A fabricante argentina de aviões, Fábrica Argentina de Aviones SA (FAdeA), logo começará a produzir peças para o novo avião de transporte militar KC-390 da brasileira Embraer. A iniciativa conjunta proporciona à empresa argentina a oportunidade de impulsionar seus rendimentos e capacidade, ao mesmo tempo que solidifica a cooperação entre os dois países na área de produção de defesa.
Em abril último, a FAdeA concordou em fornecer à Embraer peças para seu KC-390. Julio César Lombardi, vice-presidente da FAdeA, disse aos oficiais da Força Aérea em 7 de setembro que sua indústria de Córdoba irá produzir, entre outros itens, divisórias de cabines dianteiras, portas dianteiras e freios aerodinâmicos para a empresa brasileira.
“Este é um projeto muito importante para a Força Aérea da Argentina, pois nos permite modernizar nossa capacidade de fabricação de aeronaves”, explica o general de brigada Rubén Montenegro. “A Embraer é muito exigente quando se trata de controle de qualidade de processos de fabricação e equipamentos, o que requer que a FAdeA invista na melhoria do maquinário e em treinamento.”
A fábrica de aeronaves de Córdoba, inaugurada em 1927, foi uma das primeiras do gênero na América Latina. Depois de décadas funcionando como entidade estatal, foi finalmente privatizada em 1995. Em 2009, porém, foi nacionalizada pela presidente Cristina Fernández de Kirchner, que anunciou que a empresa se tornaria “uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento nacional.”
Hoje, a estatal FAdeA fornece, em sua maioria, serviços de manutenção a aeronaves compradas no exterior, mas também continua a produzir o AT-63 Pampa, um avião avançado de baixo custo para treinamento e ataque leve, assim como outro avião-caça leve, o IA-58 Pucará, para a Força Aérea da Argentina. Certamente, o governo insiste em alavancar a produção do Pampa, estabelecendo a meta de 18 novos jatos até 2014. Uruguai, Peru, Paraguai, Polônia, Grécia e Austrália expressaram interesse em adquirir os jatos para suas respectivas forças aéreas.
A Argentina faz parte de um consórcio internacional, que inclui Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca, que trabalha com a Embraer para produzir um protótipo do KC-390 até 2014. A meta da Embraer é oferecer transporte médio a jato com capacidade de carga de cerca de 23 toneladas, que pode tanto ser abastecido no ar quanto abastecer outras aeronaves. E já tem promessas de compra de 60 KC-390, metade dos quais irão para a Força Aérea Brasileira (FAB). O Brasil irá financiar a compra dos aviões dos países fornecedores de peças.
“Não é o modelo clássico de cooperação internacional, já que a Embraer estará comprando diretamente dos países envolvidos e irá manter todos os direitos de propriedade e lucros”, declarou Raúl Humberto Paz, presidente da Câmara Argentina da Indústria Aeronáutica. “O Brasil criou um modelo de negócios inteligente, através do qual financiará a compra de seus próprios aviões, a um custo estimado de US$ 80 milhões (R$ 150 milhões) cada, dos parceiros supracitados”, explicou Paz.
Quando os ministros da Defesa dos dois países se reuniram em Buenos Aires no início de setembro, revisaram sua estratégia de cooperação bilateral e exploraram caminhos para aprofundar o relacionamento estratégico. A cooperação tecnológica e a produção de defesa foram vistas como prioridades, com ênfase especial no projeto KC-390, assim como na conclusão do veículo todo-terreno Gaúcho, no desenvolvimento de veículos blindados, na cooperação na ciberdefesa, na colaboração na indústria naval e na sincronização de normas e catálogos relativos a produtos de defesa.
“No Brasil, a defesa é questão de política do Estado”, garantiu o ministro da Defesa, Celso Amorim, durante visita a Buenos Aires, quando explicou que a estratégia brasileira é organizada em torno de três objetivos: equipar as forças armadas, fortalecer a indústria de defesa nacional e promover a integração sul-americana, que, insistiu, não é “apenas um elemento teórico.”
Elevar a capacidade de produção de defesa é uma peça-chave do modelo de desenvolvimento econômico do Brasil, que tem como consequência seu reaparelhamento militar nos últimos anos. Hoje, o governo argentino parece também perceber que reaparelhar sua indústria nacional de defesa não só gera empregos como também cria possibilidades de progresso tecnológico.
“Atualmente, há uma significante vontade política de impulsionar a indústria da defesa nacional argentina”, comemora Montenegro. “Esse projeto, junto com outros como a construção naval e a produção de equipamentos militares, tem o apoio do governo para restaurar sua indústria estratégica.
Putz! O IA63Pampa tem uma clientela boa.
O fortalecimento da indústria de armamente deles favorece os negócios das nossas e é recíproco este fato.
off topic ” e quanto ao jipe gaucho” ? alguem tem novidades ? e um belo projeto de veiculo ligeiro desenvolvido pelos dois paises, seria uma pena e não tivese prosseguimento
Muito bom,vamos em frente.
O IA63 Pampa tem uma possível clientela boa.
Falta-lhe potencia.
Se colocar avionicos do Super Tucano, pode se tornar o nosso jato de treinamento básico.
Portanto, precisa se associar com a Embraer.
Dependendo do quão motivada e determinada possa estar a Argentina, não tenho dúvidas de que esse projeto de desenvolvimento conjunto de equipamentos de defesa pode efetivamente trazer bons resultados para ambos.
O motivo principal do interesse argentino é público e notório, todavia é preciso que o Brasil leve em consideração o quanto o governo da Argentina está disposto a investir nas suas pretensões para reaver as Ilhas Malvinas e suas fontes de recursos petrolíferos.
Temos que saber com exatidão o que os “hermanos” estão dispostos a oferecer em termos de conhecimento tecnológico e de garantias o que é fundamental para que essa parceria ocorra e de forma sustentável. Caso isso não ocorra estaremos beneficiando um potencial concorrente na AS e ainda de quebra arranjando problemas políticos com membro da OTAN.
Não deixa de ter seu louvor, mantém todos unidos evitando interferência externa de eventual potência do hemisfério norte!Mas confiar nos hermanos é o mesmo que confiar nos EUA, então, manter os olhos abertos não faz mal a ninguém!Mesmo porque os Chineses já estão batendo nas portas Argentinas, e trinta moedas é muito fácil eles aceitarem pra nos apunhalar!
Regivaldo essa rivalidade fora dos campos de futebol e um pouco passe. Vai ser necessario superar desconfiancas tacanhas se America Latina tem algum plano de se tornar um dos polos de poder economico e militar mundial.
Temos que batizar esse avião. Os nomes que sugiro são: Atlas, Atlante ou Atlantes. Motivos: mantém a tradição do Hércules, também ligado à mitologia grega; são nomes mundialmente conhecidos, evitando-se problemas de pronúncia para os gringos; e porque Atlas, Atlante ou Atlantes era o personagem que carregava o mundo nas costas, o que denota robustez e força, assim como será o KC-390 “Atlas”. Tem uma enquete no meu blog com algumas sugestões. Acessem http://www.defesaweb.blogspot.com
Camarada Hugo , eu sugiro os n nomes ( APOLO , GORDO , ÍCARO ).
O nome Gordo sugiro por causa da unidade da FAB, que opera os Hércules há tempos , e em homenagem a eficiência que sempre representaram ( reconhecida internacionalmente inclusive.).