Onde a guerra nunca se põe no horizonte

Hamas evoca luta armada pela criação da Palestina


Porta-voz do grupo na Síria afirma que nova intifada está próxima
Talal Nasser despreza pedido de adesão da Palestina à ONU e questiona valor de “Estado só no papel”


POR MARCELO NINIO
Jornal Folha de São Paulo

Cercado por quatro de seus 14 filhos, o porta-voz do Hamas na Síria combina a fala mansa com palavras duras. Talal Nasser, 50, não vê razão para festejar o pedido de adesão da Palestina à ONU.
Para ele, só a luta armada levará à criação da Palestina. “Não há lugar para judeus na Palestina”, diz. O escritório do Hamas em Damasco divide a liderança do movimento islâmico, que controla a faixa de Gaza e é rival do laico Fatah, do presidente Mahmoud Abbas.
Situada numa rua sem saída cercada de câmeras de segurança dentro do campo de refugiados palestino de Yarmouk, em Damasco, a sede do Hamas exige dos visitantes que tirem os sapatos, como numa mesquita. Nasser diz que a “terceira intifada” [revolta palestina] está próxima e será liderada pelo Hamas. Leia a seguir os principais trechos de sua entrevista à Folha.

Folha – Por que o Hamas é contra o reconhecimento da Palestina na ONU?
Talal Nasser – É uma decisão individual do governo de Ramallah e de Abu Mazen [apelido do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas]. O Hamas não foi consultado. A questão é: qual o valor disso?
Apreciamos o apoio de países como o Brasil, mas o reconhecimento da ONU encerra a questão palestina de forma negativa. Porque a ONU reconhecerá também o direito de Israel. 40% da Cisjordânia continuará nas mãos de Israel. De que adianta um Estado no papel?

Por que o acordo de reunificação Fatah-Hamas assinado em maio não foi adiante?
O problema é que Abu Mazen insiste em manter Salam Fayyad como primeiro-ministro. Fayyad é um traidor que colabora com os EUA e com Israel na perseguição à resistência palestina. Qualquer pessoa aceita pelos EUA não é reconhecida pelos palestinos ou pelo islã.

Haverá uma nova intifada?
Ela está próxima e será liderada pelo Hamas. Como disse Golda Meir [premiê israelense, 1969-1974], um tanque é mais importante do que 50 resoluções das Nações Unidas. Só a luta armada criará o Estado palestino.
Você deve pensar: qual o futuro dos judeus? Que voltem para os lugares de onde vieram. Não há lugar para eles na Palestina.

Como a Primavera Árabe afeta a questão palestina?
São mudanças benéficas. No Egito e na Tunísia, o povo disse que o próximo passo é libertar a Palestina.

E a “primavera síria”?
Não queremos nos intrometer. O Hamas deseja o melhor para a Síria. O escritório continua aqui e esta entrevista foi devidamente autorizada pelo governo sírio.


Afronta israelense

Governo do premiê Benjamin Netanyahu anuncia a construção de 1,1 mil casas na Cisjordânia. EUA condenam ação e palestinos veem desafio ao Ocidente

Por Renata Tranches  –  Correio Braziliense

Um dia depois de o Conselho de Segurança das Nações Unidas examinar, pela primeira vez, o pedido de reconhecimento do Estado palestino, Israel anunciou ontem um novo plano de expansão de assentamentos judaicos na Cisjordânia, acirrando ainda mais as tensões entre os dois lados. O projeto prevê a construção de 1,1 mil casas e contraria o pedido do Quarteto de Madri para o Oriente Médio — grupo formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e ONU — para que nenhuma das partes tome atitudes unilaterais. Ao menos enquanto se discute uma retomada das conversações mediante um plano de autoria do próprio Quarteto.

O governo norte-americano e a ONU condenaram a ação israelense. Por sua vez, os palestinos consideraram a medida um “desafio à vontade da comunidade internacional”. No mesmo dia, relatores das Nações Unidas alertaram Israel para que cesse “de maneira imediata” a demolição de propriedades palestinas no mesmo território.
O anúncio da construção das novas casas foi feito pelo Ministério do Interior israelense e dá à população 60 dias para questionar “possíveis objeções” ao projeto. O congelamento da expansão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, a parte da cidade anexada por Israel em 1967, é a principal condição imposta pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, para retornar à mesa de negociação.

Fonte:   Resenha

9 Comentários

  1. o cantinho do mundo conpricado, talvez a unica solução para os dois povos seja um inimigo em comum, na dor as pessoas tendem a se solidarizar e se unir, portanto tai a solução, BOMBARDEIEM TUDO E DEIXA ARDER !!!

  2. Os palestinos estão certos de lutarem por seus lares,não há como negociar com Israel.
    Que continua com os plano de ocupação!

  3. O judeus(sem os dois êsse maiúsculos ) são fazedores de inimigos por sua crescente covardias com os Palestinos, claro q os outros Arabes vão ficar de pé atra´s com eles, afinal , estão torturando e invadindo outro país Árabe.Mais isso está p acabar, bem + cedo q os judeus(coonforme o acima ) esperam, com ianks ou não isso vai acabar. Quem viver verá.

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    Pergunta:
    – Se não são hindus, cristãos evangélicos, católicos, taoístas, xintoístas ou budistas que se explodem como homens bomba, matando civis, colocando fogo em templos, atirando aviões contra prédios, detonando bombas em metrôs, atirando foguetes anti tanque contra ônibus escolares, quem faz todas essas coisas ????
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    Ingênuos ainda acreditam que é possível construir pontes com aqueles que querem destruir o Ocidente. Ignoram também é que eles próprios eventualmente serão vítimas da intolerância.
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    A pregação de ódio dos islâmicos contra Israel é IDÊNTICA ao que Hitler promoveu há 70 anos atrás. Milhões de pessoas morreram por causa disso.
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    Israel é um país minúsculo (algo próximo ao tamanho de Sergipe), mas mesmo assim os árabes não admitem sua existência.
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  5. Não vamos esquecer que quem inaugurou essa era de terrorismo no oriente médio foi Israel, contra os britanicos e árabes vários abusos como crimes de guerra também o foram cometidos como estupros, execuções, chacinas, invasões de terras vizinhas, alvejar ambulâncias e bombeiros e o uso de armamentos banidos por convenções de armas químicas, os abusos dos assentamentos, como esperam tolerância se não a dão, se um estado judeu foi tbm aprovado na ONU, por que não um estado palestino, sei que existem intolerâncias dos dois lados, mas não vejo uma iniciativa de Israel para que também seja respeitado, não vejo respeito, por parte de Israel às resolucões da ONU, se querem ser respeitados, respeitem seus vizinhos e as resoluções que lhe são impostas, como reclamam que respeitem as que são a seu favor. Israel também faz a mesma coisa que Hitler fez, sendo uma vergonha para um povo que foi perseguido, como minoria, fazer isso com outra minoria como o povo palestino. Não sou simpatizante de terroristas mas vi e vejo bem as coisas como espectador imparcial, que está vendo um povo que não tolera minorias exijir tolerãncia, e respeito a si. Admirava os judeus mas venho vendo ao longo dos anos mancharem seu histórico de tolerãncia e luta por uma existência pacífica. Estão colhendo o que plantaram.

  6. Admiro a coragem do senhor da entrevista, mas desprezar o reconhecimento de mais de 130 países em lugar da luta armada é burrice, eles vão ter sim de lutar, mas não para expulsar Israel e sim para terem a Palestina (não pensem no todo Israel deve existir)assim sendo Independencia ou Morte será o grito de guerra, mas deixem para sempre o intuito de destruir Israel, pois este grito ninguem vai topar.

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