O inferno de Evo Morales

http://topnews.in/law/files/Evo_Morales.jpgQuando se lançou candidato à presidência da Bolívia em 2005, Evo Morales conseguiu atrair bolivianos de todos as bandeiras. Por mais que esse líder sindical de ascendência aimará ostentasse suas raízes sectárias, muita gente da elite boliviana – branca, urbana e abastada – apostou na sua destreza política e articulação social.

Se não morriam de amores por seus arroubos socialistas, pelo menos enxergavam nesse jovem e carismático líder um bálsamo para as profundas fendas sociais e raciais do convulsionado país andino. “Acreditava que ele, só ele, era capaz de promover a paz”, disse um ex-diretor de uma agência internacional de desenvolvimento com larga experiência na Bolívia.

Bons tempos, aqueles. Hoje a Bolívia está mais dividida que nunca. A divisão não é apenas o fosso milenar, entre brancos e índios ou ricos fazendeiros da baixada e pobres camponeses dos Andes. Na Bolívia de Evo, é o índio contra o mestiço, cocaleiros contra ambientalistas, governo contra governo, e todos contra a polícia.

A explosão social se desenha há anos, mas se potencializou nos últimos dias, com a polêmica sobre a construção de uma nova estrada que atravessará o seio do país, do norte ao sul. São 306 quilômetros apenas, uma obra modesta pelo padrão heroico da engenharia sul-americana.

A OAS, construtora brasileira que toca a obra, já encarou empreitadas bem mais complexas. Mas a julgar pela convulsão que se criou, deve ser a maior encrenca por quilômetro do hemisfério. E, se o imbróglio se alastrar, pode acabar trincando ainda mais a quebradiça nação andina, fragilizando um governo já enfraquecido e ainda contaminando as relações entre a Bolívia e seu maior parceiro econômico, o Brasil.

Lançada há dois anos, a rodovia ligará a pequena San Ignacio dos Moxos, no departamento amazônico do Beni, a Villa Tunari, em Cochabamba, ao custo de US$ 415 milhões. Apesar de cruzar terras remotas e pouco interessantes à economia brasileira, terá financiamento de US$ 322 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pelo acordo celebrado com pompa pelos governos de Evo e Lula, com direito a juras fraternas e muita flor de coca, safra principal da região e matéria-prima da cocaína.

Sim, a estrada corta áreas protegidas, o Parque Nacional e Território Indígena Isiboro-Securé ( Tipnis), com impactos incertos sobre a fauna, flora e diversas comunidades nativas que lá moram. Mas tudo valia pela “integração nacional” e pelo resgate das preteridas etnias, artigos de fé da nova Bolívia, rebatizada ao sabor da Constituição de Evo de Estado Plurinacional.

Os indígenas do Tipnis tiveram outra ideia e, em agosto, começaram uma longa – e pacífica – caminhada de protesto rumo à La Paz. A caminho, o protesto engordou, com adesões de peso, de diversas comunidades indígenas, a nata do eleitorado de Evo.

O governo reagiu e, seguindo ordens que ninguém assume, enviou a tropa de choque à frente. Houve cassetetes, gás lacrimogêneo, tiros, dezenas de feridos e crianças desaparecidas. Agora vem o sismo político. Uma meia dúzia de ministros e autoridades do governo caíram e Evo leu um pedido de desculpas forçado à nação.

A julgar pelo clima nas cordilheiras, foi pouco. O Movimento Sem Medo, ex-aliado de Evo e agora oposição ferrenha, abriu queixa no Ministério Público contra os responsáveis pela repressão. Sobrou ainda para OAS, acusada de superfaturar a estrada. A suspeita – sempre negada pela construtora – é antiga e já vazou até pelo WikiLeaks, mas ganhou nova vida no rescaldo da crise do Evo.

Corrupção, conflito e bravatas. A história política da Bolívia é a de um país com memória longa e pavio curto. Só na última década, irrupções sociais levaram a confrontos violentos, derrubando os presidentes Gonzalo Sánchez de Lozada, em 2003, e Carlos Mesa, dois anos depois. Assim emergiu Evo, esperança das cinzas. Agora, arrisca-se acabar nelas.

Fonte: Estadão

21 comentários em “O inferno de Evo Morales

  1. Esse cara e um idiota! Por mim invadiriamos aquele pais e tacariamos fogo em tudo. Exportadores de Coca, Colaboradores do narcotrafico, Farc, contribui contr a apaz na A.Sul Indio ridiculo….

  2. A Bolívia, como muitos países da América Latina, é um país ingovernável. A questão não é que os indígenas de lá querem viver como seus antepassados viviam há séculos. O problema é que boa parte da cocaína que é produzida lá é exportada para o Brasil. Os investimentos brasileiros lá poderiam criar outras alternativas econômicas para os bolivianos. Essa estrada iria promover a integração econômica entre Brasil e Bolívia, abrindo uma saída para os produtos brasileiros serem exportados via Pacífico. Mas, pelo visto, os interesses ambientalistas de ongs estrangeiras, que usam o movimento indigenista como bucha de canhão, está solapando tudo isso. Não se pense que isso é provocado apenas por questões de preservação de culturas indígenas. Existem fortes interesses de potências estrangeiras que não querem a integração sul-americana.

  3. Lucas, Brasil não tem nem condições de se defender direito e muito menos invadir um país. A Bolívia é governada sim por um idiota mas o Brasil também é, idiota que simpatiza com Evo por questões ideológicas…
    CREIO QUE SUA COTA DE BESTEIRAS JÁ SE ESGOTOU POR HOJE, NÃO?



  4. apoio a invasão “humanitaria” … rsrsrsrs

    não esquecendo da legalização dos carros roubados aqui.. merecem porrada na cara…

  5. caiozin

    Pelo visto, o seu nível de informação é bem escasso ao nível dos bolivianos.

    O Brasil possui uma das maiores forças militares do mundo. O nosso problema é investimento na área (compra de aviões novos entre outros). Mas temos dinheiro suficiente e muito armamento para atacar Bolivia – Colombia – Perú…

  6. Invadir a Bolívia tsc…. Se qdo oíndio analfabeto cocaleiro ROUBOU a refinaria da Petrobras,portanto do povo brasileiro, o molusco nojento nao fez nada…

  7. Quem planta colhe meus caros! O Índio cocaleiro passou o seu mandato inteiro semeando a discórdia e estimulando o ódio entre ricos e pobres, índios , mestiços e brancos, tudo isso regado a retórica socialista de quinta categoria importada da Venezuela. E o resultado é previsível: convulsões sociais. No meio desse samba do boliviano doido de tanto chá de coca inevitavelmente vai sobrar para o Brasil pagar o pato de alguma expropriação espúria

  8. o rapaziada pega leve com os conscritos isso ate parece buling kkk sobre o evo a briga se trata de uma estrada que esta sendo construida com a ajuda do brasil entao na verdade se ficar ruim para o evo isso causa uma desestabilidade na regiao entao torço para que volte tudo ao normal pois so quem ganha com a bolivia ruim sao os anglo saxiao e nao nos latinos.

  9. Alguém tem que ir dizer para essa comunidade indígena do Tipnis (que sofreu uma lavagem cerebral made ONGs)que não existe na história a existência de uma estrada que tenha sido fator de retroceso a uma região isolada.

    O governo boliviano tem que mudar de estratégia… deixar essa confrontação truculenta estúpida de lado, e confrontar, então sim, com didática próativa esses índios.

    É preciso que eles tomem conhecimento e consciência que atraso só vai lhes propiciar aborrecimentos e malefícios desnecessários.

    Que cultuar sua cultura não tem nada a ver com viver de forma primitiva e sempre sofrida.

    Claro que sempre haverá os masoquistas da comunidade dando contra, mas também têm aqueles que querem é melhorar de vida, e o governo tem que levar informações e novos horizontes de vida para esses, que na verdade são os que merecem uma Bolívia progressista e muito mais justa.

  10. A estrada da discórdia cruza uma área indigena, que, no Brasil, não poderia cruzar.
    Apesar de falarem que completaria a ligação com o Pacífico, não parece ser bem assim.
    Então, para que construí-la e logo está sendo construída?
    Não sou a favor do Evo, mas certadas estrada só levam a confusão.
    E como nosso governo não viu isso, ao autorizar o financiamento?

  11. Tanto na Bolívia quanto no Brasil…

    Aquele que não acredita que se ter saída para dois grandes oceanos é algo positivo, que se enforque num pé de couve e vá catar coquinhos.

    É incrível, mas como têm gente que é contra o progresso, na comunidade latina.

    Aqui mesmo no Brasil, tem n pessoas que são contra o trem bala. Portanto, que dureza uma simples nova estrada, nos rincões da Bolívia. Aff!!!

  12. Não sei se alguns do comentaristas perceberam mas na Bolívia a MAIORIA da população É de origem indígena ou SÃO índios, tanto é que depois do espanhol os maiores idiomas falados por lá são Quíchua e Aimará (idiomas indígenas). Sendo assim, se eles protestam lá, estão fazendo porque estão no direto de serem a maioria da população que sempre foi explorada, se eles estão protestando contra uma estrada que será construída é porque essa estrada que será construída lá não irá favorece-los mas sim grupos econômicos e políticos que usam a desculpa do progresso (o progresso deles claro, não dos índios ou da Bolívia)para lucrarem. Se o Brasil vai se beneficiar pela construção dessa estrada, é bom rever seus conceitos, pois, a ideia central nesses novos tempos de governos esquerdistas é se desenvolver sem prejudicar os países vizinhos ou países mais pobres, ou grupos menos favorecidos, mas sim auxilia-los no seu desenvolvimento (o que está mais do que certo e Justo).

  13. Paulo Henrique
    Concordo com seu comentario pois protesto grande assim não ocorre por brincadeiras. E os indios bolivianos são explorados sim…

  14. invadir a bolivia ???, tsc tsc, hooo vontade de ser a putencia!!
    invadiriamos a bolivia e ai ? fariamos o que depois, alem de desestabilizar toda a america latina ? se o povo boliviano não quer intergra-se conosco, e uma posição soberana dele,que vivam como selvagens se e isso que querem, devemos isola-los e pronto, e devemos vigiar com furor aquela fronteira para que não passem porcarias e imigrantes desordeiros para ca !!!

  15. Só q o vento q venta lá poderá ventar tbm aki, por isso a necessidade de expulsar e logo as tais ONG’s do norte do país e colocar + militares mt bem equipados por lá, e p ontem.

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