais, esses países do BRICS ainda sofrem com a carência de capacidade intelectual para produzir as inovações e as diferenças típicas das nações líderes. Por exemplo, durante muito tempo a China tem tido seu foco, para garantir a competitividade de seus produtos, de produzi-los a partir de uma base de mão de obra barata. No entanto, com a evolução do seu realmente alto nível de industrialização, já sente insuficiências de engenheiros e de outros profissionais capacitados para atender suas metas de conquistas na estrutura do consumo mundial. Seus dirigentes governamentais já se preocupam com a economia interna, que mostra sinais de arrefecimento, e sentem a necessidade de ações diretas para a preparação de um extenso elenco de profissionais habilitados para responder pelos planos oficiais elaborados com metas realmente otimistas. A reação chinesa é visível, e já mereceu manchetes do jornal inglês “Financial Times”, assegurando que o programa de investimentos na educação chinesa é uma “real revolução educacional no mundo moderno”.

As políticas internas dos países do BRICS devem ser olhadas com atenção, em razão da suma importância para crescentemente vencer no mercado mundial, oferecendo intensa variedade de produtos que passam diretamente pela criatividade e inovação, com a garantia de que possam ser produzidos com a competência necessária. Mesmo levando em conta os esforços em prol da educação de alto nível já feitos por alguns dos países do BRICS, constata-se que sejam ainda muito aquém do que o mundo já coloca como necessário. E, também se constata, pelas reações observadas, que tais países estão preocupados e conscientes de que os investimentos em formação, qualificação e integração de recursos humanos são vitais para as metas de progresso e desenvolvimento colocadas.

A qualificação dos executivos nos países que formam o BRICS hoje é uma prioridade, mesmo considerando as barreiras de línguas. Contudo, os princípios fundamentais para o desenvolvimento do bloco poderiam estar na capacidade de seus executivos de consagrar visões globais integradas com o que pode ser identificado nas condições de cultura, de comportamento e de vida de cada país. Cabe perguntar se seria possível se imaginar uma unidade de pensamento entre esses países? Eles estão se relacionando intensamente através do comércio, mas do ponto de vista de políticas comuns parece que estão distantes uns dos outros. Poderíamos imaginar dirigentes empresariais ou diplomáticos brasileiros, integrados com as culturas e processos de uma América Latina, a desenvolver fortes visões sobre a China, ou, mais do que isso, a se relacionar com os processos políticos e culturais de uma Rússia ou de uma Índia, como um verdadeiro executivo global?

Um dos movimentos mais estratégicos que hoje poderiam acontecer no BRICS, além do desenvolvimento econômico, seria o desenvolvimento de aproximação e cooperação das universidades e de seus centros de tecnologia e inovação. A distância não é mais barreira para parcerias e intercâmbios entre docentes e alunos dos países, e no caso brasileiro, gozando de uma unidade continental, de viver sem problemas étnicos ou culturais encontrados nos outros países, ganha uma vantagem competitiva que não deveria ser ignorada. O avanço de intercâmbios hoje para os países do BRICS seria de suma importância, a partir, por exemplo, da aproximação com as culturas locais, e também com as línguas, usando, ao mesmo tempo, outros fatores de integração, inclusive o econômico, em todos os campos, de serviços e industriais.

É importante que o Brasil tenha uma visão mais ampla sobre este processo, mesmo considerando que entre muitos dos nossos problemas internos estejam a ausência de políticas educacionais claras e que ganhem visibilidade externa.

Sabemos que o tempo e os caminhos para a conquista dos mercados não dão muitas opções de espera. O desenvolvimento urgente de atividades integradas de cooperação educacional, e também de movimentos estratégicos de instalações de universidades brasileiras nos países-membros do BRICS, poderiam ser opções e estopins para as mudanças. Culturas, línguas, negócios e principalmente integração internacional podem fazer do BRICS um novo polo do saber mundial. E as comunicações universais e instantâneas certamente contribuirão como veículos para assegurar o êxito de tal programa.

Fonte: Diário da Rússia

7 Comentários

  1. Todos já conhecem os problemas do BRASIL e muitos apontam soluções,mas não fazem nada de concreto,pessoas morrem em hospitais ai aparece o conselho de medicina e no fim nada se resolve, o prédio cai, aparece o CREA e já sabemos o final da história!
    Ou seja falam muito e nada fazem,a mídia mostra na novela o favelado feliz da vida vivendo na favela,ai eu me pergunto isto está certo?
    favela não é lugar para ser humano viver,favela é o mesmo que inferno, ”acabaram” com a escola pública ,agora gastamos dinheiro colocando nossos filhos nas particulares,todos temos que pagar planos de saúde, pois o SUS funciona precariamente!
    Há anos vejo isso, e tomaram alguma providencia ?eu acredito que só a sociedade organizada pode mudar isso,mas organizada de verdade, não é ficar criando ONGS fajutas !
    Oque o Ozires Silva ta dizendo eu ouço a anos,e pergunto fizeram um trabalho sério para mudar isso?

  2. Nesse requisito Russia e China estão bem mais a frente do que Brasil, Índia e África do Sul…nós aqui temos que avançar muito nisto. Um ex. o Vestibular tem que acabar no Brasil; isso é um atraso desgraçado para a nossa nação! O governo tem que prover vagas suficiente para todos os seus jovens/cidadãos que queiram estudar…e ponto final.

  3. Nobrurj, o enem é uma ferramenta para acabar com o vestibular, que logo logo vai acabar por subtitui-lo.
    é uma pena mesmo que a educação publica anda meio abandonada.. Mas o pro-uni é uma iniciativa invejável do brasil

  4. Temos que nos mobilizar e sair de nossas zonas de conforto se quisermos fazer alguma diferença.
    Pra fazer a nossa nata política trabalhar precisamos atacar aonde dói mais que é o bolso. Temos que parar esse país, caminhoneiros, professores, médicos todos de uma vez e só voltar com uma resolução satisfatória em prol da sociedade brasileira.(utopia?)
    É uma vergonha os nossos senadores serem os mais caros do mundo, quer dizer, vergonha já foi a muito tempo,hoje isso é simplesmente inaceitável e ainda somos muito tímidos e acomodados.
    Assisti a um comentário do Arnaldo Jabor e quando ele diz que o marcha contra a corrupção é boa mais ainda abstrata ele está certo.
    Precisamos nos organizar em torno de temas e também apresentar propostas de resolução, mostrar de uma vez que somos nós quem decidimos o que é prioridade e com toda certeza encher os bolsos desses parasitas(na imensa maioria) não é uma delas!
    Temos que mostrar que somos capazes de nos comandar, de decidir o caminho e que sabemos o que deve ser feito.
    Chega de inércia e reclamação.
    Agora é ação!

  5. Onde o BRASIL se situa nesse contexto? E péssima a educação no país e o acesso ao mesmo, ainda pior de for no superior.seremos superados nos 15/20 anos se assim continuar. espero estar mt errado. sds.

  6. hahahahahahahahahhahah, espera eu recuperar o fôlego, hahahahahahahahh, nunca ri tanto, hahahahahah, a força está na “educação”?!?!?! hahahahahahahah então a coisa está mais feia que pensei, hahahahahahahahahahahahaha… a força deles está nas armas nucleares deles, a nossa no ego dos governantes hahahahahahah

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